Cap.7
Eu não sabia até que ponto ele estava falando a verdade. Nem se estava falando a verdade, mas pelo que eu havia visto, ele não estava mentindo. Estava dizendo a verdade, estava com boas intenções. E eu precisava dele. Ele era o único que sabia alguma coisa. Se realmente havia alguém, pelo motivo que fosse, atrás de mim, ele era o único que poderia me ajudar a me salvar dessa trupe.
-Você gosta de peixe ? - perguntava eu, enquanto ele olhava as minhas fotografias na minha casa.
-Gosto... Porquê ?
-Vou fazer para o jantar... Creio que você deva ficar aqui, não ?
-Não vou incomodar ?
-Não... Pode ficar aqui, sem nenhum problema – falei, sorrindo para ele.
TEMPO DEPOIS
Aquela noite foi bastante agradável. Apesar de eu ainda estar muito assustado com o que tinha acabado de ouvir, ele conseguiu fazer eu me esquecer um pouco.
-Está gostoso ? - perguntava eu, enquanto comíamos frente a TV da sala da minha casa.
-Está sim... Lembra bastante a forma que a minha esposa cozinhava... - dizia ele, comendo ao meu lado.
-Você gostava muito dela ?
-Eu amava muito ela. Ela era o motivo de eu viver. Depois que ela morreu eu... Fiquei muito desnorteado. Sem saber o que fazer direito da vida. Já não tinha mais ninguém em casa, era sozinho neste mundo. E eu não nasci para viver sozinho.
-Eu entendo...
-Já a sua vida, pelo visto até aqui é ótima, não ?
-Hoje é boa... Mais até um tempo atrás era horrível...
-Porquê ?
-Eu fui estuprado pelo meu pai, a alguns anos atrás...
-Sério ?
-Humrum...
-Mas, como ele fez isso ?
-Eu achava que ele me amava... Que ele era o meu exemplo de vida, mas... Não. Uma noite, na antiga cidade que eu morava, ele me aliciou e, a força me estuprou.
-E depois disso ?
-Meu mundo caiu... Eu me sentia violado. Enquanto ele fazia aquilo nem parecia meu pai. Parecia mais um monstro que abocanhava a sua presa. Foi ruim, durante dias eu não dormia direito, tendo pesadelos com aquilo. Aconteceu outras vezes, eu nem já mais sabia o que sentir. Até que uma vez a minha mãe viu e... Ele foi preso. Está até hoje na cadeia. Nunca mais o vi. Foi muito ruim pra mim, sabe... Eu sofri muito... Todos falavam de mim, me olhavam com pena. E foi por isso que eu decidi me mudar pra cá pra Joinville. Sai daquele lugar que me trazia tantas lembranças ruins.
-E hoje você está bem ?
-Hoje eu melhorei muito... Muito mesmo... Já não lembro muito dele... Nem do que aconteceu... Sumiu da minha mente. Mas parece que o meu karma ainda não acabou. Agora esses homens que eu nem sei quem são a tentar me matar – olhei para ele naquela hora – você jura que não está mentindo para mim ?
-Juro... Se você quiser uma prova, aqui está... - falou ele, me dando o celular dele – essas são as conversas com aqueles rapazes. - olhei... Realmente estava tudo ali. Eles negociando com ele, falando o meu endereço, dizendo o que ele devia fazer. E no final, uma discussão.
“-Está desfeito o nosso acordo – ele dizia
-Porquê ? Se apaixonou pelo maluco foi ? - o rapaz com quem ele conversava dizia.
-E se for ? Não interessa. Pode esquecer ouviu bem ? Eu não vou mais fazer o que vocês querem. Se quiserem achem outro.
-Escuta aqui, se tu contar alguma coisa dessa conversa pra ele, nós vamos matar tu e ele !
-Tô me tremendo de medo. Vocês não tem coragem, se tivessem tinham feito o serviço com as próprias mãos. E escutem bem, é bom ficarem quietos senão a polícia vai ficar sabendo que há algumas pessoas querendo matar outras”
Olhei para ele naquela hora.
-O que eu vou fazer ? - me perguntava, devolvendo o celular pra ele.
-Vamos ver como vão ser os próximos dias. Se alguém vai nos seguir. Se alguém vai tentar alguma coisa. Se algo acontecer, a gente vai ter que tomar uma atitude drástica.
-Qual ?
-Chamar a polícia e tentar desaparecer das vistas deles...
-Isso vai atrapalhar toda a minha vida... - dizia eu, olhando para o teto – só queria saber o que foi que eu fiz para eles quererem destruir a minha vida...
-É algum segredo muito forte... Que eles nunca me contaram...
-Mas eu vou descobrir !
TEMPO MAIS TARDE
E então dormimos em quartos separados. Eu, deitado na minha cama, só pensava em tudo aquilo que estava acontecendo. Eu queria saber o porquê de eles quererem me atingir. Não tinha feito nada pra ninguém. Não tinha motivo para alguém querer me matar. Mas, pelo menos algo bom havia me trazido tudo aquilo. Um novo amigo. Uma pessoa que parecia ser verdadeira. E que queria me ajudar. E o melhor, eu gostava dele. Só tinha um medo, que ele me traísse.
-Bom dia – dizia eu, vendo ele sair do quarto.
-Bom dia – falou...
-O café está na mesa, se você quiser é só pegar... - ele foi andando até lá, pegou um sanduíche e uma xícara e voltou andando.
-Você vai sair ?
-Vou... Eu preciso continuar a minha vida... Não posso simplesmente parar por causa disso.
-Pois então eu vou com você...
-Mas você não tem nada pra fazer ?
-Não... Vamos logo, que eu não vou deixar você sair sozinho por aí deste jeito – falou, indo para o quarto.
TEMPO DEPOIS
Ele me acompanhou até a faculdade, no meu carro.
-E agora ? - perguntei...
-Eu fico com você... Não tenho nada o que fazer hoje.
-Tem certeza ?
-Tenho... - quando saímos do carro, notei algo estranho. Três homens em um carro próximo, escorados. Olhei ao redor, com medo e vi mais dois homens próximos a parede da faculdade – o que foi ?
-Quem são esses homens ?
-Eu não sei... Mas eles não me parecem bons – começamos a andar, em direção a entrada da universidade. Porém eles vieram na nossa direção. Quando eu vi, levemente um deles segurar uma arma. Arregalei os olhos e puxei o Nicolas.
-Vem ! - começamos a correr sem direção para longe daqueles rapazes, e as minhas suspeitas se confirmaram, porquê eles começaram a correr atrás de nós da mesma forma. Corremos durante vários segundos sem direção, e eles continuavam a nos seguir. Vi que um deles tentava mirar a arma em nós, mas conseguiamos nos esquivar da mira. Até que entramos em uma ruazinha erma. Nós escondemos num pequeno espaço que existia ali. Quase que na mesma hora começou a chover. Era bem pequeno o espaço, ficamos colados um no outro ali. Ficamos quietos, a olhar para a rua erma. Os homens correram até lá, nada viram...
-Perdemos eles ! - dizia um deles.
-Acho que eles foram por ali ! - dizia outro, fazendo eles recuarem e irem por outro caminho. Respirei fundo quando eles se foram.
-Acho que agora está tudo bem... - falei, olhando ao redor. Então olhei novamente para ele. De repente então nossos olhares se cruzaram. Ele estava muito perto de mim, colado a mim. Sentia o seu perfume entrar no meu nariz, e me contagiar. Podia sentir a sua respiração – porquê está me olhando assim ? - perguntei...
-Você é muito bonito... - falou, sorrindo... Me toquei de uma coisa naquela hora. Normalmente eu não abraçava homens, trauma resultante daquelas malditas noites com o meu pai. Mas com ele era diferente. Ele me inspirava confiança. O abraçei, com medo.
-O que eu vou fazer ? Como vou continuar a minha vida com esses homens a me procurar...
-Nós vamos buscar uma forma. Eu vou te ajudar... A salvar-se dessa injustiça – o soltei e o olhei nos olhos. Meu coração acelerou, e uma atitude impulsiva tomou conta de mim. O beijei.
Continua
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SafadinhoGostosoo: Só pensar um pouco né ? Nesse caso, quem iria ajudá-lo a se livrar da morte ? Já que ele não sabe nem quem pediu a sua morte ? Mas num primeiro eles nem se conheciam, como ele iria gostar ? Bom se por no lugar dos personagens.
Edu19>Edu15: <3
Beijos