Capítulo 2 – Histórias de uma Noite de Verão
Eu acabo cochilando lendo o livro, e não escuto JP saindo do banho e do meu quarto. Acordo perto das 21:00 horas, no susto, com João puxando minha coberta:
JP: Maaaano, acorda, tu vai atrasar a gente pra social! – Disse ele rindo
Douglas: Credo home, que horas é?
JP: 9 da noite já, vamos lá, bota uma bermuda, uma camisa e partimos
JP já estava pronto, então afirmo a ele que vou me vestir e ele fica no quarto me olhando, com um olhar de safado, mas não dei bola, achei que era coisa da minha cabeça. Descemos para o estacionamento do prédio, entramos no carro e enquanto íamos para a social, conversávamos, muito dos assuntos ele que puxava (acho que não falei no capítulo anterior, mas eu sou muuuuito tímido), já que eu não fazia ideia do que conversar com ele. Já na metade do caminho, ele faz uma pergunta muito indiscreta, que eu gelei, tive vontade de me jogar do carro:
JP: Cara, posso te pedir uma coisa?
Douglas: Sim, claro...
JP: Então, pode ser só coisa da minha cabeça, desculpa se essa pergunta for muito indiscreta, talvez seja até muito cedo para fazer ela, mas desde que te vi isso não sai da minha cabeça, então eu vou ir direto ao ponto, espero que caso a resposta for não, eu espero que nossa relação, ainda recente, continue se construindo pra tornar-se uma amizade muito sólida...
Douglas: Aham... – eu estava começando a ficar nervoso, afinal, o cara fez uma super introdução para a pergunta dele – continue...
JP: beleza, então, você é gay?
Meu coração havia parado. Se furassem minha pele não achariam uma gota de sangue, tenho certeza que fiquei branco na hora, eu fiquei sem reação, ninguém nunca havia me perguntado isso, as pessoas que sabiam isso de mim eram meus amigos mais próximos, que eu mesmo contei. A sensação momentânea foi de que tiraram meu chão, sei que parece exagero, desde que me “descobri” nunca duvidei da minha sexualidade, e nem vejo problema em “ser o que sou”, porém eu não esperava que no meu primeiro dia da minha cidade nova, meu colega de apartamento fosse tão direto ao ponto. Enfim, fiquei alguns segundos em choque e finalmente respondi a sua pergunta:
Douglas: Sim João, eu sou gay.
JP: Douglas, desculpa se te deixei constrangido, minha intensão não foi essa, é que te achei lindo demais e não queria correr o risco de dar em cima de ti e tomar tufo.
Dar em cima de mim? Então ele tava afim de ficar comigo? Ouvir isso me fez eu me sentir maravilhoso, ter um homem daqueles querendo ficar comigo, e o mais importante para mim no momento: ele também era gay.
Douglas: Capaz, foi um alívio você ter perguntado isso, assim começamos nossa amizade sem segredos, acho importante isso para uma amizade verdadeira e duradoura – Sorri.
Andamos por mais alguns minutos e chegamos na casa onde rolaria a social, era uma casa muito bonita. João estacionou na frente da casa e fomos entrando, o portão para passagem de carro estava aberto para quem chegasse fosse entrando. Fomos direto para os fundos, onde havia uma piscina e uma área de festas, já tinha uma galerinha bacana lá. Lá encontramos algumas pessoas, os melhores amigos de João: Alice, Gabi e Anderson. JP cumprimentou-os e me apresentou:
JP: Gente, esse é meu novo colega de apartamento, o Douglas.
Douglas: Oi gente, prazer em conhecer vocês!
As meninas me cumprimentaram de volta e foram super cordiais comigo, já o Anderson, senti me fitando com os olhos, me senti mal. Ficou alguns segundos assim, foi quando soltou essa:
Ander: Então esse é o teu novo namoradinho Jão? – e soltou uma risada sarcástica.
JP vendo que eu fiquei extremamente constrangido foi logo chamando a atenção do Anderson:
JP: Porra Ander, te controla moleque! Ele só é meu colega de apê, trouxe ele junto por que não conhece ninguém além de mim aqui e achei que seria bacana ele conhecer vocês!
Ander: Tá bom João Pedro, depois a gente conversa.
Senti certo desprezo, certa raiva no ar. Comecei a me perguntar se o João e o Anderson poderiam ter um caso, por que, da mesma maneira que o Anderson foi frio comigo, JP foi mais frio ainda o respondendo. Mas ficou assim, as meninas logo me levaram conhecer mais pessoas, tinha da turma deles e inclusive alguns dos meus veteranos, que já foram brincando dizendo que eu estaria perdido na mão deles, estava sendo uma noite muito agradável. Estava rolando cachorro quente de janta junto de cerveja, era tipo uma cervejada entre amigos. Cerveja vai e cerveja vem, minha bexiga começa a pesar e vou pro banheiro, o João me acompanha já que não conhecia o espaço interno da casa.
JP: É nessa porta aí ó – disse João, apontando para o fim do corredor – voltar tu vai saber né? Só me mandar um whats que venho te resgatar qualquer coisa – riu.
Douglas: Relaxa, sei voltar sim – ri de volta.
Então fui no banheiro, quando destravei a porta e comecei a abrir ela, vejo alguém entrando e trancando ela de novo. Era Anderson.
Ander: Qual a tua mermão?
Douglas: Que? Que porra tu tá falando Ander?
Ander: Qual a tua com o João Pedro rapaz?
Douglas: Calma Ander, não é nenhuma. Como ele disse, me trouxe junto apenas pra mim não ficar sozinho em casa e fazer alguns amigos, já ir me enturmando por aqui. Sei que vocês dois são amigos muito próximos e não quero estragar a amizade de vocês, pode ficar tranquilo – ele me fuzilava com os olhos.
Ander: Olha cara, a gente é muito mais que amigos, espero mesmo que tu não seja um empecilho entre nós. Eu vou ficar ligado em ti, aproveita o resto da tua noite e desculpa ter sido meio grosso contigo, só tenho receio de perder meu brother, acho que tu deve ter alguém em confiar e tenho mais receio ainda em fazer novos amigos, e as vezes sou meio inconsequente.
Douglas: Capaz Ander, eu te entendo, sim, como tu disse também tenho meu melhor amigo que não quero perder por nada, sei como tu tá se sentindo e vou fazer de tudo pra não estragar a amizade de vocês.
Ander: Beleza cara. E me desculpa também pelo o que vou fazer agora...
Douglas: Hã? O que tu vai fazer ag... – fui interrompido por um beijo daquele brutamonte. Eu iria revidar, mas na hora que ele começou a me tocar, a estocar sua língua em minha boca, meu mundo parou e eu só quis curtir o momento. Fomos interrompidos pela porta, haviam aberto com a chave reserva e eu só consegui ouvir o barulho do soco que deram no Ander.
______________
Então gente, primeiro quero pedir desculpa por ter postado dia 06 o capítulo 1 e ter sumido, mas é por que aqui em SC tem a oktoberfest e eu não tive tempo de digitar nada praticamente. Também peço desculpa por qualquer erro ortográfico que possa ter, mas estou praticamente sem tempo para verificar cada capítulo. Agora, peço desculpas por mais um capítulo curtinho, sei que é chato ler capítulo curto, mas minha vida acadêmica tá uma correria, acho que é melhor aparecer e postar um conto de 3 páginas (word), do que ficar dias sem aparecer pra postar um conto maior, mas deixo isso pra vocês decidirem: preferem um conto maior a cada ¾ dias, ou um conto mais curtinho, mas todo dia?
Obrigado também pelas leituras e comentários positivos. Respondendo sua pergunta Irish, e de quem mais tiver dúvida, sim, o conteúdo é totalmente verídico e real, aconteceu comigo.
Finalizando, espero a resposta de vocês quanto a forma que querem que posto os capítulos, e até mais ver!