Pessoal me perdoem, sei que demorei demais... Mas é que esses últimos dias estive mega ocupado viajando para a inauguração de uma filial da empresa que trabalho, ai veio a falta de ideia para escrever... enfim! Me perdoem, não abandonei vocês, está ai mais um capitulo, espero que gostem rs, boa leitura!
COMO APRENDI A VIVER A VIDA
Uma hora tinha se passado desde aquela ligação, estava parado no meio de uma avenida com o pára-choque do meu carro praticamente fundido na lateral de outro carro, meu raciocínio estava lento não conseguia assimilar nada. Mauricio chegou ao local rápido graças ao policial que o conhecia e estava resolvendo tudo, enquanto eu estava dentro do carro de socorro sendo analisado pelos médicos.
- Você passou por alguma emoção muito forte Senhor?
- Oi? Aah eu não... Tyler! Preciso encontrar meu filho!! – disse atordoado tentando levantar da maca.
- Senhor Paulo, se acalme! – disse a moça aplicando alguma espécie de calmante em mim.
A ultima coisa que me lembro foi de ouvir a voz de Tyler martelando na minha cabeça enquanto eu apagava.
“-Papai Paulo? Eu estou com medo... Vem me buscar?
- Filho, onde você está? Com quem você está?
- Eu não sei papai... Está escuro e frio aqui...”
Acordei horas depois em uma cama de hospital tomando soro e Julio do meu lado, sentia um gosto amargo na boca e leves calafrios, Julio me olhava preocupado.
- Oi amor, como você está? – disse ele se aproximando da cama
- Um pouco fraco e com frio!
- Você está com febre...
- Julio eu falei com o seqüestrador! Ele me deixou falar com o Tyler... Eu estou com tanto medo do que ele possa fazer com nosso filho...
- Paulo olha pra mim! – disse ele segurando no meu queixo me fazendo olhar diretamente em seus olhos. – Nós vamos encontrar o Tyler, mas eu preciso que você fique bem! Você causou um acidente mais cedo, deu uma crise e veio parar aqui! Por favor meu amor...
- Vou tentar... Me desculpe! – disse suspirando e virando meu rosto de lado
- Eii eu não liberei você! – disse ele mais uma vez puxando meu rosto me fazendo olhar para ele. – Eu te amo! E obrigado por amar o meu filho... Nosso filho dessa maneira!
- Eu também te amo!
Ele tirou os sapatos e deitou na cama comigo, me aconchegando em seus braços e repousando minha cabeça em seu peito, onde eu podia ouvir as batidas do seu coração, ele me deu um selinho e me aconchegou ainda mais, acabei dormindo novamente.
Mais tarde com a febre já estabilizada recebi alta e fomos para casa, os meninos estavam no apartamento nos esperando, Ricardo fez uma sopa e praticamente me obrigou a comer. Conversamos sobre tantas coisas, percebi que eles não queriam tocar no assunto do Tyler, provavelmente pelo que aconteceu, eu também não toquei no assunto tentaria acalmar os pensamentos e deixar que a vida seguisse o curso natural e mais uma vez me ensinasse algo diferente do que é vivê-la.
Ficou tarde e os meninos foram embora, Julio ficou mais um tempo comigo no sofá assistindo TV, levantou e foi até o quarto de Tyler, trouxe o ursinho preferido dele, sentou do meu lado e ficou cheirando o urso. Fui até ele e o abracei.
- Eu estou com saudades dele! – disse ele se encolhendo em meus braços
- Eu sinto muito amor! Nós vamos encontrar o nosso pequeno.
- Eu sei que vamos! Obrigado por estar ao meu lado... Me faço de durão, mas a verdade é que estou sem chão e não sei o que seria de mim se você não estivesse aqui!
- Eu sempre estarei com você!
Ele me puxou pelo braço e me levou para o quarto, ele estava todo dengoso, eu até gosto desse lado frágil dele. Deitei-o na cama e essa foi a minha vez de cuidar dele, o envolvi em meus braços e fiz cafuné nele enquanto ele abraçava o ursinho. Dormimos assim, pela manhã acordei bem, com o corpo doendo provavelmente por causa do impacto do acidente. Levantei e fui até a cozinha preparar algo para nós comermos, enquanto cortava algumas frutas Julio me abraçou por trás, estávamos só de cueca, logo senti sua ereção matinal.
- Bom dia, dormiu bem?
- Dormi sim, só fiquei triste porque não encontrei você na cama comigo quando acordei.
- Vim preparar nosso café, amo cuidar do meu bebezão dengoso!
- Hum que delicia um maridinho carinhoso... Vou subir para tomar um banho enquanto você termina.
- Vai lá, já termino! Te amo...
Terminei de fazer o café da manhã, estava terminando de colocar na mesa quando tocaram a campainha, estranhei pelo horário; começaram a tocar seguidamente.
- Já vai! Só um momento! – disse caminhando até a porta secando minha mão
Abri a porta e não tinha ninguém ali na porta, mas tinha um envelope no chão
“A/C: PAULINHO S2”
Olhei para aquele envelope remetido a mim e me deu um frio na barriga, peguei-o no chão e o abri com certo receio do que poderia haver ali. Abri e uma foto de André e Tyler! Na parte de trás a frase “Eu só quero você”.
Automaticamente comecei a tremer e as lagrimas começaram a jorrar, lembrei do episódio no cemitério. Não conseguiria imaginar ele tocando em um fio de cabelo do meu filho. Encostei-me na parede e fui descendo aos poucos sentando no chão colocando minha cabeça entre as pernas. Julio me viu naquele estado e correu até mim.
- Paulo o que aconteceu?! - disse ele ajoelhado do meu lado
Eu não consegui falar nada, apenas entreguei a foto a ele que surtou quando viu.
- Eu vou matar esse desgraçado!!!! Como ele sabe onde moramos?!
- Julio esse é o André, o cara que te contei que quase fiquei há anos!
- O que? O que quase te...?
- Exatamente! Ai meu Deus!! Nosso filho está nas mãos daquele desgraçado...
Julio estava muito nervoso, andando de um lado para o outro no corredor com aquela foto na mão. Meu telefone tocava lá dentro, passei por Julio e peguei o telefone, o mesmo numero de ontem aparecia na tela... Respirei fundo e atendi.
- Fala o que você quer? Dinheiro? Nós te damos!! Só não faça nada com meu filho!
- Quanto tempo né Paulinho? Você está lindo!
- André o que você quer? Depois de tanto tempo você resolve aparecer para que?
- Escuta aqui Paulo você é meu!
- Eu não sou nada seu, você é um doente asqueroso! Eu vou te entregar para a Policia! Você vai apodrecer na cadeia!
- Escuta mais uma coisa, pro bem do seu filhinho é melhor não envolver a policia nisso ok? Se eu souber que os caras sabem de mim eu mato esse moleque chorão, dou um sumiço no corpo e você nunca mais verá a mim e nem ele!
- O que você quer?
- Eu quero você, sempre foi por você... Eu te amo Paulo! Agora preciso desligar... A qualquer momento eu entro em contato! Beijo amor.
Ele desligou e eu sentei no sofá, fiquei olhando para o celular buscando uma explicação para tudo isso. Olhei em volta e Julio não estava no mesmo instante imaginei que ele tinha ido até a policia. Liguei para ele que logo atendeu.
- Julio onde você está? Por favor diga que não está na policia!
- Estou sim Paulo, vou entregar esse cara pra policia!
- NÃO! Me escuta, não faça isso! Ele me ligou e ameaçou fazer algo de ruim com o Tyler se nós envolvêssemos a policia nisso! Volta pra casa!
- Eu juro que vou matar esse cara... Vou cortar cada pedacinho dele se ele ousar tocar no meu filho!
No meio da madrugada Julio chegou em casa, eu ainda estava na sala tentando ligar para ele que não me atendia desde que nos falamos mais cedo. Ele entrou passou por mim e não falou nada.
- Julio onde você esteve todo esse tempo? Não atende meus telefonemas... Caramba já não basta o que estamos passando com o Tyler?
Ele estava estranho, mais uma vez não falou nada, tirou a roupa e começou a andar para o banheiro. Eu já estava estressado por esperar preocupado a noite toda por ele, e quando ele chega fica me tratando com indiferença
- Julio eu estou falando com você!! Será se dá pra me responder?!
- O QUE VOCÊ QUER?!
- Você está bêbado Julio?
- Estou tentando esquecer o que está acontecendo! Tentando esquecer que o seu ex está com o meu filho agora...
- Ei! É impressão minha ou você está colocando culpa em mim pelo fato do...
- SIM! É tudo culpa sua Paulo! se não fosse por você e esse seu ex meu filho estaria comigo! Agora ele está nas mãos de um bandido e isso por causa de você!
- Escuta aqui Julio! Você está bêbado, eu não vou discutir com você nesse estado... Vou dormir lá embaixo e amanhã nós conversamos!
- Acabou Paulo! Quero que você saia da minha casa agora mesmo!
- Como é que é?
- É isso! – falou ele entrando no banheiro.
Respirei fundo, peguei uma mala no closet e comecei a jogar minhas coisas dentro, terminei tudo e esperei ele sair do banheiro.
- Você ainda está ai...
- Só para te dizer algumas coisas! Há dez anos atrás você foi um moleque, fez o que fez e apareceu novamente e se infiltrou na minha vida! Eu deixei todas as minhas barreiras de lado em nome de um amor! Da droga de um amor! Mas hoje realmente acabou Julio! Eu vou sair por aquela porta, vou encontrar o seu filho, mas nunca, nunca mais olhe na minha cara ou ouse dirigir a palavra a mim, chega desse ciclo vicioso! Eu te amava... Mas pode ter certeza que vou transformar tudo isso em indiferença e nojo. Você não ama ninguém, só o seu próprio umbigo!
- EU TE AMO PORRA!! Mas...
- hahaha ama? Eu te odeio Julio! Mais do que odeio o André...
- Você ama ele né? Vai lá corre pros braços do seu namoradinho!
- CALA A BOCA SEU MOLEQUE! Quem você pensa que é para falar isso pra mim? Quer saber eu preferia ter sido estrupado por ele, entrado em depressão e talvez tivesse morrido antes de ver essa sua cara dissimulada!
Ele correu até mim com a mão levantada, fiquei só esperando o soco, mas ele não me bateu, ele olhava pra mim com os olhos vermelhos, suas veias estavam dilatadas.
- Isso! Bate! Vai Julio...
- Vai embora daqui!! – falou ele me empurrando e me fazendo cair sentado no chão.
Levantei peguei minhas malas, desci com um foguete entrei em um taxi e fui para um hotel, cheguei ao hotel e quando entrei no quarto desabei... Esse era o pior pesadelo que eu estava vivendo. Chorei até perder minhas forças e apagar abraçado a uma camisa dele. Por que amar dói tanto?
#CONTINUA#