Cabeça Quente 3

Um conto erótico de Bibi
Categoria: Homossexual
Contém 4381 palavras
Data: 20/10/2016 09:24:40

NA manhã seguinte à festa, Griff acordou com roncos de barítono com seu rosto pressionado contra pele aveludada. Era cedo o bastante para ainda estar escuro lá fora. E escuro o suficiente para que ele estar em sua própria maldita cama. Griff congelou.

Puta merda.

Com cuidado meticuloso, Griff levantou sua despenteada cabeça de cobre para olhar de soslaio no quarto. O de Dante.

Jesus, Maria e Joseph Kennedy. Como é que eles acabaram caindo na cama juntos? Ele nunca dormiu na casa de Dante porque não sabia se podia confiar em si mesmo tarde da noite com muitas bebidas brincando com seu discernimento. Ele sabia mais. Griff se lembrou dançando em um clube— não— brigando em uma festa em algum lugar. Em Staten Island? Não, o Stone Bone. Aniversário do World Trade, dez anos. Ugh.

Por favor, Deus, por favor, não me deixe ter feito algo estúpido.

Ele piscou um olho para ver o qual era o dano. Huh. Ele estava nu, parecia que Dante estava usando algo lá embaixo, mas modo algum ele iria correr o risco de verificar.

Griff podia sentir sua pele pálida corando, cor-de-rosa o cobrindo.

A boca de Griff estava amarga e seca. Ele podia sentir o cheiro do suor e de álcool nos lençóis. O grande bíceps de Dante estava enganchado em volta do seu pescoço. Encaracolados pêlos negros, os mamilos como moedas antigas de um centavo contra o bronzeado. O estômago sulcado borbulhou por um segundo, subindo e descendo, subindo e descendo diante de seus olhos quando Griff se preparou para se mover.

Eu sou um idiota. Que diabos fizemos na noite passada?

Espere... Ele se lembrava sair do Stone Bone para ficar longe de idiotas de 11 de setembro. Ele se lembrava de Dante se livrar de sua morena e os próximos três caminhos. Graças a Deus.

Eles tinham ido para um jantar tardio... pizza? Mas tinha havido tequila, obviamente, e muita. Ele tinha voltado para ajudar Dante com alguma coisa? Não, não foi isso. Dante não deixaria Griff ajudar, mas eles tinham compartilhado a cama. Como é que ele ficou nu? Jesus. Sua boca tinha gosto de um cinzeiro de puteiro.

Tinha sido 11 de setembro. Sair com os rapazes. Então...?

Ugh! Sua cabeça parecia como se besouros estivessem tentando cavar um túnel através de sua cavidade ocular.

Tequila sempre era a escolha errada, e rezou que ele não tivesse pegado nenhum verme, também. Eles devem ter bebido até três horas, enquanto comiam. Dante era tão maluco; Griff não podia evitar se loucura era contagiosa quando eles se reuniram. Deveria existir uma vacina.

“05h17min,” disse o relógio.

“Consiga seu traseiro longe daqui,” disse seu interior.

“Volte para a cama,” disse a pele quente de Dante.

Será que nós realmente—?! De jeito nenhum. A cueca de Dante significava nada tinha acontecido, certo? Griff levantou seu braço em câmera lenta, observando o rosto de Dante para qualquer alteração.

O Lucali! Eles indo para a Pizzeria do Lucali e comeram uma pizza com alcachofra e lingüiça e pimentão. Mas não havia mesas, porque todo mundo estava na rua, festejando com os fantasmas. Dante tinha sido evasivo sobre o que o estava incomodando, esquivando-se da questão enquanto eles esperavam o pedido sair do forno.

Em algum momento eles devem ter transportado a caixa fumegante de volta para casa de Dante, mas Griff não conseguia se lembrar dessa parte. Eles devem ter comido. Eles devem ter conversado. Algo sobre dinheiro? Ele não conseguia encontrar a memória; seu crânio estava muito cheio de cocô de cachorro e cacos de vidro.

Dante deve ter encontrado uma garota no restaurante, ele sempre encontrava uma garota. Merda! Se eles tivessem trazido a morena para casa afinal? E se houvesse algum pedaço do outro lado de Dante agora mesmo que tinha visto alguma coisa, que diria alguma coisa. Dante poderia não notar, mas de modo algum uma garota não deixaria de perceber uma vibração homossexual. De forma alguma Griff poderia controlar as coisas com ela entre eles; ele tinha que dar o fora daqui, pronto.

Milímetro por milímetro, Griff rolou para longe da morena pele brilhante de Dante em direção a beirada da cama. Era segunda-feira e ambos estariam em serviço às seis horas da tarde. Se ele pudesse fugir sem uma discussão... se ele pudesse tirar sua cabeça de sua bunda... se ele pudesse simplesmente chegar ao banheiro antes de seu amigo acordar, tudo ficaria bem.

Graças ao Senhor que ele podia dormir com um ataque de mísseis.

Dante resmungou alguma coisa e se moveu para longe dele para o espaço amarrotado que Griff estava aquecendo cerca de quatro segundos atrás, respirando profundamente contra o travesseiro de Griff, inalando o cheiro de Griff enquanto ele sonhava.

Griff estava acordado agora, realmente acordado. O outro lado da cama estava vazio: nenhuma garota. Na madrugada, Dante tinha escorregado mais perto em seu sono. Dante sempre foi de contato. Eles estavam bêbados. Pizza e shots. Mas Griff não tinha gozado em seu melhor amigo. Crise evitada.

Devagar, devagar, ele se empurrou para fora do colchão e em trêmulos pés; seu estômago virou. “Tequila vai te matar,” o Sr. Anastagio sempre dizia.

Griff tentou não olhar para os músculos debaixo do lençol retorcido, as costas largas subindo e descendo. Subindo, descendo. O taco na frente dele estremeceu.

Filho da puta. Um ponto de fluido e seu prepúcio deslocou. Que havia de errado com ele? Ele podia ver seu kilt amassado no pé da mesa de cabeceira, uma bota espiando por baixo. Dante tinha, literalmente, o despindo e colocado sua bunda grande na cama.

Griff engoliu, seu rosto quente com o novo rubor. Ele tentou se concentrar em seus pés pálidos, os fios enferrujados nas juntas dos seus dedos. Seu tamanho quarenta e sete parecia ter de um quilômetro de distância. Ele tentou não se concentrar no pote gigante de vaselina de Dante espiando debaixo da cama. Ele engoliu em seco. Seu coração trovejava em seus ouvidos ao tentar planejar sua rota de fuga. Seu coração estava a mil por hora e ele tinha uma ereção matutina do tamanho de uma árvore.

“Que porra você está fazendo, G?” um sonolento barulho atrás dele.

“Jesus!” Griff se encolheu e congelou.

Dante estava apoiado sobre os cotovelos, seus cabelos escuros um ninho cativante e pateta em cima de sua cabeça. Seu sorriso era contagiante, mas Griff não podia encontrar seus olhos. Dante inclinou sua cabeça em confusão. “Você precisa de roupas ou o quê?”

“Urinar. Desculpe. Não queria te acordar.” Griff continuou andando, mantendo seu pau úmido apontado para longe.

“Está com ressaca?” Dante lambeu seus lábios, e Griff conseguiu acenar com a cabeça antes de fechar a porta do banheiro e deixar escapar a respiração que ele estava segurando.

Dez segundos mais e sua ereção teria revelado seu segredo. Ele se apoiou sobre a pia e se concentrou em não vomitar, implorando para seu pau para lhe dar alguma folga. Sem chance. Ele o beliscou, duramente. Ow. E, finalmente, ele começou a encolher.

Ligando a torneira, ele se inclinou e encheu a boca de água, agitando entre seus dentes e cuspindo na pia. Ele evitou o armário do espelho; o que fosse que estava olhando para ele não era algo que ele queria ver. Seu estômago roncou ameaçadoramente. Ele se dirigiu para a banheira para ligar o chuveiro, mas antes que pudesse conseguir abrir a água, a porta se abriu.

Dante cambaleou para dentro, a mão dentro de seu boxers folgado, e parou em frente ao vaso sanitário. Ele bocejou e coçou suas bolas peludas— scritch-scritch— antes de puxar o seu pau para fora para urinar. “Eu tentei fazer você beber água, mas você totalmente bêbado.”

Pare de olhar e coloque as calças, seu idiota.

Griff resmungou e deslizou para fora do banheiro, mantendo os olhos na parede de azulejos. “Tenho que voltar para casa. Temos trabalho hoje à noite e eu tenho coisas para fazer.”

Atrás dele, o fluxo de Dante atingiu a água ruidosamente. Griff caçou por suas roupas espalhadas.

“G, você se lembra do que conversamos?” Dante, de repente parecia nervoso e obstinado. Ele lavou suas mãos na pia, mas não as secou.

“Sim. Com certeza. Na verdade não.” Griff verificava o chão. Vamos, vamos.

“Posso pedir um favor?” Seu melhor amigo estava na porta do banheiro, braços cruzados, olhos um pouco abaixados.

A outra bota de Griff estava debaixo da cadeira e sua camisa não estava lugar nenhum.

“Griffin?” o corpo nu de Dante estava tão perto, o doce e perfeito almíscar de sua pele estava por toda parte.

“Sim, homem. O que você precisar.” Griff se abaixou para pegar uma meia, mantendo costas viradas, super consciente de seu pau pesado, mais visível do que deveria estar.

“Eu nem mesmo perguntei ainda.”

Griff levantou uma sobrancelha, completamente confuso. “E a resposta é sim, Anastagio.”

Onde diabos estava sua camisa? Provavelmente ainda lá embaixo na sala de estar. Estava quente na noite passada. Ele se lembrou disso. Foda. Ele começou a se despir no andar de baixo. O que mais ele fez ou disse?

“É apenas...” Dante parecia tão envergonhado quanto Griff se sentia, mas definitivamente por razões diferentes.

“Estou sem dinheiro agora mesmo e ConEd está me pagando o inferno. Eu preciso de outro emprego.”

“Claro, homem!” os mamilos expostos de Griff estavam inacreditavelmente duros.

“Ótimo.” Exceto que Dante não soava como se isso fosse ótimo. “Você não está furioso, certo?”

“Não! Eu não tenho dinheiro comigo, mas eu posso correr conseguir alguma coisa.” Griff afivelou o kilt, mantendo suas costas viradas para seu melhor amigo. Pelo menos, seu pau estava coberto.

Ele precisava se vestir e voltar para casa. Ele cruzou os próprios braços, fazendo parecer como se estivesse irritado ou mantendo uma estranha pose.

“Quanto você precisa?” Dante não disse nada a isso, apenas o observava se desviar ao redor da desordem no quarto.

Griff calçou suas meias. Finalmente ele ergueu os olhos e notou os círculos debaixo de olhos de seu melhor amigo, os braços cruzados apertado, o corte com crostas em seus dedos. Dante parecia como ele se estivesse cansado de alguma coisa.

“Você deveria ir voltar para a cama, D.” Ele percebeu que algo estava realmente errado com Dante. “Você tem certeza que isso é tudo?”

Dante passou a mão sobre sua barba azulada e esfregou sua boca. “Se, uh, você não poder fazer isso—”

“Hey! Hey! Sério, cara. Você pode ter o que for preciso, D.” Ele enfiou seus pés em suas botas. “Eu vou parar no caixa eletrônico e pegar 500. Tudo bem?”

Dante olhou para ele por um segundo, franzindo a testa, como ele pudesse ouvir as coisas loucas que Griff estava pensando sobre ele. Como se ele estivesse assustado com mamilos duros e ereção matinal de Griff.

Griff se ajoelhou para amarrar suas botas.

Ele vai dizer alguma coisa. Ele tinha que ter percebido. Eu fiz alguma coisa quando eu estava bêbado.

“Tudo bem.” Dante sorriu e balançou a cabeça. O sorriso não alcançou seus olhos e nada estava bem.

Griff olhou para ele. O que está acontecendo? Ele teria que conseguir algumas respostas quando ambos estivessem realmente usando roupas.

“Obrigado, G. Você vai levar para a estação hoje à noite?”

Griff concordou e se levantou para ir, cuidando para dar espaço a Dante.

“Sinto muito se eu desmaiei e babei em seu travesseiro. Odeio fazer isso.”

“Pizza picante precisa de shots. É como uma lei. E eu apenas confio em mim mesmo para beber tequila quando você está por perto. Você deveria manter uma muda de roupa aqui de qualquer maneira. De jeito nenhum você poderia encaixar tudo isso nas minhas cuecas apertadas.” Dante acenou para as grandes dimensões de Griff... tudo.

“Eu gosto de ficar em minha própria casa.”

“Esta é a sua casa, G. Vamos lá.” Dante caminhou até a porta, seus olhos sombreados. “Além disso, os caras estavam todos envolvidos no Bone e eu não estava sentindo isso.”

Griff precisava chegar lá embaixo. “Eu não quero ficar no caminho todo o maldito tempo.”

“Você está brincando?! Eu sou italiano; Eu sou foda miserável sem uma casa cheia de vagabundos com fome.” Ele riu uma vez e abraçou Griff, apertando suas grandes costelas. “Não seja um idiota. Eu amo ter você aqui, cara.”

“Certo.” A palavra escapou de Griff em um sussurro. Ele meio que estremeceu, consciente de seu pêlos no peito contra o torso nu de Dante, da pele úmida deles aderindo. Restolho macio arranhado o pescoço de Griff. Ele abraçou de volta por um segundo, dando um tapinha no pescoço quente de Dante uma vez. Seu pau se moveu de novo, balançando livre sob as dobras. Suas perguntas teriam que esperar.

“Obrigado.”

Griff se afastou e fugiu para encontrar sua camisa antes que ele fizesse algo ainda mais estúpido do que ele já tinha.

MAS Dante nunca veio para o dinheiro. E embora ele estivesse na lista para o turno noturno, ele não apareceu no posto de bombeiros.

Que inferno era aquilo?

Griff não se preocupou e praticamente assumiu que ele tinha conseguido os US $ 500 em outro lugar, exceto que ele não conseguia que Dante ligasse de volta para ele. A princípio ele imaginou que seu melhor amigo tinha perdido o celular ou teve uma intoxicação alimentar ou estava fora conseguindo seu osso encerado por alguma garota. Não. O instinto de Griff disse a ele que alguma coisa estava errada, mas a ressaca realmente o mantinha debaixo d'água.

Acabou por ser uma noite de merda.

Griff tinha chegado à estação de perto das seis horas, ainda se sentindo como se sua cabeça fosse um aquário de piranhas. O motor estava fora e quando ele chegou ao andar de cima na sala de descanso, os acompanhamentos para a macarronada estavam por todo o balcão e a comprida mesa na área da cozinha. Briggs e Watson estavam discutindo por cima de um pote de molho de tomate, tão furiosos um com o outro que eles nem mesmo perceberam a sua saudação.

Watson mexeu o molho, o saboreando com cuidado e ficando de costas para Briggs, que estava segurando uma assadeira funda com tanta força que ele a deformou. Eles estavam juntos em revezamento e disputando esse tipo de merda o tempo todo; o Chefe disse que isso era apenas a maneira deles de canalizar suas agressividades.

Não, obrigado. O cérebro de Griff estava dolorido, desidratado, agitado e estourando.

Em vez de ir para a geladeira por água com gás, ele foi para a urna e se serviu de uma xícara do denso café rançoso, preparando seu estômago com a idéia de despejar esse lixo tóxico dentro dele.

“Você não quer fazer isso, Muir.” Siluski havia entrado logo atrás dele, secando seu cabelo loiro acinzentado com uma toalha manchada de alvejante. Ele a jogou por cima do ombro. Ele estava de camiseta e calças bunker. Mais antigo tenente sua unidade, ele atirou aos briguentos cozinheiros um olhar de nojo. “Esse café foi feito nesta manhã. Mais borra do que qualquer coisa.”

Griff olhou para a xícara, vendo os resíduos, e a esvaziou na pia. O fedor acentuado fez o seu intestino virar novamente. “Obrigado, cara.”

“Totalmente egoísta, garoto. Recebemos um chamado, eu não quero você vomitando em minhas botas.” Siluski o deixou ali e se colocou entre Briggs e Watson para encher um velho copo de plástico na torneira.

Ele voltou e o empurrou para Griff. Um arranhado logotipo do New York Rangers envolvia o copo. “Beba água. Água é o negócio.”

Griff conseguiu descer um gole disso. Ele merecia uma medalha por fazer isso estando de pé.

“Viado!”

Aquela maldita palavra.

Griff estremeceu e se virou para ver quem tinha dito isso. Do outro lado a área da cozinha, Briggs estava batendo coisas dentro da geladeira, tentando atormentar Watson.

“Eu me diverti muito quinta-feira. Anastagio conta as melhores histórias do caralho.” Siluski tinha ido à casa de Dante para assistir ao início da temporada da NFL, juntamente com uns quinze outros caras das estações na região, pelo menos até o intervalo. Ele sempre saia primeiro porque sua babá precisava voltar para casa. Seu filho mais velho tinha oito anos e sua esposa trabalhava como garçonete todas as noites durante a semana, de modo suas noitadas e ressacas eram muito longas. “Realmente vulgar, hein?”

Griff concordou com a cabeça para Siluski e o sangue tomou conta de sua garganta e rosto. Ele se perguntou o que o tenente faria se soubesse que enquanto a turma estava assistindo o jogo, Griff tinha conseguido uma ereção cheirando seu melhor amigo— uma grande. E se Siluski o tivesse visto se aconchegando com Dante hoje de manhã, ou a ereção que ele teve por olhar seu corpo inconsciente? O homem mais velho o colocaria para fora com um soco na mandíbula e urinaria em cima dele quando ele estivesse no chão. Griff sentiu suas bochechas ficarem quentes e tomou outro desprezível gole da água quente e metálica para ocultar.

“Eu vi o seu pai trabalhando numa incidente esta tarde. Ele parecia bem”. Siluski estava sendo agradável.

Tradução: seu pai mandou um olá.

Como um comandante dos bombeiros que trabalhava para o Escritório de Investigações de Incêndios, o pai de Griff era tipo como um bombeiro com um distintivo. Oficialmente, isso significava que ele investigava incêndios graves e incêndios criminosos e fraudes. Extra oficialmente, significava que ele carregava uma arma e prendia pessoas sem precisar lidar com a política da Polícia de Nova Iorque: permissão instantânea para ser um cara durão. Ele era uma bota velha, mas ele cuidava de seu filho quando ele tinha tempo para isso. E quando um Dante de dezenove anos de idade foi preso por fumar maconha na beira da praia de Coney Island, Griff havia ligado para seu pai, e o velho tinha conseguido solta-lo em quarenta e cinco minutos. Abracadabra. Claro, a partir daquele momento ele tinha odiado Dante e ignorado a “outra” família de seu filho.

Griff apertou os olhos. “Espere. Você saiu em um turno hoje?”

Siluski despejou o pó de café fora do filtro e vasculhou dentro dos armários. “Acabei de terminar o 9-6, mas Anastagio me pediu para cobrir seu turno. Bastardo.” Mas ele sorriu e começou a fazer café fresco para que a equipe pudesse trabalhar durante a noite.

Merda e duas vezes merda. Griff tinha ficado ansioso saindo para o turno. Ele tomou outro gole da água horrível.

“Então faça você, seu maldito filho da puta.” Do outro lado da sala, Briggs encarava a bandeja de alumínio amassada em suas mãos e a jogou sobre o balcão. Watson tinha aparentemente ganhado a guerra da macarronada e estava provando seu molho. Briggs voltou pisando duro para o sofá e fingiu que assistia a um programa de natureza sobre água-viva.

A corporação de Griff era sempre assim: uma equipe mais ecológica, horas miseráveis, besteiras demais. Era uma casa tediosa— pornografia e visitas escolares, condutas mais maduras que o Hospício do Bronx ou qualquer um dos verdadeiros vagabundos das assustadoras vizinhanças.

Griff o escolheu porque ele fazia parceria com Dante. Eles podiam principalmente compartilhar o mesmo horário. Caso contrário, eles nunca veriam um ao outro.

Griff percebeu Siluski estava falando com ele.

O tenente estava lhe perguntando alguma coisa maldita, a preocupação em seu rosto irritado pelo vento, suas sobrancelhas louras acinzentadas vincadas. Quem sabe o que isso era, porém Griff se sentiu culpado por ignorá-lo.

“Maldita tequila,” Griff disfarçou. Ele tentou reabastecer sua água na pia metal, mas foi lento. Suas mãos pareciam como luvas de beisebol, dedos como salsichas.

“Alguma idéia por que Dante não veio hoje à noite? Ele está doente?”

“Não tenho a mínima ideia do caralho,” Siluski bufou e retirou café de um saco da D'Amico para colocar em um filtro novo. “Patrulha de buceta, quem sabe.”

“Oh.” Griff sabia que não era isso. Seu estômago roncou um aviso, mas se controlou.

“Vá dormir enquanto você pode.” O tenente ergueu a garrafa manchada. “Veneno fresco esperando quando você estiver vivo novamente.”

Griff encontrou seu caminho até seu beliche, através do toque na maior parte. O prédio era velho e não estava realmente preparado para manter muitos rapazes. Mesmo após o World Trade Center e todos os discursos dos políticos, a cidade nunca parecia conseguir o orçamento para melhorar a instalação deles. Ainda assim, de uma forma Griff estava feliz. Logo no início, ele ganhou uma aposta com um veterano que estava se aposentando no norte do estado e herdou uma pequena alcova quarto de beliche do tamanho de um armário. Isso significava que ele tinha um pouco de privacidade e que ele podia ficar longe de alguns dramas do ensino médio que pareciam seguir insistentemente esses rapazes.

Após seu divórcio, ele na realidade dormia aqui mais do que em qualquer outro lugar, embora apenas seu capitão soubesse disso. Isso foi quando Dante tinha comprado sua primeira casa condenada e ainda havia buracos no teto que estavam a céu aberto. Afinal, Griff tinha desistido do apartamento que ele tinha compartilhado com Leslie e voltou para o porão Muir, enterrado vivo em seu quarto de infância. Mas sempre que ele ficava preso em seu cantinho, ele viajava de volta para o horrível mês quando tudo parecia como papel picado e limpeza com álcool e este era um lugar seguro para se esconder. Griff arrancou suas botas e as colocou onde estava seu casaco pendurado. Ele caiu ruidosamente na pequena cama e batalhou seu caminho em direção ao sono nauseado.

NAQUELA noite tiveram apenas dois alarmes: um incêndio na cozinha do conjunto habitacional da Red Hook e um acidente na Via Expressa Gowanus.

O incêndio no conjunto habitacional tinha sido principalmente fora, enquanto de multidão de famílias com os olhos arregalados e sem sono se acotovelavam e fizeram uma varredura do andar. Que lugar de merda para crescer. Os aglomerados e desordenados apartamentos lembrava o quão sortudo ele era de ter um lugar para ficar, mesmo que fosse com seu pai. Olhando para a multidão cansada de pé no asfalto, Griff se sentiu culpado sobre o quanto ele tinha. A fixação de Dante em sua decrépita casa caindo aos pedaços fazia mais sentido.

Pessoas precisam de espaço, famílias precisam de ar, amor precisa de luz. Como a Sra. Anastagio sempre dizia, “Você precisa de bastante quartos para amar alguém adequadamente.”

O acidente na Gowanus foi muito pior. Por volta das três da manhã, um furgão de entrega de mobília tinha batido a 112 km/h em um velho carro com dois alunos do segundo ano da faculdade voltando para o campus Hofstra depois de uma festa. Eles por pouco tinham sido lançados sobre a amurada para a rua abaixo.

No impacto, o pequeno carro foi amassado contra a barreira de concreto, prendendo a jovem motorista dolorosamente ao volante, enquanto o namorado dela entrava em pânico no banco do passageiro. O entregador estava bem, apenas arranhões e um monte de discussões em chinês. As portas da van se abriram, então havia cadeiras de madeira quebradas e espalhadas por todas as três pistas. Primeira coisa, Watson e o novato molharam a parte inferior exposta do carro, mesmo que não houvesse chamas ou fumaça visível. Tommy e o resto da equipe de paramédicos examinaram as opções com Siluski. A menina estava calma lá dentro, mesmo com um ferimento na cabeça, mas seu namorado estava histérico e gritando.

Dante poderia ter atenuado a situação em dez segundos, com uma piscada e uma piada suja, mas ele estava em algum outro fodido lugar.

Foco, Griffin.

Sem seu melhor amigo ali para apresentar seu charme, Griff gastou mais de uma hora na Expressway tentando tirar os estudantes em pânico, cortando os destroços com a serra grande.

Os paramédicos tinham ido direito ao trabalho, mas Tommy precisou de dez minutos para acalmar o namorado e o tirar em uma maca para Griff poder alcançar a menina em segurança. Tommy era um pequeno bastardo briguento que havia crescido a algumas ruas acima dos Anastagios, fazendo trabalho voluntário com as equipes EMS logo após o ensino médio, treinando primeiro como um EMT básico e, em seguida, como um EMT paramédico. Viciado em adrenalina, mas excelente quando necessário. Ele definitivamente conhecia seu trabalho, extremamente determinado, e Griff estava agradecido. Enquanto Griff e Siluski livravam a menina, o resto da equipe recolhia os pedaços das cadeiras na estrada e colocaram cones para redirecionar o tráfego. Às vezes, limpar era parte do trabalho.

Este tipo de acidente era sempre a mesma coisa: documentação e suturas e pesadelos. Todos os três civis tinham ido para o hospital de ambulância, relativamente ilesos, mas irritados com o mundo inteiro. Os policiais tinham aparecido para tomar depoimentos e escrever relatórios. Griff e Siluski e os outros rapazes se sentaram em volta para jogar conversa fora por um tempo. Flip, o irmão mais novo de Dante era um policial, e um destes caras conheciam o seu nome. Esse tipo de conexão familiar sempre deixava todo mundo mais amigável, facilitando a papelada.

Griff gostava de policiais. Verdade seja dita, você salvava mais pessoas, que era muito “melhor” ser um policial do que ser um bombeiro. A proporção de atos heróicos diminuiu a favor deles fácil; havia apenas tantas construções queimando e acidentes ruins, mas em um mundo de merda, cretinos apareciam como cogumelos.

Os ataques de 11/09 deixaram os bombeiros na merda do novo milênio, mas na verdade, e muitos dos FDNY passavam horas sentados com seus amigos comendo coisas gordurosas e fofocando sobre improváveis bucetas— principalmente a Engine 333/Ladder 181.

Então Griff era agradável para os policiais e sempre se lembrava dos setenta e dois oficiais nas Torres Gêmeas que tinham dado suas vidas com muito menos fanfarra do mundo.

No local do acidente, a equipe se esforçava para vencer a hora do rush. Os caminhões de reboque apareceram para limpar as carcaças de metal. Antes do céu clarear, eles ainda conseguiram limpar as duas pistas completamente antes de voltar para casa.

Montado atrás no caminhão, Griff sentiu uma protuberância pesada em seu bolso e percebeu que ainda carregava o rolo de quinhentos dólares em notas de vinte; o dinheiro não reclamado de Dante descansava suando em sua perna como outro conjunto de bolas.

Por que não ele tinha aparecido? Que tipo de problemas ele estava?

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Comentários

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olha Bibs eu espero mesmo que vc continue e que faça logo outro capitulo desse conto pq ele é muuito bom volta logo^^

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Griff nunca deixa ele fala sempre tira conclusões precipitadas 😕 ótimo conto 😉

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Tô curiosa, será que ele também tá sentindo algo, e não sabe como lidar com isso!!! 👀 continua logo!!!!👏👏👏👏✊🙌💕💖💌✌

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