Adestrando Betão (Uma FanFiction) - 01

Um conto erótico de Gordin.leitor
Categoria: Homossexual
Contém 5950 palavras
Data: 23/08/2016 16:52:37

*Boa tarde pessoas, voltando com esse projeto, sei que pode não agradar, mas de qualquer forma vou lançar dois capítulos por semana, toda segunda e sábado! (Não postei ontem por problemas técnicos)

Peço que leiam a explicação que dei para construir esta história, obrigado desde já! Abraços.

P.S.: Estou preparando um capítulo especial do meu último conto, responderei aos comentários do último capítulo de "Entre o céu e a terra" neste especial! Beijos e até sábado!

*E-mail: gordin.leitor@yahoo.com.br

*Esta fanfiction que pretendo escrever perpassa pelos meus momentos como leitor deste site. Há muito tempo que acompanhava outro site de contos eróticos, que de vez em quando me brindava com histórias que não são simplesmente de fodas, deixando claro que não tenho nada contra elas já que li várias com o passar do tempo, mas aqui na CDC descobri outro mundo cheio de personagens interessantes, intrigantes, o contato dos leitores com os escritores entre outras coisas. O primeiro conto que li aqui foi o do Brother do Orkut, devo dizer que esse já me conquistou de primeira com a história bem escrita, tudo muito bem amarrado, os diálogos interessantes e engraçados, enfim me vi apaixonado por essa história. Por meio do perfil do escritor desse conto, fui descobrindo outras histórias como Ladrilhos, O Lutador e o Loirinho (que infelizmente parecem estar abandonados), O que a vida me ensinou da minha amiga Nara M e fiquei ainda mais apaixonado por todas elas. Todos esses autores têm meu mais imenso respeito por criarem séries que nos falam do dia-a-dia que nos mostram uma comunidade gay como pouco se vê por aí, uma onde ainda há a possibilidade de amar. Acredito que foi por isso que a história a seguir me comoveu a ponto de me fazer escrever, pois ela nos coloca frente a uma realidade cruel, onde os monstros não só existem como nos querem fazer mal apenas para sentir prazer. Acredito que pessoas ruins existem sim, aos montes e essa verdade me persegue de tal maneira que vi toda a história como realidade, mesmo o autor dizendo que nem tudo ali o era, que havia pitadas de ficção, mas enfim o Matheus909 me pegou com o Betão e Ricardo, dois personagens impares, carismáticos, complexos e sofridos. Me vi torcendo muito pelos dois e mesmo vendo alguns indícios de uma possível reviravolta, que lhes daria um fim triste decidi acreditar que o autor não faria isso conosco.

Não sei se me considero escritor, não ainda. Meus modelos aqui da casa são os autores que já citei acima, estou sempre ligado acompanhando suas últimas atualizações e torcendo que eles não sumam como muitos aqui na casa fazem, mas me vi compelido a escrever isso. Sem querer desrespeitar o autor e sua genialidade, mas por que achei que o final que foi dado aos personagens não foi justo. E assim como vejo pessoas criando fanfictions dos mais diversos assuntos a minha será sobre o conto ou série: Adestrando Betão, desde já me desculpo se não sou tão bom como o Matheus, se não saberei como deixar essa história de acordo com a expectativa dos leitores, mas preciso escrever para poder enterrar essa história, para pensar em Betão sem ter vontade de chorar, para pensar em Ricardo sendo feliz ao lado do seu amor. É isso gente. Agradeço a Casa dos Contos por nos dar a oportunidade de conhecer tantos autores e leitores maravilhosos. Obrigado desde já. Grande abraço a todos que lerem essa história.

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Sete anos haviam se passado desde que Betão sumiu sem deixar rastros, Ricardo já havia esgotado todas as possibilidades de encontra-lo por meios lícitos e ilícitos. Mas ele não desistia de esperar por seu homem, o pior de tudo é que não se tratava de um simples desaparecimento. Isso por si só já é um grande baque, mas a perspectiva dos sofrimentos, humilhações e indignidades que Betão estaria sofrendo nas mãos de Cristóvão, Fred e outros capangas, era isso que martelava na cabeça de Ricardo e lhe apertava o coração. Todas as vezes que tinha o prazer de deitar numa cama limpa e cheirosa, se perguntava como e onde Betão estaria dormindo, sempre que experimentava uma comida gostosa se punia, pois tinha certeza que Betão estaria passando fome, sede e frio. Esse desaparecimento conseguiu minar muito de sua saúde mental, pesadelos ele teve aos montes e todos mostravam Betão sofrendo, um em particular lhe fazia enregelar até a última gota de sangue, neste pesadelo ele via Betão ser estraçalhado por uma matilha de lobos que tinha como chefe um lobo de pelo branco.

Por causa de sua insônia ele se viu na necessidade procurar ajuda psiquiátrica, um colega seu lhe indicou um de confiança, depois de duas visitas ele o encaminhou a um psicanalista que impressionado com a história que o paciente lhe contava, não pode deixar de levantar a hipótese de uma possível psicose. Que logo foi descartada, pois nenhum outro comportamento de Ricardo demonstrava essa tendência. O psicanalista ficou feliz ao perceber que Ricardo melhorava com o passar das consultas, mas ainda permanecia fixo na ideia de esperar por Betão ou Beto como ele o chamava pelo tempo que fosse necessário, nessa hora o psicólogo fez uma pontuação:

- Mas e se ele nunca aparecer? – Perguntou Wagner o psicólogo querendo compreender um pouco mais daquela situação.

- Eu não consigo imaginar essa hipótese, tenho certeza que ele vai voltar. – Ricardo respondeu de pronto, por mais que a possibilidade de não ver nunca mais Betão lhe causasse uma dor enorme no peito, ele compreendia as pessoas à sua volta que lhe perguntavam sobre isso.

- Vamos pensar um pouco na situação: Você me disse que ele tinha algumas condutas criminosas quando estava sob a influência do avô e dos capangas, disse também que você foi testemunha ocular do comportamento bárbaro dele em algumas ocasiões, o que te faz pensar que ele, neste exato momento, não está se comportando dessa maneira? E mais, sua conduta não me deixa crer que você seria conivente com este tipo de comportamento, você seria capaz de aceita-lo de volta se soubesse que ele voltou a ser o mesmo monstro de antes?

Ricardo se pôs a pensar, as palavras ditas faziam total sentido, pois sob a influencia maléfica de Cristóvão, Beto era capaz de atrocidades inomináveis. Só conseguiu pensar em uma resposta certa: - Aceitaria sim, ele mudou uma vez e isso poderia acontecer de novo. Eu sei que o amor que nós vivemos foi maior do que todo o sofrimento de antes e isso me faz estar aqui, estou me preparando para aguentar o rojão quando ele voltar. E isso vai acontecer. – O homem não argumentou mais nesse sentido, pelo menos não naquela sessão, passaram a outros assuntos. As sessões ajudavam Ricardo a lidar com a culpa e com a dor da perda, pois a verdade é que ele nunca superou o fato de ter sido ele a insistir que Beto fosse de encontro a sua família.

Ricardo iria visitar sua família no interior naquele fim de semana, estava ansioso por rever sua prima e o marido dela, eles eram bons amigos e sempre o faziam sentir-se melhor, Ana por muito tempo tentou fazer com que o primo se sentisse bem por lá, já que ela creditava a ele a sua felicidade, pois foi através dele que Betão viu que tinha errado ao currar Carlos a mando do seu avô e, essa parte da história ela nunca soube, até depois por ajuda-lo a se tornar prefeito daquela cidade.

Ricardo preferia ir dirigindo até o local, pois gostava de se distrair desta forma. Desde que começou a trabalhar como promotor, contava nos dedos os momentos de descanso que tinha o que lhe rendeu muito apreço por partes de juízes e políticos das redondezas e inclusive de outros estados próximos. Na viagem de aproximadamente quatro horas que ele fazia de Salvador à cidade onde sua avó morava, passava por diversos lugares, mas nunca se furtava de passar a casa que serviu como ninho de amor para ele e Beto, sempre fazia esse desvio que lhe deixava na estrada por mais tempo, ele não ligava sempre que via a casa sentia um enorme aperto no peito, mas sentia também saudades de um tempo onde ele se deixou levar pela esperança de ser feliz junto do homem que amava e ama.

Antes de chegar ao local visualizou uma pequena mudança na fachada do local, aquilo o assustou muito, pois desde que Betão sumiu, aquele lugar estava intocado, só que agora a vegetação havia sido podada, a fachada recebera uma pintura e ele viu os trabalhadores mudando o portão que a muito já haviam pichado e depredado de tantas formas que era ainda uma surpresa que continuasse de pé. Ricardo desceu sentindo que seu coração doía ao bater e se informou com um dos homens:

- Boa tarde moço, o dono do lugar está ai? – Ele perguntou na esperança de receber uma boa notícia.

- Doutô, ele acabô de saí. Mas acho que volta logo. – O rapaz falou lhe olhando.

- O doutô é amigo dele? – O outro trabalhador quis saber.

- Sou sim, vou esperar ali no carro enquanto ele volta. - Deu um sorriso nervoso.

- Se o Doutô quiser esperar ali na varanda, acho que num tem pobrema não. Tem uns homi capinando lá dentro.

Ricardo apenas sorriu, foi até o carro e pegou seu celular e os óculos escuros. Ao adentrar na chácara viu o que o descuido foi capaz de fazer com aquele lugar que antes era o paraíso na terra para ele, mato muito alto, os rebocos da parede caindo, muitas pichações, cachimbos de craque por todo o lugar, o cheiro de urina e fezes lhe enjoou, chegando mais próximo da casinha seus olhos marejaram, seu queixo tremeu e ele se apoiou em uma árvore para não perder o equilíbrio, de repente um gato cinza pulou ao seu lado fazendo barulho e ele quase não se conteve, deu um grito baixo, mas a saraivada de risadas dos trabalhadores de lá lhe pegou em cheio. Sentou-se na varanda olhando para o céu, o sol forte lhe deixava tonto ou podia ser a emoção de rever o lugar, um pedaço de Beto, um pedaço do amor dos dois.

Esperou por dez minutos e viu um homem baixo e magro, mas limpo e bem arrumado entrar a propriedade falando algo com os rapazes que trocavam o portão, eles acenavam apontando para a casa, o homem andava devagar e toda a esperança que ele teve que o dono ainda fosse Beto se esvaiu, as decepções que ele sofria repetidamente neste caso lhe machucavam muito, mas ele aprendeu a disfarçar com o tempo, quem sabe o homem poderia lhe oferecer uma pista do paradeiro de Betão, pois ele mesmo já havia procurado a certidão daquela propriedade em vários cartórios da região, porém nunca a encontrou. O homem disse um “Boa tarde” cordial e pela maneira de falar, Ricardo percebeu que aquele homem sabia conversar, fez uma volta enorme puxando assunto, por vezes sendo até indiscreto, mas sua argumentação como promotor o havia viciado e em alguns momentos ele precisava se controlar para não transformar uma simples conversa em um interrogatório.

- Eu era muito amigo do antigo dono, o senhor o conheceu? – Ricardo perguntou com sentindo a esperança lhe encher o peito.

- Na verdade não, consegui o contato de uma pessoa da família que disse que o imóvel havia sido abandonado depois que ele sumiu. – Ricardo engoliu em seco.

- Entendo, então toda a transação foi feita com este familiar do rapaz desaparecido?

- Sim, a irmã dele que me vendeu, o senhor deve conhecê-la, não é verdade?

- Sim, conheço a Isabela – Pelo menos era esse o nome que lembrava de ter ouvido.

- Sim, foi ela mesma que me vendeu isso aqui. – Igor, o novo dono, falou depois de perceber que o rapaz não mentiu ao dizer que conhecia a família.

- Entendo, muito obrigado por me receber, tenho que seguir viagem agora. Espero que aproveite essa casa, ela foi muito importante pra mim. Vivi aqui os melhores dias da minha vida. – Seus olhos voltaram a marejar, Igor que não compreendeu de imediato e ofereceu uma água para o homem a sua frente. Ricardo aceitou, mas apenas pela possibilidade de entrar novamente na casa, não esperava ver muita coisa já que a parte de fora tinha sido invadida por vândalos e animais vadios, mas ao menos poderia reavivar na memória os traços do lugar.

O que viu primeiro foi o sofá onde chupou Betão pela primeira vez, viu ele puído e mal cuidado, com um jeito de que desabaria a qualquer momento. Olhou em volta e viu a mesa de jantar onde eles tinham jantado diversas vezes. O homem voltou com um copo de água e viu que Ricardo deixava rolar as lágrimas livremente.

- O senhor está bem? Precisa sentar? – Perguntou preocupado.

- Desculpe senhor é que são muitas lembranças. – Deu um riso que cortou o coração de seu interlocutor – Posso ver a suíte? – O novo dono apenas fez que sim com a cabeça, não entendia o que se passava, mas seu coração era nobre o suficiente para não zombar da dor alheia seja lá de que natureza fosse. Ricardo andava chorando, sua visão turvou ao entrar no lugar que se tornara apenas um arremedo da suíte onde ele se entregou a primeira vez para o seu amor. Olhou em volta e viu os moveis comidos pela ação do tempo, das traças, dos cupins e pelo desuso. Um rato gordo passou de um lado para o outro do quarto lhe causando um sobressalto, mas ele olhou tudo em volta assim mesmo. Uma coisa lhe chamou atenção ao lado da cama, parecia ser uma fotografia. Ele a pegou nas mãos, assoprou para tirar a poeira, depois usando a camisa limpou cuidadosamente e finalmente o rosto de Betão apareceu. Em uma das poucas fotos que os dois tiraram juntos, atrás da fotografia já meio desbotado estava escrito em um garrancho: “Eu e meu franguinho”, a explosão de lágrimas foi tão forte que ele precisou se segurar novamente na parede mais próxima para não se deixar cair. O amor que ele sentia era ainda tão forte e verdadeiro, tão vivo que era a única coisa que lhe mantinha longe da morte e da insanidade.

Guardou a fotografia com cuidado no bolso da camisa, e foi saindo ainda com o rosto vermelho, ainda bem que havia entrado com os óculos escuros, pois assim poderia disfarçar um pouco aquela situação. Igor o acompanhou até o carro, se despediram amigavelmente e Ricardo seguiu viagem para a casa de sua avó. Antes de chegar parou novamente no acostamento da estrada, tirou a foto e leu a inscrição, chorou como somente uma criança magoada chora. O desamparo que sentia naquele momento não podia ser comparado a nada. Abraçou a foto por mais de meia hora, quando conseguiu voltar a si, limpou-se, assoou o nariz, guardou a foto com todo o cuidado numa pasta que ele carregava no porta luvas. Algumas insistentes lágrimas teimavam em descer, mas seu pranto agora era coberto pelos óculos, pensou em passar pela cidade e dar um tempo em algum lugar até seu rosto desinchar e depois seguir viagem.

Na entrada da cidade sentiu o vento quente lhe acordar das milhões de lembranças que povoavam sua memória, tentou refazer o trajeto que o levou até tirar aquela foto, o dia que haviam passado juntos, as vezes em que achava a inocência de Beto algo tão angelical, mas imediatamente a dor o tomava, pois era automático lembrar-se dele e pensar no que sofria, que métodos Cristóvão teria empregado para lhe fazer sentir dor, quais as humilhações teria passado. Se Ricardo soubesse, talvez não dormisse nunca mais, mas mais a frente falaremos disso. O que se sucedeu após estes pensamentos lhe deixou um pouco assustado, passou em frente à chácara dos Mattos como sempre fazia, mas desta vez a casa não estava fechada como sempre, uma moça saía de lá. Notava-se pelo seu jeito de vestir que não se tratava de uma empregada doméstica da residência, a não ser que eles estivessem pagando os serviços a peso de ouro, ele seguiu a jovem no carro vagarosamente, no entanto notou que a mesma começou a acelerar o passo. Quando ela começou a correr ele pensou que ela soubesse de sua identidade e estava fugindo para não lhe dar nenhuma informação do paradeiro de Beto. Aumentou então a velocidade, mas ela entrou em uma viela que só passariam bicicletas, percebeu que ela se prostrou mais a frente do caminho chorando e decidiu ir ter com ela e saber o que se passava, quando se aproximou um pouco, ele estava bem vestido e com óculos de sol, ela disse:

- Diga a ele que já consegui o dinheiro e vou enviar ainda hoje, não precisa de violência, por favor! - Isabela desatou a chorar novamente, mas sabia que se fosse mesmo um dos capangas do avô isso não o demoveria de lhe fazer mal, mas não custava nada tentar já que aquele ela nunca tinha visto.

- Calma moça, eu não vim cobrar nada! Do que você está falando? – Isabella parecia estar um pouco perdida, sem saber o que aquilo significava. Não estava habituada a ser tratada com cordialidade, recentemente seu pai havia falecido por problemas no coração, achou que estava mais assustada que o normal por conta disso. Ricardo continuou: - Olha só, eu me chamo Ricardo. – Quando ele se apresentou ela arregalou os olhos e ele percebeu que ela sabia de algo. – Estava passando na frente de sua casa e lhe vi andando, quando percebi você já corria.

- É... Me desculpe... Eu fiquei assustada, pensei que fosse outra pessoa!

- Quem? - Quis se fazer de desentendido.

- Se você é quem eu penso que é, então deve saber quem eu imaginei que me seguia. – Ela respondeu enigmática.

- Ele ainda aparece por aqui? – Ricardo sentiu o sabor amargo do ódio poluir sua saliva e engoliu em seco ao lembrar do velho.

- Não, desde que o Bet... Desde que... Devem ter cinco anos ou mais que ele não aparece, mas suas crias sempre vêm por aqui...

- Isabella, onde você ia? Talvez eu possa lhe oferecer uma carona a você e tirar algumas dúvidas. – Novamente ele tentou.

- Desculpe, mas é melhor que não nos vejam juntos, ele pode saber e descontar no... E não gostar, vamos fazer o seguinte: Sua família mora no roça XXXXX? É na casa de D. Mariana?

- Sim, é lá mesmo!

- Vou ver se consigo despistar minha mãe e aparecer por lá mais tarde, mas não posso prometer. – Ela limpou a face.

- Tudo bem, mas, por favor, faça o possível. Tenho algumas perguntas para lhe fazer. – A moça assentiu e ele lhe entregou um cartão com vários telefones de todos os lugares em que ela poderia encontra-lo, Ricardo não ponderou o perigo que poderia estar correndo ao se meter novamente naquela família, nem sabia que isso poderia impactar diretamente no tratamento que Beto recebia. Chegou ao sítio de tarde, todos os moradores que o conheciam estavam lá a sua espera, ele cumprimentou a todos um pouco mais alegre, pois o encontro com a irmã de Betão lhe havia acendido uma fagulha de esperança de que o pesadelo terminasse. Ana notou que ele estava um pouco mais animado e mais tarde junto com Carlos lhe perguntou:

- Você está diferente primo, parece que está menos carrancudo. – Ela falou e Carlos concordou com a cabeça, ele havia se tornado um homem bastante interessante desde que conseguiu a prefeitura, nunca fora feio, mas agora umas gordurinhas que lhe apareceram lhe puseram na pele um viço que ele não possuía antes. Ele completou:

- Parece que viu passarinho verde. – Falou sorrindo.

- Que nada – Entre risos – Estou como sempre, só estou feliz por rever todos aqui, vocês ficam hoje aqui no sítio?

- Não, mas voltamos amanhã cedo para lhe ver. Por hoje você fica a sós com nossa avó, tudo bem? – Ana falou.

- Claro, vocês sabem bem que eu adoro a companhia de D. Mariana. – Conversaram amenidades por mais tempo, mas os dois tinham assuntos que não gostavam de tocar ele preferia não falar sobre Betão com a prima, já que ela sempre dava o conselho errado e ela preferia não falar sobre os filhos que nunca vieram em seu casamento, neste assunto não se calava somente com Ricardo, mas com toda e qualquer pessoa que tentasse dissolver essa enorme mágoa que carregava. Ana e Carlos foram embora depois do jantar divertido que aconteceu no sítio, Ricardo terminou de comer e foi tomar uma água olhando para o quintal onde havia uma grande mesa de madeira, na época ele não soube, mas foi ali que ele começou a conquistar o seu homem. D. Mariana, pousou gentilmente sua mãozinha enrugada nas costas do rapaz e disse:

- Muitas lembranças, meu filho?

- Lembranças demais, só elas me restaram. – Falou com pesar na voz.

- E amor? Lhe restou? – Ela perguntou sabiamente.

- Muito.

- Pois eu acredito que é ele que move montanhas, junto da fé... Acredite!

- Eu acredito vovó! - Pensou imediatamente: “Mas seria mais fácil se eu não acreditasse”

D. Mariana logo se recolheu, depois de lavar algumas louças. Ele por outro lado não conseguia dormir, ainda era muito cedo. Foi até seu carro e achou uma carteira de cigarros, pegou um isqueiro Zippo e foi sentar na escuridão. Ricardo não era fumante ativo, às vezes fumava quando tomava uma ou outra cerveja ou quando estava muito nervoso, sabia que não era um bom hábito a cultivar, mas se dava ao luxo esses pequenos prazeres. Deu uma tragada muito funda no cigarro para acendê-lo, sentiu a tontura característica do momento já que fazia mais de seis meses que não fumava, tragou a fumaça com prazer e viu o desenho que ela formou logo acima de si quando a soltou.

Pensou em seu apartamento em Salvador, que tinha que mandar consertar alguns ladrilhos do banheiro, a verdade é que Ricardo usava seu apartamento mais como dormitório do que como qualquer outra coisa, desde que Betão sumiu ele pensou em se mudar, pois o lugar o lembrava da ausência de Beto, tinha seus cheiros e isso o machucava, mas sempre que pensava em se mudar do lugar pensava: “E se ele volta e não me encontra aqui?” a verdade é que hoje em dia poderia tranquilamente financiar um apartamento ou casa três vezes maior que aquele, mas não imaginava como poderia abandonar aquele lugar, era como abandonar a esperança ou a própria pessoa de Beto. Estava perdido em seus pensamentos quando ouviu o barulho potente de um carro grande se aproximando da propriedade, ele estranhou, pois aquele carro era do mesmo modelo de Carlos, será que haviam esquecido algo?

Notou mesmo de noite que o modelo era o mesmo, mas não da mesma cor e mais uma vez experimentou aquele comichão na nuca, seu velho conhecido, sempre que o desconhecido lhe aparecia a frente ele sentia aquilo, por exemplo, ao olhar para um homem muito musculoso na academia, até que ele visse que não era Betão o comichão permanecia, ou quando estava de costas e uma voz que não conhecia lhe chamava pelo nome, mais comichão, somente uma vez sentiu dormência estava ligeiramente embriagado de umas caipirinhas e alguém gritou perto dele: “Espera aí franguinho”, adormeceu até a coluna quando ele se virou era um rapaz que em nada lembrava Beto e gritava para outro que parecia ser seu irmão. Mas naquele escuro do mato os faróis do carro se aproximando, o porte do automóvel... Tudo lhe fez lembrar dele, quando viu quem era quase engasgou com a fumaça, chegou a sentir a quentura nos lábios tamanha a força que tragou.

- Desculpe, mas só agora pude vir, minha mãe dormiu há pouco. – Isabela se justificou.

- Tudo bem, posso lhe oferecer alguma coisa para beber ou comer?

- Não, eu estou bem. Podemos entrar? Não convém sermos vistos juntos. – Ricardo ponderou e pensou de quem diabos ela podia estar falando, mas se havia aprendido algo no trato com Beto era a não desdizer as neuroses deles. Entraram e sentaram-se à mesa do quintal, ele pousou os cigarros a sua frente e ela acendeu um sem lhe pedir.

- O que você sabe sobre o desaparecimento do meu irmão?

- Provavelmente muito menos que você. – Ele resolveu testar o terreno.

- Vocês eram amigos? – Notava-se a cautela com que ela perguntava as coisas.

- Pode-se dizer que sim. – Estava nervoso e por isso acendeu outro cigarro.

- Eu não sei onde ele se esconde. Aquele velho o mantém cativo desde criança, numa prisão que só existe na cabeça dele mesmo.

- Ricardo (fazendo o possível e o impossível para não se mostrar frágil): Betão nunca foi capaz de me explicar direito a natureza da relação deles dois.

- Acho que ninguém entende bem, eu só sei que o que ele fez e deve ainda fazer é desumano. – Ela bufou a fumaça com ódio na voz, ele também. – Da última vez em que nos falamos, ele disse que nunca vai libertá-lo e que ele nunca mais bota os pés aqui. Mesmo com a morte do nosso pai ele não parou de nos importunar. – Agora ela parecia prestes a chorar.

- Mas você sabe onde eles estão? – Jogou.

- Na verdade não, a única coisa que tenho é o numero de uma conta corrente onde deposito alguns valores para ele. – Ela falou casualmente.

- Como assim? Você ajuda a financiar a vida dele?

- Sabe Ricardo, minha mãe enlouqueceu, de verdade, está deitada na cama tão dopada de remédios que quando dorme parece morta e quando acorda parece uma boneca viva e tudo isso desde a última vez em que quis proteger o Betão, ele lhe enviou um vídeo com a tortura que realizou nele. Depois disso ela passou a alucinar, ainda hoje em dia ela chora, diz o nome dele e volta a chorar. Minha família foi toda arruinada por aquele cretino, meu pai morreu do coração, pois vivia sob a pressão e o julgo dele, eu vivo como uma indigente trancada num palácio que não me serve de nada e Beto está em pior situação de nós três, não gosto nem de me lembrar daquele vídeo, já tive vários pesadelos com aquilo. – O cigarro acabou e ela acendeu outro na bituca sem nem avisar nada, desatou a falar. – Se eu pudesse, sumia no mundo, mudava de nome, de cara de tudo, mas duvido que um dia eu poderia esquecer as coisas que aconteceram a nossa família, física e mentalmente eu fui a menos atingida, acho que ainda consigo me importar com alguém, mas meus pais perderam essa habilidade e mamãe a recuperou somente para enlouquecer.

Ricardo ouvia a tudo calado, nada do que ela falou lhe causou real espanto, a verdade é que a crueldade de Cristóvão chegava às raias do brilhantismo, sim, por que loucura poderia desculpá-lo por ser um escroto e isso ele jamais o daria, desculpa nenhuma lhe seria concedida. Mas a existência desse vídeo, mesmo se tratando de uma monstruosidade, lhe acendeu a pergunta:

- A maneira como você fala me deixa entender que Beto continua vivo, correto? ´- Ricardo suava de antecipação esperando por aquela resposta.

- Eu quero crer que sim, a última vez que ele confirmou que Beto estava vivo tem quase um ano, e foi por que mamãe começou a gritar histericamente no telefone. Mas não posso confirmar isso, talvez esteja ou não. Às vezes eu penso que seria melhor se ele morresse, sabe? Ao menos assim descansaria. Só uma coisa fica rodando na minha cabeça, qual o trunfo aquele velho tem para mantê-lo preso, pois eu sei que Beto conseguiria fugir de olhos fechados mesmo de uma prisão de segurança máxima e sei também que ele quebrou os grilhões uma vez enquanto vocês estavam juntos, naquela época ele devia ter matado aquele maldito. - Ricardo não disse nada, mas em sua cabeça ele concordou com o que foi dito, ele mesmo já havia revivido aquela cena várias vezes e por sua culpa o velho sobrevivera.

Ricardo não soube o que responder, ficou um tanto pensativo principalmente por perceber que ela sabia ou desconfiava da natureza da relação dos dois. Mas por fim falou: - Antes de ele ser sequestrado, uns caras meio que armaram um sequestro pra mim, acredito que ele foi com Cristóvão para me proteger. – Deu mais uma tragada funda no cigarro e soltou a fumaça lentamente, Isabella baixou a cabeça como se estivesse processando a informação.

- Você ainda sente algo por ele? – Ela quis saber.

- Eu o amo, mais que tudo! – Era somente o que ele sabia, como aquele amor se mantinha vivo e possível era demais para pensar, mas sabia que venderia a sua alma sem pestanejar apenas pela possibilidade de voltar a vê-lo com vida e bem.

- Aquele velho é pior que o Satanás, ele sabe das nossas fraquezas, acho que ele é como aqueles bichos que sentem o medo da gente e se fortalecem dele.

A conversa continuou com aquelas especulações por muito tempo, os dois sabiam que ainda era cedo, cada um tentava lembrar algo e Ricardo se deu conta que era bom conversar com alguém que ainda mantinha a esperança de rever Beto assim como ele, não perguntou o por que ela não o ajudou, talvez ela também tivesse passado por dificuldades similares as do irmão, tendo em vista que naquela família as pessoas eram afetadas pelo comportamento do velho de uma maneira ou de outra.

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Longe da Bahia em um lugar ermo ficava uma casa que parecia ser luxuosa para quem a via de fora, mas que por dentro se deteriorava a olhos vistos, para os poucos empregados que se atreviam a entrar nela. A casa era composta por cinco quartos, no maior e mais arejado Cristóvão dormia inquieto, sabia que a sua fortuna se esvaia rapidamente, ele que antes tivera bens nos mais diversos lugares do país, bem como imóveis, joias e até mesmo dinheiro em contas no exterior via seu patrimônio ruir pouco a pouco com as burradas que seus subordinados andavam fazendo, Fred continuava sob seus serviços, mas ele agora além de ser seu “Capitão do Mato” era uma espécie de administrador dos negócios, alguns legais e outros escusos, em que eles se metiam.

Fred não se poupava da oportunidade de contrabandear algumas peças de valor que lhe caíam em mãos nos últimos tempos e das mercadorias que Cristóvão comprava e vendia, mercadorias essas que iam de cargas roubadas a pessoas e até algumas crianças que ele vendia, essas davam um lucro enorme. Tudo isso ele fazia sem o conhecimento do patrão e nem do Soldado como ficou acordado chamar Betão dali pra frente, sabia que conseguia engabelar os dois já que Betão agia no automático e Cristóvão apesar da desconfiança latente não ousava ir mais a fundo nessa busca, o pequeno lucro que Fred fazia era insignificante diante do montante que ele tivera outrora, mas agora com os negócios ruindo ele pensava que seria necessário voltar a fazer alguns serviços sujos para arrecadar dinheiro.

Não temia isso por ser um homem escrupuloso o que não o era de fato, mas agora depois que seu último bicho estava morto e só lhe sobrara Betão teria que coloca-lo na ativa de novo. Não queria fazê-lo, pois tinha medo que ele desse defeito de novo, só de lembrar do episódio voltava a lembrar o gosto de sangue na boca. Mas agora ele estava definitivamente domado, fora difícil refazer o controle que um dia possuíra sobre o rapaz, mas o fez através de torturas inomináveis.

Logo que conseguiu fazê-lo retornar ao seu julgo, foram direto para esta casa onde moravam atualmente, lá ele havia construído um cativeiro perfeito no porão da casa, foi lá a primeira sessão de tortura, ele colocou um pequeno elevador para descer até lá visto que tinha ficado aleijado depois da surra que levou na libertação do rapaz, mas ele pagaria...

Sete anos atrás:

A cena é a seguinte: Betão entra com as mãos algemadas para trás, somente de cueca, o nariz quebrado e sangrando, o supercílio aberto, hematomas pelo corpo quando é jogado violentamente escada a baixo no porão, os machucados anteriores fora conseguidos através do novo soldado que seguindo as ordens de Cristóvão havia começado a sessão de tortura ainda no carro. Fred quis assistir, mas ficou de fora da primeira vez, pois ainda sentia certo medo do rapaz se desvencilhar do “controle” do avô, mas o soldado não, este foi a forra, quebrou ossos e perfurou órgãos somente através dos golpes, Betão mesmo inconsciente continuou apanhando e muito até que Cristóvão deu a ordem para parar antes da morte. Naquela época um médico que tinha tido o seu CRM cassado por ter cometido o crime de pedofilia foi o escolhido para ser uma espécie de atendente de Betão. Cristóvão já havia decidido matar o neto depois de tortura-lo por um tempo, mas viu que o prazer que sentiu poderia ser prolongado por tempo indeterminado se tivesse alguém para remendar o “bicho”.

Foi aí que lembrou do ex-médico que conheceu e lhe fez uma proposta muito lucrativa, o Dr. Alcântara que só conhecia o significado da palavra ética, mas nunca se importou com ela, resolveu aceitar. A primeira vez que viu Betão quase sentiu pena, mas por ordens expressas de Cristóvão ele só poderia usar anestesia se tivesse que abrir o rapaz para fazer cirurgias, se não os reparos teriam que ser feitos a sangue frio. Betão desmaiava frequentemente durante essas segundas sessões de tortura, mas aguentava sem sequer gemer, estava dominado é certo, mas não daria esse gosto ao monstro que conhecia como avô.

Quando ficou curado descobriu a dor de ser chicoteado até quase não lhe sobrar pele nas costas, nos primeiros meses sempre que se recuperava, era mandado quase que imediatamente de volta à clinica clandestina que o médico mantinha a base de abortos, implantes de silicone em travestis da região, mudança de sexo e cirurgias dessa natureza quando o doente não podia ir para um hospital, Betão não foi o primeiro escravo que conheceu, sua doença por meninos já tinha lhe proporcionado momentos na presença de outros escravos, mas era a primeira vez que via um daquele tamanho e daquela idade. Pensou em como seria prazeroso subjugar um escravo como aquele, com aquele corpo, com aquelas cicatrizes e com aqueles olhos vulneráveis, chegava a deixar que ele descansasse um pouco mais antes de voltar para o avô, só para apreciar a submissão em seu estado mais concreto, ele acreditava que Betão não tinha mais vontade própria, nem sonhos e intelecto, acreditava que ele havia entregado tudo isso nas mãos de Cristóvão para ser usado como um objeto, mas somente uma vez encontrou indícios de uma possível agressão sexual o que o levou a crer que a relação dos dois não era dessa natureza.

Betão por outro lado não abria a boca sequer para gritar, apenas para contar as chibatadas a mando de Cristóvão, quando caia inconsciente no pau de arara, ainda recebia algumas para terem a certeza de que ele estava mesmo tão tomado pela dor que a inconsciência viera em seu socorro. O velho fora esperto, soube no momento em que Betão aceitou acompanha-lo que ele planejava sua fuga e possivelmente a morte de todos os envolvidos com ele, mas ele libertou Ricardo somente por um tempo, quando chegaram ao cativeiro ele pode ver que os capangas do avô continuavam a seguir Ricardo de longe e que qualquer passo em falso de sua parte: “O frango é que paga”, desistiu imediatamente de toda e qualquer resistência por Ricardo ele seria capaz de enfrentar o próprio capeta.

No fundo de sua cabeça ele apenas repetia: “Me espera franguinho, eu volto para você!”

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Comentários

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Lágrimas de felicidade pela volta dessa história q cativa qualquer um

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Nossa, esse conto l mim foi um trauma msm. O texto aqui ta incrível.

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Meu amigo lindo para tudoooo vc sempre me surpreendendo bjs seu l indo♡♡♡♡

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E eu tinha pulado a explicação no começo. Desculpa, tava tão ansioso pra ler (embora já tenha lido pelo email que você me mandou) que pulei. Vi você me babando e sendo exagerado como sempre. Você é um grande escritor e merece todo meu respeito. Fico feliz por além de ter você como escritor, ter você como amigo, que me atura e tudo mais. Abraços, cara :)

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Tenho acompanhado seus contos, e vc escreve de maneira maravilhosa, em todos eles e bom quando vc postou esse texto fui procurar o outro e ele é realmente maravilhoso. Ansiosa pela continuação.

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Bom, não li o conto narrado por Matheus, então meu lindo, estou mais perdido que cego em tiroteio. Rs eu li todo esse capítulo mesmo sem saber do que se tratava, mas pude compreender algumas coisas superficialmente.rs isso se dá por eu não ter tido contato com a história desde o inicio.

Eu li porque confio em você e sei que és um ótimo escritor, mas não gosto de narrativas com esse teor. Mas vindo de você, supero qualquer coisa kkkk

Beijos seu lindo.

Sou seu fã já!!!😍

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Não acredito! Eu dá louca para ler um final feliz entre eles mas nunca achei que alguém seria capaz de escrever algo que chegasse perto dá perfeição do Matheus! Mas existe você! Parabéns cara, só por essa intro já deu pra perceber que você vai fazer o final que eles merecem!

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Engraçado lilinho, que se o Gordin não desse essa introdução explicando o posicionamento dele a cerca do que ele pretendia, geral iria cair matando dizendo que era plágio e blábláblá... mas enfim, tudo que vc escreve Thi, é fuderoso, ficou tão fiel ao conto original que parece que tô lendo a continuação feita pelo Matheus. Parabéns e vamo continuar hoje?! ♡

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Lilinho vou dar na sua cara!! Kkkk

Cara é uma abertura para uma historia q ja existe entao tem q haver toda uma ambientação e recomendo q tente ler novamente ando ele postar mais capítulos pq se conheço o thi vc nunca se arrepende de ler nada escrito por ele. Amor 💓 bjos thi!!

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Oie... Que bom q voltou e que já chegou chegando... Pqp, o capítulo tá bom por de mais... Primeiro, me referindo ao conto, depois de eu ter lido a história do Gabi e do Rafa no conto o lutador de jujitsu que também não teve fim deixando muitas lacunas em aberto, até q não sofri tanto com a história em si, mas fiquei puto com esse tal de Matheus por saber as informações de como eles ficaram após o último episódio narrado por ele e o cara não posicionar minimamente que fosse os seus leitores. Mas enfim, ainda bem que temos nosso gordinho delícia pra fazer isso maravilhosamente bem, ainda que de forma fictícia, pra nós. Quanto ao capítulo... Chorei horrores com ele voltando ao refúgio do betão... E quando ele pede pro franguinho esperar por ele também... Bom, agora ficou claro o motivo de o porquê ele que é todo fodastico não ter fugido. Adorei o encontro com a irmã... Creio q juntos eles serão mais fortes pra encontrar o amor do Ric. Quero esse avô do Beto sofrendo muito hahaha...enfim, que venha o próximo capítulo... Do pra constar, minha ansiedade de meta com contos apenas na segunda e sábado hahaha já estou sem unhas aqui de te esperar esses dias, vou ficar é sem dedos até o fim do conto hahaha Lindão, continua que ta muito bom, vai ser bacana ver um final que eu espero q seja feliz pra essa história... Quanto ao reclamões de plantão... Procurem outra coisa pra ler se o conto não agrada ou procure outra coisa mais útil a se fazer do que depreciar o trabalho das pessoas. Continue com capítulos enormes que adoro e foda-se os incomodados hahaha Um abraço bem apertadinho queridão... E volta logo por favor haha

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Você é incrível, já conseguiu me prender a esse conto também! Adoro você

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Lilinho, é meio incoerente você reclamar disso sendo que está em um lugar de leitura ? Siga reto e não venha com esse tipo de argumento contraditório. O autor concerteza não precisa de um leitor como você.

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Adorei sua iniciativa Gordin, foi um dos meus primeiro contos aqui e fiquei muito triste que não houve um final digno, assim como o conto que considero como o percursor de todos os daqui: Apaixonado Por Um Pitboy, que soube a pouco tempo que faleceu, lamentavel. Enfim, vou passar a acompanhar essa fanfic porque acredito no seu potencial rs, abracos man...

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Nossa! Fiquei muito feliz quando vi sua iniciativa. Muito bacana mesmo. Achei bem didático e explicativo, o que pode soar cansativo num primeiro momento, mas é superável. É uma estória muito forte e, dadas suas outras, estará perfeita em suas mãos. Parabéns pela ideia. Irei acompanhar! Abraço

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