ao chegar naquele local, pensei que veria varias pessoas lutando, mas era apenas uma academia comum. Mas ao entrar na parte mas funda, logo depois da áreas de máquinas, vi varios grupos de jovens a adultos, treinarem. Eu e Mainha caminhamos pelos grupos até uma parte onde parecia ser a área de administração.
- Filho vou fazer sua matricula, vai dar uma volta.
Estava pensantivo, mas queria continuar com aquela ideia. Por um momento notei que algumas pessoas, alhavam pra mim, fiquei envergonhado. Estava começando a achar que aquelas calças realmente estavam muito apertadas.
- oi - falou alguém.
- olá.
- sou o Gabriel, filho da dona Esmeralda, sua mãe falou que vinha aqui. - falou ele sorrindo.
- ha sim... - falei.
Nunca tinha reparado nele, mesmo sendo meu vizinho. Era o tipo menino/homem, um pouco mais alto que eu, forte, cabelos castanho e bem Branco e parecia ser 1 ou 2 anos mais velhos que eu.
- então, o que vai treinar? - perguntou sorrindo.
- Crav Maga.
- hum... bacana, quer ver o treino, eu posso te levar lá - sugeriu.
- pode ser.
Fui caminhando ao seu lado, e reparando em tudo naquele local, o piso de madeira e as paredes brancas. Subimos a parte de cima, no segundo andar, era o mesmo estilo madeira e paredes brancas, mas o teto era como a tenda de um circo só que tambêm de madeira, dava um belho charme ao local. tinha só algumas pessoas e um empregado limpando o chão.
- o que você treina ? - falei, tentando começar uma conversa.
- jiu-jitsu. É bem legal - falou ele, e notei que ele deu uma olhada na minha parte traseira - vai ser bom ter você treinando aqui - continuou e sorriu com malícia.
- Ah é po... - tentei falar mas acabei tropeçando em um balde. No momento em que ia de encontro com o chão de madeira, o Gabriel passou um dos seus braços ao redor de meu braço e o outro foi de encontro a minha cintura, mas logo desceu para minha bunda, colocada na calça.
Minha reação foi de puro susto, ele sorriu safado e apertou minha bunda com firmeza, nesse exato momento o empurrei jogando o mesmo para frente e logo fui ao chão. Não acreditei naquilo, como pode ser tão cara de pau, Quando ia falar algo para tirar aquele sorriso de sua cara, ouvi uma voz que já conhecia:
- algum problema aqui? - perguntou.
- não, nenhum senhor - respondeu Gabriel.
- o treinho de Jiu-jitsu é lá em baixo.
- sim senhor, já estou indo.
E assim o Gabriel Saiu da sala me deixando sozinho mas antes de cruzar a parte da porta para escada olhou profundamente pra mim, e me deixou naquela situação. olhei logi depiis para o Eitor
- então é você Bravinho? - perguntou Eitor, debochado, me estendendo a mão.
- Miguel - o respondi, Corrigindo-o. e me levantei só, negando sua gentileza.
- o que você faz aqui? - perguntei.
- Eu trabalho aqui - respondeu sorrindo.
- e onde estar minha mãe?.
- ela foi ao banheiro -respondeu - sorte a dela, que choque seria ver o filho dela dando cabimento para um aluno.
- como é?! - perguntei. Mas logo me virei para o deixar só.
Ele me seguiu com o olhar, e por um momento senti seu olhar no mesmo lugar em que Gabriel tocou.
- anda com essas calças só pra atrair os machos... puft sempre soube que você era um viadinho. - falou novamente debochado
e no mesmo instante minha mão foi de encontro com seu rosto, foi um tapa forte, ao ponto de minha mão doer e ficar uma marca em seu rosto. As memorias da epoca do fundamental veio a mente só com aquela palavra '' Viadinho ''. Eu odiava aquela palavra.
- você não me conhece!! - gritei, chamando a atenção dos poucos alunos que estavam lá e o empregado.
Meu rosto já queimava de raiva, mesmo depois de 3 Anos, nunca superei o Bulling que sofri.
Ele olhando virou o rosto em minha direção devagar com a mão no rosto. Me olhava surpreso, seus musculos tremeram e seus peito inchou rapidamente e logo depois soltou o ar de dentro devagar. Consegui ver o vermelho em seu rosto entre seus dedos.
As imagens de meus colegas e professores rindo do meu jeito, e os socos e pontapés, tudo veio a mente como um Flash. Naquele momento eu me sentia na obrigação de não ouvir aquilo calado.
- você não me conhece!!- falei mais uma vez indo mais perto dele, e o encarando.
As lagrimas já queriam sair de mim sem minha permição, mas Me controlei, eu não era mais aquele garotinho do fundamental. Ao olhar nos meus olhos, sua expressão mudou de alguma forma. agora só nos olhavamos sem dizer uma palavra, e como um canto no silencio auvi aquela voz:
- A aula começa amanhã, você vai treinar com o professor Jorge- falou e antes de passar por mim, continuou - sua mãe está esperando no carro.
Ele Saiu da sala sem olhar para trás, os alunos me olhavam chocados, e minha respiração começava a se acalmar, mas a primeira lagrima caiu do meu rosto.
Nunca contei nem para mainha o que sofri no fundamental, era hórrivel, ninguém sabia daquilo. Aquilo tinha me mudado muito, mas ao chegar no Julia Medeiros tudo tinha mudado, e conheci a Nanda, ela foi incrivel durante esse tempo. Mas soube que não estava curado naquele momento, quando uma simples palavra me fez ter aquele tipo de reação.
Corri até a saida da Academia, e felizmente não encontrei o Gabriel . Limpei minhas lagrimas e fui ao encontrar mainha.
- Já era hora filho - falou ela ao me ver passar pela porta.
Eu ri( ao menos tentei) e entrei no carro. Durante o caminho ela não falou nada e Nem eu, estava muito pra baixo, parecia que meu corpo estava mais pesado, só pude encostar minhar cabeça no vidro do carro e pensar.
- não estar animado filho?- perguntou ela.
- sim mainha, um pouco. - respondi.
- a dona Esmeralda disse que queria ajuda no Jardim.
- a senhora pode dizer que não posso ir hoje?
- claro filho - falou ela acariciando meu braço.
Logo que cheguei em casa, fui para o banho, chorei um pouco, com todas as lembraças. soquei a parede e sorri, pois mesmo que tenha reagido errado, eu reagi pela primeira vez. Fui ao quarto, e desabei na cama Num sono que parecia eterno.
Quando acordei, era 0:30. Tinha dormido a tarde e a Noite, um habito que tinha esquecido a muito tempo. Era comum eu dormi o dia todo na epoca do fundamental. Fui a cozinha comi um bolo de chocolate que estava na geladeira, imaginei que mainha percebeu minha tristeza. Li um pouco do livro '' para sempre Alice '' e voltei para o quarto. Meus pensamentos não me deixavam dormi novamente, e em meio a tantos , lembrei que no dia seguinte olharia novamente para Eitor. Seus olhos negros naquele momento de furia tinha causado muitas sensações em mim, algumas delas eu queria não sentir.
Quando finalmente dormi, a luz da lua estava forte, e o relogio marcava 2:
No dia seguinte acordei as 6:00 da manhã, olhei meu Smartphone e no visor tinha uma mensagem da Nanda:
'' só faltam dois dias para nós irmos ao Park!!!!, ansiosa!! ''
Sorri ao ver aquilo, acabei ficando animado para ir aquele Park também, eu poderia esquecer as coisas e me divertir. Com a Nanda não existia tristeza, aquela morena sabia alegrar todo mundo. Mamdei uma resposta:
'' não vejo a hora :) ''
Ela respondeu:
'' sério??! :v''
Revirei os olhos:
'' sim ué kjkkk. Até daqui a pouco ''
'' até ''
Fui para cozinha deoois de ir para o banho e me arrumar.
- veiaaaa! - chamei.
- veia é minha mão na sua cara- respondeu Mainha.
Dei um beijo nela, e peguei um pastel de forno na bandeja.
- e então... ansioso para o treino- peeguntou ela.
- um pouco - respondi. E não era mentira, minha barriga congelou só de lembrar.
- filho... - falou ela depois de 5 minutos me encarando.
- senhora ?.
- você tem algo pra me falar?
- tenho...
- então me diga - falou ela me me encarando com mais firmeza.
- olha mãe... eu tenho sim algo a dizer, porém não posso dizer agora, nem hoje. Mas quando eu estiver preparado.
Ela suspirou e disse:
- tudo bem - ela se levantou, veio atrás de mim e me beijou num abraço - quando estiver pronto, eu vou estar aqui.
Confirmei com a cabeça. O fato é que nunca revelei minha honossexualidade a Mainha, eu sabia que ela nunca me desertaria, era uma questão de tempo. A unica pessoa que sabia era a Nanda, Mas eu não a contei, ela descobriu sozinha e me apoiou.
- ta na minha hora veia, abenção?
- olha que tu me respeita senhor Miguel. Deus te abençoe.
No caminho para parada, andei a passos lentos, para falar a verdade eu estava com vergonha, eu bati em sua cara, e isso não é algo que eu faria, ao menos pensei que não fosse.
Quando finalmente vi a parada, não vi o Eitor, mas quando cheguei mais perto, percebi que ele estava lá sim, porém não estatava no lugar de sempre. Estava ao lado do meu lugar.