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CAPITULO 11: CLARA
- Anda Fabinho comece a me explicar.
- Explicar exatamente o que? Não posso ter amigos alem de você?
- Aaah vocês já estão tão íntimos assim pra você considera-la amiga?
- Você quer cobrar o que de mim Maria Clara? Você me ignorou pela manhã e acha que agora eu tenho que lhe dar satisfações?
- Tem, tem sim. Eu quero saber tudo.
- Não tenho que lhe dar satisfação nenhuma, pois não sou nenhuma propriedade sua.
- Em nenhum momento eu falei que você é uma propriedade minha.
- Não falou, mas esta agindo como se eu fosse.
- Você não é minha propriedade, mas é meu funcionário. Precisei de você hoje e você desapareceu.
- O que? Então é assim? Não se preocupe Senhora Bertolazzo -- Ele frizou bem o Bertolazzo, quase que com raiva -- porque amanhã estarei aqui no meu horário certo. E quanto ao dia de hoje pode descontar do meu salário.
Ele saiu andando assim como a Marina fizera no dia anterior. Porém, eu fui atrás dele. Eu poderia perder tudo, menos o Fabinho.
Ele me olhou de um jeito que nunca tinha me olhado antes. Um olhar triste, decepcionado,... Aquilo partiu meu coração ainda mais.
- Fabinho por favor... Me perdoa... Eu... Eu estou de cabeça quente... Eu não quis dizer aquelas coisas...
- Mas disse. -- Ele foi seco comigo.
- Você sabe como eu sou... Quando fico nervosa enfio os pés pelas mãos...
- É, eu sei bem. Você sabe que te amo Maria Clara. Você é como uma irmã pra mim. Mas esse teu jeito vai acabar fazendo você ficar sozinha.
- Eu sei... Você tem razão... Por favor me perdoe Fabinho.
- Não tem como não perdoar-te com você me olhando com essa carinha de cachorro sem dono, né?! Mas eu tenho uma condição.
- Que condição?
- Você terá que pedir desculpas para a Marina também.
- O que? Por que?
- Porque você agiu mal falando com ela daquele jeito.
- Agi daquele jeito porque ela estava se achando a superior. Isso me irritou.
- Maria Clara vamos ser francos? Quando você se apaixonou por ela você já sabia que ela era assim então não me venha com essa.
- Mas ela jogou vinho no meu rosto.
- Fez foi pouco. Eu teria jogado a taça.
- Você ta do lado de quem afinal?
- Do meu lado. O lado do amigo que quer te ver feliz. Clarinha você já passou por tantas coisas na vida. Ta na hora de você se libertar desse passado e ser feliz de verdade.
- Ta, ta bom. Você venceu. Eu vou pedir desculpas pra ela.
- Ótimo.
Com que cara eu iria chegar até a Marina? Ela iria me matar. Não tinha duvida que ela estava furiosíssima comigo.
Na manhã do dia seguinte eu acordei cheia de disposição. Cheguei bem cedinho na casa da Marina. A dona Beth que me recebeu. Ela me disse que todos ainda estavam dormindo e então eu perguntei aonde era o quarto da Marina, pois eu queria ir até lá. Ela me explicou o caminho e então eu segui para o quarto da minha amada.
Ao chegar no quarto encontrei a Marina dormindo como um anjinho. Fiquei com pena de acordá-la e então fiquei ali a observando por longos minutos. Parecia está sonhando, pois não parava de sorrir. Um sorriso tão sereno, tão doce, tão apaixonante,... Aquela ali era a mulher da minha vida.
Quando ela despertou e me viu ali sentada na poltrona de frente para a sua cama ela me olhou de um jeito que não consigo explicar. Ela tentou parecer furiosa, porém, seus olhos me diziam que ela gostou de me ver ali.
- Sonhou comigo? -- Provoquei.
- Mas... Mas... O que... Que você está fazendo aqui?
- Eu só vim pra...
- Meu Deus eu estou horrível. Saia do meu quarto agora!
- Mas...
- Mas nada... Eu estou toda amassada... -- Ela se levantou e se olhou no espelho --
Meu Deus olha o meu cabelo...
- Você está linda. Aliás, você é linda de qualquer jeito.
Ela sorriu.
- Sai... Sai daqui Maria Clara. Me espera lá em baixo.
- Sério?
- Vá logo.
- Ok.
A Marina era uma figura mesmo. Saí daquele quarto rindo bastante dela. Fechei a porta e quando me virei dei de cara com os pais dela. Eles se entreolharam e depois olharam para mim.
- Bom dia -- Foi a única coisa que consegui pronunciar acompanhado de um sorriso muito sem graça quase forçado que eles responderam da mesma maneira.
A mesa ja estava posta quando descemos. Nos acomodamos e nos servimos. Estava um clima muito, muito chato.
- A senhorita dormiu aqui? -- Perguntou-me Geraldo.
- Senhor Geraldo por favor me chame de "você".
- Ok.
- E não, eu não dormi aqui... Cheguei a pouco para tratar alguns assuntos pendentes que tenho com a sua filha.
- O que aquela desmiolada aprontou dessa vez?
- Ela não aprontou nada. Pode ficar tranquilo.
- Menos mal.
A demora da Marina ja estava me incomodando. Sempre odiei esperar. Quando ela chegou minha atenção se voltou totalmente pra ela. Ela vestia uma camiseta cinza bem justa que marcava bem os seus seios, pois ela estava sem sutiã. Também vestia um micro short azul marinho bem curtinho. Meu Deus ela queria me matar do coração. A Marina nunca esteve tão linda. O coque deixava seu rosto mais exposto e o azul de seus olhos mais visíveis. Não tinha nada de maquiagem, nada de salto alto (ela estava descalça, DESCALÇA), nada de vestidos sob medidas, nada de jóias... Ali ela era gente como a gente.
- Bom dia mãe... Bom dia pai.
Os pais dela responderam meio confusos, parecia que aquilo não era algo comum. Dava pra ver na face deles que eles não estavam entendendo nada.
A Marina conversou, fez piadas e sorriu. Aliás, sorriu muito. Ficou o tempo todo sorrindo. Me senti num comercial de margarina. Daqueles que tem uma familia feliz sentada à mesa sempre rindo que nem uns retardados.
Terminamos o desjejum, os Ferraz foram para o trabalho e então eu comecei a ficar tensa. Era a hora da verdade. Era a hora de encarar a fera. Eu estava disposta a abrir o meu coração e eu tinha esperança de que o amor que eu sentia por aquela mulher fosse recíproco.
- E então Maria Clara? O que você tem a me dizer? -- Foi o que ela me perguntou e naquele momento eu ja sabia a resposta.