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Abraços a todos que depois de um ano ainda leem esse conto!
Passo 3: Sorria
O sorriso. Dizem que um sorriso pode mudar o dia de alguém, pode mudar o mundo em volta de quem sorri. O sorriso perfeito é uma arma quando se quer conquistar alguém. Mas o que é um sorriso perfeito?
Passei alguns dias sem ver o Luiz Fernando. Acho que ele não estava de muito chamego com a mãe e acabava não indo na casa dela, sem contar que ele não gostava das reuniões com figurões políticos que começaram a acontecer ali. Ele não era fã de política e nem precisava ser íntimo pra saber.
Eu estava triste por não vê-lo por duas semanas, mas era tanta coisa que eu tinha pra fazer, trabalhos de faculdade, provas, promoção de esmaltes e maquiagens na farmácia que eu trabalhava. Também acompanhei meu pai quando foi cantar numa festa de aniversário de uma senhora e acabei cantando com ele umas “modas” muito velhas e por isso não tive muito tempo pra pensar no meu plano de fazer o Luiz Fernando me notar.
Quando chegou o sábado tia Helena me convidou para um jantar, toda animada me falou que o prefeito, um deputado e não sei mais quem estaria lá. Sabendo que Luiz Fernando com certeza não estaria, dei um jeito de agradecer o convite de titia e vazar dali o quanto antes.
Quando cheguei em casa papai estava afinando seu violão pois ia cantar numa pizzaria junto com uma namorada maluca que ele tinha. A casa estava uma bagunça, mas ele tinha feito um pão para mim. Papai sabia fazer pão caseiro como ninguém. Enquanto eu ia comendo pão quentinho com margarina Delicia (baratinha) e arrumando um pouco a cozinha, ele ia ensaiando umas músicas e eu cantava junto. Quando ele viu que eu sabia a maioria delas, não perdeu tempo.
- Fiu, você podia ir lá comigo na pizzaria, é simplesinha, e só por duas horas.
- Ah, pai, vou pagar esse micão não. Vou é dormir cedo, isso sim.
- Mas menino, são nem sete da noite, vai dormir como? Você viu que bom que foi no aniversário de dona Iracema? Ela até mandou uma nota a mais, disse que era pra você, olha.
Ele pegou no bolso da camisa uma nota de cem muito amassada e me deu, todo orgulhoso.
- Ah, pai, precisava não. Fica pro senhor, eu tô trabalhando e me virando bem.
- Que isso menino, dá pra comprar umas duas camisas, e você tá precisando, só usa aquela preta.
- É meu uniforme pai, mas me dá aí, tenho planos pra ela. E se rolar mais uns cenzinho eu canto lá com o senhor.
- Cinquentinha, hoje tem a Morena (a bendita namorada dele) e é mais fraco lá.
- Ah, vai com ela então. Ela nem sabe cantar.
Saí da cozinha e fui pro meu quarto que tava meio empoeirado. Abri a janela, dei uma ajeitada e meu pai veio de novo com o violão.
- Atila, vão bora lá, depois a gente vê o que dá.
- Tá bom pai, mas eu vou escolher bem o que eu vou cantar hein, só as que eu sei mesmo.
Acompanhei meu pai naquela vida de bares, festinhas pobres e praças durante muito tempo e sabia de cor todas as músicas que ele cantava. Sabia tocar também, mas nada impressionante. Ensaiamos algumas músicas mais novas que eu gostava e fomos pra tal pizzaria. Era bem grande, na verdade, mas não era aquele lugar chique, frequentado só por riquinhos da cidade não, dava gente de todo tipo.
Eu, sempre envergonhado evitava ficar olhando pra frente, ficava mais concentrado no meu violão e sentado. Era um negócio bem descontraído e eu gostei bastante, mesmo sabendo que ia receber o valor de uma pizza, mais ou menos, pelo meu “talento”.
Já passava das dez e eu estava cansado. Falei com meu pai que ia embora e saí deixando aquele violão lá pra ele levar no seu velho carro. Fui no balcão comprar uma latinha de refrigerante e fui bebendo e quando ia saindo quase enfartei. Luiz Fernando estava ali com mais dois caras que eu já tinha visto com ele, acho que eram colegas de faculdade. Eles estavam numa mesa comendo pizza (claro), conversando e rindo. Praticamente me engasguei com o susto e ele sorriu pra mim. Tentei sorrir também, passei por eles e fui em direção ao ponto de ônibus logo à frente, na mesma rua.
Se aquele chão fosse de areia eu provavelmente teria enterrado a cabeça nela como um avestruz. Não bastassem todos os momentos ridículos que eu já tinha passado na frente do Luiz Fernando, ele ainda tinha que me ver cantando! Sim, e ele me viu bem pela posição que estava na mesa. Deve ter rido muito! Eu queria sumir.
E pra ajudar, nos sábados à noite, domingos e feriados os ônibus demoram uma eternidade pra passar. Fiquei ali junto a um carinha que ficava vidrado no celular o tempo todo e nada do busão aparecer. Apareceu apenas o do sujeitinho e eu fiquei só.
Enquanto eu olhava o ônibus sair, vi que um carro encostou. Nem ia dar bola quando notei que era meu primo. O vidro do carona abaixou e vi que ele não estava sozinho, tinha um dos amigos dele lá.
- Vem Atila, eu te levo se você estiver indo na mamãe.
- Vou pra casa hoje Fernando, mas valeu! Brigadão aí.
Já ia sentar de novo, mas ele não saiu.
- Vem, eu te levo. Não é tão longe.
Entrei no banco de trás e ele saiu, sempre conversando com o amigo dele, um tal de Marciano. É cada nome que os pais colocam nos filhos! Notei que ele pegou um caminho diferente do que eu ia pra casa de meu pai e parou em frente a um prédio onde o cara se despediu e saiu. Aí ele olhou para trás com os olhos arregalados.
- Nossa, acabei me esquecendo de você, eu devia ter passado lá primeiro. Nossa, bora voltar agora.
Vi que ele suspirou e bateu no volante. Me senti mal ali, ele estava no maior papo intelectual com o marciano e nem se lembrou que tinha me oferecido uma carona.
- Não, Fernando, pode me deixar aqui mesmo que eu volto. É meio perigoso passar por aqui nessa hora. Tinha que entrar lá na...
- Não, nada disso. A gente volta. Ou melhor, fica na mamãe, amanhã você vai. Liga pro seu pai.
- Ah, tá bom então.
Fui pra frente e sentei meio chateado. Não era pra casa da tia Helena que eu queria ir, era pra minha, mas não tinha remédio. Era melhor prevenir né.
Eu ia olhando pela janela e senti que ele olhou pra mim.
- Cara, eu acabei me distraindo com a conversa do Márcio, desculpa mesmo, acabei te tirando do caminho.
- Tá tudo bem, mas nem precisava. Eu já tava indo mesmo.
- Você sempre canta com seu pai?
Luiz Fernando não era acostumado a chamar meu pai de tio apesar do parentesco ser real e imutável. O pai dele não se dava bem com o irmão, aliás, com nenhum parente mais pobre. Apenas tia Helena com seu exagerado senso de solidariedade que se esforçava pra conviver e ajudar. E eu, por ser o mais desafortunado da família era o mais ajudado. Isso era meio constrangedor às vezes e até Luiz Fernando acabava fazendo isso, como essa coisa que querer me dar caronas. Eu podia muito bem ter esperado meu busão e na certa já estaria em casa, mas por causa da sua “solidariedade” eu tinha que voltar pra casa dos pais dele.
- Não, foi só hoje e semana passada. Tava cedo e eu tava de bobeira.
- Hum, não seria melhor estar estudando e descansando pra próxima semana?
Suspirei. Eu não conhecia bem o Luiz Fernando, nunca tinha conversado de verdade com ele e, portanto, não sabia seu ponto de vista sobre a minha vida. Foi decepcionante. Ele repetia exatamente o que diziam seus pais, e eu odiava aquilo.
- Quem sabe? Não vou ser médico mesmo, duas horinhas não fazem mal a ninguém.
Não sei se fui simpático ao dizer aquilo, falei sem nenhum bom humor, sem parar de olhar pela janela.
- É só um conselho, você pode mudar a sua história, não precisa repetir os erros do seu pai.
Hein? Quem ele pensava que era pra falar assim do meu velho, sem nem conhecê-lo direito?
- O seu quer ser prefeito. – foi o que me veio à cabeça.
Ele suspirou e não disse nada. Chegamos na esquina que ia pra casa dos pais dele e ele parou.
- Tá bom aqui? É contramão.
- Tá sim, valeu.
Saí do carro e estava bem frio, tive que encolher os braços. Antes de dobrar a esquina vi que o meu ônibus estava quase chegando no ponto, no outro quarteirão. Dei uma carreira e o motorista me esperou. Era o último da noite, eu teria que ir pro terminal e pegar outro, mas não tava nem aí, eu só queria ir pra casa. Quando sentei perto da janela, bem ofegante vi o carro do meu primo passando. Então na certa ele viu que eu tinha pegado o ônibus, que merda! Ah, pra falar a verdade, naquele dia, e apenas naquele dia, eu não estava me importando.
Quando cheguei em casa tomei um banho rápido, deitei no meu ninho e dormi pra caramba. Acordei tarde no domingo, fui na casa da vizinha num churrasquinho e vi que já tinha manga caindo do pé. Eu simplesmente AmO manga, chupei algumas ali e levei várias pra minha casa. Coloquei numa sacolinha quando fui pra casa da tia Helena de tarde.
Lá cumprimentei tia Helena na sala e deixei minhas mangas na cozinha, depois fui lá pro quarto estudar um pouco. Tava meio preguiçoso, sem conseguir me concentrar então eu desci, cortei uma manga que estava um pouco mole e fui lá pra fora. Galileu estava deitado na mesa de ferro pequena que ficava ao ar livre, tomando aquele banho gostoso (de gato) e notei que mais alguém muito gostoso tomava banho também, mas na piscina. Engraçado que o carro dele não estava ali.
Fiquei perto do Galileu entretido com a minha manga olhando aquele corpo magro e comprido deslizando na água. Tinha sol ainda, mas já estava aquele friozinho do vento da tarde. Vi quando ele saiu todo arrepiado, que delícia a água escorrendo, a sunga azul claro com estampas, um cordão fininho no pescoço. Nossa, eu perdia o rumo olhando aquilo!
Ele entrou na ducha e eu embasbacado olhando tudo e com o caroço da manga na boca, segurando com a mão esquerda. Vi que ele pegou a toalha e veio na minha direção, então naturalmente eu voltei minha atenção para o gato, o qual eu alisava com a mão direita. Será que os pelos do Luiz Fernando eram tão macios quanto os de Galileu? Eu pensava nisso quando ele olhou pra mim e sorriu de um jeito meio sacana. Será que eu dava muita bandeira? Sorri olhando pra ele por alguns segundos e ele retribuía o sorriso. Parecia um sonho.
Ele sentou numa cadeira perto de mim e deu um tapa na bunda do gato. O bichano saiu correndo, tadinho.
- Átila, por que foi embora ontem depois que já estava aqui?
Eu não sabia o que falar, tive que improvisar.
- Ah, bem, é que eu lembrei que tinha marcado um compromisso pra hoje, sabe, tinha que ir. – eu estava meio nervoso pra falar aquilo, gesticulava demais, ele riu. Ri também.
- Gosta bastante de manga, né? – ele falou aquilo olhando pra minha boca. Pirei. A voz dele estava diferente, acho que ele tinha bebido, estava mais falante também.
- Hã, é, gosto muito. Você gosta?
- Um pouco, mas não costumo esfregar na cara assim não. – ele riu alto e eu me senti humilhado.
Levantei e fui em direção ao banheiro da área de serviços. Olhei no espelho e realmente em volta da minha boca estava tudo amarelo. Quantos micos mais eu ia pagar na frente do cara que eu gostava? Que saco!
Fiquei ali emburrado e peguei o fio dental por causa dos incômodos fiapos que a manga deixa entre os dentes. Estava distraído em frente ao espelho quando Luiz Fernando entrou com a toalha nos ombros.
- Você se zanga a toa, eu só tava brincando.
- Não fiquei zangado não. – disse com o fio dental na boca.
Ele parou perto de mim e ficou olhando.
- Claro que ficou, bobinho. Poxa, fica chateado a toa, igual ontem. Não quis te magoar.
- Não, fiquei não, já passou, desculpa. – olhei pra barriga dele, magra e lisinha, com pelos claros.
Ele me abraçou, a pele dele estava fria.
- Por que me chama de bobinho? Eu não sou bobinho. Não mais.
Lembrei daquele dia, anos atrás quando ele disse que eu era bobinho quando eu fiquei com medo de tocar uma pra ele.
Olhei nos olhos dele. A excitação estava crescendo, ele me soltou do abraço, mas continuou próximo. Eu estava com calor.
- Átila, você gosta de homem né, eu sei, você fica me olhando demais, nem disfarça. Não me provoca não garoto, não é bom a gente ficar assim. Eu tô meio carente, quase subindo pelas paredes.
Fiquei parado ali olhando, como um retardado enquanto ele falava aquilo.
- Hã? Do que tá falando?
Ele riu e entrou pro box, tirou a cueca e começou a tomar um banho rápido, de costas para mim.
- Nada a ver. Vou pro quarto estudar.
- Vai sim, mas se quiser, pode vir aqui.
- Hã? – já estava excitado, mas naquele momento o coração queria sair pela boca.
- Tranca a porta, vai. – ele desligou o chuveiro e começou a se enxugar, olhando pra mim.
Fiquei plantado no lugar, então ele foi lá e trancou.
Do mesmo jeito que da primeira vez ele veio perto de mim, pegou a minha mão e passou pela barriga fria. Vi que o negócio já estava bem grande, rosado, atrevido. Pegou mais ainda a minha mão, colocou ali apertando-o. ali eu já tinha mais noção de proporções e sabia que o pau dele era grande mesmo, mas não muito grosso, combinava bem com o corpo dele, na verdade.
- Por que não faz direito, hein? – ele respirava fundo.
- Nunca fiz.
- Ah, tá brincando, né? Você gosta, mas não faz. Fica só sonhando?
- Eu não fico aí me oferecendo. Um dia vai rolar.
- Vai sim. – ele apertou a minha mão no pau dele e olhou pra minha boca – Vai, faz, eu tô precisando.
- Precisando? – umedeci os lábios com a língua e ele mordeu o inferior dele.
- Muito. E dessa boquinha também.
Olhei nos olhos dele. Será? Meu coração estava na garganta.
- Não é pra isso que você tá pensando não. Não é pra beijo. – ele falava balançando a cabeça na negativa.
- Não?
- Tá fazendo de propósito né, quer brincar comigo. – ele ia falando com uma voz cansada e movendo a minha mão.
- Claro que não. Eu gosto de você.
- Não pode gostar não, mas pode me chupar, igual aquela manga, sabe, pode se lambuzar, eu vou adorar.
- Eu nunca fiz isso.
- Faz agora, faz.
Ele foi me abaixando sem fazer muito esforço até que a rola dele tocou o meu rosto. Fechei os olhos e ele foi segurando, passando pelos meus lábios. Era gostoso e excitante. Abri os olhos e a boca e deixei ele colocar e tirar, bem ritmado. Ele segurava meu rosto de forma carinhosa e eu me sentia desejado, era bom demais aquilo.
- Chupa, vai. Suga, isso. – ele pegou nos meus cabelos, sem machucar e fechou os olhos inclinando a cabeça para trás. – Isso é bom, bom demais, sabia?
- Hum? – minha boca estava ocupada pra responder.
- Vai, continua, tá gostoso. Essa boquinha sua, delicadinha, dá vontade até de beijar sabia?
- Beija então.
Ele me puxou pra cima, me encostou na parede e enfiou a língua na minha boca, me beijando forte. Foi rápido e nem um pouco romântico, mas foi um beijo que eu quis muito, e paguei um preço pra isso.
Ele parou o beijo e foi me empurrando para baixo novamente, com as duas mãos, delicado, porém firme.
- Mais?
- Aham, me faz gozar, faz. – e voltou a colocar o pau na minha boca, masturbando de leve.
Continuei chupando, sentindo o gosto, ele tinha acabado de tomar banho ali na minha frente e estava cheiroso, gostoso. Ele foi me segurando, me fazendo chupa-lo, depois foi fazendo movimentos como se fosse penetração, cada vez mais forte até que tirou-o da minha boca e gozou no chão, gemendo alto e se contorcendo todo.
Fiquei encostado na parede de azulejos, olhando aquele homem grande completamente nu, sem vergonha nenhuma, logo ele que era tão tímido. Já eu estava muito envergonhado, apesar de excitado.
Ele encostou-se à parede perto de mim, me puxou e me beijou na boca, bem rápido e molhado. O corpo dele já estava bem quente naquele momento. Depois ele colou o ouvido na porta, abriu e me mandou sair, sem me olhar nos olhos. Saí sentindo um misto de sensações boas e ruins.
Entrei no quarto e me joguei na cama sem entender direito o que tinha sido aquilo. Quando desci pra jantar ele não estava mais lá, apenas seus pais com suas conversas sobre coligações partidárias. Não consegui comer direito.
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Bom, esse foi mais um passo da saga do Atila com seu manual de como conquistar seu primo hétero.
Espero que gostem.
Como eu sempre digo, meus contos são fakes, por isso eu aceito sugestões e críticas construtiva. Fiquem à vontade!
@leitorbrasil , me deem uma moralzinha no wattpad
Abraços!!