Caros leitores, muito obrigado por acessarem minha história.
Aviso-lhes que não é bem um conto e sim a real história de minha vida, iniciando um pouco antes da puberdade até os dias de hoje.
Sendo assim, é uma história bem longa e detalhada. Preciso detalhar várias coisas para conhecerem minha história. Tudo o que falarei fará parte da minha adolescência e da minha vida adulta. As pessoas que conhecerei, as bandas/músicas, livros, tudo. Retirarei o máximo possível de coisas que não farão diferença, ok? As partes eróticas serão bem detalhadas. Aviso também que contarei não somente as experiências homossexuais, mas também as heterossexuais, pois foram de grande importância pra mim.
Falarei especialmente, claro, da minha sexualidade e experiências sexuais desde que comecei até os dias de hoje (tenho 28 anos. A história terá início aos 11).
Falarei também da minha vida pessoal profissional e financeira. Aqui você me conhecerá muito bem. Meu jeito, minhas ideias antigas e atuais, minha visão de mundo, imaturidade, preconceitos, aceitação, maturidade e muita experiência sexual.
Muitos dos acontecimentos posso datar e detalhar devido ao fato de que sempre tive vontade de escrever contos eróticos, porém deixava-os pela metade ou acabava apagando. Mas fui mantendo tudo em um antigo e-mail. Época da internet discada.
Me chamo Diego e tenho 28 anos hoje. Sou branco, pernas e bunda bastante peludas. Hehe. Peito e umbigo um pouco peludos. Tenho 1,80m de altura, 72 kg, cabelos cacheados um pouco cheios e claros. Não chegam a ser loiros, apesar de algumas pessoas referirem à mim como "loirinho". Pés bem grandes (calço 43) e pinto circuncidado devido à circuncisão a qual fui submetido com poucos dias de nascimento, onde evidenciei ter fimose. Meu pinto é grandinho, mas descreverei mais detalhadamente no conto, pois começarei pequeno, "crescendo".
Não sou lindão. Tenho lá minha beleza. Mas a beleza que as pessoas vêem em mim, eu não vejo, sinceramente. Já fui "cismadinho", "metido", "me achava" um pouco. Mas fui crescendo e com a maturidade vi o quanto isso era ridículo. Podem ter começado a imaginar um cara bem bonito lendo minha descrição física, um "deus grego". Mas não sou. Sinceramente, sou normal mesmo.
Nasci e cresci em uma cidade de porte médio (cerca de 180 mil habitantes) em Minas Gerais. Moro nela atualmente, apesar também de morar em Belo Horizonte, onde minha família reside. Não falarei o nome da cidade para preservar as pessoas envolvidas. Mesmo hoje sendo bem resolvido, há pessoas que me envolvi que não são. E ninguém sabe tudo que aconteceu em minha vida sexual exatamente. Falarei sobre dificuldades financeiras, decepções, muito sexo, e problemas graves. Por isso, preciso resguardar estas pessoas.
Chega de introdução. Vamos à minha história.
Tinha 11 anos. Não sei dizer que altura tinha, mas era discretamente mais alto que a maioria dos meninos da minha idade. Tinha cabelos mais claros que hoje, curtos, bem curtos, pois nesta idade nossos pais quem mandam até em nosso cabelo. Era muito tímido e muito calado. Frequentemente questionavam minha mãe sobre meu jeito "estranho". Às vezes falavam sobre isso na minha frente, o que me deixava em dúvidas achando que era um esquisito.
Aos meus 11 anos de idade, nos mudamos de casa porquê morávamos de aluguel e meu pai havia falecido há 2 anos atrás de cirrose. Ele bebia somente nos finais de semana e moderadamente, porém, pelo pouco que me lembro )e não sei porquê tanta coisa foi apagada de minha memória antes dos 10 anos de idade) ele começou a beber frequentemente. Ficava agressivo com minha mãe (verbalmente). Minha mãe brigava muito com ele enquanto eu e meus irmãos (sou o do meio, tendo um irmão mais velho e uma irmã mais nova) ficávamos quietos, na nossa, com medo.
Minha mãe fazia faculdade de enfermagem, da qual meu pai era muito contra, pois não aceitava mulher independente. Isso era motivo constante de brigas. Mas minha mãe foi até o fim e graças à teu esforço, nos criou.
Eu não vou relatar este período porquê sei pouco. Realmente não me lembro deste período. Sempre converso com minha mãe sobre o fato de eu ter apagado a infância de minha memória.
Mas o que aconteceu? Porquê minha mente fez isso? Sofri algum trauma muito grande? Porquê me lembro tão pouco de meu pai? Poderia ir a um psicanalista e tentar saber o que bloqueia minha mente. Mas não. Estou bem hoje. Estou feliz. E se algo realmente aconteceu no passado, não mudará mais nada hoje.
Depois de um "apagão" que tive aos 10 anos, iniciei "forçadamente" sessões semanais com psicólogo. Eu realmente não era lá muito normal =S
Pouco tempo depois que meu pai começou a beber com muita frequência, foi internado e nunca mais retornou para casa. Faleceu em cerca de 8 dias de internação. No dia de seu falecimento, minha mãe foi bem cedo para o hospital. Ele faleceu no fim da madrugada.
Acordamos e ela não estava mais. Por volta das 10 horas da manhã, chegou um tio nosso que nos deu a notícia. Lembro que o falecimento dele não me afetou em nada, absolutamente nada. Na verdade, era até algo que eu desejava às vezes, pois queria viver em uma família normal. Queria paz.
Este nosso tio conversou com cada um de nós e disse que meu irmão teria que cuidar de nós, os menores. Mas sumiu uns meses depois.
No meio desta conversa, chega uma pessoa incrível em nossa casa: uma amiga da minha mãe de longa data, que morava em um bairro mais distante do nosso, para ficar conosco. Ela trouxe Nicole. Uma menina da minha idade e que cresceu comigo. Passamos a infância brincando e brigando, mas não nos separávamos. Essa menina era incrível pra mim.
Nicole era mais baixa, magrela (como eu), branca, cabelos muito pretos, lisos e longos. Descreverei ela de acordo com nosso crescimento também.
Aquele clima de morte havia me deixado sem apetite. Não almocei a comida que a mãe de Nicole fez. Todos se foram para o velório, menos eu. Meu tio insistia pra eu ir, mas eu não queria. Acho que esta foi a primeira atitude própria que tive, indo contra os demais.
Mãe de Nicole interveio e disse que eu tinha autonomia pra tomar esse tipo de decisão.
Ela pegou umas caixas de fotos antigas nossas e começamos a revirá-las. Ríamos muito. Mas sempre Nicole e sua mãe falavam de como eu era bonito quando criança. “Um anjinho”, diziam elas. Olhos muito claros e cabelos loiros, cacheados, volumosos.
A mãe de Nicole estava insistindo para eu deixar meu cabelo crescer e não mais cortar todo mês como minha mãe pedia. Ela dizia que eu deveria voltar a ter os cabelos de anjo que tinha quando criança. Ela disse que se responsabilizaria em dar alguns pequenos cortes caso ele crescesse de forma heterogênea. Decidi fazê-lo.
Depois disso, fiquei em casa e todos foram para o velório. Lembro-me que fiquei a tarde toda na MTV. Tínhamos um vídeo-cassete (sim, afinal, isso foi em 1999. Ainda se usava vídeo cassete) Peguei umas fitas de filmes que ninguém mais assistia e decidi começar a gravar clipes que me agradassem. As gravações eram sempre cortadas, pois quando eu decidia que tal clipe valia à pena, ele já havia começado à muito tempo.
Mas estas gravações iriam mudar profundamente minhas ideologias no futuro. Mal sabia eu.
Voltando para nossa nova casa, a mudança de casa se deu para uma casa própria, comprada com o fundo de garantia do meu pai. Minha mãe continuava na faculdade.
Nossa nova casa era simples: 1 sala, 1 cozinha, 1 banheiro e 2 quartos. Um quarto era meu e do meu irmão e o outro da minha mãe e irmã. Os muros eram de placas. Ou seja, bem simples e sem muita privacidade.
Havia um quintal relativamente grande, mas a casa se baseava nisso. Tínhamos 2 cães que eram grandes amigos meus. Passava muito tempo com eles. Eram meus melhores amigos agora, tendo em vista que os amigos do outro bairro que morei apareciam cada vez menos, até cessar.
Minha relação com a família era estranha, porém boa. Eu era muito calado em casa também e nunca falava nada que acontecia fora de casa. Gostava muito de ficar sozinho ou com meus cães. Eu era muito distante do meu irmão. Brigávamos muito pouco, pois eu sempre estava distante. Mas essa distância o incomodava a ponto de sempre mexer em coisas pessoais minhas e me entregar para minha mãe por qualquer besteira que acontecesse. Isso só me fez ser ainda mais distante dele. Eu era mesmo muito estranho. Mas isso mudou, mudou muito. Somadas com músicas muito agressivas e muita leitura, duas grandes pessoas foram as responsáveis por mudar muito meu comportamento. Pessoas que estão muito próximas de mim até hoje, que aparecerão em breve aqui, uma delas é a Nicole.
Fui para a quinta série do ensino fundamental. Tive que mudar de escola, pois a que estudava tinha apenas até a quarta série. Sempre estudei em escolas públicas.
Chegou fim de janeiro e eu iria para uma escola estadual um pouco distante de minha casa, pois foi a que escolhi. A escola próxima à minha casa era, digamos, normal. Esta outra, da qual meu irmão mais velho estudava, possuía uma grande fama por ter ensino mais rigoroso. Esta escola era tão destacável, que existia uma prova, tipo um vestibular, para você ingressar nela, mesmo sendo estadual. Isto não existe mais.
Fui aprovado e logo começariam as aulas. As aulas teriam início durante alguns dias e depois pararia para o carnaval, retornando após esta festa/feriado.
Estava nervoso. Iria para uma escola imensa da qual não conhecia ninguém. Teria que começar amizades do zero. Logo eu, tão quieto e tímido. Havíamos nos mudado de casa há menos de 1 ano e onde eu morava era um bairro novo, com poucas casas, maioria sendo construída. Praticamente perdi meus amigos de infância (quase todos). Então, já não bastasse não ter amigos na vizinhança, agora perdia os da escola também.
Primeiro dia de aula. Estudava no período da tarde. Almocei, vesti o novo uniforme, e fui para a escola com apenas 1 caderno na mochila, canetas, lapiseira e afins.
No caminho, ainda perto de minha casa, notei que haviam vários alunos desta escola, mesmo sendo um pouco distante (uns 30 minutos à pé). Chegando na escola, haviam avisos direcionando as séries. A quinta série, da qual ingressei, ficava no terceiro andar. Restava agora encontrar meu nome nas listas pregadas na entrada das salas. Procurei por muito tempo meu nome até encontrar a minha sala. Mal sabia eu que no saguão principal os nomes dos alunos estavam ordenados alfabeticamente, indicando a sua sala. Salas estas que tinham (ainda têem) nomes de escritores brasileiros.
Entrei para a minha sala e me sentei em terceiro lugar na segunda fileira depois de uma das paredes. Fiquei olhando os alunos que já estavam em sala e os que entravam. Poucos conversavam. Mas minha atenção era nas pessoas. Queria saber se fui para uma sala de CDF´s (os inteligentes demais) ou uma sala de pessoas mais velhas ou brigões ou "mal elementos". Não vi nada de errado. Eram aparentemente pessoas normais, da minha idade e se sentindo um "peixe fora d´água" como eu.
Aula teve início com uma professora se apresentando e mostrando que à partir dali tudo seria diferente. Tínhamos mais regras a seguir. Eram aulas de 50 em 50 minutos, sendo 5 aulas por dia. Apesar de ser conhecido como "intervalo", o período em que acaba uma aula e inicia a outra até a troca de professores, não era permitido aos alunos saírem de sala para nada. Era momento de trocar de caderno e livros. Não era permitido também entrar em outra sala de aula, salvo acompanhado de um professor. Era obrigatório o uso do uniforme (que continua o mesmo desenho até hoje), sendo uma camisa, calça do tipo tactel, com um forro dentro para dias mais frios e blusa também deste material. Tudo personalizado com nome e símbolo da escola. Não era permitida a entrada sem este uniforme ou trajando calças jeans. Existia uma camisa regata, para aulas de educação física. Podia usá-la também. As aulas de educação física eram 2 vezes na semana, sempre junto com a turma ao lado. Meninos com meninos e meninas com meninas. Existiam outras regas impostas pela escola.
Não sei porquê, mas fui gostando daquilo. Muitas regras. Tudo muito sério. Estava me sentindo "homenzinho". Haha.
Regras novas, muitas aulas diferentes disciplinas novas... Bom, vamos ver como eu iria sair.
No decorrer da semana foi basicamente isso. Ia para esta escola e voltava para casa no fim da tarde, sozinho. Meu irmão estudava no período da manhã. Ele tinha 15 anos nesta época. e estava no primeiro ano do ensino médio. Melhor assim, pois não queria vê-lo na escola. Bastava em casa já. Chegou o carnaval e pausa nas poucas aulas que tivemos.
De volta às aulas (o carvanal inteiro passei em casa). Os primeiros dias foram meio normais meio estranhos. Como não tinha amigos nesta escola, no intervalo de 40 minutos, também chamado de “recreio”, eu ia para a biblioteca e ficava folheando atlas e afins. Nicole também foi para esta escola, mas com muitas amigas. Como não tinha amizade com elas, não ficava com a Nicole no intervalo.
Mas desde o primeiro dia de aula, antes mesmo do carnaval, notei que um menino, que morava há 2 quarteirões de minha casa e também estava nesta escola, me encarava muito no trajeto.
Eu ia e voltava à pé, pois minha mãe não tinha como manter uma casa com 3 filhos, faculdade e passagem de ônibus para 2 filhos, tendo em vista que minha irmã ia e voltava de van da escola.
Este menino também ia e voltava à pé. Exatamente mesmo trajeto que o meu. E descobri, na primeira aula de educação física, que ele estudava na sala vizinha, ou seja, faríamos educação física juntos.
No primeiro dia de educação física, um professor muito gordo e muito grosseiro nos apresentou o vestiário e as quadras. Soltou uma bola de futebol para os meninos jogarem e disse que este dia estava livre. Decidi me sentar na arquibancada, pois não iria jogar bola com desconhecidos, apesar de gostar muito (na época, hoje não gosto mais).
Fiquei olhando os demais jogarem futebol, quando notei que o tal menino, que me encarava e morava perto da minha casa, estava vindo em minha direção, subindo as arquibancadas.
Descrevendo-o: branco como eu, olhos pretos, cabelos bem lisos e bem pretos, como os da Nicole. Um pouco mais encorpado que eu (eu era magrelo). Seus cabelos chegavam na altura dos olhos. Era bem legal o cabelo dele. E ele era muito bonito. Mas eu não via com estes olhos ainda. Pra mim era só mais um menino.
Sentou-se ao meu lado e perguntou:
- Você mora no Santo Antônio, né? (nome do meu novo bairro)
- Moro sim.
- Nunca te vi por lá. Mudou tem pouco tempo?
- Aham. Pouco tempo.
Ficamos calados. Eu estava sendo seco. Não sabia o que falar. Daí ele continuou:
- Não quis jogar futebol por quê?
- Ah. Nem sabia que tinha educação física hoje. Não trouxe a roupa.
- Se quiser, te empresto minha camiseta e bermuda – ele disse.
- Não. Melhor ficar aqui.
- Não gosta de futebol?
- Gosto. Só não estou afim de suar hoje.
- Eu não gosto não. Muito chato. Prefiro basquete.
Novo silêncio. Mas ele estava se esforçando pra ganhar minha amizade e parecia valer à pena tê-lo como amigo, pois parecia bem legal.
- Qual seu nome? – ele perguntou.
- Diego.
Nem perguntei o nome dele de volta =( Mas eu não estava sendo sem educação. Só estava muito tímido. Porém, ele falou o nome dele assim mesmo.
- Me chamo Thales. Você vai embora com quem?
Ele sabia que eu iria sozinho, pois me via assim no trajeto.
- Com ninguém não.
- Vamos juntos. Melhor que vamos conversando e nem notamos o caminho.
- Pode ser. – respondi.
Ele soltou um sorriso legalzinho. Ficou feliz por simplesmente eu ter topado voltar com ele. Mas falou que me esperaria na saída perto da minha sala e saiu de perto de mim, do nada.
Fim da educação física. Alguns foram para o vestiário se trocar. Eu fui direto para a sala de aula, pois seria a última do dia. Fim da aula. Arrumo minhas coisas e saio da sala. Corredor era sempre um tumulto muito grande de alunos, mas assim que saí da sala, me deparei com ele.
- Vamos? - ele perguntou.
- Vamos.
No caminho, ele falava muito, mas perguntava pouco, o que era bom pra mim, pois preferia ouvir. Falava que estava empolgado em estudar disciplinas associadas a física e química, pois sempre gostou muito disso. Falou que tinha vários livros ensinando sobre montar placas de circuito simples e afins. Ele falava muito. Eu estava me sentindo incomodado. Mas chegamos. Passamos meio perto da casa dele e fez questão de me mostrar onde morava. Falei que morava na segunda rua à direita. Nos despedimos e fui para minha casa.
No dia seguinte, me surpreendi com ele parado em frente à um bar perto da casa dele que ficava em nosso caminho.
- Vamos? – fala ele (caralho. Ele estava me esperando mesmo).
- Aham.
Ele foi falando mais coisas. Falava de programas de TV sobre ciência e tals e eu só ouvindo. Até que meu celular toca. Era um sms da operadora. Nisso ele dá um sorrisão, tira o celular dele do bolso e diz:
- Me passa seu número?
Falei. E nisso meu tel toca.
- Agora anota o meu ae. – disse ele. Mas mal sabia que eu havia esquecido seu nome.
- Tá. Vou gravar aqui. E guardei o celular.
- É Thales, viu? – ele notou que eu havia esquecido. Peguei o celular novamente e comecei a digitar com ele soletrando as letras do nome.
Chegamos na escola e tudo como antes. Hora do intervalo chega e lá estava ele me esperando na porta da minha sala.
- Vai comprar o quê hoje para comer? – perguntou ele. Mas eu não havia levado dinheiro. Mas também não queria falar isso.
- Não sei. Talvez nada. Estou sem fome.
- Então vamos na cantina da escola. Acho que hoje é arroz à grega.
Eu não gostava de me alimentar com a refeição oferecida por escolas. Era um tumulto muito grande nas filas, brigas, discussões. Eu pensava: “sou pobre mas nem tanto. Não farei refeição em escola.”
Eu disse que não iria também porquê não gostava. Ele disse que iria e sumiu no meio da multidão.
Decidi ir em direção à biblioteca e me encontro com Nicole no caminho que ficou surpresa em me ver. Ficou toda alegre e eu, finalmente, também. Ela disse que estava indo para uma das quadras se encontrar com as amigas e me chamou. Minha alegria durou pouco. Disse que iria pra biblioteca. Nisso a menina se agarra em meu braço e vai me arrastando. Acompanhei ela. Ela me deu a mão e assim fomos. No caminho, alguns alunos olhavam e estranhavam aquilo.
Para chegar na quadra, passávamos perto da cantina. E lá estava Thales, na fila, conversando com mais 2 caras. Sorrindo muito. Até que me viu e ficou encarando muito, descaradamente, até eu e Nicole desaparecermos. Mas ela nem notou.
Chegamos na quadra e encontramos as amigas dela que puxaram muito assunto comigo, mas eu respondia só o básico.
Nisso, uma delas, chamada Samira, solta:
- Gente mas que olhos lindos. Meu sonho ter um par de olhos desses.
Quando olhei para ela, estava falando de mim e todas me olhavam agora. Caralho. Que vergonha.
- É tímido ainda. Ficou vermelhinho. Que bonitinho. – fala Soraya, irmã gêmea de Samira. Mas não eram univitelinas. Não pareciam em nada.
Samira era negra, cabelos cacheados cheios, magrinha e com seios já. Soraya era morena clara, cabelo liso, menos encorpada ainda. Estas meninas eram muito atiradas, porém muito legais.
- Gente, ele é meu. Namoro com ele desde 5 anos de idade. Tirem o olho. – fala Nicole.
- Você tem os olhos mais lindos que já vi. – fala Samira.
Só respondi um obrigado e elas continuaram conversando. De vez em quando falavam de mim e sorriam e eu nem percebia do que estavam falando. Eu estava distante, olhando as pessoas. Até que passa Thales novamente me encarando, anda até certo ponto e volta, vindo em minha direção, mas foi arrastado por um grande amigo dele chamado Artur. Cara do qual tive muitos problemas. Vocês verão.
Fim do intervalo. Nicole vai comigo até perto de minha sala e se despede e cada um para sua sala.
Fim da aula. Novamente Thales me esperando na porta. Na saída da escola, começou a me questionar quem eram as meninas. Falei que conhecia muito a Nicole, de muitos anos. As outras apenas de vista por serem amigas dela. Mas não me senti confortável com ele perguntando muito sobre elas.
No meio do caminho alguém grita o nome dele. Nos viramos. Era Artur vindo correndo em nossa direção.
- Vocês andam muito rápido. E porquê não tem me esperado como combinamos? – pergunta Artur para Thales.
- Nunca te via. Você sempre some.
E fomos andando sem Artur dirigir uma palavra a mim sequer. Eu, calado, não senti falta disso.
Artur morava em um bairro que ficava entre a escola e nosso bairro. Era amigo de muito tempo de Thales.
Chegamos na entrada de seu bairro e Artur se despediu de nós dois.
Descrevendo-o: Artur era mais baixo que todos nós. Moreno claro, cabelos escuros bem curtos, magro e tinha um defeito na perna direita, que era discretamente menor que a esquerda, mas suficiente para ver que ele mancava, mesmo discretamente.
Em nosso caminho, Thales disse que ele sofre um acidente de moto quando era muito novo, fraturando o membro inferior e ficando esta sequela.
E novamente ele começa os assuntos de ciência e afins. Comecei a viajar, pensando nos clipes que gravei no dia do enterro do meu pai. Estava destinado a chegar em casa e ver um por um e depois pesquisar na net os que mais me agradassem (minha internet ainda era discada).
Não prestei atenção em nada que Thales falou. Chegamos perto da casa dele, nos despedimos e fui para minha casa.
Como havia planejado, pesquisei sobre algumas bandas e gostei muito de conhecer mais músicas deles. Eram Nirvana, Garbage e Hole. Que som gostoso. Que agressividade musical. Eu queria entender aquilo.
Os dias foram se passando da mesma forma. Porém, nos intervalos, eu ficava às vezes com Thales, Arthur e seus amigos ou então com Nicole e suas amigas. Mas no fim das aulas, eu tentava fugir de Thales. Ele falava demais. Quando via que não estava me esperando, eu apertava os passos para ele não me alcançar.
Minha mãe, católica, sempre obrigava eu e meu irmão a irmos à missa. Podíamos decidir entre sábado à noite ou domingo de manhã ou noite. Eu geralmente ia no sábado para acabar logo com aquilo, pois odiava. Ia com meu irmão. Minha mãe mesmo não ia à missa. Falávamos de games para fazer downloads no caminho, entre outras coisas. Mas tudo que eu falava para ele da escola, ele contava para minha mãe. Não entendia o porquê. Era muito chato. Até que um dia na escola, Thales disse que me viu na igreja. Eu não havia visto ele. Disse que era para me esperaria todo sábado para irmos juntos, pois ele ia sozinho ou então ia na igreja do bairro do Arthur, onde encontrava muitos amigos.
Agora mais uma tortura. Já não bastasse ter que fugir dele nas aulas, agora nos finais de semana também. Mas com o passar das semanas, acabei topando, pois a companhia dele não era piora que a do meu irmão.
E assim fizemos. Eu saía mais cedo para não sair com meu irmão e encontrava com ele. Mas nem sempre íamos para a igreja do meu bairro e sim para a outra que mencionei. Isso rendeu boas discussões em casa, pois, para minha mãe, eu estava “matando missa” e possivelmente estaria em más companhias. Fruto, mais uma vez, de conversa fiada do meu irmão. Porém, ela não proibiu nada. Só disse que se soubesse que eu estava andando com pessoas de má índole pra deixar de ir à missa, muita coisa ruim me esperava.
Meu refúgio em casa eram as músicas. Cada vez mais elas faziam parte de mim e eu delas. Eu estava apaixonado pelo rock. As letras eram incríveis. Falavam de superação, de lutas, de ideais, de depressão, de política. Mas o que iria mesmo mudar minha visão de mundo PARA SEMPRE estava na minha fita, gravado, e eu ainda nem havia dado a devida atenção.
O ano foi se passando e comecei a gostar cada dia mais da companhia de Thales. Isso começou a acontecer quando percebi que ele me ouvia com muita atenção, dando bastante ênfase em tudo o que eu falava. Eu falava muito de games (que ele não gostava), de músicas e de livros. Muitos falavam de conspiração mundial, inquisição, psicologia e afins.
Ele se interessava tanto nas coisas que eu dizia, que no outro dia ele me falava que pesquisou na internet sobre aquilo e havia lido mais coisas. Ele realmente gostava da minha companhia, e muito. Estava claro. E eu estava começando a gostar da dele. Porém, Artur ainda era um peso pra mim.
Quando mais eu me aproximava de Thales, mais o Artur ficava chato. Me tirava sempre na frente dos outros. Me questionava sobre tudo. Thales bobão não percebia isso. Mas pra mim, eram ciúmes da nossa amizade.
Chegou julho. Fiz 12 anos. Recebi um sms do Thales me parabenizando. Fiquei surpreso, pois nunca havia falado do meu aniversário pra ele (e não me lembro mais como ele descobriu, mas é a mesma coisa até hoje).
Enquanto isso, minha amizade com Nicole estava intensa, grande. Conversávamos muito por sms ou no intervalo das aulas. Alguns finais de semana, sua mãe a trazia até minha casa. Muitas das vezes, eu voltava com elas e retornava bem tarde da noite. A mãe dela me via como um filho mas eu não via Nicole como irmã. Tinha olhares “maldosos” para ela. A menina estava se desenvolvendo muito rápido. Seios já empinadinhos e todo o semblante de uma mocinha. Aquilo estava mexendo mesmo comigo, pois Nicole deitava em meu colo quanto estávamos conversando na calçada dela ou em um banco que ficava na varanda de sua casa, enquanto pedia pra eu acariciar seus cabelos. Sentia aquele cheiro bom de cabelo e às vezes tocava sem querer em teus seios.
Chegando em casa, no clássico banho, relembrava tudo aquilo e começava a imaginar outras coisas, tipo como seriam os seios dela. Como seria tocar nela onde eu quisesse. Era perfeito. Mas eu não gozava ainda. Isto estava perto de acontecer.
Por outro lado, Thales estava confundindo demais minha cabeça. O menino, cheio de amigos no bairro que morava, no bairro do Artur e na escola, não saía do meus pés. Me procurava em minha casa nos finais de semana. Me ligava todo sábado confirmando se íamos à missa, me ligava no domingo me chamando para sua casa ou dizendo que estava indo para a minha ou chamando para andar de bike. Ele se tornou um amigo interessante. Muito legal, interessado em tudo em mim e muito prestativo. Se notasse que eu estava triste com algo (eu nunca falava de meus problemas), ele sempre fazia algo para me agradar. Chamava para ir na casa de algum amigo dele que conheci no outro bairro para vermos filmes, ou ir para algum clube nadar.
E assim passou o resto do ano. Chega dezembro. Férias. Thales ficou visivelmente triste quando falei que iria viajar para São Paulo. Todo ano eu ia para casa de parentes na capital e em Diadema. Porém, desta vez eu iria com Nicole e sua mãe, para a casa de parentes da mãe dela, em São Bernardo do Campo. Eu estava empolgado, pois desta vez seria legal. Iria com uma grande amiga e sua mãe, que também era uma grande amiga pra mim. Desta vez eu ficaria na casa da tia da Nicole. Isso mostra o tamanho da intimidade da família de Nicole com a minha. Não iria para a casa dos parentes de Diadema que viraram evangélicos e tentavam evangelizar todos. Reprimia tudo o que fazíamos. Ficaram muito chatos. Mas ainda tinha minha tia na capital. Eu estava muito empolgado com esta situação.
Passaram-se bons meses, quase 1 ano, desde meu último corte de cabelo. Já estavam apresentando bastante cachos e ficando volumosos. De vez em quando, eu era chamado de “anjinho”. Sempre evidenciava vergonha, mas aquilo estava levantando minha auto-estima.
Chegando em São Paulo (fomos de busão, pois viajar de avião há 16 anos atrás era fora de cogitação para nosso nível social) fomos recebidos na rodoviária pela irmã da mãe da Nicole. Uma pessoa muito legal também. Pegamos o metrô e depois um ônibus até chegar na casa dela. Viajamos durante a madrugada, chegando ao amanhecer. Como não dormi durante a viagem, lanchei, conversei pouco e fui dormir. Havia um quarto para mim. Seria o mesmo quarto do primo de Nicole que tinha lá seus 20 anos. E dormi bastante.
Quando acordei, estavam todos na sala conversando e rindo muito. 2 da tia de Nicole vizinhas estavam lá também. Ao passar pela sala para ir ao banheiro, me deparo com todos. Eu estava com a cara “amassada” de tanto dormir e cabelos muito bagunçados, já que estavam um pouco grandes (mas grandes pra cima. Meu cabelo cresce pra cima =/ ). As vizinhas pararam e ficaram me encarando. Parei também. Imediatamente a tia de Nicole disse quem eu era e as cumprimentei. Começaram a dizer que eu era lindo e que provavelmente era o namorado de Nicole. Todos começaram a rir. Eu também, porém envergonhado e fui mijar. Lavei o rosto depois e escovei os dentes. Voltei para a sala e me sentei no sofá ao lado de uma das vizinhas. Ela começou a conversar comigo sobre muitas coisas. Tivemos um papo bacaninha. Depois disso ela solta para todos que não havia notado que eu tinha olhos claros. Que eu era ainda mais lindo do que havia visto. E o assunto à partir daí foi eu. A mãe da Nicole começou dizendo como eu era quando pequeno, como as famílias se conheceram, como eu e Nicole brigávamos e hoje éramos inseparáveis, que eu era chamado de “anjinho loiro”, entre outras coisas.
Os dias foram se passando e eu estava gostando muito das férias. Mas me intrigava muito como as pessoas me elogiavam fisicamente e repentinamente. À pouco tempo atrás isso era bem mais raro. Será que eu estava mesmo ficando bem bonito? Mas eu não conseguia ver isso. Era um magrelo. Isso é que me incomodava muito. Havia visitado a minha tia de SBC que disse que eu estava um rapaz já. Muito grande e muito bonito. Meu ego estava elevando-se, mas eu não concordava muito com as pessoas não.
Visitamos muitos lugares em São Paulo, saímos muito. Mas o dia especial das férias foi quando eu e Nicole estávamos sozinhos na cobertura da casa da tia dela. Era noite e estava muito quente. Povo estava bebendo lá em baixo. Ela, como sempre, estava deitada em meu colo enquanto conversávamos sobre muitas coisas. Até que vieram assuntos de filhos e Nicole solta:
- Eu quero um menino. Mas só quero também se ele tiver olhos claros. Meu marido terá olhos claros. Sou exigente pra isso como minha mãe.
- E se nascer uma menina de olhos escuros, puxando a mãe? Vai levar para adoção? – brinquei eu.
- Não, meu filho. Futuramente poderemos escolher a cor dos olhos dos filhos, o tipo de cabelo, pele...
- Então você não precisará de um pai com olhos claros.
- Claro que sim. Não quero ele para ter filhos assim. Quero um desse jeito para casar mesmo. Que graça tem olhos escuros? Já basta eu ser assim.
- Acho que você vai ter que se casar comigo então.
Ela riu muito mas deu corda:
- Seria legal. Você nem parece brasileiro. Eu ia esnobar pra todo mundo. Na verdade já faço isso na escola quando andamos de mãos dadas.
- Ahhhh, bonitinha. Então você me usa?
- Claro. Hahahaha.
- Fique à vontade. Pode usar o quanto quiser.
E assim era nossa conversa. Muito gostosa a situação, mas eu estava tenso com uma coisa: estava excitado e tinha medo de Nicole perceber. Não fazia ideia da reação dela em ver ou sentir um menino assim. A minha excitação era devido à nossa conversa, ao fato dela estar deitada em meu colo e todo aquele clima íntimo que estávamos tendo nos últimos dias. Via ela todos os dias à vontade na casa da tia de chinelo, algum vestido, uma blusa com umbigo de fora. E eu também muito à vontade. A excitação aumentou muito, perdi o controle, quando decidi colocar ela em outra posição, pois uma perna estava com caimbra. Eu estava descalço. Ela sai do meu colo, eu coloquei um tornozelo em cima do outro joelho e ela voltou a deitar-se em meu colo quando falou:
- Menino, você é muito pezudo.
- Ué. Sou homem. Normal.
- Normal? Você já deve estar calçando o mesmo que meu pai. Gente, olhe só o tamanho deste pé.
- Ah tá. Só agora você reparou em mim?
- Na verdade só agora tive coragem de falar. Hahahaha
E ela ainda continuou:
- Falam que o tamanho do pé é proporcional ao negócio do homem. É verdade?
- Hahahaha. Sei lá. Não tem como chegar o pé nele para comparar.
- Mas você pode medir os dois.
- Tá. Depois te falo como é.
Esta simples conversa me deixou fora de controle. Ela não percebia que estava deitada em cima de algo muito duro? Mas preferia que continuasse, pois assim não veria o volume na bermuda. E também estava muito bom ela tão próxima a ele. Meu banho seria incrível...
Fim da viagem. Foram as melhores férias. De volta à minha cidade, eu estava bem mais solto. A estas alturas, minha mãe já conhecia Thales e viu que era um menino muito bom. Sendo assim, quase todos os dias restantes das férias, passei junto com ele andando de bike ou na casa dos amigos dele no bairro do Artur. Amigos dele que agora eram meus amigos também, com exceção de Artur que não me suportava não sei porquê. Os outros meninos eram 5, 6 anos mais velhos que nós. Nos tratavam muito bem. Adoravam falar de músicas, o que me aproximou muito deles.
Pulando alguns meses, estava próximo de fazer 13 anos, a idade perfeita, a idade que mudaria muitas coisas em minha vida, tudo muito repentino.
Um dia desses eu estava assistindo a fita que gravei no dia do velório do meu pai e parei em um clipe: Tourniquet da banda Marilyn Manson. Que introdução incrível: algumas falas não compreensíveis, com o som do sintetizador ao fundo passando imediatamente uma sensação de obscuridade. Logo após entra a guitarra fazendo microfonia e logo em seguida sendo tocada. Que clipe perfeito. Que vocalista estiloso. Preciso conhecê-los melhor imediatamente. A música ficou em minha cabeça. Ela tomou conta do meu onírico.
Fui para a internet e acessei a rádio Uol. Tinha todas as músicas deles. Fiquei ouvindo muito alto no fone e comecei a ler sobre a banda. História incrível de superação. As letras eram carregadas de políticas e todo tipo de liberdade: religiosa, sexual e ideais.
Era incrível como fiquei feliz em conhecer esta banda. Eles induziam a ler vários livros psicológicos e ler muito, muito a bíblia, pois esta era a melhor arma para confrontar um mal que estava crescendo no mundo: o fanatismo religioso.
Baixei várias MP3 deles e gravei em cd. Mostrei para o Thales um dia na casa dele. Ouvimos juntos e começamos a “filosofar”. Caralho. Ele gostava de tudo. De qualquer assunto. Mesmo que não concordasse com a gente, ele era muito sutil, educado. A estas alturas ele já era meu melhor amigo. Havia me ganhado. Eu não podia falar de tudo com Nicole, como eu falava com ele.
Passaram-se alguns meses e passou meu aniversário, onde minha mãe me deu dinheiro para comprar o cd que eu quisesse. E claro, comprei Marilyn Manson, álbum Antichrist Superstar. Achei que não encontraria fácil este cd, mas encontrei na minha cidade mesmo.
Ou seja, eu já tinha 13 anos e as surpresas começariam em seguida e parecia que nunca parariam...
Comecei a ter discretos pentelhos em volta do pinto e nas axilas. Me sentia “o cara” me olhando pelado no espelho do banheiro. Punhetas eu batia todos os dias no banho e antes de dormir, na cama mesmo, discreto, quando ouvia meu irmão roncando. Mas um dia foi diferente...
Eu estava masturbando. A sensação estava melhor que nunca. Estava incrível. Parecia que eu estava transando. Eu estava tomado pelo prazer. Prazer este que só aumentava, ficava extremamente forte me fazendo ficar ofegante. Eu não enxergava e nem ouvia mais nada. Estava em outra dimensão. Até que senti meu pinto fazer contrações muito fortes e em seguida saiu um jato quente parecendo urina, porém muito grosso e com espasmos. Foram jatos separados e muito fortes. Eu havia gozado. Minha mão melava. O lençol melava muito. Fiquei parado, com medo de meu irmão perceber, mas ouvi mais roncos dele.
Me levantei e me vesti gozado mesmo. Olhei no banheiro e era algo ralo e meio esbranquiçado. Claro, eu sabia o que era. Mas estava assustado com medo daquilo manchar as roupas e o lençol. Minha mãe iria me xingar e fora a vergonha que eu ficaria. Fiquei pensando em como faria se manchasse. Decidi voltar pra cama e a preocupação agora era dividia com a lembrança da sensação que tive somada com a ideia de que agora eu era um homem mesmo. Eu podia ter filhos agora. Hahaha. Vejam os pensamentos de um adolescentezinho.
Acabei adormecendo e quando acordei não havia nada na cueca e nada no lençol. Havia secado tudo e não deixou mancha nem cheiro. Fiquei muito aliviado. Agora eu queria aquilo todos os dias.
Minha mãe não nos permitia acessar a internet durante o dia devido aos preços. Depois da meia noite, a conexão era com preço único, assim como nos finais de semana (internet discada).
Nas sextas-feiras de madrugada e nos finais de semana, quando meu irmão não estava no pc, eu acessava sites pornôs heterossexuais. Via muita coisa quando todos dormiam e ia me deitar, onde me masturbava, gozava e dormia feliz.
Eu sempre apagava os dados de navegação. Porém, um dia minha mãe me chama para conversar. Era algo sério. Meu irmão havia achado páginas gays abertas. Homens muito musculosos se exibindo e transando. A página estava aberta e minha mãe me questionando porquê acessei aquilo. Eu não sabia nem como me defender. Eu nunca havia visto aquelas coisas. E porquê tinha que ser eu? O argumento era de que meu irmão jamais entraria em páginas assim, por ser um filho exemplar. Mas eu, ela mal conhecia e podia esperar tudo ou nada de mim. Isso eram palavras dela. Palavras que doeram muito. Eu nunca fiz nada de errado. Eu nunca sequer toquei a campainha na casa de alguém e saí correndo. Porquê estava sendo tão agressiva comigo? E porquê meu irmão estava dizendo que acessei aquilo, se não o fiz? Eu apenas neguei, chorando. Mas também não admiti que acessava sites pornô heteros. Hoje, acredito que a página deve ter sido aberta sozinha, pois acontece muito com algums sites pornôs. Ficam muitas páginas abrindo sozinhas, em segundo plano. Como não vi, limpei os dados de navegação e nem desliguei o pc. Fui dormir.
Meu irmão incitava minha mãe a ficar de olho em mim, pois o cd que eu comprei era de um vocalista que parecia um travesti e era gay. Eu até hoje não entendo porquê meu irmão me odiava tanto. Parecia que o sonho dele era me ver fora da família. Mas eu mal ocupava espaço ali. Éramos pobres e eu tinha ciência disso. Quando eu pedia algo à minha mãe, entendia quando não podia comprar. Eu não era um revoltado. Eu não era um moleque de rua que aprontava por aí.
Minha mãe me chamou para outra conversa dias depois, quando notou que eu mal falava em casa e nem perto deles ficava. Ela estava calma e iniciou um assunto sobre puberdade e curiosidades. Resumindo, ela disse que eu continuaria sendo seu filho mesmo se estivesse gostando de homens, mas ela queria saber a verdade e queria que eu tentasse a vida oposta primeiro. Poxa. De onde tirou que eu era gay agora? Era resultado de mais conversa fiada do meu irmão com ela.
Na escola e quando estava fora de casa, era tudo normal. Estava tudo muito letal. Mas em casa eu simplesmente me deteriorei. Eu não ficava perto de ninguém nunca. Estudava no lado de fora com meus cães deitados em meu colo. Cada dia mais eu perdia minha mãe e não entendia o porquê.
O dia mais triste foi quando minha mãe saiu com meus irmãos e na volta estavam cheios de sacolas. Eram roupas. Roupas para meu irmão e minha irmã. Apenas. Eu, idiota, entrei em casa para ver as minhas, quando vejo cada um guardando a sua. Nada falei. Apenas voltei para fora e fiquei no meu cantinho predileto, onde minha mãe havia instalado uma rede debaixo de um pé de abacate. Estava anoitecendo. Coloquei meus dois cães na rede e chorei. Chorei muito, mas em silêncio. Acariciava meus cães que me olhavam muito atentamente e dizia que eles eram minha família. Eu havia sido esquecido na casa. Outros episódios parecidos ocorreram em dias bem próximos. Eu queria cuecas novas. Eu estava grande e queria pedir para minha mãe comprar maiores para mim com a vendedora que sempre passava em nossa casa. Quando ela veio, nada para mim novamente. Eu não ganhava nem utensílios pessoais necessários mais. Tinha apenas refeição e itens de higiene. Não podia mais acessar o computador e celular foi tomado de mim. Precisava de canetas e grafites de lapiseiras mas não tinha como adiquirir. Algo muito errado aconteceu e eu estava sendo julgado. Mas que porra era?
Nestas alturas, apenas minha irmã conversava comigo. Ela tinha dó de mim e, como eu, não entendia nada do que estava acontecendo. Ela tentava sempre brincar comigo, mas eu não queria que ela me visse chorando.
Passaram-se semanas assim e estar fora de casa era a melhor coisa do mundo. Odiava finais de semana. Queria meus amigos, minha escola. Queria ficar longe daquela casa. Eu deveria sair de casa? Mas pra onde? Pedir esmolas em outra cidade? Eu não aguentaria nem 10 horas de fome e voltaria. Deveria me matar então? Mas como?
Fora de casa, como disse, as coisas eram legais. Mas começaram a vir pesadelos também fora de casa. Nicole, a menina da qual eu simplesmente tinha um amor imenso e uma atração muito grande, começou a namorar um menino de 19 anos na época. Ela teve desentendimentos com a mãe no início, por namorar tão nova, mas ambas entraram em um acordo de que o namoro seria sempre dentro de casa e com a mãe dela lá. E eles nunca sairiam sozinhos.
Nicole era dele. Ela não podia mais deitar em meu colo e passar horas sozinha comigo. Me afastei da casa de Nicole, pois o menino me odiava. Nicole falava demais de mim e ele tinha muitos ciúmes.
Minha tristeza agora era visível. Thales não questionava muito, pois sabia que eu não falava dos meus problemas. Mas sempre fazia algo para me agradar, me distrair.
Estávamos indo quase todos os dias no bairro do Artur. Gostava muito dos carinhas de lá. Eu já havia ficado conhecido no bairro também. Apenas Artur demonstrava não gostar de mim e decidi provar isso ao Thales, que disse nunca perceber.
- Cara, ele deve ir para a pracinha hoje. Note bem quando eu falar algo e veja a reação dele. Ele não só discorda mas também retruca e acha sempre ridículo. Sinceramente, acho que ele tem muito ciúmes de nossa amizade. – falei.
- Nada a ver. Por quê ter ciúmes de amizades? – Thales disse.
- Vai ver é gay e gosta de você.
Começamos a rir. Nisso chegaram alguns amigos (como disse, cerca de 4, 5 anos mais velhos que nós) e pouco depois o Artur chega.
Falávamos de música, quando citei Marilyn Manson. Estava falando dos arranjos musicais perfeitos, quando fui cortado por Artur:
- O quê? Você ouve aquilo? O cara tirou costelas para chupar o próprio pau. O cara é nojento. Você deve ter vontade de fazer o mesmo já que ouve isso.
Olhei para Thales que me encarava. Finalmente, depois de muito tempo, ele notou como Artur era escroto comigo. Mas a situação durou pouco, pois os meninos o cortaram falando que o som era bom e tals. Dois deles tocavam guitarra e sabiam da minha grande admiração por bateria. Gostavam muito do meu gosto musical, da minha seletividade para músicas e de como eu falava sobre o assunto.
Na volta para casa, eu e Thales fomos conversando sobre as atitudes de Artur. Não entendíamos por quê ele agia assim. Eu menos ainda. Por quê 2 pessoas me odiavam tanto? Artur, do nada, desde que conheci Thales. E meu irmão, que conseguiu manipular minha mãe contra mim.
Nas aulas de educação física, às vezes o professor liberava a aula e podíamos jogar futebol, basquete ou tênis de mesa. Eram 2 quadras cobertas e uma livre. Como já disse, a escola era muito grande e com muitos alunos. Eu sempre jogava futebol quando liberava a aula e ficava de goleiro. Sempre gostei e gostavam muito da minha defesa. Mas na linha eu era desastroso. No gol, eu tinha em mente que estava ali para “apanhar”. Se a bola está perto do gol, o adversário tentará fazer o gol a qualquer custo e cabe a mim não deixar, a qualquer custo também. Com isso na cabeça, eu sempre me atirava em cima dos atacantes, o que me custava algumas escoriações e discretos hematomas.
Já notava no vestiário que alguns meninos já tinham pelos nas axilas também. Alguns eram tão atrevidos e andavam pelados, mostrando o pinto cabeludo. Eu achava estranha a situação evitando olhar qualquer coisa. Mas alguns me chamavam a atenção quando se trocavam. Eram os mais próximos de mim na sala de aula e também Thales. Eu evitava olhar para o Thales no vestiário, mas já conhecia bem seu tórax. Sempre que me chamava para sua casa, estava sem camisa e descalço. Via que tinha mais pelos que eu nas axilas e já tinha pequenos pelos no peito. Ele estava ficando meio fortinho. Suas pernas também estavam começando a ter bastante pelos.
Minha convivência com Thales era cada vez maior. Estávamos sempre juntos e algo estranho dentro de mim estava nascendo. Até que um dia, decido me masturbar pensando nele. Fiquei imaginando como seria nós dois nus. Ele pegando em meu pinto e chupando. Imaginei eu comendo ele. Tentava imaginar como era sua bundinha. Gozei. Gozei muito. E me arrependi...
Bateu algo em mim muito ruim. Parecia que estava traindo nossa amizade. Ele não devia imaginar que eu estava fazendo aquilo. E pra piorar, eu estava pensando em um homem. Por quê estava fazendo aquilo? E por quê gostei?
Mesmo com este sentimento de culpa, minha atração por ele só aumentava e minhas punhetas também. Ele era o único homenageado por mim agora. E suas atitudes comigo eram cada vez mais estranhas, porém eu tentava acreditar que eram coisas de minha cabeça.
Thales queria que eu fosse todos os dias em sua casa agora, depois do almoço, pois seus pais trabalhavam. Seu irmão pequeno sempre ficava na casa de uma tia. Thales me mostrava filmes pornôs que ele tinha escondido e assistíamos juntos. Muitas das vezes havia alguma brincadeira suspeita entre nós, mas algo leve. Até que um dia comecei a acreditar que Thales também estava com desejos sexuais para homens.
Após vermos um filme pornô, fomos estudar. Thales não estava com vergonha de mostrar que estava excitado. Estava como sempre, sem camisa, descalço e de bermuda. Era visível o volume quando ele se levantou do sofá. Ao sentarmos à mesa da cozinha para estudar, pedi a ele a borracha emprestada. Ele pegou a borracha e ao me entregar, fechou a mão e disse para eu tentar pegar. Tentei abrir a mão dele e ele se levantou rapidamente, ficou atrás de mim e começou a me enforcar com o outro braço. Consegui me levantar e iniciamos uma “lutinha”. Eu sempre era dominado, pois ele era mais forte do que eu, mas eu nunca desistia. Eu também estava excitado e ele não tinha censura em olhar para meu pinto, enquanto eu fingia não ver nada nele. Mas era um momento mágico nosso para mim. Sentia seu corpo quente e suado esfregando no meu. Thales ria muito. Estava se divertindo com aquele clima de sedução. Em um momento em que ele me imobilizou, me levou para o quarto de seus pais e me jogou na cama. Fiquei deitado de bruços enquanto ele torcia meus braços. Eu chutava ele por trás, acertando a bunda dele. Até isso me dava tesão. Ele decidiu se sentar em minhas costas e falou que só sairia dali depois de eu pedir perdão.
Eu não pretendia pedir nunca, pois estava muito bom aquilo. Ele insistindo para eu falar, e como eu não falava, Thales solta:
- Você vai mesmo ficar machucando seu pau na cama? O peso do meu corpo sobre o seu vai quebrar teu pinto aê.
Caralho. Ele viu mesmo que eu estava excitado e nem se importava com aquilo. Isso pra mim foi uma surpresa tão boa que ali, naquele momento, vi que podia sempre bater punheta imaginando ele seu neuras. Mas por quê punheta se ele estava ali?
Thales estava muito cansado e deitou-se ao meu lado. Ficou me encarando, olhando no fundo dos olhos. Comecei a ficar tenso. Será que ele iria me lascar um beijo do nada? Ele olhava e não parava. Estava sério. Até que perguntou:
- Você ainda quer a borracha?
- Claro. Preciso dela.
- Então pegue. – colocou-a dentro da cueca e voltou a me olhar sério. Fiquei encarando ele por alguns minutos sem entender nada, sem saber o que fazer. Mais uma vez, Thales pediu para eu pegar. Eu sentia algo tão forte como nunca havia sentido. O tesão era tão grande que sentia algo como se tivesse me enforcando. Meu pinto estava explodindo dentro da cueca. O clima, o cheiro dele, nossa aproximação, teu corpo quase nu e ele pedindo para eu explorar teu pinto. Tomado por uma força de tesão muito forte, meu braço se levantou para pegar a borracha... quando a campainha toca.
Ele se levantou rápido, nervoso, pois seus pais tinham mania de tocar a campainha e abrir o portão. Nem sei porquê faziam isso. Também me levantei rápido. Fui para a cozinha e me sentei próximo aos nossos cadernos. Mas ninguém entrou na casa e a campainha continuava. Thales foi atender. Era Artur. Estava chamando Thales para andar de bicicleta e foi convidado a entrar. Meu cabelo, já meio grande, volumoso, entregava algo. Estava muito bagunçado. Thales estava ofegante. Artur percebeu que algo rolou ali mas nada falou.
Thales me chamou para ir com eles andar de bike. Topei e voltei para casa para pegar minha bicicleta. Cheguei e nem 2 minutos depois eles chegaram também. Minha mãe atendeu e pediu a eles para entrar, o que não me agradou muito.
Thales ia muito pouco em minha casa. Agora que o clima estava tenso, nunca mais o chamei. Artur nunca havia entrado em minha casa.
Vieram até meu quarto e eu estava sem camisa. Estava procurando alguma outra. Artur ficou encarando meu corpo, porém com um semblante muito fechado. Viu um cd do Marilyn Manson e ficou olhando para ele, folheando o encarte.
Andamos de bike em um bairro ainda sem casas até o sol se pôr. Voltamos para nossas casas.
Em casa, o clima chato continuava. Fora minha irmãzinha, ninguém conversava comigo. Sentavam-se na sala e assistiam TV juntos, enquanto eu ficava no meu quarto ouvindo músicas ou com meus cães do lado de fora ou estudando. Mas computador não era mais acessível para mim. Não que soubessem, pois eu estava quebrando as regras. Às vezes eu acessava a internet de madrugada com todos dormindo e baixava músicas, gravava em cd e ouvia no quarto depois. Eu estava ouvindo Manson quando minha mãe sai da sala e vem até meu quarto, se dirige a mim e pergunta:
- Qual o seu problema? Você faz as coisas apenas para me irritar ou você é mesmo problemático? – não fazia ideia do que ela estava falando. E continuava:
- Olha, se você quiser, te mando para morar com algum tio seu em outro estado. Já passei por muita coisa ruim nesta vida e não deixarei que uma cria minha seja um peso para mim. Nossa relação já não anda nada boa e você ainda por cima insiste em seguir caminhos alternativos.
Mas que caralho. Do que minha mãe estava falando? Ela estava muito brava. Será que de alguma forma ficou sabendo da brincadeira minha e do Thales? Eram minhas punhetas? O que havia de errado?
Enquanto ela xingava, eu ouvia, com os olhos cheios de lágrimas. Mesmo não sabendo o que era, eu tinha ciência que não havia feito nada de errado e isso me machucava ainda mais. Eu não ia perguntar a ela o que era. Decidi me levantar, pois eu iria começar a chorar e não queria que ninguém visse. Ia ficar com meus cães. Até que ela me segura pelo braço e diz em tom bem alto:
- Não me ignore. Bicha? É isso que significa agora? Primeiro aqueles homens pelados e agora você se intitula bicha?
Comecei a chorar. Eu não conseguia falar. Não fazia ideia do que ela estava falando. Até que ela pegou minha pequena coleção de cds gravados por mim, pegou um específico e disse:
- Olha o que eu faço com esta merda. – e quebro-o, jogando as partes quebradas em mim. Comecei a ficar com muito medo dela. Ela pegou os meus cds todos e jogou no chão. Chamou meu irmão e pediu a ele para mostra-la o quê mais ele viu de errado ali. Ele disse que era o cd de Manson possuía influências ruins sobre religião. Mas o cd que ela quebrou era o cd de viado mesmo.
Eu não chorava alto. Apenas saíam muitas lágrimas, mas ao ponto de não me deixarem falar. Fui me recompondo e perguntei, no meio dos gritos dela, o que havia de errado com aquele cd. Ela respondeu:
- Não se faça de bobo. Vocês já estudam inglês na escola e você está usando isso para seguir um caminho sujo. Seu irmão me mostrou este cd aqui que está escrito “Queer”.
Caralho. Não acredito que aquele era o motivo da briga. Ela estava praticamente me pedindo para sair de casa devido a uma música chamada Queer, da banda Garbage. Tinha este nome e mais uns 5 escritos no cd. Eram as músicas que eu mais gostava, mas nem conhecia a letra e sequer sabia que “queer” pode ser traduzido como “bicha”. E pior que a música nem fala disso. Fala de pessoas estranhas, uma letra até um pouco agressiva. Leitor, procure por esta canção. Ela é muito gostosa.
Depois disso, minha mãe me proibiu também de ouvir músicas. Recolheu meus cds, mas não quebrou mas nenhum, e os guardou no quarto dela. Quando ela estivesse na faculdade, meu irmão tinha autonomia de me vigiar. Minha vida estava conseguindo ficar ainda pior.
No outro dia, na escola, mais problemas.
No intervalo, me encontro com Thales que me levou para ficar conversando com pessoal de sua turma. Um povo legal e já estavam acostumados comigo. Estávamos no segundo andar, perto do corredor das salas. Era proibido entrar nas salas de aula nos intervalos. Chega Artur. Cumprimentou a todos menos a mim e com ódio nos olhos começou a caçoar de mim:
- Ontem fui na casa do Diego e ele estava sem camisa. Parecia uma vara de pescar de tão magro. - Os caras, que adoravam zuação, começaram a rir. E ele continuou.
- E o suvaco cabeludo dele. Já acha que é homem. – os caras riam, menos Thales. E Artur não parava:
- Ele ouve Marilyn Manson. O cara que chupa o próprio pau. Tem que ser muito viado pra ouvir isso. – eu e Thales estávamos sérios quando pra piorar a situação, passa por nós o Ederson. Um cara 3 anos mais velho, muito alto e forte, mal elemento, sempre envolvido em confusões. O cara metia medo em geral na escola. Já bateu em vários meninos e no momento ele e sua trupe pegavam no pé de Bruno, um menino magrinho como eu, porém indefeso. Eles disputavam quem dava tapas na nuca dele mais forte, jogavam ele no chão com rasteiras e pra piorar... eles agarravam Bruno por trás e ficavam pressionando a bunda deles contra suas genitálias. Isso no intervalo, quando invadiam as salas de aula e quase ninguém via. O coitado do menino era o sinônimo de humilhação.
Voltando para nós, Artur chama Ederson que passava perto de nós e fala pra ele que eu gostava de chupar pinto porquê ouvia músicas de um travesti que fazia isso. Não deu outra. Comecei a ser a atenção de Ederson e sua trupe. Neste dia me zuaram com isso que Artur fez e deram uns tapas em minha nuca. Não fiz nada. Fui humilhado.
Fim da aula. Desta vez consegui correr de Thales. Não queria ir embora com ele, pois Artur devia vir junto. Agora eu teria que ir para o inferno de minha casa e estava com medo da escola ser o segundo inferno. Eu não ia suportar ser um segundo Bruno.
Cheguei em casa e nem quis estudar. Eu estava muito mal com minha família e agora estava começando a ter medo da escola.
Voltaram os pensamentos de “sair desta vida”, “dar fim nela”. Eu não queria mesmo ficar neste mundo. Eu não pertencia a este lugar. Eu era um peso vivo para minha mãe, que mostrava claramente querer de alguma forma se livrar de mim. A escola, da qual eu gostava tanto, agora podia ser meu local de humilhações.
Diante de tantos acontecimentos, estava decidido. Assim que minha mãe saísse para a faculdade, eu sairia desta vida. Só tinha que pensar como.
Peguei alguns livros dela (relembrando, minha mãe fazia faculdade de enfermagem) e vi um de toxicologia. Fiquei folheando e vi métodos de desintoxicação com carvão vegetal e logo depois vi um tipo de intoxicação fácil: mamonas.
No livro falava do alto poder de intoxicação das sementes das mamonas, que, se ingeridas em uma quantidade em torno de 20 unidades, poderia levar a óbito. Pronto. Era o que eu faria. Mamonas tinham em todo lugar no bairro.
Minha mãe se arrumava para sair enquanto eu estava extremamente nervoso. Olhava para o relógio e via que eu não chegaria mais ao dia seguinte. Hoje eu iria embora. Decidi esperar ela sair do lado de fora, com meus cães. Chorava muito, conversando com eles dizendo que eram os únicos seres que se importaram comigo. Mas eu tinha que ir embora. Eles ficariam em boas mãos.
Resumindo, minutos depois que ela saiu, saí também e andando apenas uns 100 metros, encontro muitas mamonas em um lote. Peguei muitas e coloquei nos bolsos da bermuda. Voltei para casa e subi para o telhado (não era coberto). Estava com medo de passar mal e alguém ver. Queria ter certeza de que aguentaria. Comecei a abrir as mamonas e engoli alguns caroços. Muito amargo aquilo, não tinha como continuar engolindo a seco. Desci e peguei água. Voltei e continuei. Tomei o equivalente a umas 30 mamonas. Chorava muito. Via um céu estrelado e tinha por mim que nunca mais veria aquilo. Era questão de minutos. E eles passaram, e passaram. Eu não senti absolutamente nada.
Fiquei frustrado com minha tentativa. Aquilo não era tóxico porra nenhuma. Eu tinha que encontrar uma forma segura de fazer sem ninguém ver. Até que me lembrei que enquanto eu tomava estes caroços, debaixo da caixa d´água tinha soda cáustica. Sabia do grande poder de corrosão daquilo. Pronto. Seria com isso mesmo. Me destruiria por dentro e eu não teria chances. Mas eu queria conseguir tomar sem corroer minha garganta.
Peguei alguns medicamentos em cápsula e levei pra cima. Abri as cápsulas e retirei o que tinha dentro, colocando a soda dentro. Tomei algumas cápsulas e agora sim eu tinha a certeza de que iria passar mal. Eu deveria ser forte, pois iria sentir muita dor. Novamente chorava muito esperando o efeito. E nada. Passaram horas. E nada.
Decidi descer. Tomei banho muito triste com a vida e frustrado com as tentativas. Agora eu não sabia mesmo como sair desta vida.
Fui dormir antes mesmo de minha mãe chegar.
Acordei normalmente. Não sentia mal algum. Almocei e fui para a escola.
No intervalo, eu estava com Thales e umas meninas no mesmo local do dia anterior. Quando chega Ederson perguntando se eu já chupei meu próprio pau. Ele estava acompanhado com outro menino. Um marginalzinho também. Nisso, ambos deram tapas em minha nuca. Eu não sei explicar o que deu em mim, mas foi incrível. Num ato de coragem que nem sei de onde tirei, me levantei e muito rapidamente empurrei Ederson, que se desequilibrou e caiu nas escadas... e foi caindo. Todos se levantaram para ver. Ouvi algum dizer:
- Caralho. O Ederson morreu.
Ele caiu vários degraus e pra mim ele estava mesmo desacordado. Nisto, o seu amigo tenta me empurrar nas escadas também. Peguei ele pelo braço com uma força que eu nem sabia que tinha e empurrei contra a porta que dava acesso ao corredor. Ele bateu forte na porta, fazendo um barulho bastante alto. Mas ele nem bateu com tanta força assim. A porta que era barulhenta e solta mesmo. Mas deu a impressão nas pessoas de que eu quebrei as costelas do menino ali. Nisto, corri. Fui em direção à minha sala e o marginal atrás de mim. Entrei em minha sala rápido e ele ficou na porta. Não entrou. Caso brigássemos dentro da minha sala, seria muito pior para ele, pois invadiu minha sala.
Nisto chegam alguns meninos e meninas e entram em minha sala. Alguns perguntando o que houve, outros narrando tudo. Estavam todos eufóricos com aquela confusão toda.
Fim do intervalo e todos para as salas. Professor não conseguia dar aula, pois os alunos só falavam de mim. Diziam que acabei com Ederson, o cara mais temido da escola. E de quebra acabei com teu amigo também. Eu estava com medo. Não sabia o que me esperava agora e não estava respondendo às perguntas de niguém, quando sou chamado na sala por um inspetor de alunos para comparecer na direção.
Fui e com muito medo. Será que Ederson estava no hospital? Eu seria expulso? Como eu iria pra casa agora? Já não era aceito sem fazer nada, sendo expulso então...
Chegando na diretoria, para minha surpresa, estava Ederson, apenas ralado, e seu amigo. A diretora pediu explicações e eles começaram a inventar situações ridículas. Tão ridículas que um falava uma coisa, o outro falava outra. Diante de tanta mentira, a diretora nem me deixou falar. Pediu silêncio aos dois e disse para Ederson:
- Olhe aqui. Este é seu último ano nesta escola. Não nos é permitido manter um aluno com mais de 3 anos de idade de diferença com outros. Sendo reprovado mais uma vez, você iria para o período noturno. Mas iria. Não vai mais. Se você for reprovado mais uma vez, o que é óbvio, estará fora desta escola. Você já nos trouxe problemas demais. Até judiciários. Uma pena o Diego ter se defendido tão bem, pois pra mim basta apenas um arranhão em qualquer aluno vindo de você, e sua expulsão está pronta. E atreva-se a brigar fora da escola com um aluno daqui. Apenas atreva-se.
Caramba. Ela xingava muito ele e o marginalzinho. Eles estavam assustados e eu mais calmo. Até que, para minha surpresa maior, ela diz que estou liberado para voltar à sala de aula e qualquer coisa, deveria reclamar direto com ela.
Voltei feliz. Ederson não se machucou e ainda ficou na diretoria ouvindo muitas ameaças. Na sala, me perguntavam se fui advertido ou expulso. Falei que não. Nem precisei falar nada. A diretora estava brava era com eles. Mas não dei detalhes.
Eu não imaginava a repercussão do que fiz. Eu apenas me defendi. Mas para a escola inteira, eu havia batido nos 2 piores alunos da escola, sozinho.
No intervalo do dia seguinte, as pessoas vinham até mim e perguntavam o que aconteceu com Ederson, pois não apareceu na escola. Se foi expulso e tals. Eu não fazia ideia. Mas no dia posterior ele apareceu.
Nunca mais nenhum aluno tentou zuar comigo. Eu, um magrelo, agora com fama de “batedor”, sendo que apenas empurrei os caras.
Quanto ao Artur, em um dia que estava junto de nós no intervalo, falei com ele o seguinte:
- Fale com seus amigos marginais para deixarem o Bruno em paz, ok? Eles sabem do que estou falando. E você também.
- Que Bruno? – pergunta uma das meninas.
- Estuda na Clarice Lispector.
- Mas o que fazem com ele? – volta a perguntar a menina.
- Vou dizer o que aqueles marginais, amigos do Artur fazem: eles agarram ele por trás e simulam uma transa com ele. Com um homem. Fazem isso quase todos os dias no intervalo. Agora me diga: homem que gosta do corpo de outro homem é o quê mesmo? – perguntei olhando pro Artur. – Me responde, Artur. Você e os marginais são o quê mesmo? A palavra é pequena e simples. Começa com “g”. – insisti eu.
Artur ficou assustado com minha reação e alguns começaram a zuar com ele.
Não sei se realmente o recado foi passado, mas não mexiam mais com o Bruno também.
A minha relação com a escola foi restabelecida. Fim do ano chegando e eu continuava com Thales na cabeça. Thales estava um pouco mais afastado de Artur, pois ele fez conversa com nome do Thales também, mas ninguém acreditou. Continuava jogando no gol nas aulas de educação física quando comecei a receber “torcidas”.
Um dia, do nada, ouço um grito vindo das arquibancadas: “Diego lindoooo. Anjinhoooo lindoooo”.
Eram Soraya e Samira, as gêmeas, e Nicole, sentadas na arquibancada. Acenei e continuei jogando. Até que pedi alguém pra ficar no gol. Eu tinha que sair. Os meninos ficaram bravos quando viram que eu estava saindo era pra ficar conversando com elas.
Cheguei até elas, suado.
- Quem vai me abraçar? – falei.
- Hahahaha. Sai pra lá. Deve estar fedendo cecê. – Disse Samira.
- Sou cheirosim, olha. – abri as axilas pra elas.
Começaram a rir e pediram pra eu ficar ali com elas. E fiquei.
- Que suvaco cabeludo, menino. Depila isso. – disse Samira.
- Ah tá. Pode deixar. Um homem lisinho. Vai esperando. – respondi.
Ficamos conversando e Nicole pediu para que eu não fosse embora depois da aula. Precisava muito conversar comigo.
Nos encontramos após a aula e ela me perguntou porquê eu não respondia sms mais pra ela. Disse que meu celular foi tomado de mim. Eu estava com problemas em casa. Ela disse que a mãe dela sentia minha falta e queria me ver. Eu disse que apareceria lá qualquer dia desses, quando seu namorado não estivesse. Para minha surpresa, Nicole fala que terminaram fazia 1 semana. E ela nem estava triste.
Ela insistiu para eu almoçar em sua casa. Thales estava do meu lado esperando pra irmos embora. Com tanta insistência, decidi ir pra casa de Nicole e de lá ligaria para minha mãe. Thales se despediu de nós com uma certa decepção no rosto.
Chegando na casa de Nicole, sua mãe logo vem nos recebendo e me chamando de filho desnaturado. Que desapareci, que não podia mais fazer aquilo. Mencionou também que eu estava crescendo muito rápido e estava bastante bonito, graças aos olhos mas também ao cabelo que foi ideia dela.
Passamos a tarde conversando e a mãe de Nicole em um momento me pergunta se eu estava com problemas em casa. Neguei, mesmo tendo mencionado isto para Nicole. Ela disse que eu devia estar sim, pois sumi. E queria que eu confiasse nela para falar qualquer coisa, pois minha infância não havia sido fácil.
Com estas palavras, fui lembrando do inferno da minha casa. Meus olhos estavam começando a lacrimejar. E o que aconteceu na infância? Não tive coragem de perguntar. Mas ela sabia de algo e notou meu semblante triste.
Voltei para casa e os dias correram normalmente. Em casa eu só estudava, pois não tinha acesso a computador e ao meu diskman mais.
Porém, depois da aula, várias vezes eu ia para a casa de Nicole. Nos reaproximamos novamente e Nicole novamente se grudava em mim pra tudo.
Algumas semanas se passaram e fiquei conversando com Nicole em uma pracinha a caminho de sua casa, sentados em um banco após a aula. Como sempre, ela deitada em meu colo e eu excitado. Ela falava do ex namorado, de como ela foi idiota de estar com ele. Fiquei muito chateado quando ela disse que havia arrependido de ter perdido a virgindade com ele. Pensava que ela ainda era virgem. Mas de quê importava também? Ela nunca foi minha. Até que perguntou se eu já transei.
- Eu sou b.v. (boca virgem) ainda. – falei
- Ahhhh, não acredito. Você é bv? Perguntou isso levantando-se do meu colo e continuou:
- Mas você é tão bonitinho. Estes olhos que atraem todo mundo e esse rostinho de anjo.
Fiquei sem jeito com a conversa, quando Nicole me encara muito e me beija. Que sensação incrível. Sentia a língua quente dela adentrando minha boca. O cheiro bom daquela garota estava muito próximo a mim. Eu, excitado, me entreguei àquela situação e fiz o que ela fazia. Colocava a língua em sua boca também e repetia tudo o que ela fazia.
- Seu mentiroso. Você beija direitinho. Melhor que meu ex que pegava todas. Você não é bv.
- Eu sou sim. Quero dizer, era.
- Você se importaria de experimentar somente uma boca, tipo a primeira e ficar somente com ela?
- Mas isso pra mim seria incrível, principalmente se fosse real, como está sendo. Bem que eu queria, e muito. – disse eu meio envergonhado, mas tomado pelo tesão.
E foi aí que começamos a namorar. Inicialmente, só ficávamos nesta pracinha. Ela ainda não queria falar para a mãe que estava namorando, pois havia acabado de terminar um namoro e era muito nova pra trocar de namorados assim.
Eu estava me sentindo muito especial. Mesmo com a indiferença da minha família comigo, eu estava feliz demais. Eu tinha uma garota meus sentimentos por ela ficavam cada dia mais fortes. Em contrapartida, era visível o incômodo de Thales em relação ao meu namoro.
Pulando alguns meses, chegou dezembro e as férias. Falamos para a mãe de Nicole que estávamos namorando. Ela achou estranho, pois nos via como irmãos, mas gostou depois daquilo.
Eu estava subindo pelas paredes, pois eu e Nicole até então ficávamos apenas de beijos na praça depois da aula. Após iniciarmos o namoro na casa dela, começamos a sair, mas sempre chegando cedo em casa. Achamos um lugar ideal para ficarmos ao anoitecer. Era um bairro nobre, de grandes mansões, poucas casas, ruas largas e muitas árvores. Quase não tinha movimento. Ficamos encostados em uma árvore grande onde a iluminação chegava pouco. Estávamos nos beijando e era visível a minha excitação, pois eu estava ofegante, beijava-a muito intensamente e roçava meu pinto muito duro nela. Eu estava de camisa, bermuda e tênis. Ela estava de camisa e uma calça jeans apertada.
- Menino, você é muito safado. – disse ela.
- Desculpe. Eu gosto muito de você. Perdi o controle. Me desculpe se passei dos limites.
- Eu não chamei sua atenção. Estou gostando disso. Sentir o corpo de um homem pela primeira vez sendo ele também virgem é algo especial pra mim. E você é o Diego. O “anjinho”. Um menino tão bonito e tão educadinho. Quem não quer?
Eu estava cada vez me sentindo “o cara”. Minha auto-estima aumentando muito. Mas algo me deixou em dúvida:
- Primeira vez? Mas e o seu ex? Você me disse que transaram.
- Diego, eu queria ver sua reação. Sério que você acreditou naquilo? Não viu meu sarcasmo? – ela disse rindo. Comecei a rir também e me senti ainda mais especial. Ele não havia conseguido nada com ela e eu estava próximo. Eu era melhor que ele. Caralho, eu estava me sentindo muito bem.
Voltamos a nos beijar intensamente. Agora, eu iria tentar explorar o corpo dela, já que disse que estava gostando. Porém, ela começou, Levantou um pouco minha camisa e começou a passar as mãos em meu abdome e peito. Aquilo me fez perder o controle novamente. Eu estava com muito tesão. Roçava o pinto nela, pressionando-a fortemente contra a árvore. Coloquei minhas mãos dentro de sua camisa também e fui direto para os peitinhos durinhos por cima do sutiã. Era muito louco sentí-los em minhas mãos. Queria vê-los, tocá-los sem nada e chupá-los. Nicole decide então ir em direção ao meu pinto por dentro da cueca. Ficou acariciando os pentelhos. Na minha euforia, tirei o pau pra fora. Ela pegou nele, sem jeito. Mas não importava. Do jeito que pegasse pra mim estava perfeito. Ficou acariciando ele. Eu estava eu outro mundo. Minha pulsação estava descontrolada. Eu não enxergava nem via mais nada, quando gozei. Sim, eu gozei com ela acariciando ele. Foi porra na mão dela, na calça e no chão. Mesmo assim ela continuou acariciando-o. Foi incrível.
Quando ela decidiu que devíamos ir embora, fomos para a outra calçada iluminada e vimos os respingos em sua calça. Esfreguei com a mão e disse que logo secaria, mas queria que ela visse meu “menino”, pois estava escuro e ela não viu. Ele já estava duro como antes novamente e, no caminho da casa dela, vi que não havia ninguém por perto e me encostei em um muro, tirando ele pra fora e mostrando pra ela. Ele já possuía um tamanho bastante considerável para a minha idade. Eu estava próximo dos 14 anos. Ele devia ter uns 15 cm, bem reto, branquinho e com uma grande cabeça à mostra, pois eu não tenho prepúcio.
Nicole adorou ver e elogiou, mas ela não tinha muita noção de tamanhos de pinto, assim como eu, pois nunca havíamos visto outros.
E assim iniciou de forma muito intensa o nosso namoro. Poucas semanas depois tivemos nossa primeira transa, onde fiquei muito nervoso e ela também. Eu não sabia colocar camisinha e nem ela. Mas depois de conseguir colocar, transamos, porém ela com muita dor e eu muito sem jeito. Não vou relatar esta parte por esta ser a história de minha vida onde os leitores são gays e não vão se interessar por detalhes heterossexuais. E já dei detalhes demais neste conto.
Depois disso, transávamos sempre que conseguíamos ficar sozinhos em casa. Raramente namorávamos no intervalo da escola, pois deixávamos este espaço para os amigos. Mas às vezes decidíamos ficar juntos. Somente eu namorava naquela idade na escola e eu me sentia um homem já com tudo aquilo. Era respeitado por todos na escola depois da confusão com os marginais e agora namorava uma mina linda. A escola era meu lugar predileto.
Pouco antes do início do próximo ano letivo, minha mãe me aborda novamente em meu quarto dizendo que precisava muito conversar comigo. Pensei: “Caramba. Mais rolo?” Mas nem fiquei muito grilado. Eu estava feliz e também sabia que não havia feito nada errado. Seria só mais um episódio de implicância.
Ela iniciou a conversa bem calma, lembrando de como eu era agarrado nela na infância. Falava que não vivia sem ela, que a amava muito. Ficava cheirando ela quando assistíamos tv e dizia que seu cheiro era bom. Como sempre, eu não estava entendendo nada. Mas dessa vez era ainda mais estranho, pois ela estava falando de coisas boas.
Depois de relembrar muita coisa, e eu somente calado, disse olhando pra mim:
- Diego, pedir desculpas à você é muito pouco. Não sei o que fazer para corrigir tantos erros. Mas o que posso lhe pedir agora é apenas perdão. Desde que perdemos teu pai, tudo caiu sobre mim e você sabe que a minha relação com meus irmãos e mãe é bem caótica. Sinto falta do seu pai apenas financeiramente. Sua infância, meu filho, foi muito complicada. Eu fazia o possível para lhe defender, mas nem sempre conseguia. Nos últimos meses, não sei o que me deu, mas acabei descontando tudo em você.
Nisto minha mãe começa a chorar. Eu apenas ouvia, sem entender muita coisa mas também não falava nada. Ela continuou:
- Diego, me perdoe por tudo que lhe fiz? Você é um filho maravilhoso e exemplar. Vejo os filhos das minhas amigas e a maioria são problemáticos. Você nunca me decepcionou. Nunca fui chamada na escola, você nunca teve notas baixas, todos elogiam você pela educação. Meu filho, amo muito seu irmão, mas ele é a cópia do seu pai. Filho, me abrace. Estou com pesar de tudo que lhe fiz e quando lembro de você criancinha, tenho vontade de morrer.
Abraçamos-nos. Eu ainda continuava sem falar nada e sem mostrar sentimentos. Como assim ela mudou do nada? Ganhei na mega sena, é?
- Fala que me perdoa, filho.
- O que houve na minha infância? Do que você está falando? – deixei os braços dela e interroguei.
- Ah, Diego. Você sabe. Sua relação com seu pai sempre foi muito complicada. Quantas vezes tive que lhe deixar com alguma tia por medo dele fazer algo com você? Foram inúmeras.
- Mãe, eu me lembro muito pouco dele. Mas se ele tivesse feito coisas contra mim, eu me lembraria. Você quer chegar onde?
- Diego, meu filho. E quando ele lhe queimou? Eu quase perdi sua guarda. Meus pais tentaram de todas as formas tirar você de mim?
- Me queimou? Mãe, sou o Diego. Você está falando com a pessoa errada. Eu nunca vivi isso.
- Diego, eu sei que existe um bloqueio em sua mente em relação à sua infância. Isso é uma questão psiquiátrica que assegura você a não ter traumas. Diego, lembra quando seu pai chegava do serviço e fazia uma mistura com a comida e você adorava o cheiro?
- Mãe, lembro um pouco disso sim.
- Então, filho. Certa vez você foi até à cozinha e disse à ele que queria comer também. Ele disse que te serviria. Eu escutei aquilo e estranhei. Quando cheguei na cozinha, era tarde. Você estava com um garfo muito quente na boca, enquanto ele o segurava e ria. Você gritava muito.
Silêncio. Eu me lembrava muito pouco dele fazendo a tal comida. Mas isso pra mim era surpresa. Ela relatou que avançou nele e tentou me socorrer, mas meu céu da boca estava em “carne viva”, estava branco. Os vizinhos escutaram a confusão e vieram para saber o que era. Ao saber, dois vizinhos o seguraram até a chegada da polícia enquanto minha mãe me levava ao pronto socorro.
Neste momento, não me aguentei. Chorei. E chorei muito. Como sempre, choros silenciosos, porém muito choro.
Minha mãe continuou relatando o ódio que ele tinha de mim e porquê. Meu pai era negro e minha mãe é loira dos olhos azuis. Meu irmão nasceu bem parecido com ele. Quando nasci, meu pai estranhou, pois eu não tinha absolutamente nada dele. Meses passando e não bastava meus olhos também azuis, o cabelo loiro. Muitas vezes eles brigavam, mas tudo piorou quando minha irmã nasceu, também parecida com meu pai. À partir daí, ele me renegava de todas as formas. Ele acreditava fielmente que eu não era filho dele e tinha ódio de mim por isso. Eu chorava muito ouvindo os relatos da minha mãe, que decidiu pôr fim nisso, dizendo que se minha mente fez o trabalho de esquecer, ela não iria desfazer isto.
Mais uma vez pediu muitas desculpas e disse estar sendo manipulada por meu irmão, que possuía um poder de convicção como do meu pai.
- Filho, você não merece isso. Você merece as melhores coisas do mundo. Eu fui cruel, mas estou assumindo meu erro e peço-lhe perdão. Pegue teus cds de volta. O computador você pode usar nos horários definidos novamente. E viva sua vida, pois confio muito em você. Agora a conversa será mais extensa... – disse isso e chamou meus irmãos e disse:
- Ninguém aqui nesta casa tem o direito mais de vigiar a vida do outro. Quem manda nesta casa sou eu e apenas eu. Não quero mais saber de irmão entregando irmão apenas para prejudicar o outro. As coisas vão mudar drasticamente à partir de agora. Eu exijo respeito de todos vocês para vocês.
Meu irmão mostrava um semblante assustado. Minha irmã não estava entendendo muita coisa e eu estava confuso e suspeito de tudo aquilo.
Mas foi tudo real. Não havia nada por trás. Os dias se passaram e minha mãe sempre me procurava para conversar. Me perguntou do que eu estava precisando e, sozinhos, falei que queria cuecas maiores, pois eu havia crescido. No outro dia, minha gaveta estava lotada de cuecas novas e grandes. Haviam também calças e camisas para eu experimentar. As coisas realmente estavam mudando.
Meses foram se passando e minha mãe perguntou o que eu gostaria de ganhar, pois o aniversário estava chegando. Eu disse que o que eu mais gostaria, era caro demais. Ela insistiu em saber. Disse que queria uma bateria. Podia ser usada. Queria formar uma banda com meus amigos (aqueles do bairro do Artur). Ela disse que pensaria e semanas depois me chama para ver uma na casa de um sujeito que estava vendendo.
Ela disse para eu não me preocupar em ser um presente caro, pois eu merecia e também ela iria se formar em 2 meses e suas mensalidades já estavam quitadas. Só queria que eu ficasse famoso por ela.
Eu estava felizão. Tinha minha família de volta (menos meu irmão, mas nem me enxia também não), tinha uma namorada que amava muito e agora uma batera para aprender a tocar.
Minha vida se ajeitou bastante no fim dos 13 anos. As coisas estavam melhorando.
Agora, leitor, posso dar um salto grande nesta história, pois dos 14 aos 17, minha vida se resumiu em estudar muito, namorar muito, amigos e bandas que nunca davam certo.
Aos 17 anos, me sentia muito bem. Tinha uma auto-estima bem elevada. Um cabelo maior ainda (pra cima, como já mencionei – hahaha) cacheados meio claros, olhos claros, estava alto e peludo. Tinha muitos pelos nas pernas e bunda. Bastante pentelhos no saco e pinto também, pois eu não aparava ainda, peito levemente peludos e umbigo bastante peludos. Já calçava uns 41 e devia ter cerca de 1,75 de altura.
Thales aprendeu a conviver com Nicole e ambos se tornaram grandes amigos. Nicole passou este tempo me fornecendo prazeres indescritíveis.
Estávamos perto de formar e muitos sabiam o que queriam estudar. Eu pensava em medicina, mas sem empolgação. Iniciei um curso técnico em radiologia ainda aos 17 anos e estava gostando muito. Estava empolgado. As coisas em casa haviam melhorado muito, pois minha mãe já era supervisora em um hospital. Tínhamos tudo para sermos felizes, todos os envolvidos. Tínhamos, mas não fomos... Começaria aqui minha vida homossexual.
Como dito, aos 17 anos iniciei um curso de técnico em radiologia à noite e estudava no terceiro ano do ensino médio pela manhã. Ao fim do ano, já com 18 anos e com ensino médio concluído, tentei medicina na UFMG, sendo um fracasso.
O próximo ano chegou e nossas amizades escolares estavam escassas, se distanciando. Minhas amizades muito fortes eram com Nicole (claro, namorada), Thales e as amigas de Nicole. Fora da escola, as amizades minhas com os caras do bairro do Artur eram bem íntimas. Éramos (e ainda somos) grandes amigos, exceção de Artur.
Thales estava cursando técnico em eletrônica e começou a namorar uma mina bem bonitinha que imediatamente virou amiga de todos. Ele estava feliz demais com ela e notava-se a felicidade dela com ele também. Ela se gabava muito por estar com um menino tão bonito. Estavam felizes. Todos ao nosso redor estavam felizes. Mas eu não...
Frequentemente, eu relembrava as brincadeiras de anos atrás com Thales. Sempre tentava imaginar no que daria futuramente se fôssemos em frente com as brincadeiras. Como seríamos hoje?
Nestas “lembranças”, eu me masturbava novamente. Comecei a acessar sites pornôs gays e me masturbava vendo vídeos e fotos. Meses foram se passando e aquilo estava cada vez mais intenso. Era rotina diária eu me masturbar pensando em homens. Pensava no Thales quando éramos bem novinhos, pensava em alguns amigos, pensava em caras que eu conhecia por ae... Estava ficando tenso pra mim, pois Nicole sempre foi muito quente na cama. Uma menina sem limites para sexo, além de muito bonita e gostosinha.
Isso tudo me fazia mal, muito mal. Sentia como se estivesse traindo ela. Algumas vezes eu ficava um pouco triste pensando nos motivos de eu ser assim. Tinha tudo para ser feliz agora, mas começava a surgir este problema. Ela notava minha moral baixa às vezes e questionava. Eu apenas falava que estava preocupado com meu futuro e que não queria passar problemas para ela.
Meses se passavam e eu estava cada vez pior. Cada vez mais atraído por homens. Queria experimentar um corpo masculino, com pelos, com a voz de um homem, com o cheiro de um homem. Queria “dominar” um homem na cama. Eu estava agoniado.
No meio do ano, meu irmão passou no concurso dos bombeiros militares e mudou-se para Belo Horizonte. As coisas pareciam só melhorar para mim. Minha mãe finalmente tinha um bom emprego e era cada dia uma pessoa melho e meu irmão não estava mais em casa. Porém, nada disso tirava minha agonia.
Eu estava com 19 anos. Idade foda, cheia dos acontecimentos. O restante do ano se passou normalmente.
Início do ano posterior chegou e minha mãe também mudou-se para Belo Horizonte, quando foi chamada para um concurso que havia feito meses atrás. Agora era supervisora de um grande hospital em BH. Ela levou minha irmã que terminaria o ensino médio lá.
Exatamente nesta época, me formei em no curso técnico também. Curso do qual eu me empenhei muito, estudei muito e fiz um estágio tão bom que fui contratado por um hospital.
Novamente eu estava feliz, bem feliz. Do nada eu morava sozinho e tinha um emprego de extrema responsabilidade e com boa remuneração. Mantive meu namoro normal, porém fazíamos ainda mais sexo. Nicole dormia comigo quase todos os dias e transávamos muito. Fazíamos altos planos para nosso futuro.
Em pouco tempo, comprei uma moto simples: uma Yamaha YBR 125cc. Estava feliz, pois era meu primeiro bem, meu primeiro veículo. CNH tirei semanas depois de comprá-la. Mas as coisas ainda não estavam bem em minha mente. Eu estava com um peso estranho, estava triste e ao mesmo tempo com muita curiosidade de explorar um corpo masculino.
A agonia foi tanta, que tive que dar um basta no namoro. Sim, eu fiz isso. Eu não aguentava mais mentir para mim mesmo e ficar com aquela sensação de traição, mesmo nunca tendo traído Nicole. Traição: algo que jamais fiz e jamais faria. Decidi pelo lado mais difícil: terminar com Nicole. Ela não merecia aquilo. Eu não transparecia mais felicidades. Eu estava muito mais calado que o normal e com o semblante triste. Isso somado à grande responsabilidade do meu trabalho. Eu via de tudo naquele lugar. Pessoas nascendo, pessoas morrendo, pessoas amputadas, queimadas, cortadas, baleadas. Tudo dependia da minha agilidade e do que absorvi enquanto estudava.
Terminei com Nicole em minha casa. Ela sentou-se em minha cama e, depois de muita conversa, depois de tentar preparar o terreno para ela não se decepcionar tanto, falei que precisávamos terminar, ou pelo menos termos um tempo um para o outro. Meu argumento foi de que nunca ficamos com outras pessoas, nunca conhecemos outras pessoas. Começamos a namorar jovens demais. Merecíamos ver mais o mundo. Argumento falho, eu sei. A menina chorava muito e acreditava fielmente que eu estava interessado em outra. Eu também chorava. Não queria de forma alguma perder Nicole. Ela era parte de mim. Mas eu iria traí-la? Nunca.
Depois de muita conversa e chorarmos muito, levei-a embora. Voltei me sentindo um criminoso. Eu estava ferindo aquela inocente e linda menina. Eu era um monstro.
A semana foi se passando e eu tentava me concentrar no trabalho, pois era bem complexo e eu ainda estava “aprendendo”. Nicole me ligava quase todos os dias perguntando se pensei bem e se podíamos voltar. O trabalho que me gerava grande estresse psicológico somado com o sofrimento da Nicole quase me jogara em uma depressão.
Mas afinal, por qual motivo eu estava assim? Porquê eu queria experimentar algo novo, diferente. O que me impedia agora? Estava sofrendo e não iria fazer nada? Não. Eu decidi que iria fazer.
Mas fazer como? Eu não fazia nem ideia de como tentar algo com um cara e nem com que cara iria tentar. Pronto. Mais um dilema, mas que durou pouco.
Decidi então entrar no bate papo UOL, mas não nas salas da minha cidade. Queria conhecer alguém de cidade vizinha. Se desse certo, se fosse bom, estava perto. Se não fosse, era fácil nunca mais nos vermos. Entrei então em salas de várias cidades vizinhas.
Fiquei alguns dias no chat e só encontrava caras casados querendo “diversão”, garotos de programa ou caras com papos muito escrotos. Até que um dia, na sala da cidade de Ouro Preto, 40 minutos da minha cidade, encontrei um cara muito legal. Papo muito da hora, sem baixar o nível. Trocamos MSN e ali continuamos. Vi que ele era bonitinho pela foto do perfil, mas não pedi outra até então. Ele estava há poucas semanas na cidade, pois havia passado na federal e estudava durante o dia. Ele era de uma cidade bem longe, quase em Goiás. Conversamos sobre filosofia, músicas, aquecimento global e caralho a quatro. Velho, o sujeito me conquistou com sua simpatia. Não me interessava mais como ele era fisicamente. Este cara era incrível. Seu interior me cativou demais. Passávamos as madrugadas conversando no MSN. Portanto, ele pediu para eu add ele no Orkut (ainda era época desta rede social) ao invés de pedir fotos. Me passou o perfil, adicionei ele e fui “fuçar”. Nossa... olhos azuis e cabelos escuros. Isto mesmo, o cabelo não era nada claro e os olhos eram bem azuis. Magrinho como eu. Porra, o cara além de ser muito legal era muito bonito (sempre fez meu tipo os magrelos ou levemente gordinhos. Caras normais. Nunca consegui sentir atração por caras malhados, diferente da maioria dos gays). E ele ainda parecia ter um porte bem masculino, o que era essencial pra mim. Não parecia nada efeminado (acredito que isso era questão de imaturidade, pois hoje não me importo se o cara tem trejeitos. Me importo com sua inteligência).
Ele se chamava (ou melhor, chama-se) Gustavo e também gostou de mim. Encheu de elogios e começou a me zuar, me chamando de “cabelo de miojo”. Haha. Ele tinha 18 anos.
Pronto. Este cara tinha que ser meu. Gostei demais dele e ele gostou de mim. Em nossas conversas, deixei claro tudo o que estava acontecendo: nunca havia ficado com homens e havia acabado um relacionamento. Ele disse que nunca foi o primeiro homem de outro homem e acha que gostaria de ser. Eu estava cada dia querendo mais. E marcamos...
Marcamos de que eu iria a Ouro Preto no início da noite seguinte, depois do meu trabalho. Cheguei em casa e tomei um bom banho, vesti uma calça preta, um tênis preto, uma camisa preta e uma jaqueta de couro, também preta. Estava usando uma corrente que prendia a carteira na calça. Eu estava parecendo gótico. Hehe. E parti para Ouro Preto.
No caminho, fui ouvindo Gravity Kills, no iPod (nem se usa mais). Gostava muito desta banda, mas não conseguia prestar atenção nas canções. Estava muito nervoso.
Cheguei em na cidade, na praça onde marcamos. Eu conhecia bem Ouro Preto, pois passeava muito com Nicole lá. Mandei sms dizendo que já havia chegado, como eu estava vestido e que estava em cima da moto. Recebi confirmação de entrega mas não recebi resposta dele. Passaram-se cerca de 5 minutos, estava bem escuro, e vem um cara em minha direção. Parecia sorrir. Seria ele? Meu coração estava quase saindo pela boca. Estava muito mais nervoso do que quando perdi a virgindade. O cara chegou bem perto de mim e continuou andando. Passou direto. “Caralho, velho. Que porra é essa? Ele havia gostado de mim e era um cara tão legal. Não parecia ser capaz de tamanha idiotice. Porra, eu saí de outra cidade pra isso?” Meus pensamentos estavam a mil. Eu agora era uma mistura de nervosismo com raiva. Não sabia se iria atrás dele e pedia satisfações. Decidi pegar o celular para ligar quando ouço:
- Esperou muito, rapaz?
Me virei. Era Gustavo. Igual nas fotos. Era o Gustavo ali, conversando comigo e sorrindo pra mim. O outro? Faço nem ideia de quem era. Meu nervosismo deve ter feito eu criar algo que nem existiu. Mas agora era real. Gustavo estava ali.
- E ae? Beleza? – falei.
- Tudo beleza. Bora? – disse Gustavo. Nós iríamos para onde ele estava morando.
Gustavo estava muito bonitinho. Todo simples e largadinho. Estava de regata branca, bermuda tac tel e chinelo. Tinha poucos pelos nas pernas. Um pouco mais alto que eu e magrelo também. Olhos azuis, barba há uns 5 dias sem fazer e cabelo escuro curto.
Subiu na moto. Eu levei outro capacete. Foi me direcionando até a república que morava. A república era um casarão antigo do estilo barroco muito grande. Os quartos eram todos individuais e com banheiro, porém a cozinha e sala eram compartilhados. Ele me pediu para fazer silêncio, pois como era novo na cidade, não sabia como seria a reação das pessoas com ele recebendo visitas e possivelmente sendo gay (ele já era assumido desde muito novinho em sua cidade).
Entramos em seu quarto. Um quarto grande e com banheiro, porém simples. Havia uma cama de solteiro, um guarda-roupas pequeno e uma escrivaninha. Sentamos na cama, pedi água e ficamos conversando por muito tempo. Depois de me questionar sobre meu ex namoro. falamos muito de música, do que ouvíamos, das letras pesadas e ousadas. Ele era fã de Bjork. Até que eu não tinha mais papo e ele parecia não ter mais também. Sentia que estava me encarando. Meu nervosismo estava voltando e eu não tomava reação alguma. Eu estava sentado na cama encostado na parede. Já havia tirado a jaqueta. Ele estava deitado mas com os pés pra fora da cama. Fiquei olhando suas pernas, seus pelinhos bem bonitinhos e os pés grandes como os meus, bem limpinhos, unhas tão bem aparadas.
Olhei para ele. Realmente estava me enracando. Fez um gesto com a cabeça de “ e ae?” Repeti o gesto dele e ele riu. Saiu da posição e sentou-se ao meu lado:
-Você é muito tímido. – disse Gustavo.
- Ah. Um pouco.
Aproximou-se do meu rosto e me beijou bem devagar. Caramba, que incrível. Eu sentia sua barba ralinha no meu rosto. Sua língua começava a entrar em minha boca bem discretamente. Fui ficando excitado e quanto mais nos beijávamos, mais excitado eu ficava.
Me entreguei e comecei a beijá-lo mais forte segurando sua nuca. Coloquei uma das minhas mãos sobre um joelho dele e fiquei acariciando a perna, sentindo seus pelinhos. Eu estava agora explodindo de excitação. Meu pau parecia que iria rasgar a cueca e a calça. Ele pegou no meu peito por cima da camisa e ficou acariciando, depois acariciou meu rosto enquanto nos beijávamos. Comecei a passar a mão em sua coxa e puxando discretamente seus pelinhos, ainda segurando sua nuca com a outra mão. Ele parou de me beijar e me olhou:
- Que carinha de safado. Que bonitinho. – disse ele. Voltei a beijá-lo e em uns 10 segundos ele parou de novo e logo tirou minha camisa, voltando a me beijar. Agora ele acariciava meu peito mesmo, pele a pele. Sentia meu pinto pulsar, parecia que eu ia gozar só com aquilo. Tirei sua camisa também e fiquei acariciando seu peito e abdome magrinhos e sem pelos algum, enquando ele acariciava meu peito e umbigo com pelos. Assim ficamos mais alguns minutos.
Ele parou novamente de me beijar e se levantou. Porra... o pau dele tava muito duro, pensei até que estivesse sem cueca. Vendo que percebi, ele ficou com um pouco de vergonha e agachou-se. Tirou meus tênis e meias e foi subindo. Tirou meu cinto e desabotoou a calça e fo tirando-a devagar até tirar tudo. Eu estava de cueca branca e com volume imenso.
- Você não me disse que era dotado. – disse ele.
- Sou não. – falei tirando o pau pra fora e balançando pra ele, voltando a me encostar na parede ainda sentado na cama. Eu estava extremamente excitado e nem sinal mais de timidez.
- Caraaaaalho. Que pau é esse? Olha o tamanho disso. Pra quê isso tudo? E é grosso ainda por cima.
- Pra te fazer feliz. – falei. E foi à partir daí que vi que realmente meu pinto é grande. Cravados 20 cm e grosso como ele citou. Cabeça rosada exposta por ser circuncidado, cheio de veias à mostra quando duro. Eu ainda não aparava os pentelhos. Tava todo pentelhudo. Haha.
Quando falei que era pra fazê-lo feliz, puxei sua cabeça em direção ao meu pau mas nem fiz muito esforço. Ele já foi direto chupar. Senti aquela boquinha bonitinha quentinha que eu havia acabado de beijar chupando meu pau e pegando nele com a mão direita. Minha cueca estava na altura dos joelhos. Gustavo me chupava e punhetava, coisa que ele comentou:
- Boy, seu pau é tão grande que dá para chupar e ficar te masturbando.
- Então continue. – tirei minha cueca e ele voltou a fazê-lo. Eu agora estava peladão e ele me chupando. Eu gemia mas não sei em que altura. Eu estava em outro mundo. Gustavo chupava meu saco, sugava minhas bolas, lambia minhas coxas peludas, o que fazia meu pau babar (e olhe que ele baba muito pouco) e voltava a chupar meu pau, batendo pra mim.
Puxei a cabeça dele e olhei em teus olhos. Me abaixei e beijei sua boca. Me levantei e levantei ele e começamos a nos beijar em pé. Eu roçava meu pau nele e acariciava sua bundinha pequena e durinha por cima da bermuda. Eu estava ofegante. Comecei a explorar sua bundinha por dentro da cueca. Quase lisinha também, pelos muito ralinhos. Gustavo parou de me beijar e tirou sua bermuda e ficou somente de cueca. Ele estava de cueca samba-canção, coisa que eu achava feio e de velho até então. Mudei de ideia quando o vi assim e hoje também uso. Ele estava lindão nela com o pau durinho. Tirei sua cueca e vi seu pau. Devia ter uns 15 cm. Bem branco, com metade da glande pra fora, babando, meio fino e com os pentelhos bem aparados. Peguei em seu pinto e comecei a punhetar, beijando ele. Era o primeiro pau que eu via de perto e agora estava pegando em um. Sensação foda, muito toda. Pau muito duro, parecendo madeira e quente. Acariciei seu saco também, que era como o meu, pequeno, normal.
Parei de beijá-lo e fui deitando-o na cama. Ele se deitou de barriga pra cima e me deitei sobre ele, voltando a beijá-lo. Agora meu pau roçava seu saco e sua bundinha. O controle do meu corpo não era mais meu. Ele gemia. Pegou em minha bunda peludona e fez força contra ele mesmo. Era hora de meter neste cara. Era hora de realizar meu sonho. Mas eu tinha outro sonho...
Parei aquilo antes que eu acabasse comendo ele, empurrei ele pra parede e fui para baixo, na posição 69. Imediatamente ele começou a me chupar e seu pau estava de frente pra mim. Fiz o mesmo. Gosto salgado e bom que senti. Ele babava bem e eu gostei daquilo. Pau quente e muito duro na minha boca. Que sensação perfeita. Chupava ele acariciando sua bunda e assim ficamos alguns minutos, porém eu interrompia toda hora, pois iria gozar na boca dele e eu não queria gozar ainda. Em uma destas interrupções, lambi seu saco e fui para um dos meus sonhos: lamber um cuzinho. E o fiz. Que higiene perfeita, que cheiro bom. Parecia cheiro de óleo feminino, sei lá. Lambi muito em volta de seu cuzinho apertadinho e rosinha. Comecei a enfiar a língua e ele gemia mais alto, o que me fazia enfiar ainda mais ela, enquanto ele me chupava gemendo.
Saí desta posição e voltei para cima dele, roçando meu pau em seu cu. Ele gemia e arranhava minhas costas. Me agachei e ergui tuas pernas sobre meus ombros. Voltei a beijá-lo enquanto roçava a cabeça do meu pau eu seu cuzinho. Gustavo gemia e me arranhava mais e eu comecei a tentar colocar, sem sucesso. Não parecia que entraria uma agulha ali. Porém, eu estava descontrolado e fazendo força desnecessária agora.
Gustavo pediu pra eu parar e ficar ali. Levantou-se e voltou com um creme de pele. Voltou a me beijar enquanto lambusava meu pinto com aquele cheiro de morango exalando. Que tesão do caralho aquilo. Deitei ele do mesmo jeito, com as pernas em meus ombros e coloquei a cabeça em seu cuzinho, forçando. Comecei a beijá-lo forçando mais e a cabeça entrou, quando ele soltou um gemido forte. Senti seu cu apertando minha cabeça e fui penetrando bem devagar, porém, sem parar.
- Caralho, tá doendo muito. – disse Gustavo.
- Calma, gatim. Já vai passar a dor. Esse pau é pra você. Está assim porquê gostei de você. – fui colocando mais enquanto falava isso.
E o meu pau foi deslizando. Voltei a beijá-lo e agora eu estava com a melhor sensação que já senti em meu corpo. Meu pau estava sendo apertado por seu cu e eu fazia movimentos de vai e vem devagar, Acariciava seu rosto e continuava metendo devagar... e gozei. Sim, eu gozei. Não aguentei tamanho tesão. Quando comecei a gozar, gemi beijando ele e mordi sua língua. Que viagem maluca esta. Gozei em seu cu. Foi uma gozada incrível. Mas eu não queria sair de cima dele.
Agora Gustavo estava se masturbando com meu pau dentro e gozou em uns 30 segundos. Sua porra foi a jato para seu peito. Era a primeira porra que eu via além da minha. Fiz questão de tocar e sujar o peito dele com ela. Grossa e quente. Tudo era novo pra mim.
Me deitei sobre ele gozado e me sujei todo com sua porra. Meu pau foi ficando mole e saiu de seu cuzinho. Ficamos abraçados em silêncio por uns 5 minutos. Quando eu estava quase dormindo naquela posição, ele me chama para tomarmos banho. E fomos.
No banho, elogiei ele muito. Ele ficou surpreso por eu nunca ter feito anal em minha ex. Eu nunca tive vontade de fazer anal em mulher e nem sei se ela gostaria também. Ficamos um tempão no banho. Ele se lavou e lavou meu pau e meu saco, quando fiquei excitado novamente e ele fez cara de safado. Nos beijamos e senti seu pau subir. Acariciei sua bunda e ficamos nos beijando.
Virei Gustavo pra parede, de costas pra mim. Agora eu podia ver sua bela bundinha branquinha e durinha. Comecei a tentar enfiar, sem sucesso. Nisto, ele pega um condicionador e pede pra eu passar. Lambuzei meu pau e comecei a enfiar nele devagar, que não reclamou de dor, me fazendo colocar tudo. Comecei a bombar mais forte, segurando ele na cintura e olhando meu pau entrar e sair, vendo seu cuzinho sendo arrombado. Uma visão perfeita. Ele gemia e eu também. Via aquelas pernas bonitas e aqueles pezões e minhas pernas peludas roçando nas dele. Via sua bela bundinha e o estrago que meu pau tava fazendo. Eu metia muito forte, quando gozei. Gozei e abracei ele por trás. Ele puxou minha cabeça e ficamos nos beijando até meu pau amolecer e sair espontaneamente de seu cuzinho.
Voltamos a nos lavar quando ele disse pra eu me apressar:
- Seca logo ae e me espera no quarto. – disse ele.
- Termina ae que te seco e vamos juntos.
- Não. Preciso que você vá para o quarto. Preciso ficar aqui.
- Ahhhh. Não quero sair de perto de você. Vai fazer o quê sem mim?
- Vou ter mesmo que falar isso?
- Isso o quê?
- Ô inocente, você encheu meu cu de porra e estou sentindo agora dores na barriga. A porra quer sair e não quero que você veja isso.
- Ah tá. Haha. Desculpa. Tô saindo.
Eu pensava que era como em mulher, dá para ficar com a porra lá dentro sem incomodar e dormir assim. Só vaza um pouco. Mas era bem diferente.
Fui para o quarto e quando ele voltou, pedimos pizza. Comemos e transamos mais 2 vezes. Ficou bem tarde e dormimos juntos, apertados na cama de solteiro.