João e o Pé de Feijão - Final!!!

Um conto erótico de Tazmania
Categoria: Homossexual
Contém 4489 palavras
Data: 13/10/2016 22:20:41
Última revisão: 14/10/2016 00:16:25

Oi meus lindos e lindas, segue o final da história. Desculpe pela demora, mas saiu. Foi uma alegria voltar a postar aqui na casa, mas sinceramente, esse site já deu. Conheci ontem o Wattpad e achei bem interessante, visto que posso postar fotos e videos junto ao texto, pode-se comentar os parágrafos, e o sistema de votos não é tão confuso. Sei lá, talvez a continuação, se tiver continuação, eu poste lá, mas aviso por aqui.

Forte abraço a todos. Obrigado por ficarem comigo até aqui.

x

x

x

Otávio:

Eu às vezes pensava como eu pude me apaixonar por aquele garoto. Eu nunca gostei de garotos, nunca olhei pra eles com tesão, nem desejei nada com eles. Aliás, eu estava na fase de querer muito comer as garotinhas da sala, as garotas da rua, todas as garotas do mundo e não via a hora de perder minha virgindade logo, doido pra transar com alguém. Eu até beijava muito na boca, mas transar mesmo, só comigo mesmo. Mas aquele dia revolucionou a minha vida pra sempre. Acordar e ver o Bruno me chupando mudou completamente o que eu sentia, o que eu era, como me via. Eu amava meu amigo, percebi isso exatamente quando ele foi embora e me deixou sozinho.

Eu não me acostumei ficar sem ele, ainda mais quando começamos a namorar. Lembro-me das loucuras que fazíamos, das transas em locais escondidos, dos fins de tarde românticos que passávamos na praia, das biritas que tomávamos rindo de tudo e de todos. Claro que eu não era feliz por inteiro, pois queria poder ver ele todo dia, queria poder ter ele pra mim todo o tempo, mas ele insistia em morar no interior, o que fazia minhas noites de domingo serem afogadas na tristeza, e minhas sextas explosões de ansiedade para vê-lo logo.

Cara, eu era muito doido por ele! E posso dizer que eu ainda sou, e como esse sentimento sobreviveu a tudo isso que vocês leram? Não faço ideia. Eu tentei, juro que tentei esquecer ele, mas não consegui, mesmo namorando a Giulia, mesmo achando que eu estava apaixonado por ela, eu ainda sonhava com ele. Quando estava transando com ela, fechava os olhos e via os olhos dele, mas aquele gemido feminino me despertava para a realidade, agora ele era de outros. Mesmo querendo esquecer, não conseguia e ali, deitado ao lado da minha noiva, com meu filho entre nós, eu não conseguia continuar com aquilo, eu amava ele.

Após a morte da minha mãe, após tudo o que ele fez por mim, após a nossa noite de amor, não conseguiria ir em frente. Eu até tentei agir como se nada tivesse acontecido, até tentei ser dela, mas eu era dele. Por alguns dias eu consegui vencer minha consciência, mas ia enlouquecer se continuasse aquela farsa.

- Giuly. – disse naquela tarde ao chegar em sua casa.

- Oi amore. Parece cansado. Tudo bem?

- Não, não estou bem, eu preciso conversar com você.

- Vamos para o quarto então, porque parece sério. – Desde que ela deu a luz eu estava morando na casa dos pais dela, com ela e o Augusto, por causa do resguardo etc e tal, e minha sogra conseguiria cuidar dela e do bebê. Lá em cima eu continuei.

- Giulia, você sempre foi minha amiga acima de tudo e eu sempre gostei de você mais do que o normal. – não conseguia mais dizer que a amava – Por isso eu não posso mais mentir pra você.

- Mentir? Como assim Otto? Que mentira você está contando?

- Nós não podemos nos casar porque eu não amo você tanto assim...

- O que?

- ... Eu tentei, eu quis fugir disso tudo, mas não consegui. Meu maior desejo era fazer você feliz, mas eu não vou conseguir porque eu não amo você tanto assim, eu amo outra pessoa.

- Otávio! Você enlouqueceu, só pode!! O casamento é daqui a duas semanas, já compramos tudo, já está todo mundo avisado, meu pai tirou dinheiro de onde não tinha pra bancar um casamento lindo pra mim e você vem me dizer que não me ama muito? Está de brincadeira, só pode!

- Giuly, tenta me entender.

- Entender porra nenhuma! Como entender que você vem me enganando esse tempo todo? Como entender que tudo o que você disse era mentira, como entender isso?

- Mas eu não menti sobre tudo! Eu só achei que com o tempo passaria o que eu sinto, mas nõa, eu vi que não tem como fugir e agora eu não quero mais fugir.

- E nosso filho? Como vai ficar sem pai? Não acredito que você está acabando tudo por causa de uma piranha qualquer!

- Eu sou louco pelo nosso menino e eu não vou sumir da vida dele, nem consigo. Eu marquei esse casamento mais por ele do que pelo que nós sentimos. Dou minha vida por ele, e você sabe.

- Então se casa comigo e vamos montar uma família!

- Mas eu não posso te dar o que você precisa, você não vai ser feliz comigo.

- Não, claro que vamos, são três anos juntos! Dá pra gente contornar essa piranha...

- Você não entende, não é? Eu sou gay Giulia, não tem piranha nenhuma, eu amo um cara. – ele que já estava espantada ficou mais ainda.

- Como é que é? Repete porque eu não sei se entendi direito.

- É isso o que você ouviu, eu sou gay e não estou conseguindo esconder mais isso, porque eu estou apaixonado...

- Não me diga que é por aquele viado que te beijou aquela vez! Eu não acredito! Eu estava sendo feita de idiota esse tempo todo. – ela já começava a chorar – Quando você estava comigo, pensava em homens? Seu doente! – E me deu um tapa no rosto. Eu nem tentei pará-la, de certa forma eu queria ser punido, mas não achei que a punição dela seria tão pesada assim. – Eu vou te matar!! Vou matar você e aquele viadinho, seu amiguinho de infância, ele me paga! – eu segurei seus braços.

- Não é ele, é um cara do serviço, a gente acabou se apaixonando lá.

- E você ainda fala com essa cara, seu filho da puta!!! – disse ela ainda me batendo.

- Chega! Me bate, me xinga, mas não ofende a memória da minha mãe!

- Some daqui! Sai da minha casa agora!

- Eu vou sair, mas depois nós conversamos sobre o Augusto.

- Não tem conversa! Não vou deixar meu filho perto de um viado como você!

- Mas Giulia, você não pode fazer isso! Eu não vou permitir que você tire meu filho de mim!

- Some logo daqui ou eu vou chamar meu pai pra te tirar!

- Chama quem você quiser, mas eu não vou ficar sem meu filho!

- Isso a gente vai ver. – ela saiu do quarto e se trancou no quarto da mãe. Não adiantaria muita coisa eu ficar discutindo ali, então juntei minhas coisas e fui embora.

- Mas Otávio que gritaria foi essa? Aonde você vai com essa mala? – perguntou minha sogra.

- Acabou o casamento! Eu estou indo embora e se fosse você subiria pra ajudar sua filha.

- Mas como assim acabou? O casamento é semana que vem! Você só pode estar maluco!

- Estou sim, doido pra caralho!! – gritei saindo pela porta.

Eu estava muito puto, não conseguia nem pensar direito. Fui pra casa e lá eu juntei todas as coisas dela e na mesma hora levei de volta para sua casa, nem entrei, só deixei na porta e toquei a campainha.

Aquele dia eu fiquei apenas deitado pensando em se ela cumpriria a promessa ou estava apenas com raiva, então decidi dar um tempo e esperar a poeira abaixar um pouco. E assim os dias se passaram e eu ficava doido de saudade do meu pequenininho, então uns três dias depois eu fui novamente à casa dela para ver meu filho, e ela teria que deixar eu entrar. Chegando à sua porta quem atendeu foi sua mãe.

- Ciao Maria.

- O que você quer aqui? – respondeu ela com certa ignorância.

- Quero ver meu filho.

- Otávio, vai embora, não tem nada aqui pra você.

- Maria, por favor! Ele é meu filho, eu quero vê-lo, quero passar um tempo com ele.

- Mas minha filha não quer ver você, você sabe o que você fez com toda a minha família? Você sabe a vergonha que fez a gente passar? Sabe o sofrimento que estamos passando?

- Eu sei, mas eu fiz isso para que ela não sofresse depois. Eu não a amo, não como ela quer que eu ame, então não é melhor deixar ela livre pra encontrar alguém que cuide dela? Ou a senhora quer ver ela infeliz pro resto da vida? E outra coisa, o que a senhora faria se te impedissem de ver ela? Ou algum dos seus filhos? Como a senhora se sentiria? – ela parou e ficou me olhando.

- O mesmo que você.

- Então deixa eu ver meu filho.

- Filho, não depende de mim, ela não quer, eu não concordo, mas ela quer te punir assim.

- Mas ela não tem direito. Eu vou na justiça!

- Você não vai fazer nada viadinho! – Disse o pai da Giulia. – Maria, pra dentro!

- Me respeita Matteo, ou não vou respeitar sua idade.

- Meninos, o viado está aqui. – logo meus dois ex-cunhados chegaram na porta de casa.

- Cara, vai embora logo ou a gente te coloca pra fora à força.

- Eu quero ver meu filho!

- Você não vai ver nada, vai embora antes que eles arrebentem você!

- Quero ver eles tentarem. – E avancei para entrar na casa. Os dois eram grandes, mas fracos, não que eu ainda treinasse, mas as técnicas a gente nunca esquece, então derrubei os dois sem nem fazer muito esforço. – Sr Matteo, eu quero ver o meu filho, sai da minha frente! – E já montei o soco.

- Você não vai ter coragem de bater nele, não é Otávio? - disse minha ex sogra aparecendo na porta

- Se ele não sair da frente vou sim.

- Aqui você não entra! Você não sabe as dívidas que eu arrumei por sua causa, seu viado desgraçado!

- Então tudo se resume a dinheiro? – Na hora eu preenchi um cheque e joguei na cara dele – Toma! Eu só quero meu filho.

- Otávio, se você não for embora eu vou chamar a polícia. – disse a mulher. Ela me olhou e eu entendi, pelo menos achei, ela iria me ajudar. Então desisti de invadir a casa.

- Tudo bem, em respeito a senhora eu vou embora, mas eu volto.

Sai de lá destruído e aquela noite, como algumas outras, eu não consegui dormir, mas minha alegria ia voltar um pouco, pois no outro dia durante o trabalho eu recebi um telefonema. Como eu fiquei feliz depois de ouvir a voz dele, mas foi apenas um placebo, pois eu não tinha ele e nunca poderia ter. Isso me afundou mais ainda na tristeza e aquela janela parecia cada vez mais convidativa. Só de pensar nessa possibilidade eu já chorava copiosamente, pensando em como a vida era injusta comigo. Eu não sei se eu estava sendo fraco, mas a morte da minha mãe me desestabilizou completamente, também o distanciamento do meu pai, assim como ter perdido meu filho e claro, a separação definitiva com o Bruno. Eu não sei o que me doía mais....

Após o telefonema eu me arrastava pelas ruas, para o meu serviço, depois de volta pra casa, parecia que nada mais fazia sentido, nada mais importava e pra piorar quando eu ligava para ela, nunca era atendido e ver meu filho estava ainda fora de cogitação.

“Estou definhando!”, todos no trabalho percebiam isso, ele estava horrível, com um humor péssimo, barbado e desalinhado. Nessa outra semana que passou eu achei que o pior já havia passado e que podia me reerguer se fizesse um esforço, mas nada é tão ruim que não possa piorar. Um dia eu estava no seu setor quando uma gritaria chamou minha atenção, não só a minha, mas dos meus colegas também:

- Cadê ele? Eu quero ver ele! Chama o Otávio aqui! – Era a voz da Giulia. – Onde aquele viado está? Otávio aparece!! – Um amigo veio me chamar dizendo o que eu já sabia, que ela estava descontrolada. Fui correndo ao encontro dela.

- O que está acontecendo aqui Giulia?

- Eu cansei de esperar você cair em si, eu vim por fim nessa palhaçada toda! Cadê o viado com quem você está me traindo? Quem ele é? – Ela gritava e todos ali ao meu redor, que vergonha! Minha sexualidade jogada no ventilador daquele jeito.

- Não tem viado nenhum, se acalma e vamos conversar? Pra que esse escândalo?

- Ah não tem? E você não me largou por causa de um viadinho qualquer? Agora eu quero saber! Quem é esse desgraçado?

- Giulia para com isso! Chega!

- Calma Otávio – disse um outro gerente de lá. – Ela já sabe então vamos não custa ela me conhecer.

– Simone, o que você está fazendo? Ficou maluco? – Não entendi nada porque ele estava mentindo.

- Ah, então é você? Foi por isso que você me deixou?

- Isso não! Me respeita, agora você que não tem vergonha de fazer um escândalo desses em plena rua, para que todos saibam da humilhação que passou e está passando agora de novo? Não seja desesperada, vá pra casa e esquece o meu Otávio.

- Simone, você não está ajudando, deixa que eu resolvo isso. – Mas a Giulia começou a chorar. Se aproximou e deu na cara do Simone.

- Seus desgraçados! Se você acha que vai se aproximar do meu filho, está muito enganado Otávio!

- Giulia, deixa eu ver o menino, não faz isso comigo! – mas ela virou as costas e foi embora. – Pronto! Agora nem minha moral eu tinha mais. Mas o Simone tentou resolver.

- Pessoal, nós não temos caso nenhum, o Otávio inventou isso pra esposa porque ela estava fazendo a vida dele um inferno e precisava se separar. Como vocês sabem, eu sou casado e muito bem casado. – Ele tentava explicar pros demais funcionários, mas a vergonha que eu estava sentindo não passava por nada. A vergonha ainda estava associada à raiva e tristeza por não poder ter meu menino comigo. Minha vida estava um inferno.

Já em casa eu me joguei no sofá e fiquei pensando em uma saída, mas não encontrava, não havia luz no final daquele túnel, não havia mais nadam ou eu estava cego pela dor, tão cego que nem pensar estava conseguindo. Mas o telefone me despertou, então limpei as lagrimas e atendi.

- Ciao.

- Tavinho. E ai? Como você está? – Meu coração acelerou só de ouvir a voz dele.

- Oi Bruno, estou seguindo, e você? Como está?

- Melhor que nunca, tenho uma novidade pra te contar, está em casa, tá sentado?

- Estou na sala, deitado no sofá, nada que você falar vai me derrubar mais.

- Então tenho uma pergunta pra fazer primeiro, depois eu conto a novidade, ok? – Eu ficava pensando no que era pra deixar ele tão feliz assim. Eu tinha até esquecido a minha dor só de pensar na cara dele de felicidade, mas sai daquele micro momento de conforto com o toque da campainha.

- Tudo bem, mas só espera um pouco, tem alguém na porta. - Quando eu abri a porta ele estava ali, parado diante dela, com o telefone na orelha.

- Tem um quarto sobrando ai? – falou ele ao telefone e ali, olhando nos meus olhos. Eu estava esbabaçado, não sabia nem o que falar, nem o que fazer, em um surto de demência eu disse.

- Bruno, espera um pouco porque o Bruno chegou aqui em casa. – Ele não aguentou e começou a rir.

- Sabe que não fez o menor sentido isso que você falou não é? – Mas eu nem consegui sorrir, eu comecei a chorar e o abracei forte.

Eu chorava como no dia que perdi minha mãe, eu estava desesperado e chegava a soluçar, queria sair daquele abismo de qualquer forma e ele ali era como uma escada para tudo melhorar, ela como uma tábua no meio do oceano e eu me agarrei nele.

- Ei, Tavinho, o que houve amor? Shiii.. calma, o que aconteceu? Porque você está assim? – Ele tentava me acalmar, mas não conseguia. – Vamos pra dentro, vou pegar água pra você.

- Nã-nã-não m-me de-deixa-a – Pedi entre os soluços. Então senti seu abraço mais forte ainda. Foi me conduzindo até um dos quartos e lá dentro ele me beijou. Aquele beijo parecia ser um verdadeiro sopro de vida, sopro de ânimo. Sua boca era deliciosa e sua língua explorava incrivelmente a minha. Como eu precisava daquilo, seu perfume, sua pele, seu beijo, preciso. Aos poucos fui me acalmando e por fim já não chorava. – Amor? Você está bem? – Como havia melhorado, consegui raciocinar direito e a primeira pergunta que veio à minha mente foi

- O que você faz aqui?

- Ah já deve estar melhor então. Só respondo se você responder minha pergunta.

- Que pergunta?

- Tem um quarto sobrando ai?

- Pra que?

- Ué! Pra mim.

- Vai passar o fim de semana?

- Um pouco mais.

- Tem um quarto de hospedes, mas o banheiro lá não está muito bom, mas dá pra você ficar uns dias.

- Então melhor conseguir um bombeiro pra concertar. Me ajuda a pegar as malas lá fora. – Eu não estava entendendo, lá havia umas cinco malas das grandes.

- Mas Bruno, porque tanta mala?

- Você não entendeu mesmo não é amor?... Quer namorar comigo?

- Namorar? – Sorriu pra mim como se eu fosse a pessoa mais burra do mundo, e veio me beijar, mas eu o parei. – Bruno, sério, tem como você me explicar o que está acontecendo?

- Eu não aguento mais ficar longe de você, então eu larguei tudo e vim morar contigo.

- Como assim “largou tudo?”

- Ué, não tem muita explicação, eu larguei tudo.

- Seu emprego?

- Larguei, pedi demissão na semana passada...

- Sua casa? Sua mãe, seus amigos?

- Minha mãe está bem e cuidando da nossa casa, meus amigos... bem, perdi alguns, mas sei que vou conseguir outros.

- Eu não estou entendendo. – De verdade, nunca passou pela minha cabeça que ele largaria tudo por mim, então aquilo era surreal demais.

- Porque essa cara de surpresa? Foi você que pediu.

- Eu nunca te pedi isso, não pediria pra você largar sua vida por minha causa.

- Você é minha vida Tavinho, além da minha mãe, você é meu bem mais precioso e pediu sim, várias e várias vezes, insistia pra eu largar tudo e voltar a morar perto de você. Desde que a gente começou a namorar você pede para eu largar tudo por você, pelo nosso amor, e eu sempre fui egoísta demais, sempre pensei primeiro no meu conforto, na minha “felicidade”. Mas agora eu acordei pra vida, e tenho que trocar minhas certezas por alguns sonhos mágicos. Meu egoísmo sempre foi esse gigante que me devorava e me impedia de ver que você era meu sonho mágico, você era quem eu queria pra todo o sempre. Então eu troquei minha vaca por esse feijãozão maravilhoso. Eu te amo Tavinho, sempre te amei e sempre vou te amar... Mas me responde logo, aceita namorar comigo? – Eu estava perplexo!

Aquele não era o meu Nuno, bem, na verdade era, foi por aquele garoto que eu me apaixonei, ele voltou a ser o meu vizinho, aquele que fazia tudo pra me ver feliz. Eu não conseguia abrir a boca para falar nada, então fiz a primeira coisa que veio à minha cabeça. Puxei-o e o beijei.

- Isso é um sim ou inventou uma nova forma de brigar?

- Você está muito engraçadinho. Claro que é sim.

- Ótimo! Seria terrível se você não quisesse, afinal, eu deixei tudo de verdade.

- Olha o que eu tenho aqui. Na verdade fecha o olho! – eu obedecei, mas acho que ele tinha esquecido que eu odeio essas coisas, a ansiedade quase me mata.

- Aim Bruno, o que é?

- Calma. – Senti ele atrás de mim, colocando algo no meu pescoço. - Pode abrir. – Era ela, minha aliança, meus olhos marejaram novamente.

- É aquela?

- Sim, a sua.

- E porque guardou por tanto tempo?

- Porque era sua, só você poderia usar. Não vou falar que achava que a gente ia voltar, mas essa aliança simbolizava um dos momentos mais felizes da minha vida.

- Mas não quero usar no pescoço – Então retirei e coloquei no meu dedo. – Muito melhor agora.

- Perfeito amor.

- Eu nem acredito... Agora eu vou poder ter você e o Augusto. Eu.. – E comecei a chorar novamente e ele veio me abraçar.

- Agora é pra sempre Tavinho. E vamos enfrentar aquela piranha pra conseguir seu menino de volta.

- É, vai ser difícil...

- Mas não impossível, eu estou com você agora.

- Mas porque? Porque veio pra cá?

Bruno:

- Aquele telefonema me destruiu...

Eu fiquei sem chão ao perceber o quão na merda o meu Tavinho estava. Minha vontade era pegar um avião naquele instante, mas não dava, ainda estava preso a algumas coisas. Com o passar dos dias eu fui amadurecendo essa certeza, eu iria morar com você, e mesmo que não me aceitasse de volta eu iria morar perto de você de qualquer jeito. Eu me pegava chorando com saudade de você, sentindo sua dor, seu sofrimento, e então começaram os pesadelos. Eu sempre via você caindo de uma janela, aquilo que você disse ficou marcado fundo na minha alma e eu não conseguia mais dormir pensando em você. Mas ao mesmo tempo tive medo de ligar e você ficar pior. Então comecei a consultar as pessoas sobre isso... minha mãe me apoiou, seu pai também, mas muita gente foi contra, dizendo que você poderia me dar um pé na bunda e eu voltar pra casa com o rabo entre as pernas.

- Eu só te largaria se você fizesse por onde.- disse ele.

- Então, não vai rolar, eu aprendi muito e mudei muito também e sei que você, por mais perfeito que seja, também melhorou um pouquinho.

- Eu estou ficando velho, você quer dizer né? – era bom ver ele sorrindo. Ao chegar e ver ele chorar de soluçar me deu certo desespero, não esperava encontrar ele assim.

- Também! Mas é o que dizem, quanto mais velho, melhor o vinho. Falando em vinho, eu estou com fome. Você é muito sem educação, não me ofereceu nem um copo d’àgua.

- KKK você invadiu nossa casa sem nem pedir licença! Quem é mais sem educação?

- Que bom que falou certo, a nossa casa e quero ser muito feliz com você aqui, na nossa casa.

- Eu ainda não estou acreditando...

- Quer provar pra ver se sou de verdade?

Nem precisou falar mais nada, ele me agarrou e foi tirando minha roupa ali mesmo na sala. Quando eu pisquei os olhos ele já tentava me engolir inteiro, e por fim eu gemia enlouquecidamente, enquanto quicava no seu colo, que saudade que eu sentia daquilo. Depois de gozar, fomos para o chuveiro e lá foi minha vez de fazer ele gemer na minha pica. E após o orgasmo fomos direito para o quarto, afinal, se eu não dormisse, não seria eu. Acordei e havia um banquete me esperando.

- Vem comer dorminhoco.

- Ah que bom porque eu estava louco de fome. – E enquanto comia eu tive que tocar naquele assunto.

- E como estão as coisas com a fulana?

- Um inferno... – e ele me contou como andavam as negociações.

Foi realmente muito difícil largar tudo por ele, mas fiz feliz e sem me arrepender. Minha mãe me chamou de maluco e ficou dias sem falar comigo, meus amigos também não gostaram e falaram que eu era doido de largar tudo por causa de homem, mas ele nõa era um homem, era o meu homem. Então foda-se o mundo, eu queria ele e finalmente podia dizer que ele era meu novamente. Finalmente eu senti paz. Entretanto agora eu tinha que ajudar ele a conseguir ver o filho, e olha que ele nem queria a guarda, queria apenas poder visitar o filho quando bem entendesse.

Nos dias que se passaram nós vivíamos em uma quase lua de mel. Logo nos dias que se seguiram minha chegada, ele me levou para conhecer tudo na cidade, me entupiu de comida e claro, gastávamos energias na nossa cama. Tudo estaria perfeito se não fosse ele triste por não ter o pequeno Augusto consigo. Eu tinha que ajudar!

Eu entendia um pouco do código civil brasileiro e lá está garantido o direito do pai visitar o filho, mas e ali na Itália? Fui a uma delegacia e graças a Deus tinha um português que me ajudou. Conversei bastante com ele que me explicou que a lei era similar, mas o Otávio deveria prestar queixa ou chamar a polícia para permitir ver o filho.

Não deu outra, fomos novamente à delegacia e ele registrou um B.O. do seu direito negligenciado e depois fomos à casa da piranha. Eu deixei ele lá, não queria que ela me visse ainda. Mas ao apresentar o boletim, as portas se abriram e ele pôde ficar com o menino na sala. Após a ameaça de processá-la, a piranha aceitou que ele visitasse o filho, mas sua mãe ficaria junto, o que para o Tavinho era até melhor.

Depois de três meses vivendo juntos eu tinha certeza que fiz a escolha certa. Eu tinha ali o meu Otávio, carinhoso, atencioso, gostoso e eu tentava ser o que ele precisava, seu amigo, seu companheiro, agora sem reservas, amando ele como ele merecia ser amado.

Eu agora trabalhava em um escritório lá, também já estava muito melhor no italiano e conseguia me virar com tranquilidade. A vida ali era ótima, acho que eu sempre nasci pra ser europeu kkk.

Com relação ao filho dele, o Gutinho me adorava e eu amava muito o moleque. Ele ia lá em casa as vezes e nós cuidávamos dele, na verdade disputávamos quem iria ficar com ele no colo, porque ele era maravilhoso, mesmo chorando e cagando tudo. A puta italiana, depois de um tempo, viu que a atitude do meu Tavinho foi nobre, e acabou perdoando ele, então ela ia lá em casa levar o filho até ficava um pouco, mas nessas ocasiões eu saia pela porta dos fundos, pois eu continuava não suportando aquela vadia. Ela logo descobriu que estávamos juntos, e tentou se aproximar, mas eu não quis, e não quero, dela eu só quero distância.

- Amore, sua mãe ligou, ela está chateada porque você não liga pra ela, custa você ligar?

- Ah Tavinho, ela fala muito! Me conta a vida de todas as amigas dela e ainda tem esse namorado idiota dela.

- kkkk Não fica com ciúme amore. Ela merece... quisera eu que meu pai encontrasse alguém assim como sua mãe. – Coitado, mal ele sabia que o pai dele já era apaixonado, mas por outro. O Antônio não quis contar, e eu não iria me meter, então a situação ficou a mesma... Se querem saber o que aconteceu com o casal e se ficaram juntos, depois eu conto, em outra oportunidade, porque agora eu quero curtir meu amor, meu Gutinho, minha vida, minha felicidade.

X

X

Resolvi contar a história do Marcos e do Jeferson no próximo conto. Então aguentem a curiosidade. Beijooo

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Tazmania a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Cara que conto incrível, você está de parabéns, abordou vários assuntos, pena que vc não escreveu mais nem aqui e nem lá no Wattpad. Por favor volte escrever fiquei curioso pra saber história do Antônio Marcos e do Jefferson Otávio.

0 0
Foto de perfil genérica

@Abduzeedo aff

Prefiro mil vezes o Bruno do que a vadia da Giulia.

0 0
Foto de perfil genérica

eeeeiii, cadê a história do Marcos e Jefferson? Tô curioso mds

0 0
Foto de perfil genérica

Lindo o final. Até que enfim eles se acertaram. Aguardo, ansioso, a história de Marcos e de Jeferson. Um abraço carinhoso,

Plutão

0 0
Foto de perfil genérica

Como falei queridos, deixei o Marcos e o Jeferson pro próximo conto.

0 0
Foto de perfil genérica

O final foi simples e prático, só achei que faltou a parte da resolucão do pai do Tavinho, fora isso foi incrivel. Vê se não some, abracos man...

0 0
Foto de perfil genérica

Ai! Que bom, tudo foi resolvido!!! Que sejam felizes! Sobre sua mudança pro Wattpad, fez bem, lá é muito melhor pra acompanharmos, podemos salvar as leituras na biblioteca, recebemos notificações de atualizações, uma maravilha! Só não gosto da mania de alguns autores escolherem fotos para ilustrar os personagens, gosto de imaginá-los apenas com a descrição feita. Beijinho e volte logo!!!

0 0
Foto de perfil genérica

MUITO BOM. MAS REALMENTE FALTOU O DESFECHO DO SOGRO, PAI DE OTÁVIO. SE NÃO ERA PRA DESENVOLVER NÃO DEVERIA TER INTRODUZIDO ISSO NO CONTO. DE RESTO FOI PERFEITO.

0 0

Listas em que este conto está presente