- MELANIO - respira Juca, respira porra! - só me diz que se manteve longe desse bando de urubus que querem te pegar.
- Júlio Caio que pergunta é essa? - fala se soltando e ficando com braços cruzados. - o que você quis dizer com isso?
- Fudeu... - falo sem pensar - não amor, ai caralho - levanto-me e o puxo junto - vem vamos tomar um banho, a gente sempre se resolve melhor no banheiro e eu não quero brigar contigo meu amor e não quis insinuar nada, apenas que se alguém chegar perto de ti com segundas intenções irei fazê-lo comer os próprios ovos com garfo e faca.
- Como que eu posso ser tão louco de amor por alguém tão possessivo assim!? - diz sorrindo ainda com a mão na minha - quero só vê quando tivermos uma menininha.
Um arrepio sobe pela minha espinha e um certo desespero me toma. Paro imediatamente já dentro do banheiro.
- Não quero ter uma menina Mel, não mesmo, meu coração não vai aguentar - digo sentando no vaso e batendo em meu colo para que ele se sente. - vem cá meu pequeno príncipe, está pensando em ficar viúvo?
- Está louco? - fala sentando se de frente para mim com seus braços em volta do meu pescoço - Peter pan agora que estamos aqui não quero pensar em perdê-lo. - fala com uma vozinha manhosa.
- Nem eu quero, eu vivi um inferno que não posso mensurar Mel - falo olhando firme para as bolas de citrino que são seus olhos - amor eu quero que se em algum momento viermos a ter algum problema, o menor ou o maior, por favor, não me deixe sem ao menos me dar a chance de lhe entregar a minha versão, assim como eu lhe prometo que sempre farei, lhe ouvirei.
- Te amo tanto Juca, eu sofri muito sabia – fala com sinceridade transbordando de seu olhar – porque por você e com você aprendi que o que vivi até aqui não foi nada comparado a intensidade do que me faz sentir a cada dia contigo, a experiência que é esse amor e tudo que ele trás juntos, os momentos bons e ruins também.
Avanço na boca de Mel não aguentando o efeito que ele tem sobre mim, vou tomando primeiro seu lábio inferior, me delicio sentindo o gosto doce que Mel tem naturalmente, aproveito para lhe morder e ouvir seus gemidos com sussurros ofegantes.
- Gosta - pergunto de olhos abertos e sugando mais rápido sua boca - hein meu bebê... Responde... Me olhando.
Mel abre de forma lenta e sensual suas pálpebras, tão lindo. Como pode alguém ser tão sensual assim abrindo os olhos? - hmmm - geme ao me encarar. Coloco minha mão em cima desse tapa sexo que ele chama de shorts e sinto meu bebê com seu pintinho duro, não que ele seja pequeno até achei que os homens que davam faziam isso porque era todos pequenos, e isso foi outro pré-conceito que tinha a respeito desse novo mundo e que Mel despedaçou. Como meu pequeno príncipe é importante para a formação de quem eu sou hoje.
- Jucaa - diz meloso soltando seus lábios do meu ainda totalmente entregue - porque é tão malvado assim? - pergunta com olhos brilhantes. Isso está até me deixando com dó dele - eu preciso tanto sentir você por dentro de mim, quero sentir cada anel sendo rompido, amor - fala passando a língua pelos meus lábios e encarando-me em seguida rebolando de forma sofrida - quero sentir que somos um novamente, que não há nada entre nossas almas entre nossos corpos.
- Puta que pariu Mel - digo já querendo fazer meu pau acordar na base da pancada - caralho amor, tudo que queria era deixar meu pau em pé e enfiar bem fundo em ti - respiro fundo segurando em sua nuca com as duas mãos - mas não vai rolar amor, está além da minha vontade.
- Seu... AAAhhh - Mel começa a dar "socos", se é que isso pode ser chamado assim do jeito que ele está fazendo, em meu peito - isso é maldade você está me privando de algo que é meu!
- Amor - digo segurando seus pulsos e fazendo-o me encarar - eu não tomei uma quantidade tão grande então provavelmente amanhã a noite estaremos fodendo mais que dois coelhos. - digo rindo.
- Ai Juca custa ser um pouco romântico e dizer que estaremos fazendo amor igual a dois coelhos - fala fazendo um bico.
- Sempre será fazer amor meu bem, porque eu estar dentro de você nunca será somente sexo para mim e é algo tão sublime que o ato físico em si não descreve esse nirvana, eu toco sua alma com meu pau – digo e vejo aquele porra de sorriso que me deixou louco sem eu ao menos saber do que se tratava logo no primeiro dia em que eu o vi.
- own amor... que lindo – diz todo dengoso.
- Mas que amanhã eu te pego de jeito Melanio e te faço pagar por todas as punhetas e gozadas que dei na cama sozinho eu faço!
- Pelo amor de deus - fala horrorizado como se eu tivesse falado algo demais - homem você terá que mudar esse seu vocabulário teremos crianças em casa e meus filhos não crescerão como bárbaros.
- Mel, relaxa porque eu sei me controlar.
- Não sabe nada, Caleb me conta tudo sobre as suas visitas inclusive como ele acha que a sua mãe deve lavar sua boca com sabão diariamente.
Rimos de tamanha inocência que uma criança carrega com ela, infelizmente nós adultos é que deturpamos a mentalidade das nossas crianças, a subjugamos e as tratamos como "acéfalos" das quais enchemos seus crânios com um novo cérebro com todas as regras de certo e errado que cultivamos do que veio de nossos pais e nossas experiências tantas vezes mesquinhas.
- Juca - fala Mel sério - quando Caleb falou isso eu senti um desconforto, você nunca fala dos seus pais e até onde eu sei, eles não sabem de nós e os meninos então - fala olhando as mãos que ainda estão entre as minhas - eu sei que meu pai ficará louco quando souber e ...
- Você já falou com seu Eugenio? O homem estava chateado de você se quer atende-lo.
- Sim eu sei que fui horrível com papai, estou de consciência pesada, mas não me interrompa - fala manhoso - eu quero dizer que não sei se sua mãe nós aceitara como família.
Respiro fundo. Não queria tocar nesse assunto até ser realmente necessário, ou seja, quando meus pais retornassem.
- Juca sua mãe naquele dia do Jantar, nossa ela falou tanto a respeito dos milhares de agradecimentos que todos deveriam ter a santa edwiges, meu amor se fosse são Sebastião pelo menos até que eu faria algum esforço - diz com um riso no final como se tivesse contado uma piada.
- Olha amor, sinceramente eu não acredito em nada disso, mas respeito à fé alheia e sei sim mamãe é um tanto apegada a essa em especial por conta da gravidez em que perdeu meu irmão - falo sério, é triste saber que eu poderia ter mais um irmão comigo, claro que se ele se interessasse pelo Mel eu quebraria a cara dele - eu acho sim Mel que talvez ela não nos aceite, minha mãe não gosta dessas "coisas" dos dias de hoje, mas Quim sempre me diz que ela não nos rejeitaria afinal seria como perder mais um filho e ela sabe a dor que isso causa. Eu te prometo meu amor - digo segurando suas mãos juntas na altura de minha boca - que nada vai me separar de você e dos nossos filhos.
- Tem certeza amor?
- Mel não é a ideia absurda baseada num conceito religioso que para mim não tem nada de divino, pois não é baseado no amor sendo que aquele cara do vestido jogadão que eles tem como ícone máximo pregava, o amor era isso que ele prezava. - vejo os olhinhos de meu pequeno príncipe encher-se de emoção - ele nunca baseou o amor numa única forma, foram os outros que fizeram e digo isso não me valendo disso para viver, mas as pessoas que o segue, caralho elas deveriam apenas tentar ir mais fundo e não apenas ouvir um discurso de ódio e perpetua-los fazendo um atrapalho do caralho da vida de quem quer apenas ter uma família nas mais diversas formas.
- Te amo tanto, tanto, tanto meu amor - diz me abraçando.
- Eu também te amo demais Mel, mas agora vamos ficar pelados e ir para aquela banheira que não vê minha bunda nem a sua há semanas, e não pense que eu me esqueci daquela história não.
Tiramos um a roupa do outro em meio a beijos, não importa se eu já tenha tomado banho antes, quero mais é ficar pelado com o Mel o máximo de tempo que puder. Ficamos nos acariciando e apreciando aquele momento sem nada falar, até que não suporto mais e falo.
- Fala Mel, tem a ver com teu primo não tem? - sinto Mel ficar tenso - não sei o que aquele desgraçado fez além de tudo já havia feito para nos separar, ele é outro que tem que pensar que você apenas me perdoou, aquele filha da puta aí - sinto um beliscão em minha perna - aquele cara que não é literalmente um filha da puta, mas figurativamente é um filha da puta sim e uma bem arrombada aí!! Porra Mel!!
- Respeita minha tia - diz tranquilamente.
- Enfim, ele não pode saber de nada, esteve armando tudo com a Fernanda até o dinheiro era ele que estava financiando.
- Sim eu ouvi.
- Não sei mais o que ele pode ter feito, mas ele vai pagar, então Melanio apenas fale - digo o prendendo mais em meus braços com a água morna nos envolvendo - agora.
Mel respira fundo e começa a falar - eu fui dopado muitas vezes no começo pela Ju - sinto meu olho tremer, a Julia é pertubada?? - isso até que foi necessário no começo amor, eu estava realmente muito fragilizado, mas o problema é que mesmo depois da Julia me afirmar ter parado de colocar os calmantes na minha alimentação eu ainda assim apagava sem lembrar nada, e eu não me lembro de você ter ido na casa da Ju.
Num impulso até meio brusco demais viro Mel com força.
- Como assim? - pergunto já com medo que não entendo a fundo suas razões - eu vi a sua sombra por baixo daquela porta.
- Juca, eu... - fala mostrando certa dor. - eu não sei quem estava lá, mas quanto mais penso nisso mais medo me dá.
- Mel - puxo firme para o meu peito e o abraço forte. Juca seu fodido, não importa o que tenha acontecido você não vai enlouquecer Mel é mais importante, eu posso matar qualquer um que tenha feito mal ao meu amor, mas tenho que deixa-lo calmo agora - calma bebê nós iremos descobrir.
- Eu filmei meu quarto desde que Quim disse que você esteve lá, comprei aquelas canetas espiãs e todos os dias eu transferia o arquivo para meu notebook, eu só não tive coragem de ver.
- Calma amor, veremos isso juntos e nada do que possa estar lá vai acabar com a nossa felicidade. - não vai mesmo, eu esmago qualquer um que se atrever - olha, não falaremos disso até os meninos retornarem ao lar. Tudo bem?
Ele apenas assente. Cuido do meu amor que demostrou uma fragilidade que não é típica de sua personalidade, depois do banho o aninho em meu peito e fico muito tempo apenas observando o quanto é lindo vê-lo dormir ao meu lado, seguro e só meu.
Caio no sono leve e angustiado. Às cinco da manhã acordo como de costume para minha corrida, olho ao lado meu pequeno príncipe tão lindo dormindo assim peladinho na nossa cama. Dou um beijo rápido em seus lábios e saio da cama sem fazer muito movimentos para não acorda-lo.
Sigo para banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes até que com a famosa coçadinha me encaro no espelho já sorrindo.
- Ah filho da Pu...Clara... - digo segurando meu campeão - sabia que você não me decepcionaria dois dias de pau mole, não com você meu orgulho! - caralho meu pau é foda, sei que o sorriso não vai sair da minha cara. - Hoje a noite vai ter, mas só à noite.
Saio de casa contente por tudo que esse fim de semana tem me reservado, Mel em casa meus filhos estarão conosco pelo menos por hoje, mas creio que em pouco tempo serão assim todas as manhãs.
Corro ouvindo minha playlist de folk metal. Depois de algumas voltas vejo que já são quase sete e resolvo voltar.
- Juca hoje seu dia será o dia mais foda caralho - falo alto até sentir uma mão tocar meu ombro antes de entrar no elevador - o Coisa? – que esse porra tá querendo?
- Hã? - me olha com a cara abobada - Olha eu queria te falar que o seu amigo está na minha casa.
- Que amigo? - Dan vem a minha mente - o Danilo está com você? Que porra você fez?
- Ei calma e baixa esse braço que eu sei bater também ok! - falo de forma séria - ele estava aqui no hall ontem de manhã, disse que tinha ido levar o irmão no aeroporto e não estava afim de ir trabalhar e nem de ir para casa porque queria deixa-los a vontade.
- Dan falou uma babaquice dessas? – pergunto sem acreditar que ele ficou longe assim, porra porque Diego mentiu naquela mensagem? – ele está na sua casa?
- Está sim – fala já pressionando o botão do seu andar - Quer falar com ele?
- Não perguntei só para saber, lógico que quero – cara idiota.
- Cara você é muito esquentado, relaxa velho não estou dando em cima do seu amigo assim como não estava do seu namorado.
- Se você citar meu Mel uma única vez que seja, você tá fudido – falo olhando firme – não estou falando só de quebrar sua cara, jogo todo o processo das sua empresa na lata do lixo.
- Já falaram para você que tens um probleminha com possessividade.
- Não quero sa...
- Chegamos. – fala saindo do elevador e indo para sua porta a abrindo – entre esquentado.
- Preparei umas panquecas e estou fazendo calda de frutas, só não sei se gos... – fala me vendo finalmente – ta... oi Juca.
- Danilo junte suas coisas e venha comigo.
- Ei calma ai – fala o projeto de hulk se metendo na frente de Dan – ele não vai sair daqui não cara, eu só te falei porque não sabia se ele tinha avisado alguém e pelo jeito que estava ontem imaginei que não, mas ele não sai daqui hoje!
- E quem você acha que é projeto de baleia marombada para dizer o que meu amigo pode ou não fazer?
- Juca – fala Dan saindo de trás do Coisa e permitindo olha-lo novamente – eu quero ficar e não imagine perversidades, O Ricardo é uma ótima companhia, olha prometo que a noite eu volto – chega mais perto e me dá um abraço ao qual tenho que me curvar levemente para retribuir. Ele começa a falar baixinho – eu só não quero encontrar Patrick agora e a noite eu vou direto para o quarto o Diego vai ficar fora com essa viagem maluca que ele inventou e eu posso evitar o Pat durante a semana.
- Tudo bem, mas vai perder o dia com seus sobrinhos, vai ter que ir na semana comigo no lar. – recebo um beijo no rosto. Dan é muito reservado em suas demonstrações de carinho, mas adoro a confiança que ele tem em mim e de comigo não ter reservas – não dá para ele.
- JUCA!!! – fala batendo em meu peito – credo está um nojo.
- Mel gosta de me pegar assim – vou em direção a porta e antes de sair grito – se tentar comer o Dan eu te capo. – saio antes de poderem falar alguma coisa.
Volto ao elevador pensando que não posso de jeito nenhum tomar banho com o Mel, não conseguiríamos sair de casa para pegar os meninos a tempo. Assim que o elevador para vou direto para porta imaginando se Mel estará com aquela gosma nojenta na cara.
- Mel amor, já tomou banho temos que ir buscar os meninos – vou grintando – Mel??
- No quarto! – ouço sua voz alegre.
Quando entro no quarto a cena me deixa quase sem ar. Mel na cama com Caio e Caleb.
- PAAAAAAAAAAAAIIII VEMMMM!! – grita Caleb.
Apenas me jogo na cama com minhas crias.
- Ah pai eu tava com saudade daqui até a lua. – dizia meu pequeno.
- Pai eu também estava com muita saudade e eu tenho dever de matemática que ninguém consegue me ajudar. – ai caralho que porra é essa molhada no meu rosto – tá chorando pai.
- papai o senhor fez um dodói – pergunta Caleb.
- Não meus amores, o pai de vocês está tão feliz que não consegue conter. – diz Mel. – eu disse que aquelas mulheres me adoravam amor, olha só eles estavam acordados desde as cinco da manhã e tanta ansiedade fez a irmã Adeilza em pessoa vir deixar os meninos aqui.
- Minha família está completa, tudo o que quero está aqui. – ouço Mel sussurrar um quase, entendo do que ele está falando, mas para mim tudo que quero está exatamente na minha cama.