O amor vem de onde menos se espera. 21 ( final 1-3)

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 2166 palavras
Data: 28/11/2016 10:57:29
Última revisão: 28/11/2016 11:15:06

- Irmãos? (perguntou Otávio um pouco atônito).

- Nós nãos somos irmãos. (disse Klauss ainda por baixo do irmão).

- como disse? (falei me abaixando e ficando de frente pra ele).

- isso que você ouviu, Matthew e eu somos adotados. O único herdeiro legitimo do Joseph é você. Agora consegue entender o porquê eu tentei te manter longe da minha família?

Matthew o acertou mais um soco, fazendo respingar sangue em minha camiseta.

Eu, que já estava abaixado, apenas me sentei no piso gelado, e escorei minhas costas na parede.

Otávio aproximou-se de mim.

- Mano, eu não to entendendo nada do que ta acontecendo aqui, mas sei que você ta mal. Não quer ir pra casa?

Olhei para Otávio, e fiquei sem responder. Tantos pensamentos estranhos passavam em minha cabeça.

- maldito dinheiro. Tudo por causa do maldito dinheiro.

- eu sinto muito cara. Eu me arrependo muito pelo que eu fiz a você.

- só me tira mais uma dúvida Klaus. - falei com as lágrimas escorrendo pelos meus olhos -.

- você não acha melhor eu te levar em casa Felipe? -disse Matthew tentando me levantar do chão-.

Balancei a cabeça em negativa.

- agora eu quero ir ate o fim.

- o que mais você quer saber? - disse Klauss, enfim, levantado-se daquele chão, e ficando sentado.

- como e desde quando você descobriu que eu sou filho do Joseph?

Klauss passou as mãos pelos lábios e soltou um gemido fino.

- essa é uma longa historia. (disse ele).

- eu quero ouvir. -falei de frente para o cara-.

- pode ser na sua casa irmão? -disse Klauss olhando para o Matthew-.

- não me chama de irmão. - Matthew serrou o punho e eu intervi -.

- agora não Matthew.

Matthew respirou fundo e me jogou um molho de chaves.

- você se importa se eu ficar com meu pai? (disse ele com os olhos maltratados de chorar).

- Não!

- vai ficar tudo bem?

- Não sei cara. Só o tempo vai dizer. -falei desanimado-.

Matthew aproximou-se de mim e me deu um abraço apertado.

- Eu sinto muito, não fazia ideia que você pudesse ser o filho de Joseph, e estava passando por tudo isso.

- Tem problema não Matthew. Eu acredito em você.

- eu vou te dar o dinheiro do táxi. -disse pegando a carteira do bolso-.

- eu ainda tenho parte da grana que tu me deu pra levar o Klauss em casa. Da pra pagar o táxi ate tua casa, e depois ir pra minha.

- tem certeza?

- sim.

- Felipe, eu queria te pedir um favor.

- fala!

- após Klauss te contar tudo o que você quer saber, coloca ele pra dormir, e cuida dele até eu retornar.

- desculpa Matthew, mas...

- por favor Felipe. Sei que ele aprontou todas com você, mas não podemos deixar ele sozinho nesse estado.

Olhei para Klauss, e o mesmo estava bem baqueado.

- tudo bem.

- sabia que podia contar com você.

Matthew nos levou até o ponto de táxi, e depois retornou ao interior do hospital.

Otávio ia no banco da frente, e mais uma vez, eu e Klauss no de trás.

Pelo canto dos olhos eu via Klauss tentando estancar o sangue que saia do canto de sua boca.

- amigo, pode parar em uma farmácia, por favor? - falei ao taxista que atendeu de imediato -.

Eu saí do veículo e voltei com acessórios para limpar, e fazer um curativo nos machucados do Klauss, afinal, ele e eu eramos seres humanos.

Já dentro do apartamento do Matthew, solicitei que Otávio nos deixasse a sós.

- consegue se virar só? -disse ele com um olho em mim, e outro em Klauss -.

- qualé cara? Acha que consigo fazer algo nesse estado? - disse ele apontando para o próprio corpo -.

- pode ir Otávio. Vai ficar tudo bem!

- posso comer alguma coisa na cozinha? - perguntou meu amigo -.

- vocês são univitelinos? - Perguntou Klauss, irônico, lembrando do meu apetite no restaurante mais cedo.

- pode sim Otávio, depois eu explico pro Matthew. - procurei não da confiança ás gracinhas de Klauss.

Puxei um pufe, sentei de frente para o Klauss, e abri a embalagem que havia trazido da farmácia.

Klauss me observava sem nada falar.

Com algumas gazes, começei a limpar o rosto do meu ''quase irmão''. Klauss me olhava desconfiado, mas não tentou me impedir.

- o que tu ta fazendo? - perguntou ele.

- tentando limpar esse sangue. - falei sem dar muita explicação.

- isso eu percebi, mas por que ta fazendo isso por mim?

- Matthew pediu para eu cuidar de você.

Após a limpeza, apliquei um remédio que o atendente havia recomendado. Klauss gemeu quando o liquido amarelado entrou em contato com os rasgões de sua pele.

- você mente. - disse ele ainda gemendo com a dor.

- o que tu disse? - perguntei sem entender a que ele se referia.

- eu conheço toda tua vida Felipe. Já faz algum tempo que coloquei um detetive a tua procura. Sei que você jamais faria mal a ninguém.

Fiquei espantado com o que acabara de ouvir.

- então foi esse detetive que descobriu minha existência?

- sim.

Nesse momento não discutíamos, não gritávamos, não trocávamos farpas. Nossa conversa era ate civilizada.

- por que cara? Por que você chegou ao ponto de contratar um detetive pra me procurar?

Klauss ficou mudo por um instante.

- Eu ouvi uma conversa do Joseph...

Klauss começou a falar, e parou na metade da conversa.

- e?...

- ele conversava com um detetive sobre você. Até então eu não tinha conhecimento que você existia, mas depois que me informei com algumas pessoas antigas da família, descobri a historia do teu nascimento.

- e qual é a historia?

- a que você já sabe. - disse ele tocando nos machucados.

- eu só sei que o Joseph engravidou a empregada, no caso minha mãe, e depois os pais dele expulsaram minha mãe comigo na barriga.

- quem te contou isso?

- minha mãe.

- desculpa o que eu vou falar Felipe, mas sua mãe é mó mentirosa.

- não fala assim da minha mãe seu escroto do caralho. - Nesse momento saí do serio. Aguentaria tudo calado, menos que falassem mal da pessoa que me colocou no mundo.

- sou isso tudo que você falou sim, mas essa historia que tua mãe te contou, não passa de invenção.

Por mais que eu não aceitasse que falassem mal da minha mãe. Eu sempre desconfiei de que ela me escondesse algo.

- então qual é a verdade? - falei com medo de descobrir a real historia do meu nascimento.

- você nasceu de uma barriga de aluguel Felipe. - disse Klauss respirando fundo.

- eu não entendo. O que isso quer dizer?

- você não sabe o que é uma barriga de aluguel?

Neguei com a cabeça.

- como eu vou te explicar? (disse ele articulando com as mãos).

Klauss colocou as mãos em minhas coxas, e falou pausadamente.

- Joseph casou-se com minha tia, irmã da minha mãe.

- sua tia?

- Isso. Só que tinha um problema.

- qual. - falei ansioso pela resposta.

- Minha tia não podia dar um filho ao Joseph. Ela tinha problemas que não sei te explicar.

- ate aí eu entendi.

- O Joseph queria muito ter um filho. De preferencia homem. E daí após procurar alguns médicos, eles descobriram que havia uma forma de o Joseph ter esse filho.

- usando a barriga da minha mãe?

Klauss confirmou com a cabeça.

- a tua mãe iria receber muito dinheiro Felipe, mas parece que em troca ela teria que sumir após o teu nascimento.

Um pingo caiu de meus olhos.

Klauss tentou me abraçar, mas eu levantei do pufe, dei uma passada pra trás, e me esquivei.

- Não me toca vei.

Klauss atendeu meu pedido.

- o que aconteceu depois que eu nasci?

A emoçao de ouvir aquela historia era grande demais, e eu tentava ser forte para ouvi-la ate o final.

- sua mãe fugiu antes de você nascer Felipe. Desde essa época, Joseph procura por você e nunca havia o encontrado.

- e o Joseph adotou você e o Matthew pra me substituir?

Klauss negou.

- nós somos filhos da irmã da esposa do Matthew, mas como nossa mãe era muito pobre, minha tia convenceu minha mãe a deixar que nós morássemos com eles.

- ta tudo muito confuso. -falei sentando no sofá e colocando as mãos na cabeça.

- a historia é meio confusa mesmo.

- faz quanto tempo que você descobriu meu paradeiro?

- pouco mais de um ano.

- você não pretendia contar a verdade para o Joseph?

Klauss balançou a cabela que não.

- eu tive medo de que você aparecesse e a gente voltasse a ser pobre. Por isso mesmo coloquei um detetive pra te localizar.

- você é tão baixo Klauss.

Klauss abaixou a cabeça com vergonha de todo o mal que havia me causado.

- o pior ainda ta por vim. - disse ele com a voz baixa.

- ainda tem coisa pior?

Klauss confirmou com a cabeça.

- então conta. Eu quero saber.

- você nunca vai me perdoar pelo que eu fiz, e Joseph com certeza vai me odiar para o resto da vida.

Klauss começou a chorar copiosamente. Do nada o cara começou a soluçar. O que fosse que ele iria me revelar, parecia ser muito serio.

- fala Klauss, não há mais nada que possa me surpreender.

Klaus continuava mudo.

- fala Klauss, que foi que tu fez de tão pior que as demais coisas?

- eu tentei te matar. - disse ele em tom baixo.

- o que tu disse?

- eu tentei te matar Felipe.

O choro do cara aumentava a cada vez que ele falava.

- tu não fez isso cara.

- lembra de uma vez que o teu amigo foi atropelado por uma moto? - disse ele passando as mão nos olhos.

- caralho! O Otávio. - Eu não conseguia acreditar que o Klauss pudesse ser capaz de tanta crueldade.

- eu paguei pra fazerem aquele serviço. Me desculpa cara, me desculpa.

Balancei minha cabeça em negativa.

- não da pra te desculpar cara. Sinto muito, mas não da. Você pode ficar tranquilo que eu não vou falar nada disso pro Joseph. Você não vai perder a mordomia... Nem suas viagens à Ibiza. - falei sendo irônico.

- eu não to ligando pra isso. - Klauss levantou do seu sofá e sentou a meu lado.

- ah vei. Conta outra. - falei levantando e indo para trás do bar.

- juro pra você. Não to ligando em ser castigado. Só quero tirar esse peso das minhas costas.

- você diz isso porque está bêbado Klauss. Com certeza, depois que dormir você vai se arrepender de ter me contato isso, e talvez ate tente me matar novamente.

- claro que não Felipe. Aquilo foi fraqueza da minha cabeça. Eu estava com medo.

- e agora como você se sente? Se eu contar teu passado para o Joseph o que ele vai fazer? Diz aí, você que conhece ele melhor do que eu.

Klauss levantou, mais uma vez, do sofá e veio até o bar onde eu estava. O cara pegou uma garrafa de vodka e tomou direto da fonte. Tomei a garrafa de suas mãos, e a arremessei para longe.

- ele vai me colocar pra fora de casa; Vai confiscar meus cartões de crédito; Vai me proibir de aparecer na empresa e em todos os outros imoveis que agora serão seus. Pode ser até que ele tome meu carro.

Klauss tropeçou nas suas próprias pernas e caiu deitado no sofá. Pulei por cima do balcão do bar e fui tentar ajuda-lo.

- Ta tudo bem. - dizia ele com aquele velho sorriso na boca.

- acho que seria bom você ir tomar um banho e dormir.

Klauss negou com a cabeça.

- é hora de eu partir. - dizia coisas sem fazer sentido.

- é hora de você ir dormir.

Klauss fez esforço e com minha ajuda conseguiu se levantar. O cara foi caminhando, lentamente, ate a porta.

- aonde você está indo? - perguntei, parado ao lado do sofá.

- ainda não sei, mas quando eu souber eu mando noticias.

- deixa de frescura cara. Vai logo tomar um banho pra depois descansar. - Fui até a porta e tentei arrastar o cara de volta, mas ele era pesado e dificilmente se movia do lugar.

- você não precisa fazer isso por mim. - disse ele cedendo e deixando que eu o guiasse ao banheiro.

- não faço por você, faço pelo Matthew.

- mentira! Sei que você ta fazendo isso porque se preocupa comigo. E é por isso que eu me arrependo tanto das coisas que fiz. Sabe Felipe?

O cara segurou pelos meus ombros.

- o que? - perguntei assustado.

- eu queria ser igual a você. - disse ele me soltando e entrando no box do banheiro.

Klauss mal conseguia ficar em pé. Eu o sentei no chão do banheiro, tirei toda sua roupa e liguei a ducha sobre o seu corpo nu.

- não queira ser igual a mim cara. Eu sou muito fraco. - falei com os olhos marejados.

- NÃO! - disse ele balançando a cabeça. - Você não é fraco. Você só nasceu com o coração grande demais.

Peguei o sabonete liquido que estava no armário do banheiro, e joguei sobre o corpo do Klauss. Começei a massageá-lo, formando espuma por todo seu peitoral.

- meu destino está em suas mãos. - disse ele por fim.

Nisso ele tinha razão. O destino, as vezes, é sacana. O cara que tanto me fez mal agora dependia de mim.

Klauss fechou os olhos e apagou.

Continua...

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Comentários

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Excelente conto, Berg! Descobri os seus contos semana passada e já li todos. Parabéns! Vc é um excelente escritor e tem a capacidade de manter cativos seus leitores nas teias de suas tramas! Uma dúvida: o conto está acabando e o que será do Predador?

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São tantas emoções. Lembro até do Roberto Carlos.

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To com raiva da mãe do Felipe agora. No começo até que da pra entender ela ter sequestrado o bebê do Joseph, mas depois de ter encontrado o traste do marido ela podia ter deixado ele seguir a vida longe e não ir morar na rua. Acho que ela ta interessada em uma gorda herança. Klaus deve ficar com o emprego e o carro, até porque o loirin e muito bonzinho. mais to esperando o Incesto 👿

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REALMENTE MUITO CONFUSA ESTA HISTÓRIA DO NASCIMENTO DE FELIPE. AINDA NÃO ENTENDI FOI NADA DAS EXPLICAÇÕES DE KLAUSS.

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Nossa, esse foi um capítulo muito bom e revelador. Tudo voltou a fazer sentido. Acho que o Klauss vai conquistar o Lorin rs.

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Nossa vou sentir tanta falta do Lorin!! Mas acho que ele não vai contar nada pro Joseph, pelo menos eu não contaria, podem me julgar, mas fiquei morrendo de pena do Klauss. OBS: AINDA NÃO TÔ NA DÚVIDA DE QUEM VAI LEVAR O CORAÇÃO DO LORIN.

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Fiquei boquiaberto com esse capítulo! Foram tantas revelações!

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Nossa que passado é esse dá mãe do Felipe

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Tô passada 😱😱!!!! Continua logo!!!!!👏👏👏👏✊✌🙌😍💓

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Toda atitude tem consequências. O Klauss deve assumir as consciências do que fez. Creio que não seja motivo para crucificá-lo, mas deve ser punido. Perder as ordomias que tem e ter que trabalhar, meesmo que seja nas empresas do Joseph, será um castigo justo. Um abraço carinhoso,

Plutão

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Olha sinceramente? Felipe tem que contar tudo, não só para Matthew como para o pai deles. Esconder isso não fará bem a ninguém, nem mesmo a Klaus. Mimado psicopata homicida. Por muito pouco Otávio não morreu e é nisso que ele deveria pensar.

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