Olá, a todos! Gostaria de agradecer imensamente aos comentários que andam fazendo... Em especial a: Hello 👌, Adios_pri, ivo/BH, GabsSparks, Fernando808, Dyfernandes, Sr. Tnr, Plutão, figuinho, Alguem95, Ypii, Atheno, Kalvin4, VALTERSÓ, magus. A cada nova sugestão ou comentário tento tornar a história melhor. Boa leitura!
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“Fomos para o banheiro do meu quarto. Tomamos um banho quente e demorado. Muitos beijos, algumas chupadas. Por fim terminamos e nos jogamos na cama.
- Boa noite, Jotha!
- Boa noite, Tiago!”
O dia nasceu perfeito na manhã de sábado. Existia uma certa euforia em mim. Assim que abri os olhos, minha primeira visão foi Tiago em minha cama. Parecia tão tranquilo. Sua respiração leve... Seu peito subindo e descendo. Um arrepio correu meu corpo. Não estava apaixonado, porém queria registrar aquele momento. Fazia tempo que não me relacionava com ninguém.
Deixei ele dormindo e fui para o banho. Assim que sai, Tiago estava acordado arrumando a cama.
- Bom dia!
- Bom dia! – Tiago me deu um beijo rápido. - E então, vamos fazer o que hoje?
- Acho que o dia está lindo lá fora. Maior sol, pelo menos o que deu para ver do basculante do banheiro...
- Praia então?
- Pode ser.
Ele foi para o banho. Um tempo depois já havíamos tomado café e a caminho da praia. A sensação de estar com ele era boa. Riamos o tempo todo. Um, da bobagem do outro.
- Tiago!
- Eu.
- Vai fazer o que amanhã?
- Ficar vendo série o domingo todo.
- Lembra do meu vizinho? Aquele que nos viu ontem? Então... Ele vai fazer um almoço para a namorada... Está a fim de ir comigo?
- Tipo casal? – Aquele sorriso cínico no rosto, que já adorava – Brincadeira. Pode ser. Que horas?
- Estou pensando em sair de casa meio dia... Passa lá em casa esse horário.
- Show.
Antes de chegar a praia, passamos em um mercado para comprar comida e bebidas. A ideia era passar o dia na praia.
- Vai levar vodca? Sério?
- Você não bebe não, Jotha?
- Bebo... E que não posso perder a linha...
- Se perder vai ser melhor ainda!
O olhar da caixa que nos atendia foi de fuzilamento. Saímos rindo do mercado e por fim chegamos a praia.
O sol parecia uma gema no azulão do céu. Não havia uma nuvem se quer. O mar estava perfeito. Procuramos um local afastado e sem pessoas por perto. A praia não estava muito cheia, assim foi fácil nos isolarmos.
Não demorou muito já estávamos na metade da vodca. A conversa fluía com naturalidade. Volta e meia nos beijávamos. Beijos intensos e demorados. Algumas mãos bobas. Pelo Tiago transávamos ali mesmo. Graças a Deus o álcool não tinha retirado toda minha lucidez.
- Já namorou quantos cara Tiago?
Ele estava deitado na minha coxa. Ficou um tempo observando o mar.
- Um só.
- Quanto tempo?
- Dois anos e meio.
- Nossa! Bastante tempo. O que houve?
- Basicamente o cara era um safado. Me traiu muito. Até com meu melhor amigo. Tínhamos a senha da face um do outro... Peguei várias conversas... Cara, quanto putaria eu li naquele dia! O cara usava todos esses app de pegação, no celular. Era um vadio... Um dia peguei umas fotos na internet, de um cara gato e fiz um perfil fake em um desses aplicativos. Comecei a dar em cima dele. Marquei um encontro.
- Ele foi?
- Claro que foi... Todo mundo falava que ele me traia, porém tinha que comprovar. Então nos encontramos. Ele fez maior cena... Disse que estava arrependido. Que aquilo tudo nunca mais iria acontecer... Era a primeira vez que isso acontecia. Desabafei no dia. Falei tudo que precisava se dito e terminei. Sofri muito. Para ser sincero, até pouco tempo ainda sentia alguma coisa por ele. Ainda mais porque ele me mandou mensagem todos os dias após terminarmos. Enfim... Passou e hoje somos amigos.
- Bom, eu acho que não me tornaria amigo dele não.
Tomei outra golada de vodca com suco. O barulho das ondas quebrando traziam uma sensação de paz, calma.
- Ainda gosta dele?
- Sei lá... Ficamos muito tempo juntos! E só tem seis meses depois disso tudo... Sei lá.
- Entendo.
Acho que naquele momento entendia mesmo. Já sabia que não estava apaixonado pelo Tiago. Não que não pudesse vir a me apaixonar, mas meu instinto de preservação apitava. O coração dele era de outro, e essa era uma batalha a qual não estava disposto a entrar. E minha confirmação viria logo na saída da praia.
Toda a comida e bebida haviam acabado. O sol, lentamente já se despedia para dar espaço a noite. Arrumamos nossas coisas e nos aprontamos para partir.
- E você?
- Eu?
- Já namorou?
- Ainda não. Pretendo... Quem sabe.
E fomos caminhando até a saída da praia, para minha surpresa um rapaz alto, loiro e olhos claros vem ao encontro de Tiago. O rapaz era muito bonito por sinal.
- Ei Tiaguinho! Que saudades de você cara... Você sumiu! – O rapaz foi logo abraçando Tiago e me ignorou.
- Que nada... Estudando e trabalhando muito... Jotha, esse aqui é o Juan.
- Tudo bom?
- Olá!
O cara não fez muita questão de me conhecer. Mal consegui cumprimenta-lo direito. O aperto de mão foi rápido e seco.
- Vocês estão juntos Tiaguinho?
- Não, não, somos amigos...
- Ah. Então, minha mãe vai vir amanhã para minha casa. Está louca para te ver... E sabe como ela é, né? Vamos almoçar juntos amanhã?
- Amanhã? Não vai dar... Já tenho compromisso. Marquei com o Jotha...
- Ah que isso... Jotha, né? – Nem tive tempo de responder o cara – Você se incomodaria de me emprestar seu amigo amanhã? Faz muito tempo em que ele não vê minha mãe.
- Não sei... Bom Tiago você quem sabe!
Juan até que era um cara muito bonito. Desses que passam e chamam atenção, porém parecia ser arrogante. O típico desses que são perfeitos de boca fechada. Ele tinha me ignorado até aquele momento, e somente agora havia me dirigido a palavra.
Era nítido que Tiago estava de quatro ainda pelo Juan. O pior era que o cara sabia disso. Propositalmente se aproveitou da situação e deixará “Tiaguinho”, como ele falava, em uma situação constrangedora. Talvez para provar que ainda tinha um certo poder sobre ele.
- Você ficaria chateado, Jotha? – Tiago me perguntou quase suplicando.
Era isso. Havia perdido uma guerra antes mesmo de começar. Nem havia pensado em namorar Tiago, depois daquele episódio tive a certeza que não seria boa opção.
- Claro que não, eu arrumou outro... Amigo!
- Fechado então. Tchau Tiaguinho se cuida!
- Tchau!
Senti que foi o tchau mais apaixonado que alguém poderia dizer a outro. Juan nem sequer despediu-se de mim.
- Simpático seu ex! – Havia uma dosagem extra de ironia na minha fala.
- Cara desculpa por isso... E que ele me deixa nervoso... Eu não sei... Não penso direito... E...
- Cara relaxa! Nós temos de fazer o que nos traz felicidade. E se você quer ficar à disposição desse cara... Paciência. Bom vou me adiantar.
- Espera. Jura que não ficou chateado?
- Imagina... Você marca comigo e logo em seguida desmarca. Valeu cara, vou lá.
Deixei ele na calçada e segui o caminho rumo a minha casa. Chateado realmente não estava. Irritado? Talvez um pouco. Não com o cancelamento do meu convite e sim com o fato do Tiago ser tão manipulável por aquele rapaz.
Já na rua da minha casa, eu a passos largos, cheios de pensamentos flutuantes na cabeça, meu celular toca.
- Alô!
- Amigo? Oi sou eu, Iasmin!
- Oi linda, diga...
- Vamos hoje na Paradise? Hoje a boate vai ser open bar... Vamos?
Era o que eu precisava para fechar a noite.
- Vamos sim... Que horas? - ouvi a resposta do outro lado - Fechado então, às 22h te espero em frente.
- Beijos!
- Beijos, até.
Tudo na minha vida pareceria cômico se não fosse aquele “que” de trágico. Primeiro começo a morrer de amores pelo meu vizinho. Para ajudar o cara é hétero. Até esse ponto tudo bem, porque perder as esperanças? Não existem mulheres que acham que podem converter os gays? Porque os gays não poderia fazer o mesmo com os héteros?
Claro que não seria simples assim... Surgi uma namorada. Parecia ser simpática, linda, educada, sexual... Se fosse Bissexual com certeza iria ficar extremamente encantado por ela. Ok, ok. Penso eu, não se apaixone pelo hétero e vá conhecer um cara que curta o mesmo que você... E eu vou.
Conheço um cara. Bonito, charmoso, divertido. O sexo... Ah! Que sexo! Provavelmente sentirei saudades disso. Tiago sabia bem o que fazia. E aparece um ex namorado do nada! Um cara para variar, bonito. Então o cara que transa muito bem, é apaixonado pelo ex, desmarca um compromisso... Um compromisso que havia sido acordado a poucas horas. Desmarca em sua presença. Pare o mundo no próximo ponto que quero descer. Precisava tomar um ar.
Os pensamentos simplesmente brotavam em minha cabeça, obviamente efeito do álcool. Bem provável que quando cheguei em casa, fiz tudo no automático. Banho. Escolher roupa. Um copo de água. Vestir roupa. Jantar. Um pouco mais de água. Escovar dentes. Perfume. Mais Água, por favor. Chaves de casa. Rua.
Fui andando para a boate. Não era muito longe de casa, se estivesse totalmente sóbrio teria pego um táxi. O que não era o caso no momento. Mal cheguei na entrada, Iasmin, Clara e um rapaz estavam me esperando.
- Amigo! – Uma histérica Iasmin me recebeu – Nossa que bonito... Nem parece o mesmo sem o uniforme da loja...
- Oi para você também Iasmin – Dei um beijo em seu rosto. – Clara, tudo bem? Tudo bom rapaz?
- Oi amigo, esse aqui é o Edu – Clara animadíssima foi apresentando.
Nos cumprimentamos e entramos na Paradise. Quando não se há tantas opções na cidade, o único lugar com bebidas open bar na noite enche. A boate estava lotada.
- Vou lá pegar bebidas!
- Vou com você Edu. – Clara foi atrás de seu boy.
- Viu, Clara está de peguete novo!
- E a senhora está com inveja, né Iasmin?
- Nada ver. Hoje estou de boa... Vim com você!
Para fechar a noite era tudo que me faltava, uma amiga de trabalho querer me pegar. Tentei disfarçar o máximo que pude o desconforto da situação. Por sorte as bebidas chegaram e começamos a beber, conversar e dançar.
Após muitos outros copos de vodca com suco, com energético, soda... Uma ou duas... Ou não seriam, três tequilas? Edu se rendeu e foi ao banheiro.
Já estava bem alto. Havia bebido durante o dia. Depois a noite. Se estivesse sóbrio teria reparado os olhares insinuantes de Clara e Iasmin na saída de Edu.
- Bonito o Edu, não acha Jotha?
- Sei lá o cara parece ser legal...
- Jotha não foi essa a pergunta de Clara! – As meninas riam, de algo que somente elas entendiam.
- Não estou entendendo... – Estava lerdo mesmo.
- Hoje eu, Iasmin e o Edu fomos a praia... Estava cheia. Até caminhamos né Iasmin?
- Verdade... Pensei em te ligar para ir conosco Jotha. Você deveria estar ocupado, ficando com alguém.
Elas tinham me visto na praia. Só poderia ser. Tudo bem hora de abrir o jogo.
- Jotha, que tal se nos dois ficássemos hoje. Pensa dois casais. Edu e Clara, eu e você.
As meninas começaram a rir de minha cara espantado. Elas definitivamente tinham me visto, e estavam me provocando.
- Vocês já sabem, né?
- Eu já desconfiava a muito tempo. – Disse Iasmin rindo.
- Tive a certeza quando você sempre voava para a porta da loja quando aquele seu vizinho passava.
- Foi nítido assim?
- Sim – Responderam juntas.
- Vocês estão ficando? – Foi de Clara a pergunta.
- Não, quem me dera... O cara está namorando uma mulher. Mudando de assunto, o Edu me viu na praia?
- Não, fica tranquilo. Só eu e Iasmin mesmo...
Edu chegou com mais bebidas e o assunto mudou. A noite tomou rumos que não previa. Na verdade o dia todo estava uma loucura. No final das contas estava me divertindo e fiquei até aliviado com o fato das meninas descobrirem de minha orientação sexual.
Quando fui encher os copos de todos novamente no barzinho. Ele aparece. Rafael.
- Olha o estilo do cara!
- Rafael! – Fui logo abraçando ele. Seu corpo ficou rígido com o ato. Eu estava bêbado e nem liguei. – Como está?
- Estou bem... Pelo visto você também, não é?
- Ótimo!
- Vi você ali com a galera, maior molejo você tem. Dança muito!
- Que nada! Um pouco de bebida... Algumas tequilas e se joga.
- Não comigo. Sou meio sem jeito.
- Ah para! Você tem maior corpão, nem precisa remexer muito para seduzir! – Assim que falei me arrependi.
- Ok, valeu pelo elogio! – Ele ficou sem graça e abaixou a cabeça na hora.
- Não foi isso que quis dizer... E que... Você entendeu!
- Tudo bem, entendi sim. – Ele ainda sorria, que sorriso bonito!
- Vou lá levar essas bebidas, nos vemos por aí! – Tentei sair depressa de lá.
Mesmo de longe consegui ver Rafael entregar um copo para a namorada. Ela não parecia muito satisfeita com alguma coisa. Eles pareciam discutir. Logo em seguida sumiram da boate.
Não demorou muito, Iasmin começou a sentir-se enjoada. Não seria para menos, pela quantidade de álcool ingerida. Saímos da boate. Meu celular marcava 05h07min. Nem havia percebido a madrugada passando.
Havia apenas um táxi a disposição próximo a boate. Como Edu iria para a mesma direção que Clara e Iasmin dormiria em sua casa. Me despedi deles e fiquei esperando outro. Passados cinco minutos, que para mim pareceu meia hora. Fui andando para casa.
Não moro em um lugar perigoso. E já estava quase de manhã. Em poucas horas o dia iria clarear. Sei que minha mãe não gostaria nada de saber que estava sozinho até aquela hora na rua. Estava bêbado e com uma sensação única de segurança.
Já caminhando nem notei um carro que aproximava-se. Estava na calçada. O carro foi encostando lentamente. Já me preparava para correr, quando o vibro abaixa. Um rosto conhecido.
- Cara, você quer uma carona até em casa? – Rafael perguntou.
- Se não for incomodar.
- Entra aí. – Entrei
No carro a rádio estava ligada, tocava músicas lentas e românticas, a definição de “Final de festa”.
- Aqui não é perigoso, para ficar andando essa hora sozinho?
- Que nada!
A música chegará em se refrão. Repetiu o refrão, entonava sua outra parte.
- Está caladão agora, né? Lá na boate estava todo alegrinho... O que houve?
- Nada não. Estou me concentrando para não falar nenhuma besteira de novo.
- Que isso rapaz, só porque você me cantou? – Aquele sorriso lindo em seu rosto, olhei para rua.
- Não foi bem uma cantada... Um elogio talvez...
- Talvez? Que isso... Está bem não quero deixar você sem graça. Você mora aonde?
- Final da rua, mais não precisa ir lá não. – Já estávamos chegando na casa de Rafael – É perto, eu vou andando.
- Você que sabe... Vamos então pelo menos tomar umas cervejas. – Rafael encostou o carro, e pegou uma sacola com cervejas no banco traseiro.
- Vamos sim.
Não perderia essa oportunidade de estar sozinho com ele jamais. Brindamos e começamos a beber. Não sou muito fã de cerveja não, porém desceu boa. Gelada. A situação no carro era meio constrangedora. Um silêncio insuportável. O que nos salvava era a rádio com seus clássicos. Resolvi quebrar o gelo.
- Malha a muito tempo?
- Para manter meu corpão e seduzir sem remexer muito? – O cara era um irônico.
- Ok, eu te elogiei e te cantei... Que saber, você já sabe que sou gay mesmo... Me viu com um cara quase no seu portão. Enfim... É isso!
Depois de alguns segundos de silêncio, Rafael falou.
- Malho sim. – Rimos os dois. Silêncio. – Sou preconceituoso não, cada um com seu cada um. E o cara, estão juntos a quando tempo?
- É complicado!
- Ih, está parecendo eu e a Bete.
Não sei o motivo, contei toda a história para Rafael. Não citei nomes, para não expor Tiago. Frisei a parte de que tinha transado com ele no dia anterior.
- E foi isso... Estou desacompanhado para vir amanhã no churrasco da sua namorada.
- E eu achando que em relacionamentos de homem com homem não tinha drama...
- Tem sim.
- Um brinde aos dramas então!
Brindamos e sem querer entornei cerveja na calça de Rafael. O Molhei quase todo, bem próximo de seu pênis.
- Desculpa...
- Que nada! Pega uma flanela dentro do porta luvas por favor! – Rafael abriu outra cerveja.
Fui logo secando ele e parei de secar.
- Acho que secar muito perto aí pode pegar mal. – Apontei em direção ao seu pênis. Dessa vez as risadas foram tímidas, passei a flanela. – Me conta seus dramas.
- Resumo: Ciúmes e possessão. – Rafael suspirou – Eu e a Bete namoramos desde antes da minha carreira na marinha. Na marinha já tenho quatro anos, estou a cinco anos com ela. Antes até que achava legal esse ciumezinho bobo... Querer saber onde estou todo momento, entendia como cuidado. Hoje acho um porre. Percebeu que discutimos na boate?
Neguei com a cabeça. Menti obviamente, não iria dizer que estava observando ele.
- Pois é, na cabeça doente de Bete, eu estava dando em cima de uma mulher lá na boate. De uns tempos para cá ela tem exagerado muito. Vê coisas onde não tem... Fico até intrigado!
- Se querer me meter... A maldade está na cabeça das pessoas que agem com maldade.
- Exatamente, é por isso que fico intrigado. Ela quer me controlar tanto... Tanto que suspeito que tem outro. Por isso fica nessas neuroses. Para você ter noção faz um mês e meio que não somos íntimos. – Pausa para uma golada na cerveja. - Apesar do cara que você arrumou ser um babaca com esse ex... Você lucrou porque transou. E eu? Seca total.
Sabia que a música ainda tocava no carro, porém o assunto estava muito interessante. Ficamos um tempo calados e pensativos.
- Homem se entende mais na cama com outro. Sabe de suas necessidades...
- Rafael, de onde veio essa observação!?
- Não é?
- É... E como sabe disso?
- Agora você que está sendo preconceituoso. Eu não posso simplesmente saber, não?
- Pode! Mas...
- Já transei com homem.
Agora eu ouvia a música. Na verdade ouvia e sentia meu corpo inteiro. Que tesão senti naquele momento. Esperei um tempo para que ele continuasse a falar.
- Foi na época que cursei na marinha. Fiquei um ano fora... Longe de casa, família, namorada... As necessidades afloram, sabe? Um dia de serviço eu e o maluco. Maior chuva, nós dois ali de vigília. Fomos nos abrigar na guarita. Retiramos uma parte do uniforme porque estava encharcado – Abriu outra lata de cerveja e eu ainda na primeira – O frio era tanto que nos aproximamos para nos esquentar. Uma coisa foi levando a outra. Comi o cara ali mesmo. Foi sexo, só sexo. Nada de beijos na boca. Gozamos e pronto. No dia seguinte nos falamos normalmente. Nem tenho mais contato com o cara, a última notícia que tive, tinha casado.
Secou a lata de cerveja em um gole e abriu outra.
- Não curto muito só sexo não... Gosto do toque, o beijo!
- Ah, mais e aquele lance brutal. Com pegada. Forte!
- Você que sou gay, solteiro, com um cara gostoso no carro, né?
- Vou parar.
Rafael abaixou o banco do carro, colocou um braço por trás da cabeça o que realçou seu músculo.
- Você me acha pegável, Jotha?
- Que pergunta. Claro que sim... Cara se te pegasse te destruiria!
- Nossa, que disposição é essa?
Os primeiros raios de sol começaram a aparecer fora do carro de Rafael. Eu já estava cansado. Minha cerveja havia esquentado. Rafael estava quase cochilando no banco do carro.
- Acho que vou indo...
- Vou te levar em casa.
Ajeitou o banco, bebeu a cerveja. Ligou o carro. Ele me deixou no portão de casa. Quando sai, ele abaixou o vidro do carro.
- Vai aparecer lá em casa hoje, ou eu te assustei?
- Vou sim.
- Leva sunga. Tem piscina!
- Agora que vou mesmo... A desculpa que precisava para te ver seminu.
- Cara você é uma figura, durma bem. Bons sonhos!
- Você também!
Cheguei em casa nem tomei banho, já deitei e dormi. Não precisaria sonhar. Aos poucos meus anseios e vontades estavam se concretizando.
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Continue acompanhando... Comentando. Opine, vote... E até sexta-feira que vem. Aquele abraço!
Jotha ;-)