CAPÍTULO – 12
Os quatro se dirigiram ao “quarto” de Cristóvão, Isabella entregou máscaras cirúrgicas a todos ali, Rômulo e Beto se entreolharam sem entender absolutamente nada, colocaram a máscara de maneira displicente, ao abrir a porta o bafo quente e fedido do ambiente lhes pegou em cheio, mesmo com as máscaras o cheiro estava insuportável, tanto que os rapazes engulharam de nojo pelo odor.
- O que é isso? – Rômulo perguntou horrorizado, enquanto Beto estava absolutamente petrificado com a visão.
- Ele está pagando por tudo que fez conosco! – Isabella tomou a frente ao perceber que Ricardo olhava para Beto com uma feição de medo.
- Mas... – Beto tentou articular algo para dizer, mas saiu correndo dali, Ricardo o acompanhou.
- Beto, espera! – Os dois saíram da casa, lá fora Beto tirou a máscara do rosto quase rasgando-a e vomitou em seguida, os olhos de Ricardo começaram a arder e ele chorou. – Beto? – Ele perguntou depois que o homem parou de vomitar.
- Ricardo, que porra é aquela? – Ele perguntou limpando a boca com as costas da mão.
- Ele merece! –Ricardo falou como se se desculpasse, se pôs a chorar e como sempre Betão entrou no automático sempre que o via daquela forma, o abraçou.
- Você tá bem? – Falou baixinho acima do franguinho que tremia naquele momento, mas isso porque estava com medo dos sentimentos de Beto.
- Eu não sei Beto... – Ricardo o apertou – Eu não me arrependo do que estou fazendo, eu sei que é pesado, mas quando soube que era ali que ele te mantinha... – Sua voz foi interrompida pelo barulho de alguém vomitando, provavelmente Rômulo já que ele e Isabella haviam se acostumado com o cheiro que se desprendia do lugar.
- Continua... – Betão queria entender o que estava acontecendo e qual era a pretensão de Ricardo com aquilo tudo.
- Eu acho que surtei Beto, ele falou das coisas que fez a você... – Suspirou – De todas as torturas, de tudo e eu não consegui me conter, ele precisa pagar!
- Uma surra e depois uma bala na cabeça dele resolveria isso Ricardo! – Betão ralhou.
- Mas ele merece sofrer! – Ricardo gritou também. – Ele merece sofrer pelo tempo que ele estiver aqui na terra, ele merece sentir a fome, a sede, o medo e toda a dor que ele fez vocês passarem! – Ricardo tentava justificar aquela tortura e Beto conseguia não só concordar com ele como o compreender, mas era algo tão surreal ver o seu franguinho a desempenhar aquele papel, ele sabia que Ricardo não era uma má pessoa, muito pelo contrário, mas estava desempenhando um papel vil.
- Eu sei que ele merece sofrer –Falou pegando em sua mão – E se isso vai te fazer bem eu não vou me opor!
- Você me acha uma pessoa ruim? – Ricardo perguntou com medo da resposta.
- Não, eu só não queria que isso te afetasse dessa forma, eu fiz coisas condenáveis, mas tentei me redimir, com a sua ajuda eu entendi tudo e mudei, mas não queria te ver na minha situação, não quero que você se sinta mal com você mesmo.
- Eu te amo tanto! – Ricardo falou emocionado e se colocou nos braços de Betão, aqueles braços, aquele corpo, aquele cheiro, a voz, tudo! Tudo em Betão fazia o seu corpo acordar. – Vem aqui comigo – Ricardo chamou pegando-o pela mão, deram a volta na casa que parecia ainda acabada olhando agora. Beto adivinhando o que vinha pediu um momento correu em casa e voltou em seguida com o hálito fresco, segurou de novo na mão de Ricardo.
- O que você quer? – Beto se fez de inocente e era levado pela mão de Ricardo até próximo de umas árvores que haviam por ali, encostou o gigante a uma delas.
- Eu quero um beijo! – Ricardo falou em súplica.
Assim que se calou o baixinho segurou em seu pescoço como se quisesse subir no homem, trouxe então aquela montanha para próximo de si, a respiração de Beto estava bastante descompassada, sentiu a sua boca salivar como se estivesse prestes a comer a melhor das iguarias, a boca dos dois se encontrou e um arrepio percorreu por todo o seu corpo, segurou a cintura do franguinho e o trouxe para si imediatamente, sua língua adentrou aquela boca e ele quase chorou, o gosto de Ricardo era o mesmo, o sabor daquela língua, daquele beijo.
- Porra, como eu te amo! – Beto deixou escapar enquanto virava o rosto do amado gentilmente na outra direção para que pudessem beijar como antes.
- Eu também meu amor! – Ricardo pulou e Beto o segurou, os lábios se encontraram mais uma vez enquanto se beijavam, o desespero daquele beijo e daquela saudade estavam finalmente sendo saciados, os dois se completavam. – Eu te quero tanto meu amor, tanto! – Ricardo se permitiu ruir naqueles braços, ficou indefeso, Beto o encostou no tronco da árvore com força, Ricardo gemeu.
- Hoje a gente dorme juntos! – Sentenciou.
- Hoje e pra sempre! – Ricardo sugou sua boca novamente.
Os dois estavam se pegando, mãos por dentro das blusas, a vontade enorme de sentir a pele um do outro, a loucura que era estar ao lado um do outro, tudo aquilo, toda aquela loucura.
- Vamos agora nesse mato! – Ricardo falou arfando.
- Calma franguinho, nós estamos há muito tempo sem fazer nada, os dois virgens – Falou rindo e com as testas encostadas uma na outra. Ricardo se sobressaltou, mas ficou calado, ele sabia que Beto era um homem ciumento e apesar de tudo não queria tratar daquele assunto naquele momento.
- Tudo bem meu amor, mas hoje a noite você não escapa! – Ricardo sentenciou.
- Nem vou tentar! – Voltou a beijá-lo, os dois se abraçaram forte.
Voltaram de mãos dadas à casa, se olhavam e pareciam não acreditar que estavam novamente juntos, chegaram ao batente da casa e como se não fosse o bastante os dois sentiram o odor terrível daquela casa, foi como ser arrancado de um sonho, a realidade os chamava. Sentaram no alpendre que rodeava a casa, Rômulo os alcançou.
- Estavam aonde? – Perguntou fazendo piada.
- Fomos conversar! – Beto respondeu de imediato.
- Seeei, conversar... – Rômulo sorria ao ver os dois juntos.
- Cala a boca idiota! – Betão ralhou sorrindo – Cadê a Isabella? – Ele perguntou.
- Disse que ia tomar banho – Falou envergonhado – Tenho que conversar melhor com ela. – Falou por fim e baixou a cabeça.
- Foi o velho, não fica assim não! – Beto se adiantou.
- Mas eu que fiz... – Rômulo mexeu a boca em sinal de tristeza.
- Tu não teve escolha Rômulo, ela vai entender! – Ricardo entendeu o que se passava ali, o medo que Isabella sentiu quando ele se aproximou da primeira vez e como tudo fazia sentido olhando agora a situação como um todo.
- Tomara mesmo. – Ele falou.
- Terminado isso aqui – Beto falou – A gente volta pra Bahia. – Começou a falar.
- Beto, só tem uma coisa que nós dois estávamos esquecendo.
- O que? – Falou estranhando.
- O Alcântara! – Rômulo falou e Ricardo olhou para os dois sem compreender.
- Aquele escroto! – Beto falou com raiva lembrando de todas as vezes que sofreu as dores das cirurgias e intervenções que passou naquele tempo todo.
- Que é que tu acha da gente ir lá amanhã? – Rômulo falou com raiva.
- Vamos sim!
- Espera, quem é esse? – Ricardo se meteu.
- Melhor não dizer nada pra ele, sabe-se lá que ideias ele pode ter! – Rômulo disse provocando e Ricardo baixou a cabeça.
- Ei prego! – Betão bateu no abdômen de Rômulo com as costas da mão.
- Ninguém tá julgando vocês não Ricardo, fica de boa! – Rômulo falou como se se desculpasse.
- O que a Isabella tá fazendo aqui? – Beto perguntou, como se lembrasse daquele detalhe naquele exato momento.
- Depois que ficou sozinho, ele mandou busca-la para ficar aqui, cuidando dele. – Ricardo explicou.
- Mas e o pai e a mãe? – Betão perguntou confuso. Ricardo segurou em sua mão e apesar de saber que a relação deles não era nada saudável ainda assim procurou a melhor maneira de dar aquela notícia, olhou para os lados e então disse:
- Eles... – Respirou fundo e olhou nos olhos de Beto – Eles morreram, osDe que? – Beto perguntou de forma corriqueira.
- Seu pai morreu do coração e sua mãe teve problemas mentais e morreu. – Abraçou o tronco daquele homem gigante.
- Entendi... – Beto mexeu as sobrancelhas, olhou para Ricardo e em seguida para Rômulo, sorrindo amarelo para os dois e sentou no batente da entrada da casa.
- Você tá bem? – Rômulo sentou ao lado do amigo.
- Eu vou ver como a Isabella está... – Ricardo avisou depois de dar um selinho em Beto que parecia estar perdido.
- Tá bem! – Beto segurou a sua mão e em seguida o franguinho entrou na casa.
- Tu tá bem cara? – Rômulo insistiu assim que ouviu o barulho da porta se fechando.
- Tô... – Beto falou sucintamente.
- Se quiser conversar...
- Cara, a gente tem que matar o velho! – Beto o cortou.
- Mas ele tá morrendo. – Rômulo falou confuso.
- É, mas tá demorando muito!
- Não me diga que tu tá com pena do teu avô! – Rômulo falou um pouco mais alto.
- Tô com pena é do Ricardo e da Isabella! – Olhou para o amigo – Tu se sente bem sabendo que já torturou uma porção de pessoas? – Falou lhe olhando.
- Não... – Rômulo admitiu.
- Nem eu, e a gente é preparado pra isso, imagina como é que tá a cabeça deles dois... – Beto falou olhando para os próprios pés.
- Falando assim... – Rômulo concordou por fim.
- A gente dá um tiro nele e adeus, depois bota fogo nessa casa e...
- A gente devia mesmo era vender essa casa, ela é bem localizada, dar o dinheiro pra tua irmã recomeçar a vida dela. – Rômulo falou sem olhar diretamente para Beto.
- Pode ser, mas temos que limpar isso aqui tudo! – Beto lembrou do cadáver de Fred dentro da parede.
- Nós dois conseguimos ajeitar isso bem rápido, o que tu acha?
- Vamos sim! – Os dois deram as mãos, Beto olhou para dentro de casa e puxou o amigo para mais perto. – Me diz uma coisa, no tempo em que tu vigiava o Ricardo tu soube dele com algum cara? -Betão perguntou um pouco mais baixo e olhando para a entrada da casa.
- Cara... – Rômulo considerou. – Conversa com ele...
- Porra! – Beto levantou de um pulo, mas ficou parado. – Ele ficou com outros caras, né? - Olhou em volta da paisagem.
- Beto, eu sei de um cara, só e ele não se envolveu mesmo com o tipinho, saíram umas duas vezes e só. – Rômulo procurou lembrar de outras coisas, afinal a amizade entre os dois era munida pela confiança.
- Droga! – Beto estava mais triste do que com raiva.
- Beto, eu sei que é foda, mas o cara passou mais de sete anos sem saber se tu estava vivo! – Rômulo levantou e se pôs ao lado do amigo.
- Porra cara, mas sei lá, ele é meu! – Beto se virou – Vem, vamos andar um pouco.
- Tá legal. – Os dois saíram andando pela propriedade.
- Tu tem certeza que foi só essa vez? – Betão perguntou.
- Beto, certeza absoluta eu não tenho porque na verdade quem vigiava ele era uma gangue lá em Salvador, mas as vezes que eu o vigiei ele não estava com ninguém, sempre trabalhou e estudou muito. Contratou um monte de investigadores pra te procurar, mas a maioria eram uns desonestos que só tiraram dinheiro dele e se aproveitaram da fragilidade do cara!
- Hum... – Ele ainda estava triste.
- É sério Beto, conversa com ele e escuta o lado do cara...
- É, vou fazer isso mesmo! – Falou sem olhar para o rapaz ao seu lado – Vamos, terminar logo essa palhaçada, matar aquele escroto e depois começar a resolver o que faremos com essa casa! Vamos!
Os dois andaram lado a lado até chegar a casa, entraram e logo se acostumaram com o odor do local, abriram uma das maletas, pegaram a arma e desceram ao porão sem avisar a nenhum dos dois.
Lá embaixo viram aquela figura aterrorizante, o velho com os braços algemados, a pele tomada por uma coloração amarela, os poucos cabelos em sua cabeça pareciam fios soltos, a boca arroxeada e os olhos fundos, caquéticos, perdidos, sem nem sombra daquele olhar maldoso, altivo e cruel que eles conheciam há tanto tempo.
- Bichos... – O velho balbuciou – Me tirem daqui, me leve no Alcântara – Uma coisa é preciso admitir, aquele velho era forte e não morria fácil, ele era como um desses vilões de filmes de terror. Notava-se ainda a vontade que ele tinha de viver, mesmo estando a um mês naquela situação, suas pernas já estavam em carne viva, os vermes já haviam engolido grande parte de seu membros, por baixo daquele pano que escondia o verdadeiro espetáculo de horror, a pele azulada cheias de pústulas, com insetos e bichos de toda natureza.
Rômulo e Beto se olharam e estranharam o fato do velho não se impressionar com a presença de Rômulo, deram as costas ao monstro que sempre lhes torturou e consideraram silenciosamente quanto tempo mais ele aguentaria naquelas condições. Beto destravou a arma e olhou novamente para o velho que estava ali destruído, por muito tempo ele foi o monstro dentro de todos os seus armários, embaixo de todas as camas que dormiu, e agora ele estava ali, transformado num arremedo de ser humano, com vermes lhe engolindo em vida, sem saber sequer o que acontecia ao seu redor.
- Vou fazer por ti a única coisa que tu nunca fez por mim! – Beto sentenciou.
- Me solta! – O velho pediu, pela primeira vez ele pediu algo e não mandou.
- Não, dessa tu não passa... – Beto apontou a arma, Rômulo estava empolgado e queria participar.
- Atira antes no braço! – Pediu como se falasse de algo muito empolgante.
- Pra que? – Beto o olhou como se o repreendesse.
- Pra saber se ele tá sentindo alguma coisa ainda! – Rômulo puxou a arma da mão de Beto e atirou em seguida, a dor fez o velho dar um pequeno pulo, algo que o acordou. O barulho do tiro atraiu Ricardo e Isabela e os dois desceram até o porão.
- O que é que vocês estão fazendo? – Isabella gritou ao ver o sangue descendo do braço do velho.
- A gente vai matar o Cristóvão de uma vez! – Rômulo falou.
- Esse homem merece sofrer mais! – Ela falou apontando para ele.
- Mas a gente não! – Beto falou – A gente não merece sofrer nenhum dia a mais, e cada dia que ele respira nos deixa preso a ele... – Beto falou olhando para a irmã e vendo que suas palavras fizeram com que ela repensasse as atitudes que vinha tendo até então, Ricardo o olhava de uma forma que mesclava compreensão e admiração em doses idênticas.
Beto pegou a arma da mão de Rômulo, o velho o encarou odiosamente , nem naquela situação aquele homem havia se arrependido ou tentado enxergar os erros cometidos, nada foi capaz de amansar o coração odioso dele, então Beto apontou para a sua cabeça, todos os movimentos pareciam ser feitos em câmera lenta, os olhos dos dois se encontraram e Beto pensou num átimo de segundo que aquela era a imagem que guardaria de seu avô: um monte disforme de dor, fedendo e apodrecendo. Finalmente ele havia virado um bicho, mas um nojento.
Apertou o gatilho e na hora em que ouviu o estouro seus olhos fecharam, pois algo em seu ser sabia que aquela morte não era apenas material, era, também, uma morte simbólica de tudo de ruim em sua vida, de todo o sofrimento, humilhações e dores, era muito da sua morte indo embora, se esvaindo, era o único perigo e medo reais que ele teve durante toda a sua vida, então sim, ele também morria um pouco com aquela bala. Se a morte de Fred foi a tampa do caixão do Beto submisso e humilhado, a morte do velho era o último prego no caixão do “bicho” que ele foi por toda a sua vida.
Abriu os olhos, viu o corpo sem vida e chorou, de felicidade e alívio...
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Depois de se desfazer do corpo do velho e da carcaça pútrida de Fred, ele começou, junto com Rômulo a reconstruir aquela chácara, na noite de sua total libertação ele e Ricardo dormiram juntos na mesma cama, mas não se amaram, além de suas cabeças estarem cheias e em outro lugar, Beto conservava em si uma ferida, ele sabia que Ricardo tinha tido outros homens, mas não foi capaz de confrontá-lo, se pudesse resolver pela força aquilo estaria totalmente encaminhado ou quem sabe resolvido, mas aquele assunto merecia calma consideração antes de sua total resolução.
- Fiz esse suco pra vocês! – Ricardo chegou com uma jarra de limonada bem gelada, Beto estava usando o habitual boné de quando se conheceram, mas desta vez a viseira estava virada para trás, com uma camisa simples e com uma bermuda jeans, ele pintava uma das paredes da sala.
- Obrigado, franguinho! – Ele falou se servindo de um copo de suco, Ricardo sentia o distanciamento que Betão procurava manter, no primeiro dia ele pensou que como se deu em sua primeira libertação havia muita coisa a ser processada, mas daquela vez havia algo mais ele não sabia o que era, mas podia sentir.
- Amor, cadê o Rômulo? – Ricardo se aproximou.
- Saiu, mas volta logo... – Beto segurou novamente no cabo do rolo para continuar a parede.
- Estamos a sós então... – Ricardo deu dois passos em direção ao seu macho, que estava suado e mesmo assim conservava a camiseta. O abraçou. – O que você tem meu amor? Deixa eu te ajudar? – Falou tentando fazer com que suas mãos se encontrassem nas costas de Beto, mas ele era muito grande para isso.
- Eu tô todo suado, Ricardo, pera... – Ele falou já afastando o rapaz sentiu que um abismo havia sido aberto entre os dois, seus olhos o denunciaram e marejaram imediatamente. - Eu preciso de um tempo! – Beto falou.
- Tudo bem, desculpa se eu forcei algo. – Ricardo deu as costas e voltou para a cozinha, apoiou-se à bancada do fogão que o deixava de costas para a entrada da cozinha, não se conteve e chorou silenciosamente, seu peito doía, suas mãos tremiam e ele sentia como se seu mundo estivesse desmoronando novamente, mas por Beto ele esperou quase dez anos sem saber o que se passava com ele, mas agora que sabia ele esperaria mais dez ou vinte se preciso fosse.
- Ricardo... – Beto chamou da porta da cozinha.
- Já vou... – Ele falou sem se virar.
- Quantos foram? – Ele perguntou friamente, Ricardo virou-se de imediato sem compreender do que ele falava, ao ver a sua feição magoada não precisou de nenhuma explicação a mais– Admitiu chorando, envergonhado e vencido.
Beto baixou a cabeça, levou os dedos ao nariz na altura dos olhos, Ricardo deu dois passos.
- Não vem agora! – Beto falou quase gritando.
- Beto, desculpe! – O desespero se instalou nele naquele momento, pensar em perder Beto depois de tudo o que aconteceu, depois de tudo o que passaram lhe deu um desespero sem medida. Ele se ajoelhou no lugar em que estava – Me perdoa!
- Levanta! – Beto mandou, incrivelmente ele percebeu que havia nele apenas uma vontade de castigar Ricardo, o franguinho levantou e andou até o seu homem com a cabeça abaixada, quando chegou a sua frente Beto tirou a camisa e lhe mostrou cada uma das cicatrizes que ganhou no período em que permaneceu naquela casa para que ele ficasse seguro – Cada uma dessas cicatrizes tem o seu nome!
- Meu deus! – Ricardo tapou a boca e as lágrimas vieram ainda mais grossas e pesadas – Beto, pelo amor de Deus... – Falou se aproximando. Beto virou de costas e ali as cicatrizes pareciam um mosaico expressionista. Ricardo estendeu a mão na direção do homem que agora estava, mas se retraiu em vez disso fez o que precisava, beijou a maior cicatriz que estava nas costas de Beto. Isso lhe causou certo sobressalto, mas ao sentir o toque dos lábios de Ricardo em suas costas ele permitiu o toque e sentiu de imediato a corrente elétrica percorrer todo o seu corpo, sem controle ele se virou, colocou Ricardo nos braços e o beijou forte e dominante como só ele fazia.
- Agora eu vou te fazer esquecer que qualquer outro macho já se aproximou de ti! – Ele falou de forma ameaçadora e sensual, colou novamente os lábios aos de Ricardo e se permitiu amar aquele homem...
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* Geomateus : Agora as coisas vão começar a se resolver! Abraços! ^^
* ms_cleiton : Hahaha, quem sabe um dia... Beijão! ^_^
* nayarah: Ricardo surpreendeu, né? Hahaha, beijão! =D
* Atheno: Ricardo foi ótimo com essa ideia! Hahaha, abração! =)
* Hello 👌: Hahaha, nem sou, sou um anjinho! Beijos, minha flor! <3
* William26 : Hahaha, olha eu também não tive pena deles em momento algum, parecia que cada palavra que eu colocava falando da tortura deles, mais dez apareciam de imediato, eu estava com sede de vingança, rsrsrs. Muito obrigado meu querido pelos elogios, eles me deixam super feliz mesmo! Abraços, querido! =D
* neterusso: Ricardo não estava assim tão quieto, né? Hahaha, beijão! :-D
* Monster: Hahaha, nem me passou pela cabeça vc não ser totalmente normal, eu adorei escrever isso pq parecia que a vingança era minha, tamanha a raiva que eu sentia desses dois personagens! Que bom que gostou, abração! ^^
*Tazmania : Ow meu lindo, vc que é incrível e um fofo comigo! Beijos! <3 <3
* Pyetro_Weyneth: Sofreu bastante mesmo, não sei se o suficiente, mas dentro das possibilidades... Hahaha, abração! ;-D
*Loiiriinha: Hahaha, tava ansiosa? Então com essa minha demora devia estar muito mesmo, mas cheguei com um capítulo novinho aqui! Sim, ele fez pelo Betão, mas por ele também... Enfim, que bom que gostou! Beijos, linda! ^^
*Arthurzinho: Hahaha, verdade que o empalhamento seria perfeito, mas dentro das possibilidades o escafismo foi bem providencial... Vamos ver como vai ficar a cabeça deles depois disso... Beijão! =D
* Ninha M: Hahaha, sim sim esse final para o Cristóvão foi mais que merecido, e o Ricardo surpreendeu bastante mesmo... Vamos ver o que acontece a partir de agora! Beijão, minha linda! S2
* Catita: kkkkkkkkkkk, ainda bem que curtiu o final deles, mas realmente isso ainda pode influenciar o Ricardo que cometeu algo impensável pra ele antes... Estou preparando o final pra eles, confie em mim! Obrigado, querida! Beijão! =D
*Binho39: Que bom que gostou, obrigado por comentar! Abraços! ^^
*Docinho21: Hahaha, depois dessa quem não quer, não é? Ele sofreu muito antes de morrer, mas acho que o Beto tinha razão quando disse que enquanto ele vivesse a libertação deles não aconteceria... Abraços! =)
*FlaAngel: Minha querida eu vi seus comentários nos outros capítulos, que bom ver que você não me abandonou! Hahahaha, estava com saudades dos seus comentários aqui, se puder dá uma corrida nas leituras para me acompanhar, o conto está chegando ao fim! Beijos, meu anjo! <3