CORAÇÃO DE TITÂNIO - 17 (Último Capítulo)

Um conto erótico de Leon
Categoria: Homossexual
Contém 1776 palavras
Data: 23/10/2016 18:08:37
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

CORACAO DE TITÂNIO - 17 (Último CapítuloSó queria que Homoro parasse de chorar, parasse de gritar. Eu não conseguia mais aguentar. O mundo parou por horas, aparentemente...

Minha mãe morta no chão parecia uma estátua, uma pintura, como tantas que haviam nas paredes da casa. Uma pintura em vermelho vivo e quente.

Daniel não se mexia enquanto meu irmão chamava-o. Aparentemente nem respirava... Eu era culpado. Se ele morresse, a culpa seria minha.

Não consegui protegê-lo de Victor. Não consegui impedir que se ferisse... Será que Deus tiraria minha vida em troca de poupar a do Dani?

Meu pai estava de olhos fechados e parecia morto também... A dor que me assolava, assolava-o também. Mesmo nao gostando de Marli, era minha mãe e sua esposa. Ela morrer perante nossos olhos era um choque que não conseguíamos processar com tanta facilidade.

Os policiais e os médicos chegaram o que pareceu uma eternidade depois... O choque deles com a cena: uma mulher morta, um baleado no colo de um homem desesperado e outra pessoa inconsciente depois de murros na cara. Uma médica emocionou-se pelos uivos de desespero do meu irmão, ao implorar pra que eles salvassem seu amor.

Fechei meus olhos e não consegui pensar em nada. Sabia o que viria depois. Os policiais iriam isolar o local e iriam recolher minha mãe, assim como prender Victor.

Senti uma mão no meu ombro e, quando abri os olhos, vi aquele olhar bicolor pronto pra me engolir...

-Meu amor... -Xavier puxou-me e me abraçou.

-Eu sou culpado. -declarei enfim. Como se fosse um segredo sujo que eu só pudesse contar pra ele.

Ele olhou-me longamente e então limpou uma lágrima teimosa que escapou dos meus olhos. Nem percebi, mas chorava silencioso, amuado. A dor e o choque era tantos que vazavam pelos meus olhos.

-Você não tem culpa!

Abracei-o mais forte e permiti-me ruir e desabar sobre ele. "Não é minha culpa!" eu repetia mentalmente, absorvendo o cheiro maravilhoso do meu namorado.

Quanto mais fazia isso, mais parecia mentira.

Eu quase perdi o amor da minha vida! Quase perdi-o!

Mas não o perdi... Em compensação tinha grandes chances de perder Daniel. Homero não iria mais ter motivos pra viver. Os dois se amavam tanto.

Como Daniel já havia me dito, sua razão de viver era ser amado e adorado por Homero. E sabia que meu irmão era a mesma coisa! Nunca um sem o outro!

Eu não sonhava como era Homero sem seu noivo! Nem tinha lembranças claras dele sem Dani...

Meu choro começou tão de repente e parou logo... Um policial de bigode grosso veio pra perto de nós, enquanto um perito empocotava minha mãe num saco preto e outro policial prendia um Victor ainda inconsciente. Homero, fora de si, não pode acompanhar seu amado até o hospital, então ficou pra dar as coordenadas... Desviei meu olhar dele e fiquei o bigodudo a nossa frente.

-Será que vocês tem um tempo de ir na delegacia pra dar depoimento?

-Claro. -Xavier falou, com pesar, focando em seu irmão que despertava aos poucos, enquanto era escoltado a força pra fora da porta.

Foi difícil colocar meu pai no carro... Ele nem parecia conter vida em seu corpo. Xavier dirigiu, Homero foi no banco da frente e meu pai e eu atrás.

Meu irmão chorava baixinho, ligando pro hospital perguntando a situação do seu noivo. Eles estavam em cirurgia de emergência com ele e não tinham mais informações. O deixamos a frente do hospital e ele adentrou o local correndo e sumiu de vista...

Precisávamos resolver a situação de Xavier, então fomos até a delegacia.

Lá contei tudo que ocorreu. Desde de o começo, quando Victor entrou no restaurante, até o homicídio na casa de Homero.

Xavier completou que tentou encontrar Victor de todas as formas, mas ele sempre fugia. Os policiais nos ouviam e faziam suas anotações.

Esperamos algumas horas na delegacia até conseguirmos ouvir de terceira pessoa a declaração de Victor... Estávamos numa sala de interrogatório, atrás de um vidro escuro, Victor sentado e algemado numa cadeira com alguns policiais pra interrogá-lo. A cena parecia de filme.

Ele parecia muito à vontade e desembuchou a falar e contar a verdade. De como matou minha mãe e de como armou pra matar Xavier.

Questionado sobre seus motivos de fazer isso, jogou toda a merda no ventilador:

-Xavier sempre foi o escolhido, não é? -olhou pro vidro, sabendo que estávamos vendo-o. Meu namorado tremeu do meu lado. -Sempre o mais querido, o mais amado, o mais perfeito!

Cuspiu no chão e voltou a sorrir com demência doentia.

-Meu pai o amava-o mais! Eram amantes e iam ficar juntos! Mas eu também amava meu pai! Eu amava-o desde sempre...

Fez uma pausa.

-Não podia permitir que eles ficassem juntos, então eu dei um jeito que não acontecesse. -disse com ódio, ficando muito vermelho.

-Como exatamente fez isso? -o policial mais perto questionou.

-Eu quebrei o freio do carro e fiz parecer um acidente.

Xavier do meu lado colocou a mão na boca e soltou um doloroso grito de horror.

-A culpa não foi minha! -Victor continuou. -Se Xavier não tivesse se intrometido nosso amor, nada disso teria acontecido. -ele alucinou, com os olhos dissimulados.

Foi o inferno...

Os dois meses que se passaram...

Daniel havia entrado em coma induzido. Não acordava de jeito nenhum. Os médicos diziam que a lesão na sua barriga havia acordado o seu tumor adormecido.

Nunca vi meu irmão tão miserável...

Nunca o vi tão morto.

Ele parecia um zumbi. Não saia do hospital. Não parava de chorar pelos cantos, acordar durante a noite gritando...

Os psicólogos diagnosticaram uma esquizofrenia forte em Victor... Meu namorado estava devastado. Nos mal conversávamos. Passávamos mais tempo resolvendo papeladas de hospícios e indo na delegacia tentando transferi-los pra um lugar onde ele teria ajuda necessária.

Xavier não queria seu irmão na cadeia: "Ele é doente, Leon! Não é um criminoso!"

Victor ruiu nossa família de uma maneira irreparável... Os médicos nos diziam pra não ter esperanças, porque Daniel podia nunca mais acordar.

Meu pai acabou morrendo de um ataque cardíaco dois meses e dois dias depois do atentado na casa de Homero...

E eu pensando que não podia ficar piorANO DEPOIS)

.

O terno estava encharcado de suor. Que dia maravilhoso! Muito boa ideia mesmo!

Minhas mãos tremiam ansiosas. Será que eu estava bonito?! Será que estava apresentável?!

-Ele não vai fugir. -Homero disse.

Estávamos no altar da igreja. Xavier estava quinze minutos atrasado!

Quinze minutos, inferno! Ele queria me matar!

-Ele já devia ter entrado!

-Ninguém mandou você transar até às quatro da madrugada ontem! -ele acusou, rindo.

-Era minha despedida de solteiro!

-Exatamente, isso significava que você deveria ficar no bar com galera enchendo a cara, não indo até a despedida de solteiro do seu noivo e transar com ele!

Fiz uma carranca, mas no fundo estava sorrindo. Transar no banheiro da boate foi muito bom... Ainda tinha a marca da mordida de Xavier no meu peito pra abafar seus gemidos.

Dei um olhar ansioso pra porta da igreja. Estava lotada de gente. Localizei alguns amigos nossos, o pessoal do restaurante... Corri o olhar mais um pouco e tentei localizar meu pai.

Parecia mentira que ele havia partido. Era tão difícil de crer... Deus do céu!

Homero colocou sua mão sobre meu ombro e me confortou. Ele pensava o mesmo que eu...

Que saudade do sorriso dele. Que saudade dos seus abraços. Só queria ter mais um chance de abraçá-lo e dizer que o amo.

Sorri, piscando pra espantar as lágrimas. Esteja onde esteja, ele estava feliz por mim! Era o dia mais feliz da minha vida.

-As alianças estão aqui! -Fernando se postou ao nosso lado, arrumando seu cabelo platinado e com um sorriso enorme.

-Não acredito que estava se pegando com a madrinha de casamento! -Homero acusou.

-Se você não contar pro padre, eu não conto.

Nos três rimos.

Então a música começou... Todo mundo ficou em silêncio. Finalmente!

Eu iria me casar... Ainda não acreditava! Iria me casar...

Aline entrou primeiro. O vestido lilás dela caia como uma luva! Linda! Deslumbrante.

Sorria enquanto caminhava até o altar com um buquê de rosas brancas... As preferidas de Xavier.

Piscou um olho pra Fernando e o outro sorriu largamente pra ela. Ainda não acreditava que esses dois estavam juntos e estavam se dando tão bem.

Daniel entrou por segundo. Lindo! Seu terno só acentuava seu olhar esverdeado e seu sorriso. Homero do meu lado suspirou... Sim! Ele estava lindo!

Três meses depois que Daniel acordou, Homero e ele casaram. Foi a coisa mais perfeita... Nunca vi meu irmão chorar tanto, salvo o dia que Daniel acordou do coma.

"Água e batata-frita!" foram seus primeiros pedidos.

Sorri lembrando. Ele beijou-me no rosto, assim como beijou o rosto de Fernando, deu um selinho no seu marido e postou-se ao lado de Aline.

Então foi que vi, parado na parta da igreja, a razão do meu viver.

O mundo parou pra mim e pra ele ali... Não havia mais nada. Só nós dois.

Seus olhos coloridos estavam brilhantes e tão vivos... Lembrando-me do nosso primeiro encontro. Eu ainda estava namorando outra pessoa. Ele me mudou, ele me fez mudar pra melhor.

Cada passo seu fazia meu mundo pulsar. Cada respiração sua era suficiente pra mim viver por ele. Pra ele... Agora entendia como Homero e Dani se amavam tão profundamente. Realmente era doloroso estar longe dele... Deus, eu o amava tanto!

-Oi, gato! -ele sussurrou, com malícia, quando chegou ao altar. -Você vem sempre aqui?

Tive de rir da piada.

Viramos pro padre e ele começou seu discurso.

Mas eu não prestei muito atenção.

Minha atenção estava em Xavier e no meu amor por ele.

Eu antes tinha dúvidas sobre o que ele sentia por mim. Tinha dúvidas sobre nosso amor. Éramos tão diferentes, tantos empecilhos, tantos caminhos que nos levavam pra mais longe...

Mas eu sabia agora que estarmos juntos era a coisa certa. Éramos feitos um pro outro.

Esse era o nosso felizes pra sempre. Não era perfeito, mas na sua imperfeição, encontrávamos a perfeição.

Não, não era um felizes pra sempre... Era muito, muito mais que isso!

...

*FIM**Quero agradecer a todos que leram meu conto, que me motivaram, que me deixaram me expressar... EU AMO VOCÊS!

Estou levemente emotivo por me despedir. Por dar adeus ao que eu amava fazer: criar contos, cativar vocês. Mas minha hora já passou. Talvez mais tarde, no futuro, eu volte... Não sei.

Só tenho a agradecer por me receberem de braços abertos.

Não pensem que não leio seus comentários, suas mensagens, seu amor... Vocês são muito importantes! Obrigado por tudo...

Adeus!*

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Comentários

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Nossa tanto tempo esperando por está história, estes dias encontrei os dados desta conta e resolvi entrar, tinha até perdido a esperança de poder ler o final desta história, muito boa mesmo+

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Emocionante sinto muito por n ter comentado antes mas n estava conseguindo assesar minha conta tanto q ne postei mais o meu conto inclusive vou fazer isso agora,mas voltando ao seu conto lindo simplesmente lindo 😍 e espero sinceramente q volte a postar futuramente 😘😘😘💕

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Lindo demais li os dois contos, amei os dois.....Pena que acabou.

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Ah que pena que acabou, mais foi lindo. Parabéns e não demore muito a voltar. Estamos esperando ansiosos pelo próximo conto.

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Só fiquei triste pelo que aconteceu, gostaria que ele tivesse um final feliz, mas nem tudo são flores 💐😢, amei os casais e o casamento maravilhoso, adorei e mais importante de tudo me emocionou profundamente o amor que eles sentem um pelo outro!!!👏👏👏👏 💕 💖 💘 💌 ✌🙌😘✊

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Ainnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn fiquei triste pelo o Jonas. E emocionado pelo casório dos dois! =D

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