Em seus breves anos de vida, Amelie nunca fora tão feliz.
Valentim cuidava dela e a tratava como uma princesa.
Ela tinha agora um guarda roupa cheio de lindos vestidos, enfeites, perfumes caros, e jóias. Sim, cada noite ele aparecia com uma jóia diferente para sua amada, ora um anel de rubi, depois um colar de pérolas raras...
Amelie passava horas admirando a beleza das pedras. Também gostava muito dos ramos de orquídeas e rosas que surgiam diariamente nos vasos de porcelana em seu quarto.
Sim, ela amava Valentim com todas as forças de sua alma e coração virgens, e às vezes até se esquecia do que ele era...
Um vampiro, um filho das trevas.
Então a felicidade de Amelie se transformava em angústia.
- Minha Nossa Senhora, me ajude, dizia para si mesma.
Amelie tivera uma instrução religiosa simples de sua mãe, limitada a saber que havia um Deus no céu e que esse Deus tinha uma mãe que também era nossa mãe. Na casa dela havia um altarzinho com uma pequena imagem de Nossa Senhora, onde as duas rezavam, acendiam velas e colocavam flores.
Também não existiam escolas nas redondezas e assim Amelie mal sabia ler. Valentim a estava ensinando a ler com todo o carinho e dedicação. Todas as tardes os dois sentavam a um canto de uma vasta mesa de ebano numa sala de estar, diante de uma pilha de cadernos e livros, e Valentim ia traçando as letras , depois as silabas, até formar palavras. Amelie sempre quisera aprender a ler e sua alegria era imensa quando aprendia mais uma palavra...
Depois da aula ela e Valentim sentavam no grande tapete felpudo, junto à lareira, ela aninhada nos braços dele, e se beijavam. Agora eram beijos mais longos e profundos, ele a ensinara a beijar de língua, e Amelie mostrara que era uma aluna dedicada em tudo que ele queria lhe ensinar...
O contato do corpo dele, seu calor, seus beijos, foram despertando em Amelie sensações desconhecidas. Ela queria algo mais, que nem sabia o que era, pontadas estranhas nos seios e nas entranhas...
E Valentim ? Ele tinha de fazer um esforço tremendo para se conter, pois seu desejo era derruba-la no tapete e fazê-la sua ali mesmo, fazer amor com ela até não poder mais... Mas não queria assustar Amelie.
Naquela noite, porém, os beijos de ambos ficaram mais quentes, Valentim beijou o alvo pescoço de sua amada, sentindo a artéria pulsar, sua mão acariciou o seio delicado por sobre o vestido.
-Ai, Valentim...- gemeu Amelie se contorcendo.
- Você gosta disso ? - ele perguntou, sentindo o membro entrar em ereção.
- Muito... - Amelie o encarava com os olhos brilhantes e as faces vermelhas, enquanto as mãos do Conde desabotavam seu vestido na frente, expondo os alvos seios de menina. Eram lindos, de biquinhos cor de rosa...
Valentim se inclinou e começou a sugar um deles, enquanto Amelie suspirava e revirava os olhos. Nunca sonhara que existissem sensações tão deliciosas.
O relógio distante começou a bater as doze badaladas...
Usando toda sua força de vontade Valentim arrumou o vestido de Amelie e se levantou.
- Agora preciso ir... - falou.
- É a hora das trevas... - disse Amelie.
- Sim... Vá dormir agora, meu amor...
Amelie viu Valentim se transformar num morcego e desaparecer na noite, como sempre. Seu corpo ardia, latejava de um modo estranho. Ela ia se levantar quando à sua frente surgiu uma linda mulher loira e sorridente.
- Boa noite, Amelie !
