Matheus tinha um metro e setenta de altura,e agora que fazia academia estava com corpo definido.Seus cabelos castanhos escuros cortado em estilo militar e seus olhos pretos,sua boca pequeno e de lábios finos,seu nariz médio e comum.Mas não entendia porque eu pensava tanto em cada parte do corpo dele,afinal ele era meu melhor amigo e eu era hetero,muito hetero.
Balancei a cabeça com força e coloquei a camisa.Eu precisava tirar o Matheus da cabeça,não podia confundir tudo daquele jeito. Terminei de me arrumar e desci,me despedi da minha mãe e sai.
Caminhar me fez pensar menos mas só de lembrar que eu ia encontrar o Matheus,meu coração fazia uns sons estranhos e eu sentia uma sensação estranha,parecia uma vontade inexplicável de estar perto dele.
Depois de alguns minutos que pareceram uma eternidade cheguei a esquina da minha rua aonde poderia avistar o bar e lá estava o Matheus me esperando.Como amigo,repeti pra mim pela milésima vez.
Quando me preparei para atravessar a rua,uma garota vinda do nada pulou nos braços dele e eles...ELES SE BEIJARAM!
Parecia que um buraco se abria aos meus pés e eu senti meu corpo tremer.O que aquela garota fez?Como ela tinha conseguido abrir aquela dor no meu peito sem ao menos estar perto de mim?
Dei um passo para trás e me virei,sentindo uma confusão de sentimentos e uma vontade de ir pra casa e nunca mais sair de lá.
Caminhei e a única coisa que eu via era o beijo deles,aquele maldito beijo.Ele e só seu amigo,o que tem de mais beijar uma garota?;minha mente dizia sem parar mas o burro do meu coração não parava de doer.
Quando dei um passo a mais pra frente,algo atingiu em cheio meu peito e eu cai de bunda no chão.Respirei com dificuldade e apanhei do chão um círculo de madeira que estava lascado de um lado.
-Minha tábua...Você quebrou.-Uma voz em tom infantil disse a minha frente.
Levantei o olhar e vi um homem alto e forte,não musculoso mas forte naturalmente.Ele era branco e seu rosto tinha um formato quadrado.Ninguem sabia seu nome,mas todos os conhecia por D e ele era maluco de pedra,doidinho.
Estendi a tábua para ele e me levantei,tava pronto pra dar no pé pois não tava no clima pra maluco.
-Garoto mal,garoto mal...quebrou tábua de D,quebrou.-Ele disse agora com lágrimas escorrendo pelo rosto.
-Ei,eu não fiz nada...Você poderia ter me machucado.-Reclamei.
Ele me olhou de uma forma que me assustou e a medida que eu o encarava parecia que ele ficava maior.
-Você quebrou a tábua do D...Quebrou,voce e mal.-Ele disse ainda com voz infantil.
-Tá bom,foi sem querer tá?-Eu disse no tom de voz mais suave que eu podia usar.
Ele me encarou com uma expressão infantil,mas havia algo nela que alertava perigo.Nao diziam que todo doido é perigoso e tem força sobrehumana?
-D perdoa garoto mal,mais garoto mal vai brincar com D.-Ele respondeu batendo palmas.
-Como quie?-Eu perguntei surpreso.
-D quer brincar...Você brinca com D.-Ele respondeu alegre.
Um não veio a ponta da língua,e me preparava pra correr.
Mas ele segurou meu braço com força e me olhava como um bobo alegre.
-Se D me soltar,eu brinco.-Disse já não gostando do que estava acontecendo.
-Oba!-Ele disse alegre sem me soltar.
Em seguida saiu me arrastando e só me soltou quando chegou a uma praça que havia perto da minha casa.
-Vamos jogar coisas nos passarinhos.-Ele disse com um sorriso.
Nossa que coisa mais idiota?Essa idéia só poderia ter vindo de um doido mesmo.Agora o que eu ia fazêr pra me livrar dele?
D deu altas gargalhadas e enfiou nas minhas mãos um monte de pedras e em seguida começou a tentar acertar os pássaros.Depois de mais um olhar dele,comecei a jogar pedras também.
Observando bem o D,percebi que ele vestia uma camisa larga enorme e uma calça super larga e ele estava de pantufas?
Espera aí pantufas?E cor de rosas?
Agora realmente eu queria ir pra casa,mas aquele maluco parecia não estar disposto a me largar tão cedo.
Um longo tempo se passou e a gente se sentou no banco.D estava quieto e me olhava como uma criança.
-O que foi?-Perguntei sério.
-D tá com fome...D quer comer.-Ele respondeu com uma alegria inexplicável.
-Então vai pra sua casa...-Eu tentei falar.
-D e garoto mal vão pra o bar de seu Manuel.-Ele disse batendo palmas.
O bar de seu Manuel?Foi lá aonde eu tinha deixado o Matheus e aquela garota.So de pensar nisso meu estômago embrulhou e eu decidi que lá eu não ia.
A minha vontade era de brigar,de mandar aquele doido de volta para o hospício e ir pra minha casa,mas eu cai na besteira de olhar dentro dos olhos dele.
-D eu...-Disse após desviar os olhos com muito esforço.
-Oba,você vai comigo.-Ele interrompeu animado enquanto pegava no meu braço e me puxava.
E lá vamos nois de novo!
Continua...
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Espero que gostem e deixem seus comentários.
Até mais!