Agradeço aos comentários. Pessoal, o que rolou entre Caio e Luiz será explicado no Sétimo e Oitavo capítulo, então não percam (será um feedback). Mas antes, como disse anteriormente, vocês tem que conhecerem o que rolou antes do 21º aniversário. Espero que gostem.
Acordei quase na hora do almoço. Meus pais estavam se arrumando, só não sabia por qual motivo.
Mãe: Ainda bem que acordou, já iria te chamar. Arrume-se, pois sua tia nos convidou para almoçar em sua casa.
Eu: ok – disse ainda com cara de sono.
Mãe: E não preciso lembra-lo certo? – Do que ela estava falando? Eu tinha coisa demais já para pensar. Devo ter feito uma cara de desentendido, pois ela tratou de continuar – Você sabe do que estou falando, de você e seu primo, não quero confusão.
Eu: Ata, claro, sem dúvidas, não sou criança mais – Por mais que não bebi muito, estava com uma cara de muito cansado, provavelmente dormiria mais, e o que eu com certeza não faria agora, é criar confusão com alguém.
Tomei outro banho para espantar o sono, vesti uma bermuda e uma camiseta já que a casa da minha tia era logo em frente, resolvi ir de chinelo mesmo. Ao sair do quarto encontro minha mãe e meu pai na sala já prontos, seguimos então para a casa de Tia Luiza.
Ao chegar, tia Luiza estava na sala, quando nos viu chegando ela veio até nós.
Tia Luiza: Que bom que vieram, vamos, entrem, Luiz a Vanessa está lá fora, na área de churrasco.
Eu: Vou lá então – Deixei meus pais e minha tia, provavelmente iriam beber e conversar, andei pela casa em direção a área externa, havia muito tempo que não ia naquela casa, ficou fechada todo o tempo que minha tia ficou fora, apenas minha mãe que abria para uma equipe de limpeza que vinha a cada dois meses.
Ao chegar na área, vejo Vanessa próximo a piscina, pegando sol, estava com um biquíni roxo, como eu achava ela linda. Vou até ela.
Eu: Conseguiu acordar? – Falo rindo sobre a noite anterior.
Vanessa: Queria dormir mais, como não pude, estou aproveitando este sol.
Eu: Eu também queria dormir mais – Falei sentando em uma cadeira próxima a ela, foi quando percebi que tinha alguém na piscina, era Caio. Ele estava apenas de sunga, como estava nadando, eu não conseguia vê-lo direito – E o Marcus, trocaram contatos?
Vanessa: já sim, estamos conversando, ele já me mandou msg hoje.
Eu: Pq eu sinto como se tivesse um “mas” nesta frase sua?
Vanessa: É que não quero me prender a ninguém agora, cheguei a pouco tempo e não quero isso tão rápido.
Eu: Safadinha, que curtir geral? – Falei aquilo rindo muito de sua cara, ela ficou muito vermelha.
Vanessa: Não é assim, só que não quero que seja tão rápido.
Eu: Zoeira a parte, até te entendo, porém você não precisa perder os contatos – falei aquilo rindo para ela.
Vanessa: Agora mudando de assunto, aquela boate é bem maneira - Não consegui entender o restante do que Vanessa disse, pois, nesse momento, Caio havia saído da piscina, ele passou por mim e foi para dentro da casa sem ao menos dizer nada, o que era de se esperar, porém ele estava lindo, aquele corpo, ele tinha alguns pelos na barriga, coxas e braços, não muito, mas por ele ser branco, destacam-se.
Vanessa: Terra chamando, Luiz – disse ela estalando os dedos em minha direção – Você não escutou nada do que eu disse, até sei o motivo – falou rindo.
Fiquei vermelho, riamos muito de tudo o que aconteceu, ficamos ali conversando por um tempo, até que resolvi contar o ocorrido de ontem.
Eu: Vanessa, preciso te contar algo, mas você não pode falar com ninguém.
Vanessa: Já sei de muitos segredos seu, para de frescura e fala rápido.
Eu: Ontem, depois que te deixei aqui, levei Rafael até a casa dele, fomos conversando por todo o caminho sobre assuntos diversos. Quando chegamos na casa dele, ele ficou estranho, perguntei o que aconteceu e ele me beijou de surpresa.
Vanessa: Não acredito, já aconteceu antes? É aquele cara que estava conversando com você? De onde o conhece? Não lembro dele na volta.
Eu: Sim, ele estava lá ontem, você não lembra pq dormiu dentro do carro na volta, mas, é assim, conheci ele na academia, ele faz enfermagem e tem 23 anos. Nos encontramos pouco, apenas na faculdade ou na academia, conversávamos normalmente, nada de muita intimidade, ele já até havia me contado dos casos que ele teve, essas coisas assim. Porém ontem, fui pego de surpresa.
Vanessa: Entendi, você não sabia que ele curtia. Eu acho que você devia investir, ele é até bonito. Mas o que você fez?
Eu: Eu o afastei, foi no impulso, pela surpresa. Também o acho bonito, porém, por mais que eu já tenha ficado com caras e até tenha gostado do seu irmão, ainda tudo é novo para mim, aqui na cidade mesmo eu nunca havia feito algo do tipo, apenas com garotas.
Vanessa: Agora entendi, mas acredito que já está na hora de você se decidir, dê uma chance, já conversou com o Rafael hoje?
Eu: ainda não.
Vanessa: Tá esperando o que? Pensa como ele deve estar, confuso com tudo.
Eu: e eu não?
Vanessa: Mas para ele deve ser mais embaraçoso ainda.
Eu: Vou mandar uma msg para ele – peguei meu celular e enviei, disse ao Rafael que precisávamos conversar. Tia Luiza nos chamou para almoçar.
Entramos na casa e todos estavam à mesa, nos esperando para almoçar. Tia Luiza que havia preparado, ela ainda não contratou alguém para ajudar na casa, mas podemos dizer que estava muito bom, ela preparou um strogonoff de camarão, tinha mais coisas, porém aquele havia se tornado um dos meus pratos preferidos.
Após o almoço, fomos para a área novamente, ficamos todos conversando próximo a piscina, apenas Caio que não, pois havia ido para o quarto. Voltamos para casa, fui até meu quarto descansar um pouco, porém recebo uma msg de Rafael:
Ele: Foi mal por ontem, podemos conversar, agora a tarde?
Respondi que sim.
Ele: Passo na sua casa daqui vinte minutos
Me arrumei, mandei uma msg para Vanessa que me respondeu com uns emoticons de felicidade e espanto. Cerca de trinta minutos ele estava na minha porta. Falei com meus pais que sairia com um amigo e que não demoraria. Quando estava saindo, senti que alguém me olhava, percebi que era Caio que estava na janela de sua casa. Entrei no carro de Rafael, que dirigiu e eu nem sabia para onde.
Eu: E aí tudo bom?
Rafael: tranquilo – Falou de forma seca.
Resolvi ficar calado, e ver para onde iriamos. Ele encaminhou para a saída da cidade, um bairro mais afastado, estacionou o carro embaixo de uma árvore e me olhou.
Rafael: Me desculpe por ontem, não sei o que me deu, só não consigo explicar – Ao dizer aquilo ele estava com uma cara de choro, os olhos lacrimejando.
Eu: Não se preocupe, imagino a confusão que deve estar em sua cabeça. Você é gay?
Rafael: Não, quero dizer, não sei, eu nunca senti algo por outro cara, mas ontem foi diferente, depois de conversar bastante contigo, senti uma vontade de te beijar e confesso que ainda sinto.
Quando ele disse aquilo, não pensei duas vezes, lembrei do que havia conversado com Vanessa mais cedo. Foi então que quem tomou atitude desta vez fui eu, dando-lhe um beijo. Ele correspondeu logo de imediato, era um beijo forte, com desejos, depois de um tempo, paramos um momento e nos encaramos.
Rafael: Você é?
Eu: Não gosto de rótulos, porém, sinto atração por homens também. É ainda tudo novo, mas depois de ontem não consegui esquecer aquele beijo.
Rafael: Eu achei que você iria querer me bater – falou rindo – Achei que estava com muita raiva.
Eu: Não, claro que não, só fiquei confuso, você nunca deu a entender que se interessava.
Rafael: não vou mentir que já tem um tempo que fico pensando em você.
Fiquei muito vermelho ao ouvir aquilo, eu o achava muito bonito, mas não esperava aquilo. Ele tomou a atitude e voltou a me beijar, porém agora, foi de forma mais calma, ficamos ali por quase meia hora só nos beijos.
Eu: Vamos tomar um sorvete? – Se eu ficasse ali, acho que rolaria outras coisas, porém ainda era tudo muito novo.
Rafael: Vamos sim. – Seguimos para uma sorveteria no centro, muito boa, gostava dali. Ficamos conversando por um bom tempo, depois ele me levou em casa. Despedimos, porém sem nada demais, até pq alguém podia ver, e entrei para dentro de casa.
Assim que entrei, meu celular vibrou em várias msgs, eram de Vanessa, ela me viu chegando e queria saber de tudo. Contei para ela o que ocorreu e ela mandou um áudio gritando e muito, não sei o que minha tia deve ter pensado quando ouviu ela gritando dentro de casa.
Passei o restante do dia, dentro de casa, mais tarde, Vanessa me convidou para ir até sua casa para assistir algum filme, mas preferimos vir até minha casa, até pq, Caio estaria lá.
A semana foi passando, Vanessa mantinha contato com Marcus, ela entrou em um cursinho para tentar o vestibular no final do ano. Caio, por ele ter começado a fazer direito na Alemanha, ao retornar, iniciou no curso de direito na mesma faculdade que eu, por sorte em blocos separados. E ainda por cima, começou a fazer estágio no escritório de advocacia de meu pai. O que acabou nos fazendo se encontrar algumas vezes, mas nada havia mudado.
Terça-feira, seria o dia da apresentação do trabalho na faculdade, acordei naquele dia muito ansioso, sempre fui assim em relação aos trabalhos e provas. Tomei meu café, e fui para o estágio. Por volta das 11 horas, conversei com meu supervisor pedindo para ir embora mais cedo, estava com uma dor cabeça. Cheguei em casa, minha mãe até assustou:
Mãe: Chegou mais cedo, aconteceu alguma coisa?
Eu: Só uma dor de cabeça, aí pedi para vir embora.
Mãe: Vou pegar um remédio, depois você almoça e deita um pouco.
Eu: ok.
Logo depois, meu pai chegou e fez as mesmas perguntas, e eu as mesmas respostas. Almoçamos juntos, só fazemos aquilo aos finais de semana, devido ao horário que saio do estágio.
Pai: Como está o estágio? Gostando?
Eu: Tranquilo, estou gostando muito. – Comecei a estagiar neste ano, antes eu já trabalhava com meu pai em seu escritório, mas este ano resolvi ir para minha área.
Pai: Seu primo Caio está aprendendo o serviço bem rápido, um garoto esperto, será um profissional muito bom no futuro. – Eu não entendi, ele sabia que não conversávamos.
Eu: Ele faz o que lá?
Pai: Assumiu o seu lugar – Disse rindo. Precisávamos de alguém lá, iriamos contratar de qualquer forma, e ele surgiu no momento exato.
Eu: Que bom pai, espero que dê certo.
Após o almoço, fui para meu quarto, deitei e apaguei. Acordei lá pelas 15 hrs com Maria batendo na porta me meu quarto.
Eu: Oi Maria – digo ainda com cara de sono.
Dona Maria: melhorou meu filho?
Eu: não muito.
Dona Maria: desculpe incomodar. Acontece que seu primo Caio está aí e seu pai ligou pedindo que o ajude a encontrar uns documentos em seu escritório.
Eu: ok, irei só vestir uma camisa e irei, pode leva-lo até o escritório e pedir que me espere. – Fiquei surpreso, mas ao mesmo tempo sabia que poderia acontecer algo do tipo, com ele trabalhando com meu pai.
Vesti uma camiseta e fui em direção ao escritório, minha cabeça ainda não estava 100%, mas eu iria dormir mais. Ao entrar, ele se assustou, olhando as fotos que haviam em cima da mesa de meu pai (fotos antigas da família).
Eu: Qual documento você precisa? – Digo tentando não o encarar. Ele estava lindo, a camisa preta polo, uniforme do escritório, e uma calça que ficava colada em suas pernas. Fora o cheiro do perfume que percebi ser o mesmo da noite em meu travesseiro.
Caio: Seu pai me pediu para vir buscar duas pastas referentes a estes processos – Disse aquilo de forma rígida, olhando para o papel que havia me entregado.
Peguei-o de sua mão, li e já sabia onde estaria. Então disse:
Eu: Meu pai costuma trazer documentos para casa, de forma que ele possa analisar melhor, e, como consequência, as vezes ele os esquece, geralmente ele os deixa em cima da mesa, porém as vezes fica dentro desta pasta na primeira gaveta. – Falei de certa forma firme, preferi explicar onde ficava, pois, aquela situação poderia acontecer mais vezes, e eu não queria que ele dependesse de mim toda vez que viesse.
Caio: obrigado – disse também rígido.
Eu: ok – Saí do escritório e voltei para meu quarto, percebi que Dona Maria o levava até a porta.
Aquela situação era de certa forma desconfortante para mim, eu gostaria muito de poder conversar com ele de forma natural, ter a mesma proximidade que tínhamos, porém foi ele quem causou tudo aquilo.