Desde que comecei me masturbar, acompanho o site "Casa dos Contos Eróticos". Claro que naquela época eu enganava a mim mesmo em relação à minha orientação sexual. Batia o pé e bradava todos os dias ao me levantar da cama: “Sou Hétero!”. Por isso, eu sempre lia contos héteros. Mas, como vocês sabem, o diabo é sujo! Ele é uma imundiça de sujo (hahahaha): Certa vez, ao terminar de ler um desses contos héteros (Tão insignificante que nem me lembro qual.), fui olhar as avaliações do autor e lá estava um conto com o assunto “gay”... Como sempre fui um “pouco meio curioso”, resolvi ler o mesmo, porém, com muito receio.
O conto era sobre dois garotos “héteros” que se pegavam durante um acampamento. Típico conto de fast-foda, no entanto, por ser entre garotos héteros, minha cabeça aceitou que héteros se pegam de vez em quando. Claro! Era melhor pensar isso e poder pegar algum guri algum dia do que perceber que, na verdade, os personagens não eram tão héteros assim. Nem preciso dizer que gostei do conto, né? Gozei muito. Em seguida, procurei outro conto do mesmo autor, com o mesmo assunto, mas infelizmente ele só tinha publicado um único conto além do que eu acabava de ler. O título é “Felipe e Eduardo” (Vou colocar o link no final do conto, mas em outro site, pois foi removido desse.). E foi esse que desconstruiu inúmeros preconceitos particulares acerca do que é ser gay. Foi nesse conto que eu entendi que os homossexuais não são todos iguais aos que a Rede Globo mostrava nas novelas. Sem dúvidas, é um dos textos mais importantes para meu sujeito, pois ele foi capaz (Ao longo de uma playlist com Iron Maiden, The Who e The Police na rádio KISS FM.) de me fazer aceitar que não sou hétero.
Bom, após isso, já se passaram três anos. Hoje estou com 16 anos, sou taurino e homossexual assumido para a família, amigos, mundo e Deus (caso exista.). Confesso que da leitura de “Felipe e Eduardo”, em 2013, até contar para meus pais que sou gay, em 2015, tive o período mais intenso da minha vida. Inúmeras crises existenciais, paixão intensa, conflitos com a família, carência de amigos, e uma rotina de pressão ardorosa estudando em um Instituto Federal. E é o que pretendo descrever nesse conto.
Logo quando aceitei que não sou heterossexual, eu bolei uma estratégia para nunca sair do armário: Prometi pra mim mesmo que só ficaria com algum garoto se ele fosse mais que suficientemente bonito e legal, se não, nem adiantaria choro, nem vela. Rapaz inexistente, eu acreditava que esse príncipe nunca seria encontrado, portanto, eu nunca ficaria com um homem. Por outro lado, eu queria algum amigo por quem eu me apaixonasse, assim como na história do Lipe e do Edu.
"(...)
Sonhava em ter sua história como em contos eróticos,
Apreciados no seu tema preferido.
Uma amizade que transformou-se em paixão.
(...)"
- Bruno L.
Durante meses, eu li contos semelhantes. Alguns bem maiores, inclusive. E a cada conto, minha fantasia aumentava. Sempre tive só amigas, mulheres, até aquela época, então, todo garoto, até os mais feios, que se aproximava era motivo de especulação em segredo individualissíssimo. Claro que eu não forçava a barra com nenhum. Eu queria que acontecesse naturalmente. Com paciência, tudo acontece da melhor forma.
Na pré-adolescência, eu criava conteúdo para inúmeras páginas do Facebook sobre rock. Com isso, eu acabava conhecendo muita gente do país todo. Fãs do Pink Floyd, Nazareth, Iron Maiden, Black Sabbath, Bee Gees... Bastava gostar das mesmas músicas que eu adicionava no Facebook! Conheci muita gente bacana, alguns mantêm contato comigo até hoje. Como em qualquer ciclo de amizade, o virtual também nos apresenta muita gente nova.
Certa vez, um desses meus colegas de fã-clube fez uma publicação sobre o icônico Robin Gibb (Ex-Bee Gees). Lembro com exatidão o mês/ano: Maio de 2014. Para ajudar na visualização da publicação, ele marcou diretamente os amigos de sua lista que gostavam do trio. De praxe, eu fui marcado. Aproveitei o ensejo e com a intenção de aumentar o número de amigos fãs da banda na minha lista, eu olhei quem eram os outros marcados. Eram poucas pessoas, menos de dez.
Imediatamente, um loirinho, dos olhos azuis, braços fortes e boa aparência, me chamou atenção. Na sua foto de perfil, ele estava sentado numa mesa em um Café, que nem percebi que era internacional. Mandei solicitação de amizade para o garoto, mas sem esperanças de ser aceito por ele.
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http://www.contoseroticos.com.br/conto_23008_felipe-e-eduardo.html
Então pessoal, primeiro conto que escrevo. Na verdade, é quase uma biografia. Comentem, deêm sugestões de escrita, pois não sei se estou contando muito rápido ou muito devagar.
Boa noite!