Como prometido, eu trouxe mais um capítulo para compensar pelo tamanho, continuem votando e comentando por favor, volto amanhã ou quarta.
Segue o conto...
Me levantei mal na quinta-feira, me arrumei e fui para a escola, querendo ou não fui obrigado a ir, já tinha ido embora na segunda devido a brincadeira de mal gosto, e faltei na terça e quarta, cheguei na sala, muitos me olhavam, mas por incrível que pareça ninguém deu um piu, achei estranho, mas bom.
Sentei no meu lugar, mas certifiquei para não cair, me arrumei e pus meus livros, e comecei a dar uma revisada nos conteúdos, pouco tempo depois uma das meninas que sentam na frente veio até mim, ela e seu grupo nunca riem das graças que fazem comigo, parecem ser gente boa.
Laís: Oi Júlio, está melhor?
Júlio: Sim, obrigado por perguntar.
Laís: Que isso, não foi nada, você sabe o que aconteceu esses quase 3 dias que você se ausentou?
Júlio: Não, o que houve?
Laís: Os pais de João vieram na escola tomar satisfação, porque você deixou ele bem arrebentado no chão, e afinal belo cruzado, mantenha a sua base e gire o quadril, você vai ganhar muita força no golpe.
Júlio: Valeu, e você luta? Deve lutar para conhecer bastante.
Laís: Sim, eu pratico muay thai a uns 4 anos, digamos que eu lute um pouquinho.
Júlio: Nossa, um pouquinho? 4 anos? Eu que não quero te tirar do sério.
Laís: Que isso, e ainda tem mais, um dos meninos foram zoar você na frente do professor, e sua amiga Alilli, peitou ele e aindo o ameaçou.
Júlio: Sério?
Laís: Foi, muito corajosa ela.
Alilli entrou na sala, comprimentou a Laís, que não demorou muito e logo saiu, ficando apenas nós.
Júlio: Oi
Alilli: Oi, está melhor?
Júlio: Sim, por que você não me falou que ameaçou um dos garotos que me zoaram?
Alilli: Não tinha necessidade, farei sempre o possível para te proteger, lembre-se sempre disso.
Júlio: Obrigado.
O decorre da aula foi bom, Alilli babando no nosso professor Marcel, que nem dava a única moral para ela, era hilário ver todas as suas tentativas falhas, quando terminou as aulas eu fui embora caminhando, próximo a escola estava João, com uma camisa gola polo, bermuda e mucassin, típico filinho de papai.
João: Tá perdido moleque?
Passei por ele sem tocar uma palavra, mas ele insistiu.
João: Perguntei se você está perdido moleque.
Júlio: Não. (Eu disse firme, para passar confiança, mas eu estava tremendo)
João: Ah, você sabia que eu levei suspenção por ter te constrangido na escola, na frente da nossa turma inteira?
Júlio: Sim.
João: A baleia deve estar saltitando né? Escuta aqui seu merda, as coisas não vão ficar assim não, aqui eu posso te bater que ninguém vem te salvar.
Forcei a minha passagem pelo lado dele, mas ele me puxou, me jogou no poste, sabia que naquele momento eu iria apanhar, eu não estava descontrolado pela raiva como no outro dia para revidar, mas seria o que fosse para acontecer ali.
Fechei meus olhos, senti o primeiro soco na minha barriga, senti uma dor descomunal, João não era pequeno, era forte, então seus golpes também surtiriam muito efeitos sobre mim.
Senti ânsia de vomito, ele desferiu mas dois socos na minha barriga, me curvei para frente e ouvi uma freada de carro, bem alta, bem perto.
- Seu filho de uma puta larga ele.
Eu reconheci aquela voz, só apenas recriminei o palavrão.
Ainda com meus olhos fechados, um paz tranquilizou meu corpo, não senti mais ninguém por perto, abri meus olhos e vi Yuri jogando literalmente o João no meio da rua, carregou ele e lançou, correu até onde eu estava e me levou para seu carro.
Yuri: Calma guri, eu estou aqui e ninguém vai te bater.
Não falei nada, a dor que eu sentia não permitia nem eu respirar corretamente, ainda mais falar.
Yuri: Fica calado por favor, ele me puxou para seus braços, fiquei com a costa colada no seu peitoral, eu estava quase no mesmo banco que ele, se não fosse parte da minha coxa que ainda se encontrava no banco do carona.
Suas mãos sobre meu rosto, me fazendo carinho, me tranquilizando, cuidando de mim, parecia um sonho, não me importaria de apanhar todo dia se o yuri me cuidasse depois haha.
Yuri: Não vou deixar ninguém te machucar entendeu, ninguém.
Ficamos em silencio por uns 10 minutos, eu olhava para fora do carro, ainda estávamos no mesmo lugar, metros de onde eu apanhei do João, já não estava mais com medo, e sim tranquilo, me afastei dele e me sentei corretamente no banco.
Júlio: Obrigado, nem sem o que aconteceria se tu não tivesse aparecido.
Yuri: Não foi nada, mas aquele moleque nem vai mais te olhar na cara.
Júlio: Obrigado, preciso ir agora, até outro dia.
Fiz menção de me levantar, mas fui impedido pela mão do Yuri sobre minha coxa.
Yuri: eu te levo.
Júlio: Não precisa.
Yuri: Isso não é uma alternativa, eu vou te levar, conforme-se.
O silencio no carro pesou, mas logo foi cortado pelo próprio Yuri.
Yuri: Por que não foi para as aulas na segunda e quarta?
Júlio: Não estava bem.
Yuri: O que você tinha?
Júlio: Raiva, frustação, vergonha, um mix de sentimentos que não são convenientes para serem falados agora.
Yuri: Eu não entendo o motivo, me explica.
Júlio: Deixa para lá.
Yuri: Sou todo ouvidos.
Júlio: Fizeram um brincadeira sem graça comigo na escola na segunda feira, sabotaram uma cadeira, eu sentei nela e quebrei a mesma e cai no chão, bati minha costa e quase todos da minha sala estavam rindo de mim, zombavam de mim, e o João, esse que tu bateu agora, ele tentou me constranger mais ainda, me segurou, e continuou me ofendendo, fazendo os outros rirem mais ainda.
Eu já estava chorando, me descontrolei e ataquei ele, dei um Jeb e um cruzado de direita nele e fiz ele cair no chão, sem qualquer chance de revidar contra mim, sai da escola e fiquei me isolando esses dias.
Yuri: Esse moleque é um capeta.
Yuri: Mas por que ele faz isso com você? Vocês não se dão bem?
Júlio: Ele sempre procura uma oportunidade para zombar por eu ser gordo.
Yuri: Mas isso é bullying.
Yuri: Vou arrebentar com esse indivíduo.
Júlio: Mais? Acho que ele apanhou legal hoje.
Yuri: Isso é inadmissível, como pode isso? Tu é um garoto legal, lindo, quer dizer presença.
Eu olhei para ele, mas ele ficou nervoso, falou o que não devia, ficou empate porque eu acho ele lindo, e ele falou isso.
Yuri: Se ele te perturbar novamente Júlio, não deixe de me chamar.
Júlio: Tudo bem.
Ele parou o carro na frente de minha casa, pegou na minha mão, me fazendo dar totalmente atenção a ele.
Yuri: Posso te buscar amanhã?
Júlio: Para que?
Yuri: Para nós irmos para a academia, não quero que falte amanhã.
Júlio: Tudo bem.
Yuri: As 14:30 passo aqui, me espera.
Sai do carro feliz, por ele ter cuidado de mim, mesmo que fosse naquela situação, mas ele cuidou, demonstrou ter afeto por mim, me chamou de lindo rssrs, não sei por que ele ficou nervoso, meu corpo ao se aproximar dele, rapidamente esquenta, sinto uma tremenda ereção, meu tesão fica a flor da pele, seus toques mechem comigo.
Entrei em casa pensativo, e com cuidado para ninguém me ver, perceber que eu chorei, naquele momento o que eu não precisava era da pena de ninguém.
Eu não tinha mais dúvida nenhuma, eu estou apaixonado por esse cara.
Continua
Obrigado pelos comentários, deixa eu ir que ainda vou para a faculdade.