Ação e Reação - Querido Amigo - 2° temporada

Um conto erótico de William26
Categoria: Homossexual
Contém 12713 palavras
Data: 21/11/2016 15:11:05

Queridos leitores, venho me desculpar com vocês pela demora da postagem desse capítulo, eu tenho 2 motivos muito bons pra justificar: O 1° é que eu tive que viajar ao exterior pra acompanhar meu chefe na visita a um fornecedor na Itália. Não era função minha mas ele sabia que eu sou fluente no idioma e pra reduzir custos acabei indo como seu tradutor, bom e chato ao mesmo tempo.

O 2° motivo é que reescrevi todo o capítulo deixando ele mais sério, inclusive mudando algumas coisas que achei que podiam melhorar. Esse capítulo é o maior que já fiz justamente pra compensar vocês pela minha ausência e acredito que com isso vou agradar toso os leitores.

Resposta aos comentários.

Plutão: Tudo bem contigo, então eles vão se acertar sim, mas mágoas vão ser desenterradas e uma última revelação será feita. E quanto a comentar e votar depois, relaxa, sei como é acompanhar em viagem o conto, estive na Europa e a internet do hotel era péssima. Boa leitura.

Alex curte peludo: Querido obrigado aos elogios ao conto, sinto que estou dando o máximo e estou sendo retribuído. Em relação a idade, sinto que com 26 anos sou adulto até demais. Convivo no meio deles desde pequeno rsrsrs, tanto é que no meu trabalho sou um dos engenheiros mais novos e o mais sério também. Boa leitura, espero que goste do capítulo.

cellinho: cuidado, a ansiedade é um mal para nós gordinhos assim como para os magrinhos rsrs. Meu amigo desculpe a demora em postar um novo capítulo mas me tiraram pra tradutor na última semana e meia.

Rose Vital: Rose, boa tarde, fico feliz que esteja entusiasmada pelo meu relato, a partir do ano que vem postarei ele, acredito que tenho maturidade o suficiente pra contar a vocês aqui da CDC. Perdoar nem sempre é fácil, eu mesmo passei por isso quando perdoei meu primo e companheiro, mas as vezes temos que seguir em frente. Nando e Marcos são mais parecidos do que pensam, e toda essa semelhança não é por acaso. Você estava certa, Nando e Luiz não rola mais, o amor verdadeiro dele estava na frente dele o tempo todo. O caso do Marcos é mais delicado do que parece.

VALTERSÓ: Eita, nem sei de onde veio o tiro rsrsrs, mas enfim, Nando não está enfraquecendo e muito menos vai se submeter as vontades do tio ou do primo e ser estuprado por ele. Luiz foi babaca mas todos tem direito ao perdão, as vezes é o que nos faz seguir em frente tranquilo e nem por isso voltamos atrás, não é mesmo? Você estava certo em relação ao Fernando e ao Felipe, sim é amor verdadeiro mas sempre um demora mais que o outro pra perceber. Não odeie o Fernando, ele é assim, uma caixinha de surpresas. O tio não faz chantagem...Quer dizer, não na maior parte do tempo e ele não está errado em querer voltar a morar com o tio, lembre-se Fernando saiu de casa por causa do primo, ele nunca vai voltar, fez sua escolha, seu sacrifício. Acredito que esse Capítulo vá te agradar. Boa leitura.

Chria:Talve ele sinta, mas Marcos vai descobrir o amor da mesma maneira que Fernando, por uma pessoa próxima a ele. É tão legal quando alguém de BH comenta aqui, aliás eu na semana moro na cidade onde fica o Inhotim...

Talles de Lima: Talles, como vai você? Espero que bem, e a faculdade? As provas? Marcos mudou sim, ele não é de todo o mal, as vezes as pessoas criam um casulo pra evitar as outras. Cara o perdão é relativo, não necessariamente você perdoar alguém significa que você vá conviver com a pessoa, as vezes perdoar é preciso para você conseguir viver em paz. Essa história de editora vamos deixar para os profissionais.

Cintia C: Olha eu aqui, voltei tarde, mas voltei...Espero que esteja tudo bem contigo, boa leitura e boa semana.

nayarah: como vai você? Espero que bem. A bomba está nesse capitulo, espero que goste. Boa leitura.

Flor de maio: Obrigado, espero que goste desse capítulo.

magus: Cara que bom que te deixei com saudade do conto, agora semana no fim de semana devo postar outra parte. Cara tu vai gostar desse capítulo, ele está imenso, foram 32 páginas no word e fiz isso pra compensar meu atraso com vocês. Marcos não termina com o Nando, pelo menos não agora. Boa leitura.

Nara M: voltei de novo, vida de engenheiro civil é uma bosta, é corrida demais. Mudando de assunto é você que escreve o OPPD? Se for parabéns, eu amo odiar o Avalon rsrsrs está me deixando sem sono...

Agradeço ao votos e comentários. Boa leitura a todos.

Ação e Reação – Querido Amigo – 2° Temporada

Voei baixo com a bicicleta pelas ruas do condomínio largas do condomínio, minha sorte é que não havia movimento de carro e nem de crianças brincando nesse horário, mas acho que quase atropelei um cachorro na rua de trás, eu queria chegar em casa o mais rápido possível, minha cabeça estava cheia, estava apreensivo pois ao mesmo tempo que queria saber o que Cibele tinha para me contar, eu tinha receio do que viria pela frente, tinha medo de me decepcionar com Ágatha, éramos amigos a tanto tempo.

Pensei nisso até chegar em casa, entrei, larguei a bicicleta no hall e rapidamente entrei na cozinha ligando a cafeteira para preparar café, se eu bem conheço Felipe ele viria com fome, então era melhor ter algo pronto senão ele iria me encher o saco até eu fazer, ou pior ia sujar toda a minha cozinha. Retirei um pacote do freezer e botei uns pães de queijo no forno pra assar, deixei tudo pronto e enquanto era preparado o café e o pão de queijo subi pro meu quarto e tomei um banho refrescante, mas sempre com o celular perto. Enquanto me ensaboava lembrei do episódio com o Luiz essa tarde na academia. Estava com uma sensação tão boa, será que era assim que se ficava depois de perdoar alguém? No meu entendimento só pessoas fracas perdoavam as outras, mas eu percebi que as vezes pra seguir em frente é preciso fazer isso, dar o braço a torcer, perdoar pra ser perdoado.

Sai do banho e vesti uma camisa regata preta e uma bermuda jeans acinzentada, o sol lá fora castigava então nada melhor que uma roupa confortável, em frente ao espelho passei desodorante e penteei os cabelos. Quando estava procurando meus óculos e recolocando meu relógio a campainha tocou, olhei de pra ver de quem se tratava e só vi alguém de chapéu na porta, não estranhei, era normal já que muitos donos de fazenda tinham casa no condomínio, inclusive moravam aqui e sempre voltavam pra cá no fim do dia, então poderia ser um vizinho precisando de algo. Desci as escadas e olhei pelo olho mágico, a pessoa estava de costas e quando abri a porta quase cai pra trás.

- Felipe! – exclamei em meio ao riso.

- Não ri Fernando, não tem graça nenhuma – reclamou Felipe me fuzilando com seus grandes olhos negros – esse é o uniforme dos funcionários da loja e o meu também – explicou ele um pouco sem graça. Felipe trajava camisa social xadrez estampada com o nome da loja e dobrada até o cotovelo com dois botões abertos, calça jeans azul surrada e um pouco justa, cinto com fivela grande prateada e bota, além do chapéu branco. Felipe estava agradável aos olhos, realmente ele parecia um homem do campo, um playboy caipira.

- Tá bom, parei – afirmei cruzando os dedos e segurando o riso fazendo deixando ele com mais raiva – até por que combina com você Felipe, você está legal com essa roupa cara, caiu como uma luva, pode confiar – ele abriu um sorriso tímido.

- Você gostou mesmo Nando? – perguntou ele sem jeito o que foi muito bonitinho – sei lá, acho que estou parecendo um matuto da roça assim, mas eu gostei dessa roupa, acho que é uma proposta legal – justificou ele.

- Sim, acho que nem eu pensaria em um uniforme melhor– disse fitando ele, Felipe sorriu e tirou o chapéu – e da roça você é mas matuto não é não – olhei levantei uma sobrancelha repreendendo-o.

- Que falta de educação a minha Nando, nem tem cumprimentei direito – balancei a cabeça assentindo e estendi a mão a ele, mas Felipe veio e me abraçou, fiquei imóvel até que retribui o abraço. Ele cheirava um misto de perfume e suor leve, adocicado. De repente o clima ficou esquisito, eu podia estar ficando louco, mas senti ele fungar em meu cangote e me apertar contra seu corpo quente envolvendo minha cintura – pronto, assim está melhor – disse, tive a impressão que seria mais que um abraço.

- Entra cara – desfiz do abraço e dei passagem a ele sem graça – a Cibele deve estar batendo por ai também – fechei a porta e fui junto dele. Felipe entrou e foi direto a mesa onde deixou eu chapéu e se espreguiçou.

- Que Cheiro bom de café Nando, eu estou morrendo de fome, o que tem pra comer aí? – perguntou todo folgado retirando o chapéu e se espreguiçando, eu ri disso.

- Está com fome cara? – perguntei já sabendo a resposta.

- Muita – respondeu ele de supetão – você fez almoço hoje? Sobrou? – perguntou ele indo pra cozinha.

- Sim, fiz mas não sobrou, mas eu estou assando pão de queijo, daqui a pouco devem estar prontos – Felipe sorriu, se sentou no sofá e ligou a televisão, me sentei ao seu lado, estava com o celular na mão e a todo momento olhava esperando notícias de Cibele.

- Confortável? – perguntei de cara fechada quando vi que seus pés cujas botas não estavam limpas estavam em cima da mesa de centro, ele percebeu e tirou após sorrir sem graça.

- Sabe, a loja vai ser inaugurada sexta, você e a Cibele vão estar lá né? – perguntou ele esperançoso.

- Claro que vamos cara, eu não ia perder esse momento importante pra você por nada, esqueceu? Um apoia o outro, sempre! – exclamei, ele abriu um sorriso e me abraçou de lado.

- Sim, sempre – ele sorriu e concordou com a cabeça - convidei a Ágatha mas ela mal falou comigo, estava estranha, seca me tratou mal no telefone – disse ele franzindo a testa.

- Está mesmo, ela foi comigo no telefone também, inclusive é sobre ela que a Cibele está vindo falar – disse a ele.

- O que será que é Nando? – perguntou ele.

- Não sei, mas não deve ser coisa boa, Cibele não é dada a fazer fofoca ou falar dos outros pelas costas muito menos quando se trata de um amigo – franzi a testa.

- É – afirmou ele que a todo instante olhava a cafeteira.

- Quer alguma coisa cara pode pegar lá na cozinha – disse a ele.

- Posso pegar café? – por mais que fossemos amigos íntimos Felipe tinha algumas manias, entre elas ele nunca abria a geladeira ou pegava nada da cozinha ou da casa sem me pedir, assim como nada pessoal.

- Pode, vamos também vou pegar – levantei e segui até a cozinha, ele veio atrás.

- Sabe Nando, eu tive a impressão que a Ágatha se divertia vendo o circo pegar fogo sábado quando você me bateu – disse ele enquanto colocava açúcar na xícara de café me fazendo ficar envergonhado e pensativo – peguei ela falando com alguém sobre o ocorrido, rindo na verdade, mas quando cheguei perto e a questionei ela disse que estava contando o ocorrido a Cibele e então desconversou e desligou o celular – completou.

- Será que ela contou a alguém da faculdade cara? – perguntei, eu estava escorado na pia, foi inevitável não lembrar da noite de sábado em que Felipe me encoxou e me prensou nela.

Fiquei pensando com quem Ágatha poderia ter falado ao celular, nos últimos tempos ela estava estranha, estava distante, eu percebi que a mudança foi mais com Felipe e Cibele, ela estava mais superficial, sempre falando em dinheiro, em festas caras e pessoas endinheirada algumas inclusive do convívio do meu tio, pessoas essa que eu fazia questão de manter longe. Me lembrei que ela tinha uma foto que mostrava Giovanna beijando sua “amante” e isso me fez subir um frio na espinha, será que ela teria coragem de fazer algo.

Retirei os pães de queijo do forno e deixei esfriando em cima da mesinha da cozinha, mas foi eu me virar pra pegar mais café e Felipe já tinha três pães na mão e um na boca, ele me olhou como uma criança que fez arte e é pega no flagra, eu balancei a cabeça negativamente e ri.

- Que foi? – perguntou de boca cheia – eu fiz algo errado – disse ele de boca cheia.

- Você vai passar mal Felipe – cruzei os braços e repreendi ele, Felipe sorriu de boca cheia – espera esfriar, vai te dar dor de barriga – cruzei os braços.

- Se eu passar mal, você cuida de mim Nando – ele me encarou e deu uma mordida no pão de queijo. O que está acontecendo aqui? pensei, Felipe está meio atirado, será que ele está pensando que só por que nós transamos ele pode agir assim comigo, ser folgado desse jeito?

- Cuido nada, vai ficar com dor de barriga sozinho – descruzei os braços e fui pra sala, ele veio atrás e se sentou no sofá com um prato cheio de pão de queijo – o que vou fazer é te levar pra tomar injeção pra sarar seu bobo– joguei baixo, Felipe com todo tamanho que tem tinha medo de agulhas.

- Eu tenho que me alimentar de três em três horas, além do mais hoje eu não comi nada depois do café por causa da correria da loja, aliás está muito gostoso Nando – disse ele me cutucando, lambendo os beiços e me fitando, isso foi estranho.

- Felipe, você está parecendo uma prostituta desse jeito cara – ele fechou a cara e voltou a comer, mas antes tomou o controle da minha mão e colocou no canal do boi.

- Pronto, agora estou em casa – disse ele se esparramando no sofá.

- Você está brincando comigo né Felipe? Canal do boi? – Felipe me olhou sem graça.

- É que está tendo leilão de gado essa hora, eu gosto de assistir quando passam os gados Nelore – justificou ele pegando mais um pão de queijo.

- Mas nem a pau, eu não vou assistir isso não, nós vamos assistir o desenho que estava passando, sem essa de canal do boi, é muito fim de carreira cara - tomei o controle da sua mão e sai correndo pela sala.

- Ahhh,eu vou te pegar Fernando, volta aqui porra! - ele largou o prato e veio atrás de mim, eu dei a volta no sofá, ele tentou me cercar mas foi em vão. Percebi que tanto eu como ele estávamos nos divertindo nessa situação.

- Vem me pegar vacilão, não quer assistir o canal do boi, então olha o controle aqui na minha mão? – disse em meio aos risos, ele ficou com raiva e pulou o sofá, eu fechei a cara mas logo ri e desviei dele – olé touro – corri deixando ele com mais raiva ainda.

- Para de graça Fernando, é legal esse programa me dá o controle, você vai gostar – disse ele sentando no sofá e aproximei dele e mexi com ele.

-Nem nos meus piores dias – disse. Ele parou e se sentou no sofá.

- Qual é cowboy, desistiu mesmo – debochei de, Felipe me encarou e então deu um pulo do sofá quase me agarrando, eu corri mas por pouco, ele se jogou em cima de mim me fazendo cair de barriga no tapete da sala. Não me machuquei, mas o peso do Felipe por cima de mim doeu.

- Agora você não foge de mais de mim, Fernando – disse encostando os lábios meu ouvido, senti seu hálito quente com cheiro do café ainda, seu corpo quente sobre o meu, me arrepiei todo pois a ereção dele pressionava minha bunda e pude ter certeza que fazia movimentos de vai e vem enquanto eu me debatia e tentava me soltar.

- Me solta cara - reclamei, Felipe me segurou pelos braços me dominando, ele ria.

- Não solto – eu ainda tentei me soltar mas ele ria mais e mais e eu acabei caindo na risada também – me dá o controle Nando - ele acabou pegando o controle da minha mão, mas eu não soltei e nessa nossa briguinha ele se esticou ficando com seu rosto colado ao meu, nossos lábios muito perto um do outro, perigo! Vendo que não teria saída eu desisti e soltei o controle deixando ele pegar.

- Vem Nando – ele se levantou meio sem graça e se ajeitou, eu fiquei no chão pensando no que tinha acontecido. Felipe me deu a mão pra me ajudar a levantar mas eu neguei e me levantei sozinho me ajeitando e passando por ele sentando no sofá tenso pelo ocorrido.

- Pronto! Pode assistir seu programa – exclamei indiferente vendo ele se sentar ao meu lado.

- Eu te machuquei? Desculpa cara, a casa é sua e eu todo esparramado, eu nem devia estar assistindo isso, toma pode colocar de volta no desenho – ele me entregou o controle preocupado, Felipe se aproximou de mim mas eu me levantei.

- Não tudo bem, assiste aí que eu vou tomar água, já volto – me levantei e Felipe veio atrás de mim, segurando no meu ombro.

- Está tudo bem mesmo, tem certeza que eu não te machuquei não? – perguntou de novo.

- Não – respondi sorrindo – agora volta lá e assiste o leilão de gado – apontei pra Tv. Felipe sorriu e voltou pra sala, ele mudou pro desenho e fez sinal com a cabeça pra mim ir assistir com ele.

- O que está acontecendo comigo? – sussurrei a mim mesmo. Voltei pra sala e tentei me distrair, parece que funcionou.

Meia hora havia se passado, deixei Felipe assistir o leilão que ele tanto queria e enquanto me explicava como funcionava comeu quase todos os pães de queijo além de contar como estava nervoso em tocar a loja sozinho, que era uma responsabilidade grande, mas que estava empolgado, eu tentava acalma-lo e assim íamos conversando.

A campainha tocou, me levantei pra abrir a porta mas antes pedi a Felipe pra botar assar mais pão de queijo pois eu estava com fome e Cibele deveria estar também. Abri a porta e vi uma Cibele séria, abatida, com olheiras e olhar aéreo.

- Nossa, até que enfim você chegou Cibele – disse abraçando ela assim que fechei a porta da sala –achei que alguma coisa tinha acontecido – completei.

- Tive um contratempo – respondeu ela me olhando nos olhos um pouco nervosa, ela olhou Felipe e fez cara de surpresa e riso ao ver sua roupa – Como vai Felipe? Que roupa é essa? – Perguntou.

- Vou bem obrigado – Respondeu frustrado – Essa roupa é o uniforme da loja, mas mudando de assunto Bel, você está pálida, está acontecendo alguma coisa? – ele franziu a testa. Felipe só chamava ela assim quando estava chateada e precisando de um ombro amigo.

- Está! – exclamou ela largando sua bolsa na mesa – está tudo uma droga gente – cuspiu ela

- Venham, vamos nos sentar – apontei pro sofá da sala - Cibele vou pegar um copo de água pra você, está ofegante – fui em direção a cozinha.

- Se você tiver algo mais forte como vodca ou tequila eu aceito Fernando – disse ela, eu olhei surpreso, o negócio não estava bom pra Cibele chegar e pedir algo forte logo de cara.

- Vou te dar coca, você não vai beber não Cibele – disse abrindo a geladeira. Ela assentiu e então voltei com três copos cheios de coca e depositei em cima da mesa.

- Delícia – disse Felipe dando um gole.

- Devagar Felipe, tem mais lá na geladeira – nós três rimos, mas logo o riso cessou. O clima pesou, Cibele tentava tomar coragem pra começar a contar pra gente, ela revezava seu olhar entre eu e Felipe, nós dois olhávamos ela e nada falávamos, eu estralava os dedos nervoso, Felipe batia o pé no chão, por longos 4 minutos ficamos assim.

- Fala logo Bel! – exclamou Felipe impaciente.

- Calma porra! – exclamei – dá um tempo a ela Felipe, não força cara – ele sentou de novo e cruzou os braços emburrado – desculpa, foi mal – pedi sem graça e ele balançou a cabeça aceitando.

Cibele se levantou do sofá, andou de um lado pra outro, eu olhava Felipe e ele me olhava, nos questionávamos pelo olhar. Cibele então encarou nós dois.

- Há quanto tempo a Ágatha supostamente é nossa amiga meninos? Uns 5, 6 anos? – perguntou Cibele como se fosse um interrogatório.

- Mais ou menos isso não é Felipe? – perguntei, ele me olhou sério e afirmou.

- Sim, mais ou menos isso, lembro que ela virou nossa amiga um pouco depois que eu virei amigo de vocês dois, lembra que antes eu... – interrompi Felipe.

- Não vamos falar disso, vamos focar na Ágatha – ele se referia a época que praticou bulling comigo, era doloroso pra ele falar disso, pra mim nem tanto, tinha um demônio maior pra enfrentar, mas pra Felipe era uma das coisas que ele não poderia apagar da vida como ele mesmo dizia.

- Tudo bem – concordou ele sem graça – mas é isso mesmo, uns 6 anos por aí – ele franziu a testa olhou pra Cibele que foi em direção a bolsa dela e tirou o celular que de imediato eu reconheci ser o de Ágatha até por que tinha sido presente meu de aniversário pra ela.

- Ela não é nossa amiga, nunca foi! – exclamou ela se virando de supetão – parecia que nós estávamos em uma cena de novela a La anos 90 daquelas que passavam a tarde na TV aberta.

- Por quê? – perguntou Felipe sem entender.

- Ela é falsa e interesseira – cuspiu Cibele – nunca foi nossa amiga, e o pior que ela é tão burra que nem pra trocar a senha do celular ou apagar as conversas do Whats App ela presta, o que tem de vadia tem de burra – debochou ela.

- Como assim, porque você diz isso? – perguntei, eu e Felipe nos entreolhamos e rimos com o comentário dela.

- Cibele jogou o celular pra mim – peguei e fiquei olhando.

- Abra o Whats App dela, você vai ver um grupo chamado os “tops”, ai você vai entender – fiz o que ela pediu e logo que passei e li as primeiras mensagens, entendi que era um grupo que difamava os outros, falava mal e que os principais alvos eram justamente eu, Felipe e Cibele, nós éramos tratados como a “escória” e os membros do grupo se auto intitulavam “superiores”, era trágico e também cômico que só alguém muito incomodado com a gente faria isso. Olhei pra ela chocado, pois eu já sabia quem eram os três membros do grupo. Felipe que acompanhava a leitura também sacou.

- Como vocês sabem, depois que a tia Maria passou a morar com o seu Antônio, eu e a Ágatha decidimos dividir um AP pra ter mais liberdade e por que com a mãe dela voltando pra Belo Horizonte ela não teria com quem morar e nem eu queria ficar de favor na casa dos outros – revirei os olhos, pois quando Maria foi de vez morar com seu Antônio eu convidei Cibele pra morar aqui e meu tio também falou que ela podia ficar na edícula mas ela não quis - ficou decidido então que nós dividiríamos tudo, contas, limpeza e até comida – Cibele nos olhou e acenei com a cabeça pra ela continuar, ela olhou pro Felipe e então prosseguiu – há umas duas semanas ela começou a mudar comigo, me tratar de maneira seca, fria, ela ainda tentava disfarçar até que teve um dia em que as amigas de curso dela foram lá pra casa estudar e quando elas pediram quem eu era vocês não sabem o que ela disse?

- O quê? – Felipe perguntou.

- Que eu era uma coitada da roça que a mãe morreu por causa de droga e que pra mora e estudar na cidade eu tinha que fazer faxina e que eu estava lá por caridade dela, pois senão teria que virar puta – Cibele estava chateada, um lágrima escorreu do seu rosto, foi automático, eu e Felipe nos levantamos e confortamos ela. Eu sabia o drama que Cibele viveu com sua mãe, ela tinha uns 8 anos quando a perdeu, eu lembro, eu passei pela mesma dor e a ajudei a passar a dela, era muito fácil os outros falarem, julgarem sem saber realmente o que ocorreu.

- Como assim Cibele? – perguntou Felipe apreensivo – que filha da puta, ela sabe que não pode falar de você, como ela teve coragem de falar isso pra elas na sua frente? – se exaltou ele.

- Calma Felipe – pedi a ele – deixa ela explicar, até por que hoje todo mundo tem redes sociais, será que elas não sabem da onde você veio – tentei argumentar.

- Sei lá Nando, não foi na minha frente, eu estava no quarto e ouvi quando fui tomar água, eu fiquei tão chateada mas não deixei me abater, fingi que nada tinha acontecido, mas fiquei com uma pulga atrás da orelha, se ela falava isso de mim, o que será que ela não falava de vocês e pior, pra quem será que ela falava – agora eu entendi por que ela e Ágatha estavam meio afastadas nos últimos dias – e você acredita que ela me trata como se nada tivesse acontecido, fazendo caras e bocas, faz mais de uma semana que estou querendo enfiar a mão na cara dela – gesticulou ela.

- Por isso você que não foi almoçar com a gente no último sábado – olhei pra ela pasmo, entendendo tudo – você disse que ia pra casa do Celso, mas na verdade você não queria era ficar perto dela acertei? – estava esclarecido.

- Sim – afirmou ela mordendo o lábio pensativa – eu estou evitando o máximo ficar perto dela, a minha sorte é que meus horários de aula não estão batendo com o de vocês, então não olho muito pra ela – completou.

- Pô Cibele, por que você não contou pra mim e pro Fernando, nós somos seus amigos, estamos aqui pra te dar apoio, você não precisava sofrer sozinha – me virei surpreso, geralmente Felipe era o mais calado nessas horas, ele me olhou a sorriu assentindo com a cabeça. Ela sorriu e então tirou um pen drive da bolsa e mostrou pra gente

- Tem mais coisa não é? – perguntei, ela afirmou que sim com a cabeça pra mim e Felipe.

- Tem – afirmou ela – posso usar seu notebook Fernando, na pressa deixei o meu em casa, quero mostra uma coisa pra vocês – justificou.

- Pode, está na minha mochila ali na cadeira – apontei.

- É, acho não vamos a aula hoje, não é mesmo? – perguntou Felipe me cutucando.

- Não, vamos ficar aqui, ela precisa da gente a não ser que você tenha aula importante – olhei pra ela, Cibele estava digna de dó, exposta – eu ficarei aqui, vou pedir algo pra comermos mais tarde e talvez uma bebidinha, mas hoje eu não saio daqui – disse decidido.

- Bom, se vocês ficam eu também fico, vou ligar pra um colega meu pegar a matéria pra mim, um por todos e todos por um não é? – eu assenti e sorri pra ele que pegou seu celular e foi até a porta de trás que dá acesso à área de lazer. Olhei Cibele e vi que só foi ele sair da sala pra ela desabar.

- Bota pra fora – abri os braços, ela veio junto de mim.

- Ela falou da minha mãe Fernando... – como amigo eu fiz o que tinha que fazer, dei meu ombro e meu colo e deixei ela chorar, ela fez isso por mim tantas vezes, agora era minha vez. Felipe logo voltou e nos pegou naquela situação comovente ficando sem jeito. Eu sinalizei com a cabeça que estava tudo bem e ele fez sinal que ia na cozinha tomar água e pegar os pães de queijo. Enquanto ele ficou lá, me encarava pensativo me deixando sem jeito.

- Calma, isso não vai ficar assim, ela vai se arrepender – disse com raiva – eles vão se arrepender Cibele – estava decidido.

- Pessoal, tem pão de queijo quentinho, comam – disse Felipe tentando quebrar o gelo. Ele depositou o prato na mesa de centro e se sentou.

- Desculpa... – disse ela limpando seu rosto – eu desandei, tenho que me manter o foco e a calma, senão saio por aquela porta e faço besteira – ela apontou pra porta rindo.

- Relaxa – confortei ela – eu não acredito que a Ágatha fez isso contigo Bel, fez isso com a gente – estava muito chateado com ela, só chamava Cibele de Bel quando queria confortar ela, não gostava desse apelido mas abria essa exceção – coma Cibele

- Obrigado – agradeceu ela, pegamos e comemos, Felipe comeu mais um.

- Come mais Felipe, eu sei como você gosta de pão de queijo – ele sorriu balançando a cabeça e me deu um soquinho, eu retribui dando um tapa na cabeça dele. Cibele nos fitou, o que achei muito estranho.

Ficamos por alguns minutos conversando, minha ficha caiu finalmente, a amizade da Ágatha se foi e se eu tive algum tipo de carinho morreu ali.

- Tem mais Cibele? – perguntou Felipe.

- Tem – ela respondeu – particularmente sobre vocês dois – ela deu um risinho, Cibele sabia o que tínhamos feito - na sexta avisei e ela que ia pra casa, mas quando estava chegando a rodoviária e fui pagar o táxi, percebi que minha carteira havia ficado em casa, então tive que voltar. Quando cheguei, ao abrir a porta havia roupas de homem espalhadas pela sala, gemidos vinham do quarto de Ágatha e também risadas, digo... gargalhadas, ao me aproximar da mesa e pegar a minha carteira ouvi que o seu nome e do Nando foram citados e isso me despertou uma curiosidade, como não fui notada pois entrei devagar e pelo barulho deles no quarto não iriam me ouvir, aliás ninguém no prédio me ouviria, então quando me dei conta de quem é que estava com Ágatha no quarto quase cai pra trás – ela encarou eu e Felipe e pegou em nossas mãos – era o Ricardo e o Anderson – disse ela decepcionada, a feição de Felipe mudou de curiosa, pra de raiva, era muita informação pra mim.

- Você quer dizer que além dela estar nos difamando via Whats App ela ainda está dando pros meninos que fizeram da nossa vida um inferno na escola Cibele? – perguntei pasmo.

- Sim – afirmou ela.

- Eu não acredito – disse Felipe com a mão na boca visivelmente decepcionado. Esses dois caras eram amigos do Felipe na época da escola quando ele praticava bulling comigo, quer dizer nunca foram amigos dele realmente.... Quando Felipe se arrependeu e virou nosso amigo ele deu uma bela surra neles pra me proteger, ele acabou virando motivo de chacota também, mas muitas vezes quem segurou a barra dele fui eu, inclusive partindo pra agressão física com um deles. Aprendi a me defender dos dois idiotas, encontrei eles na faculdade no primeiro período e quando vieram pra fazer graça comigo eu dei um recado – eu achei que eles tinham nos deixado em paz, inclusive me cumprimentavam quando passavam por mim – ele estava decepcionado.

- Era tudo fachada Felipe – explicou ela – eles te enganaram, nunca foram seus amigos, ele estavam zoando com sua cara – Felipe ficou sem graça.

- Que vadia – sussurrei - eu sabia que Ágatha estava de paquera com alguém, aliás, posso comentar com vocês, mas ela só não dava pro sapo por que não sabia qual era o macho, mas ela nunca me falou nem mostrou quem era – balancei a cabeça pasmo.

- E o pior é que eles falavam de vocês – disse ela nos olhando – ouvi eles ofenderem vocês, piadinhas pelo fato do Felipe ser da roça e sempre ser espontâneo e de você por causa do seu peso e por ser gay, chamando você de bicha baleia, insinuaram que vocês tem um caso, que o Felipe devia comer você por pena e que você pagava pra isso acontecer Fernando, a Ágatha ainda disse que o Felipe não quis ficar com ela por sua causa, que andando com um gay você virou um – Cibele falou com pesar, fiquei envergonhado.

- Eles estão mexendo com a pessoa errada, aliás, com as pessoas erradas, isso não vai ficar assim não, eu vou quebrar a cara deles, isso não se faz – Felipe fechou o punho, ele tremia e estava ficando vermelho, eu botei minha mão em seu ombro pra acalmá-lo.

- Calma Felipe – eu respirei fundo e pedi, ele me olhou com raiva mas eu sorri e ele foi se acalmando, Cibele nos observava boba– nós vamos resolver isso, não vai ficar barato isso não, pode ter certeza, o mundo dá voltas, a minha vontade era quebrar a cara dos dois, deixar eles sangrando, quem eles eram pra sair julgando e falando da gente, els iam pagar – completei com sorriso maldoso.

- Vou pegar o notebook Nando - ela foi até a mochila, pegou o note e inseriu o pen drive nele. Nós três nos sentamos no chão e colocamos meu notebook na mesinha de centro. Quando abriu os arquivos do pen drive ela me pediu pra abrir a pasta chamada: “Minhas notas de aula” e dentro dessa pasta tinha uma outra com o nome “Imundos” que me chamou a atenção, Cibele me olhou era isso que ela queria me mostrar.

- Abra essa pasta Nando – pediu ela – eu já sei vi o que tem ai, vocês deve saber também.

- Sim – respondi e olhei pra Felipe. Aqueles olhos realmente são grandes e expressivos - Vamos descobrir Felipe? – olhei sério pra ele que assentiu.

Nós dois então sentamos no chão, Cibele ligou a TV e ficou no sofá assistindo um programa culinário enquanto comia. Entre os 5 arquivos havia um de vídeo que por curiosidade eu abri. Ao iniciar o vídeo reconheci a fachada da minha casa e a voz da Cibele dizendo que aqui morava uma bicha suja e que aqui era palco de orgias e pecado, que o meu tipo de gente devia morrer ou ser matado. Fiquei puto com as palavras dela, mas fiquei mais puto ainda quando percebi que ela entrou dentro da minha casa e me filmou transando com o Felipe. Minha cara caiu no chão, Felipe me olhou vermelho de vergonha e quando quis tirar o vídeo ele não deixou. Olhei Cibele que sorriu pra mim com cara de safada me deixando mais desconfortável ainda. Pelo ângulo em que foi filmado era possível a gente ser visto mas não era possível ver ela. Enquanto transávamos ela falava baixo no vídeo dizendo que era a visão do inferno, que éramos imundos, que só faltava a empregadinha estar ali na orgia.

- Deixa rolar o vídeo Fernando – pediu Felipe, eu fiquei sem graça e levantei, mas ele me segurou pelo braço me fazendo sentar – fica ai, se eu fiz algo com você não foi por dinheiro, nem por obrigação, e eu acho que esse vídeo e a nossa performance nele mostram muito bem isso – eu olhei pra ele envergonhado, mas Felipe me acalmou com um sorriso, Cibele me fitou, eu sabia o que ela queria perguntar.

- Eu não acredito que ela fez isso com e gente Felipe, e se alguém viu esse vídeo cara, nós estamos ferrados – eu estava nervoso.

- Se alguém ver, vai saber que é um amigo dando carinho a outro – justificou ele – e se alguém achar ruim que se foda – esbravejou ele.

- Não viaja Felipe, você quer ficar com fama de gay – alterei minha voz.

- Não me importo, se eu fiz foi por que eu quis, ninguém me obrigou – ele estava ficando louco, será que só eu tinha a real dimensão do que acontecia.

Me levantei e peguei meu celular, Felipe veio atrás de mim.

- O que você vai fazer Fernando? – perguntou sério.

- Vou ligar pro meu tio – ele tirou meu celular da mão e cancelou a ligação – ei por que você fez isso Felipe, está ficando doido? – ele fechou a cara e me puxou até o sofá.

- Me ouve Fernando, nós vamos resolver isso, primeiro nós vamos terminar de ver o que tem aqui, depois eu te deixo ligar ok? – espera aí, Felipe sendo sensato, eu sendo imaturo?

- Tudo bem – ele me devolveu o celular e eu guardei no bolso – eu ia ligar pra ele por que é bem provável que iremos precisar de um advogado, se nossa imagem foi exposta nós vamos sair prejudicados – justifiquei.

- Se acontecer isso, nós vamos acabar com a raça deles Fernando, eu te prometo isso, agora vamos terminar de ver – disse ele abrindo os outros arquivos.

Após analisarmos os arquivos, descobrimos que além do vídeo, Ágatha tirou a foto de mim dando um murro no Felipe, mas me arrepiei quando vi a foto de Giovanna e sua amante. Felipe me olhou com surpreso, não contei a ele e nem a Cibele.

- Isso aconteceu no sábado enquanto almoçávamos, eu encontrei elas por acaso e fui conversar, eu não contei pra vocês gente pois ela me pediu segredo. Como é que você conseguiu essas imagens? – perguntei a ela.

- Fácil, eu sempre vejo a Ágatha tirar esse pen drive de um esconderijo, sempre deixei passar pois não era problema meu, mas dessa vez minha intuição me fez pegá-lo e hoje na hora do almoço tive essa chance e peguei, Ágatha estava no banho e essa foto estava aberta no notebook, ela ia editar pra enviar por e-mail pro Anderson mas não enviou, vi o celular na mesa e o Whats dela apitando, se você ler ela diz que irá enviar a foto dos sapatões. Na hora que abri as mensagens ficou tudo claro, peguei o celular dela, olhei rapidamente o conteúdo do pen drive e sai. Fui pro estágio e te liguei. Nessa hora é provável que ela saiba que nós estamos olhando os arquivos dela tanto no celular como no pen drive, como ela é administradora do grupo não pode fazer nada, os membros do grupo não saíram ainda, ela não deve ter avisado eles, além disso já copiei tudo pro meu not e pro meu celular, mesmo se eles apagarem estarão encrencados – sorriu com malícia.

- Ela não é tão burra assim, ela deve ter sacado já – disse Felipe com raiva.

- Será? – perguntei, era bem provável que sim.

- Acho que sim – Felipe estava frio, sério, ele se levantou e pegou as chaves do carro – vou sair, resolver um negócio, depois eu volto – foi em direção da porta.

- Aonde você vai? – perguntei com medo dele sair a fazer besteira.

- Vou fazer uma visita pros meus antigos amigos, está na hora de dar oi – sorriu com malícia, seu olhar estava distante, frio.

- Não vai não, você vai acabar se prejudicando cara – segurei pelo braço.

- Me solta Fernando, você sabe que não vai me segurar aqui, eles merecem uma surra, me solta – exigiu ele se debatendo com raiva.

- Não vou te soltar – retruquei ele – senta ali, se acalma por favor – pedi a ele.

- Fernando, se você não me soltar eu vou te machucar cara – pela primeira vez em anos eu olhei nos olhos de Felipe e vi o olhar do meu algoz, do menino que me agredia.

- Não vou... – não terminei a frase, Felipe me empurrou com raiva e eu cai batendo as costas no sofá, meu grito de dor fez ele acordar de um transe. Cibele olhou com raiva pra ele e veio me ajudar. Felipe me olhou assustado, confuso ele se aproximou pra me ajudar, estava preocupado.

- Felipe! – Ágatha repreendeu ele.

- Desculpa eu... – não deixei ele terminar, eu era vítima também.

- Sai daqui! – exclamei, ele me olhou incrédulo – some da minha casa, agora! - estourei, como ele podia fazer isso comigo, eu estava tentando ajudar.

- Desculpa – ele me olhou com carinha de cachorro abandonado e saiu, eu podia ter relevado mas os ânimos estavam exaltados e eu estava nervoso também, eu só queria ajudar.

Ouvi os pneus cantarem e corri em direção a janela, ainda consegui ver seu carro sumir de vista, ele estava rápido, fiquei preocupado, preciso do tio Geovane. Quando voltei minha atenção a Cibele ela me encarava séria cm as mãos na cintura, fiquei envergonhado.

- Que porra que está acontecendo com vocês Fernando, vocês transaram e pelo vídeo percebe-se que os dois estavam gostando, depois vejo troca de olhares diferente entre vocês, Felipe te encara com olhar de desejo e você parece não perceber, senta aqui quero saber de tudo – bateu ela no sofá.

Eu então sentei contei a ela tudo sobre a noite com Felipe, também contei sobre o final de semana, Cibele hora ria, hora me fitava e hora ficava surpresa pois tive que contar sobre meu fetiche, em nenhum momento me olhou com nojo ou me julgou. E senti seguro pra contar os detalhes sórdidos da transa, sempre com ela me incentivando se surpreendendo e rindo, quando vi já eram quase sete horas da noite.

- Olha a hora Cibele – apontei pro relógio.

- Que loucura Fernando, você e o Felipe, nossa! – exclamou pensativa com um leve sorriso.

- O pior você não sabe Cibele – ela me olhou.

- Tem mais? – perguntou curiosa.

- Tem, hoje a tarde eu fui a academia e quando cheguei na sala das esteiras adivinha quem encontrei lá? – perguntei, ela botou a mão na boca.

- O Marcos! – exclamou ela.

- Não - ri da reação dela – foi o Luiz, ele estava lindo, meio suado, ele puxou papo comigo e eu destratando ele, ele cobrou o trabalho que vou entregar sexta e ficou me encarando, o clima ficou estranho, depois não vi mais ele mas a hora que estava na sala de musculação ele apareceu, ficou enciumado com o personal trainner que estava falando comigo e quando eu fui pro vestiário ele veio tirar satisfação – ela não piscava prestado atenção – sabe Cibele, eu fui mal educado de novo e quando estava indo a recepção pra vim embora tive uma momento de reflexão e decidi que era hora de seguir em frente, que era hora de quebrar esse clima, voltei lá e disse que o perdoava, que era para passarmos uma borracha em tudo, eu tenho que aprender a perdoar – ela concordou.

- E aí? – perguntou ela com a mão no queixo.

- Ele me beijou, um beijo gostoso e urgente – lembrei do beijo, ela abriu a boca.

- E aí, vocês se acertaram? – ela estava quase em cima de mim.

- Não, pedi pra irmos com calma, como amigos pois assim é melhor e por que não sinto mais o que sentia lá atrás pelo Luiz – Cibele quase caiu do sofá com essa revelação, eu não acreditei que estava dizendo isso mas era verdade o beijo foi bom, mas eu não sentia nada mais pelo Luiz, pelo menos não amorosamente falando.

- Isso está melhor que novela mexicana, Nando não me diga que você está gostando do Felipe? – perguntou séria.

- Não, só que eu me dei conta que o encanto se quebrou – Cibele botou a mão na boca.

- Você nunca amou o Luiz? – perguntou ela.

- Acho que nunca foi amor pelo Luiz e se foi, foi amor de pica – eu e ela rimos – acontece que não sinto as famosas borboletas no estomago por ele, meu coração até bateu forte por ele já, mas acho que o tipo de amor que tenho pelo Luiz é fraterno, eu sou muito novo e ele foi o cara que correu atrás de mim, hoje descobri isso foi admiração – franzi a testa.

- Fernando, você sabe que o Luiz te ama, ele vai sofrer muito, vai ter uma hora que você vai ter que contar pra ele você sabe né? – perguntou ela.

- Sei sim, vou fazer isso logo, mas tenho medo dele se machucar, tenho medo de magoá-lo, por isso tenho que pensar em como fazer isso sem sair machucado e nem machuca-lo – respondi, estava pensativo, preocupado com Felipe.

- Agora mudando de assunto, lembra quando o Felipe estava namorando a Clarissa? – assenti com a cabeça, lembro que ela terminou com ele por que ele me defendeu do primo dela que me chamou de bicha pão como ovo, ele ficou mal por algumas semanas – sabe como ele olhava pra ela não é, com desejo, com luxuria, você lembra né? – completou.

- Lembro – respondi – aonde você quer chegar? – perguntei desconfiado.

- O Felipe está te olhando desse jeito, ele está apaixonado por você – disse tranquilamente.

- Para Cibele, não inventa coisas, o Felipe sempre me olhou desse jeito, tanto pra mim como pra todo mundo além disso estamos mais íntimos pois você mesmo viu no vídeo o que fizemos – ela ficou vermelha, pois eu não parava de rir.

- Não Fernando, ele estava te olhando sim, as trocas de olhares com cumplicidade de vocês quase me fizeram segurar vela aqui a tarde, a troca de carinho de vocês, ele te encarando e quando te empurrou por que ficou nervoso e voltou a si você viu sua expressão? Ele quase chorou na sua frente quando você expulsou ele de casa– está bem, alguma coisa estava acontecendo sim.

- Cibele, ele transou comigo por que disse que eu precisava, que era a maior prova de amizade dele pra mim, que eu estava triste por causa do Luiz e que ele tinha curiosidade em ficar com outro homem – me senti um completo idiota usando esse argumento – não tem nada de mais – ela me olhou cínica.

- Não tem nada de mais? – perguntou com sarcasmo - então tá pra não render né – ela me fitou, Cibele está ficando louca, Felipe apaixonado por mim, boba.

Decidimos mudar de conversa e comentar sobre a verdadeira Ágatha e suas maldades. Cibele ainda estava muito chateada, mas eu consegui fazer ela rir contando sobre o meu tio bêbado no domingo e sua teimosia em fazer ele comer alguma coisa. Estávamos rindo quando meu celular tocou de Ágatha tocou, quando atendi alguém falou antes.

- Alô, Ágatha – reconheci a voz, nada respondi, Anderson estava apreensivo no telefone – o Felipe apareceu lá na casa do Ricardo, de alguma maneira ele descobriu sobre as conversas no Whats App e deu uma bela surra nele, parece que até ponto ele levou, ele só parou de bater no Ricardo pois disse que já tinha dado o aviso. Ricardo não quis envolver a polícia pois você sabe que estamos comprometidos e pior, parece que o Joel estava em casa e tentou defender o irmão, acontece que ele apanhou também, cuidado pois o Ricardo acabou de me ligar, ele me disse que o Felipe entrou transtornado na casa dele, parece que estava possuído, você ouviu? – ele perguntou, coloquei no viva voz e eu Cibele rimos.

- Ouvimos sim Anderson, obrigado por me avisar, agora o próximo é você, mas quem vai te pegar e encher de porrada não é o Felipe, sou eu! – ele ficou mudo.

- Quem está falando, Ágatha que brincadeira é essa? – perguntou, ele parecia confuso.

- Aqui é a sobrinha da empregada seu bosta– debochou Cibele – não aquela vagabunda que dá pra você, aliás não me compare com ela que eu tenho nível e manda ela vim buscar o celular aqui comigo na casa do Nando, isso se ela quiser, pois senão fico com ele, estava pensando em comprar um Iphone mesmo... – nós dois rimos, eu em outra ocasião abominaria o que estava fazendo, mas dessa vez estávamos nos vingando.

- Seus filhas da puta – disse com raiva – eu vou te quebrar seu viado de merda, você e essa morta de fome aí – ele gritava ao telefone, se ele fosse sensato tinha desligado a muito tempo.

- Vem me quebrar seu bosta, que eu bem me lembro quem apanhou da última vez foi você, lembra que você chorou feito menina, depois a bicha sou eu né? – lembrei do episódio em que ele veio me humilhar, isso já no 2° ano do ensino médio e eu apliquei um golpe de muay thai nele.

- Vocês não tem provas contra a gente – disse ele.

- Pior que temos, agora da licença que se você não percebeu está atrapalhando uma noite de amigos – Cibele desligou o celular e riu.

O clima pesou, eu me preocupei com Felipe, ele podia se dar mal, ele estava fora de si. Depois que viramos amigos poucas vezes vi ele nervoso, o problema é que quando estourava ele estourava mesmo.

- Calma Fernando, ele vai ficar bem, eu não sou de violência mas ele mereceu apanhar, aliás todos eles merecem, seu eu pegar a Ágatha eu quebro ela, arranco aquele mega hair dela fio por fio – eu ri e concordei mesmo assim ainda preocupado com Felipe.

A noite chegou, eu e Cibele estávamos assistindo Os Simpsons e conversando sobre assuntos diversos, entre eles o de como nos enganamos com os outros, fomos enganados por uma suposta amiga durante 6 longos anos.

Para descontrair e melhorar o teor da conversa eu contei a ela de como meu tio ficou bêbado no fim de semana na fazenda dos pais do Felipe e de como eu tive que convence-lo a comer alguma coisa mesmo ele sendo teimoso comigo, brinquei que os papéis se inverteram, ele que devia cuidar de mim.

- O seu Geovane é uma figura Fernando – disse rindo – você acredita que ele me encontrou esses dias na rua e me pediu se eu não queria voltar a morar na sua antiga casa, que lá era mais seguro e além do mais ele não confiava na Ágatha, eu neguei e disse que ela era uma boa amiga, que idiota eu sou – parei de rir, agora eu entendia o porquê do meu tio não gostar dela, ele sempre disse que ela não era confiável.

- Ele nunca gostou dela, eu lembro quantas vezes aturou ela lá em casa e saber que muitas vezes a defendi e briguei com ele – franzi a testa.

- É, no fim seu tio estava certo, ele só quer seu bem Fernando, nisso você tem que concordar comigo – isso me fez sentir falta dele.

- Vou ligar pra ele vim comer pizza com a gente, ele vai gostar de jantar comigo e contigo, pelo menos assim não fica com chantagem comigo depois – sorri e peguei o celular e liguei pra ele.

Depois de ligar pro meu tio e ele confirmar que em poucos minutos estaria ali, liguei pedindo mais uma pizza, pois ele viria direto do trabalho pra cá e conhecendo ele, quando fica até tarde volta com fome pra casa. Voltei pra sala e terminamos de assistir o episódio comentando de como o dia foi louco e de como as pessoas se enganam em relação as outras. A campainha tocou.

- Boa noite Cibele, boa noite filhote – meu tio nos cumprimentou e me beijou no rosto assim que entrou. Sorrindo eu recebi ele com um abraço e um beijo no rosto também, ele beijou minha cabeça, sua barba fez cócega no meu rosto, ele usava o perfume que dei em seu aniversário.

- Entra tio, estamos assistindo Os Simpsons, vem assistir com a gente – eu peguei a garrafa de vinho da mão dele e levei na cozinha, ele veio atrás.

- Está tudo bem Fernando? – perguntou ele desconfiado, era impossível esconder alguma coisa do meu tio.

- Como o senhor sabe? – perguntei.

- Simples, eu te criei desde os 4 anos – falou ele chegando mais perto – então sei muito bem quando minha prole não está bem – estranhei ele dizer isso.

- Tio, sou seu sobrinho, não seu filho – franzi a testa, ele riu sem graça ficou triste.

- Sim, mas mesmo assim eu sei quando você não está bem Fernando – ele cruzou os braços ergueu uma sobrancelha irritado, esperou eu começar a falar, Geovane estava em modo advogado.

- Aqui não, na sala – meu tio me seguiu com a garrafa de vinho aberta enquanto eu ia com as taças, Cibele estava assistindo e quando sentamos parou pra nos dar atenção.

Então eu e ela contamos tudo sobre o que descobrimos hoje a tarde, ele ouvia sem piscar, hora ou outra fazendo caretas ou franzindo a testa. Parecia que eu e Cibele estávamos depondo e que ele era o delegado que nos ouvia, meu tio sério é outra coisa.

- Eu falei pra vocês dois que essa menina não prestava, que ela era problema, lembra Fernando quando eu disse que ela se insinuou pra mim e você não acreditou? Eu disse que ela não era confiável mas você disse que não, que ela era amiga de vocês e agora aconteceu isso, mas foi bom assim vocês aprendem – ele nos repreendeu como se fossemos crianças pequenas que tínhamos aprontado - mas o que me preocupa agora é o que Felipe fez, se essa tal de Ricardo quiser ferra a vida dele ele consegue já que Felipe invadiu a casa dele e o agrediu. Se vocês quiserem abrir um processo contra os três eu mesmo faço questão de acompanhar como advogado de vocês – disse prestativo, com certeza meu tio adoraria já que ele não gostava dos pais de Anderson pois por causa de um jogo de boliche eles brigaram.

- Não faremos isso seu Geovane – disse Cibele, eu concordei, uma das nossas decisões foi não nos expor mais ainda e nem causar confusão, íamos dar uma lição neles e se afastar, até por que eles tinham o rabo preso também – isso só nos deixaria exposto ao ridículo e seríamos taxado de vítimas – concordei com e cabeça, eu tio ficou pensativo.

- Meninos, fica a cargo de vocês essa decisão, se querem resolver da maneira de vocês resolvam, mas eu ainda acho que judicialmente nos daríamos bem – ele sorriu, meu tio como advogado era uma pedra de gelo, frio e calculista.

- Obrigado tio – agradeci, ele sorriu e assentiu. Após a conversa a pizza chegou e comemos em meio a risadas e piadas do meu tio, por um lado se ele era frio na sua profissão, no outro era alegre no meio dos dele como ele mesmo dizia, era amável, carinhoso e brincalhão. Já se passavam das dez horas, Cibele estava com sono e meu tio ofereceu a antiga casa dela pra ela passar a noite, ela aceitou e eu acabei ficando sozinho.

Tentei dormir mas não consegui, olhei no visor do meu celular já era quase meia noite, estava preocupado com Felipe, ainda quando estava jantando liguei pra ele mas ainda não tinha retornado as minhas ligações e nem respondido meu Whats que eu havia mandado mais cedo, eu temia pelo que poderia acontecer com ele, será que ele estava bem? Será que voltou pra casa? Eram tantas perguntas, ia acabar ficando doido se pensasse muito. Me levantei e desci pra sala, resolvi assistir televisão e ver se o sono chegava e notícias dele também. Olhando ao redor, vi seu chapéu sobre a mesa e sorri, ele ficava bonito com ele, devia ter levado junto quando saiu, bobo.

Sou tirado dos meus pensamentos pela campainha que toca insistentemente, vou correndo até a porta e pela lateral olho quem é. Ao ascender a luz tomo um susto e quase caio pra trás quando vejo Felipe com sua roupa toda rasgada e com manchas de sangue, o olho esquerdo roxo e inchado, alguns machucados nas mãos e uma das orelhas sangrando. Abro a porta imediatamente e tomo um susto quando ele me vê e me abraça forte e chora.

- Desculpa – ele desabou no meu ombro – por favor, não me manda embora, eu não quero ficar sozinho – Felipe se agarrou em mim, eu fiquei sem ação.

- Felipe, cara... – ele me interrompeu.

- Eu não queria te empurrar Fernando, eu nunca mais vou fazer isso, me desculpa, eu estava descontrolado – ele se desculpava repetidamente, seu abraço forte me agoniou um pouco, mas passei minha mãos pela sua cintura, suas lágrimas molhavam meu ombro, desciam quentes, Felipe cheirava um misto de suor forte, sangue e álcool, ele tinha bebido, meu peito nu sentia o peito quente e suado. Ele não estava se importando com o que fez com o Ricardo e sim o que fez comigo.

- Calma Felipe, calma cara, eu estou aqui – eu dizia baixinho em seu ouvido – vem, vamos entrar, você está comigo agora, está seguro – antes de fechar a porta notei que seu carro estava de atravessado na calçada do lado de fora, eu sorri, deixaria ali mesmo, quando eu acordasse trataria de estaciona-lo melhor. Entramos pra dentro de casa, pude notar suas costas pela camisa rasgada, a pancada foi feia.

Felipe se sentou no sofá, não me importei se ia sujar não, as caretas de dor que ele fazia me deixavam sensibilizado ao ponto de esquecer, o que era um sofá perto de um amigo machucado não é?

- Eles nunca mais vão mexer com a gente Nando, pelo menos o Ricardo não, ainda vou cuidar do Anderson pode deixar – ele disse pra mim forçando um sorriso, mas não conseguia sorrir completamente, pois seu lábio estava inchado, fiquei com raiva.

- Vai nada Felipe! Chega dessa violência gratuita cara – me levantei e andei de um lado pro outro da sala, ele escutava calado e de cabeça baixa – olha o seu estado porra! Você quer morrer? Você me empurra, sai daqui transtornado cantando pneu com o carro, invade a casa do Ricardo agredindo ele o irmão, você está doido Felipe? Quer ser preso? E ainda por cima chega todo arrebentado e bêbado cara, você sabe como eu estou preocupado, ainda bem que não contei pros teus pais, sua mãe teria um AVC e seu pai nem quero pensar, seu irresponsável eu já perdi meus pais, não estou pronto pra perder meu melhor amigo e ficar sozinho, ou vista-lo na cadeia – eu gritava, ele se encolheu todo assustado as lágrimas silenciosas caíram escorriam seu rosto que com isso deu a impressão de ficar mais inchado, passei dos limites mas ele mereceu.

- Desculpa, eu só queria nos proteger, eu tinha o direito de revidar cara – sentei do lado dele e o abracei, seu corpo veio todo pra cima de mim – agir é melhor que falar, pelo menos nesse caso – justificou ele.

- Vem cá – ele deitou no meu colo, seu rosto estava bem machucado, me deu muita dó de ver ele nesse estado, na verdade eu nunca tinha visto Felipe desse jeito, por um lado eu estava sendo egoísta, ele tomou porrada também, inclusive de dois caras – desculpa, só não me assusta mais assim Felipe, eu estava preocupado, você não atendeu minhas ligações, não respondeu o Whats que te mandei, eu fiquei doido cara, você sabe que pra mim você já estava ou na cadeia ou no hospital não é, você levou porrada também cara, olha teu estado – ele riu e eu sorri discretamente.

- É que eu quebrei meu celular na chora que o irmão do Ricardo veio pra cima de mim, ele me deu uma pisada mas pegou o celular e não minha perna – ele riu e reclamou de dor, eu só encarei ele e balancei negativamente a cabeça e tentei imaginar a cena – e não se preocupe, joguei meu celular fora, na verdade ali na sua lixeira – eu fiquei pensativo, estávamos realmente íntimos.

- Vem, vamos subir, você tá cheirando a suor e sangue, vamos tomar banho vem – ele riu e eu também, peguei ele pela mão e ajudei a se levantar do sofá e subir a escada. Estava preocupado, será que ele quebrou algum coisa? Será que estava com hemorragia interna, propus levar ele no hospital mas Felipe descartou a hipótese dizendo que estava bem. Não insisti.

Chegando ajudei ele a tirar a roupa, Felipe estava sujo mesmo, primeiro tirei sua camisa suja e joguei na lixeira, na hora de tirar suas botas o cheiro dos pés dele subiu, não tão forte como no dia que transamos mas ainda assim meio forte, mas devido a situação não me excitou, ele ainda riu e mexeu os dedos brincando com isso, mas olhei pra ele o repreendendo, tirei sua meias, calça e cueca e enfiei ele de baixo do chuveiro. Enquanto ajudava ele a se ensaboar e a tomar banho ele ria e brincava me jogando água, nem machucado ele perdia o riso. Felipe estava visivelmente alterado, a água descia com sangue e sujeira, sua orelha ainda sangrava o que me preocupou um pouco, eu nunca imaginei que iria dar banho no meu melhor amigo todo arrebentado, era algo no mínimo peculiar. Quando acabou, ajudei ele e se secar e emprestei uma roupa minha pra ele vestir já que a sua joguei no lixo, ele ainda pegou a fivela de prata e retirou do pedaço de couro que um dia foi cinto e guardou. Depois que coloquei ele na cama sentado, olhei na internet o que poderia usar como curativo pro olho roxo e pra orelha cortada dele. Após fazer o curativo ele me olhou nos olhos.

- Eu disse que você ia cuidar de mim – ele riu.

- Bobo, mas não precisaria se você fosse menos esquentadinho, quem tem sangue italiano sou eu Felipe – fitei ele.

- Você sempre vai cuidar de mim cara? – perguntou ele com um brilho nos olhos. Que porra que está acontecendo?

- To vendo que sim né – fitei ele que sorriu.

- Nando, eu tô com fome – disse com carinha de dó, eu respirei fundo, a noite ia ser longa.

- Claro que está, se não estivesse iria te levar no hospital achando que algo estava errado contigo – balancei a cabeça – fica ai que eu vou esquentar pizza pra você – ele ficou animado e tentou levantar da cama.

- Fica ai, não levanta não, eu vou buscar a pizza pra você – desci as escadas puto e fui a geladeira.

- Traz coca também – gritou ele lá de cima a hora que eu estava ligando o micro-ondas. Contei até dez, Felipe doente ou machucado era pior que mulher grávida.

Após Felipe comer liguei pra Cibele e pro me tio e avisei que Felipe estava comigo. Depois dele comer a pizza e conversar comigo sobre a briga e sobre tudo o que aconteceu no último dia resolvemos dormir. Dormimos na mesma cama, estava quase pegando no sono e quando me dei conta Felipe me puxou pra dormir junto dele, foi estranho, pois eu gostei, já havia dormido assim com ele no sábado, me aninhei em seu peito com cuidado pra não machucar ele e rapidamente dormi.

Quando acordei de manhã Felipe não estava mais na cama, procurei ele pela casa e em cima da bancada da pia ele me deixou um bilhete dizendo que iria pra faculdade resolver um problema e que depois ficaria o resto da semana na fazenda se recuperando. Fiquei aliviado pois assim ele não resolveria bater mais em ninguém, não se machucaria e também pelo fato de ter seus pais perto que botariam um pouco de juízo na cabeça dele.

A quinta passou voando. Na parte da manhã Cibele ligou me aviando que esteve com Maria no apartamento para buscar suas coisas e nem sinal de Ágatha, ela por via das dúvidas foi no quarto conferir e notou que as roupas dela tinham sido retiradas do armário e seus objetos também, minha esperança era encontrá-la a noite na faculdade, mas quando fui procurar ela em sua sala de aula quebrei a cara, uma colega avisou que Ágatha tinha ido viajar às pressas e que por isso tinha trancado o curso na faculdade ontem a noite ainda. Não me surpreendi com a atitude dela e sim com a rapidez que ela fez isso, com certeza teve ajuda de alguém, desconfio que tenha sido da mãe dela, Ágatha era uma das minhas grandes amigas mas eu sempre notei que ela gostava de usar as pessoas, principalmente homens, ela era interesseira, isso deve tela ajudado na hora de dar no pé e eu também logo imaginei isso quando acordei hoje e seu celular havia sido bloqueado por alguém ou por ela mesmo.

Estava sentado na cantina tomando um suco no e lendo um livro que Luiz pediu quando Ricardo mancando e Anderson chegaram querendo conversar. A princípio desconfiei e disse que não queria papo com eles mas vi pela cara de desespero dos dois que eu podia tirar vantagem disso. Então permiti que sentassem e na meia hora que eles conversaram comigo me entregaram Ágatha de bandeja, não só ela como eles também. Descobri que desde os tempos de escola ela só se aproximou de mim por interesse, ela inventava fofocas, tentava criar intrigas entre eu e os meus amigos, insinuava que eu tinha doenças, que tinha um caso com Felipe e com um professor de Educação Física, que ela ainda por cima era prima de Ricardo e mantinha um relacionamento com os dois, mas nada me surpreendeu tanto do que saber que ela era garota de programa desde os 15 anos e que fazia de tudo pra conseguir dinheiro, minha boca foi ao chão.

Os meninos me garantiram que nunca postaram nada na web, que nos difamavam só entre eles pra não acontecer o pior e que Ágatha iria chantagear Giovanna com a foto dela beijando outra mulher, mas que depois desistiu pois eu ia desconfiar dela, tudo isso em meia hora. Depois eles me prometeram que não fariam mais nada e inclusive me deram o número do outro celular que ela tinha, eu sorri com malícia, os dois não passavam de fantoches na mão dela e no fim iam me dar justamente o que eu queria. Depois que saíram prometendo nunca mais me incomodar, não sei mas vi sinceridade no olhar deles, isso veríamos com o tempo mas tinha certeza de que não fariam pois falei que como tinha dinheiro e era influente eles pagariam caro se fizessem algo comigo e contra meus amigos.

Com o número de Ágatha em mãos eu liguei pra ela.

- Alô – ela atendeu, o engraçado é que ela sabia que era meu número.

- Oi amiga! – exclamei debochando dela.

- O que você quer Fernando? – perguntou seca.

- Eu quero avisar que não vou fazer nada contigo apesar da senhora estar merecendo muita porrada sabe, mas seu primo e o amiguinho dele me prometeram que vão me deixar em paz, então decidi ligar pra você já que eles deram seu número pra mim – vi ele bufar de raiva – que feio fugir, logo você que é tão descolada, estou decepcionado com a senhora nem pra dar tchau – ela estava nervosa.

- É isso, me ligou pra rir da minha cara? – perguntou seca.

- Não sua piranha – mudei meu tom de voz, estava frio e seco – deixa eu te dar um recadinho, se eu souber que você fez algo contra eu, o Felipe e a Cibele eu vou até BH e te quebro está me entendendo? Eu acabo com sua raça, você não vai saber da onde veio o que te acertou, então querida você se cuida, fica esperta pois em cada esquina que você virar eu posso estar te esperando e cuidado pra não pegar uma DST por aí vagabunda e mais um coisa, se você vier em Uberlândia passe longe de Cibele, ela adoraria arrancar seu cabelo... – fui interrompido.

- Você não tem nada contra mim – argumentou ela.

- Na verdade sim, tenho todas conversas e o material do pen drive, a sobrinha da “empregada “como você se referiu a Cibele é esperta, ela deu print em tudo, inclusive tem foto de vocês, então Ágatha cuidado... – fui interrompido.

- Ok Fernando, você venceu, não me meto mais com vocês, mas você me deixa em paz também, estamos entendidos? – perguntou ela mostrando desespero e impaciência.

- Ótimo, boa garota era isso que eu queria ouvir – ela devia estar puta no telefone – agora suma da minha vida e faça direito pois puta recebe por hora... – desliguei o celular na cara dela. Fui baixo? Fui, mas estou vingado, depois dessa ela vai pensar duas vezes em mexer comigo ou com meus amigos.

Depois dali fui direto pra casa, estava feliz cheguei, tomei um bom banho e fiquei mais de uma hora conversando e rindo com o Felipe pelo Skype, ele ainda sentia dores mas sua mãe cuidou dele e seu rosto estava voltando ao normal. Ele ainda me falou que foi no médico, passou a conversa que caiu do cavalo e parece que o médico teve que engolir. Fiquei mais tranquilo pois no fim queria esquecer essa história, queria seguir em frente. Cibele me ligou e disse que aceitou ir morar com Maria na casa do seu Antônio, parece que tudo estava voltando ao normal. Liguei pro meu tio avisando que conversei com os dois meninos e com Ágatha e ele ficou uma fera por não ter chamado ele pra ir junto. Falei pra ele que eu queria resolver sozinho que se o caldo entornasse ai sim poderia intervir mas por enquanto não.

A sexta chegou, eu acordei me sentindo leve como se um peso enorme tivesse saído da minhas costas. Durante a parte da manhã fiz alguns trabalhos exercícios de aula e limpei a bagunça de ontem. Marlene a irmã de Maria veio na parte da tarde. Eu já conhecia ela então foi tranquilo conversar sobre o trabalho, em 15 minutos já estávamos estabelecendo regras e horário de serviço, decidi pegar ela três vezes na semana já que a casa era pequena e eu mesmo podia limpar nos dias que ela não vinha.

- Maria disse que você gosta de galinhada Fernando – ela sorriu, a meu ver sempre achei as duas parecidas. Marlene era mais nova, uns 45 anos, solteira, cabelos pretos, tom de pele levemente mais claro do que de Maria, enxuta e sempre sorrindo, ajudou Maria a cuidar de Ágatha, como ela mesmo disse nasceu pra ser tia e não mãe, dei risada dela por causa do comentário.

- Gosto sim, mas não tenho frescura pra comer, até por que o meu tamanho me entrega – sorri e alisei a barriga que não era grande mas também não era sarada.

- Bobo – ele gargalhou.

A aula de sexta a noite foi mais tranquila. Luiz não tirava os olhos de mim, mas diferente de antes não sentia absolutamente nada a não ser simpatia. Acho que ele percebeu e também não forçou nada, seus olhos brilhavam toda vez que ele olhava o celular o que me deixou desconfiado. No intervalo eu e ele lanchamos junto,

- Gostou da aula Fernando? – perguntou ele sorrindo.

- Sim, muito proveitosa, você falando sobre processos foi bem convincente, você sabe explicar muito bem – ele agradeceu.

- Que bom que um dos meus melhores alunos acha isso – ele me fitou.

- Para com isso Luiz, na sala tem mais 35 bons alunos, não sou o melhor – cruzei os braços e sorri discretamente.

- Pra mim você é! – exclamou ele.

- Sabe Luiz, eu não gostaria de perder sua amizade – ele voltou sua atenção em mim.

- E não vai – disse me encarando.

- Mas eu não sinto mais aquilo que sentia por você, me desculpa cara eu não consigo mais sentir nada além de amizade e carinho e antes de te machucar prefiro cortar o mal pela raiz – ele me olhou como se esperasse aquilo já.

- Fernando, relaxa – ele estava calmo e sorria – aquele dia na academia só serviu pra nos mostrar que somos melhor como amigos do que como namorados ou amantes, naquela tarde eu tive a certeza de eu também estava confuso em relação aos meus sentimentos e fiquei com medo da reação que aquele beijo causaria em você, me desculpe mas no momento de alegria do seu perdão me exaltei, fiquei com medo, mas após você me falar que era melhor irmos devagar e continuar como amigos eu me convenci de que você também se desapegou – ele agora estava sério – e sabe que eu descobri que o meu grande amor sempre esteve perto, e eu só tive a certeza desse sentimento quando ele precisou do meu ombro pra desabafar – Luiz sorris, seu olhar estava longe.

- Quero conhecer essa pessoa, promete que vai apresenta-la antes pra mim? – abri um sorriso – boa sorte na sua conquista, espero que consiga o seu final feliz.

- Espero que você não deixe escapar o seu Fernando – ele me fitou.

- Do que você está falando Luiz, eu não tenho ninguém – afirmei a ele.

- Você que não quer enxergar, mas tem sim – ele me olhou como se fosse óbvio – Fernando, é o Felipe, ele te ama, basta ver como ele te olha, como ele fica ao seu lado, como ele te protege e fora o fato que ele deve morrer de ciúmes de mim não é? – ele riu.

- Deixa de ser bobo, ele é meu amigo – argumentei.

- Sim, mas amigos se apaixonam, você bem sabe que toda forma de amor é válida Fernando, não de uma de antiquado agora por favor – fiquei pensando, será que Felipe tem um sentimento maior por mim.

Voltamos a aula e eu fiquei com isso na cabeça o resto do horário ao ponto de não prestar mais atenção em nada que Luiz explicava. De táxi fui pra casa e a noite me revirei na cama pensando nisso, eu ia ficar maluco, Felipe apaixonado por mim? Será? Na quarta ele estava bem soltinho, mas será que não era brincadeira. Perdi a noite de sono pensando nisso tanto que só acordei sábado depois das duas da tarde.

O fim de semana passou sem nada de interessante, apenas no domingo que eu fui almoçar no seu Antônio a convite dele e de Maria e por infeliz coincidência acabei encontrando meu primo lá. O engraçado é que ele me cumprimentou normalmente e não me olhou de cara feia, eu estranhei. O resto da tarde caminhei com Cibele e falei com Felipe no Skype, ele ainda se recuperava de quarta e estava brabo pois sua mãe não deixou ele montar em seu cavalo. Enquanto falava com ele foi inevitável não pensar no que Luiz me disse. Sorri.

- Eu gosto de quando você sorri Nando – disse Felipe, eu fiquei com vergonha – você feliz me deixa feliz – completou.

- Eu também gosto do seu sorriso, é tão inocente e cativante – falei demais, agora era Felipe eu estava envergonhado.

- Eu estou sentindo sua falta cara – ele baixou a cabeça envergonhado – você podia ter vindo pra cá hoje passar o dia comigo – Felipe era bom na chantagem.

- Eu fui almoçar com a Cibele e a Maria – ele fechou a cara, falei demais.

- Aonde? na casa dele? – perguntou sem me olhar nos olhos com raiva – do Luiz – completou.

- Felipe, eu ia te falar quando voltasse, mas eu voltei a conversar com o Luiz, eu perdoei ele – Felipe congelou, me encarou e então explodiu.

- Eu não acredito nisso, você é muito ingênuo Fernando, ele vai acabar com sua vida de novo, eu não vou admitir isso – Felipe ficou nervoso, ele estava vermelho, me olhava com raiva.

- Está tudo bem Felipe, calma – pedi a ele.

- Ele não te ama Fernando – gritou.

- Eu também não amo ele – gritei, Felipe me encarou – eu amo você! – botei a mão na boca, escapou, veio tudo de uma vez, o coração batendo forte, as borboletas no estomago e a vontade louca de estar com ele. Felipe estava imóvel, um sorrisinho de canto de boca.

- O que... – antes dele perguntar desliguei a cam. Felipe ainda me chamou mais três vezes mas eu não tive cara pra atender.

Larguei meu notebook na sala e corri pro banheiro, eu precisava tomar banho. Enquanto a água cai sobre minhas costas eu estava sentado no chão com a cara entre as pernas pensando na besteira que eu fiz.

- Parabéns Fernando – me repreendi – agora você perdeu mais um amigo – completei negando com a cabeça.

Terminei meu banho e desci pra sala só de toalha. Perdi a noção do tempo, quando olhei na tela do meu celular havia 5 chamadas perdidas da dona Letícia e já havia passado quase uma hora desde que eu havia ido pro banho. Olhei pela janela da sala, o sol estava se pondo deixando o céu em tons amarelados. Sorri, voltei pro quarto e me vesti.

A campainha tocou, eu sabia quem era mas não sabia se teria coragem de abrir. Respirei fundo e decidi abrir. Nem tive tempo de dar oi, Felipe me puxou pra junto dele e me beijou com vontade, com desejo, um beijo quente e urgente. Não resisti, retribui o beijo com vontade. Felipe entrou e puxou a porta, me pressionando contra ela e segurando meus braços.

- Fala de novo? - pediu ele ofegante – anda – ordenou.

- Falar o que? – ele fechou a cara e beijou e mordiscou minha orelha.

- Só diga – ordenou ele.

- Eu te amo – as borboletas voavam em meu estomago, meu coração quase arrebenta de prazer em meu peito, ele me encarou e riu.

- Eu também te amo Fernando – Felipe me puxou pro sofá me fazendo sentar em seu colo – e como eu te amo porra – ele me beija de novo.

- Calma Lipe – digo ofegante. Ele me puxa pra ele e funga no meu cangote.

- Seu cheiro me excita – ele fungou no meu pescoço – você é só meu, eu sou teu macho e você é o meu, quero te preencher e te dar meu leite hoje – ele disse me olhando no olho.

- Sim amor – concordei, o tesão que estava a mil aumento depois do que chamei ele. Felipe rasgou minha camisa, iriamos transar ali mesmo...no sofá...

Continua...

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Comentários

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Essa Ághata é uma vadia, e das piores. Eu ri da parte que o Lipe meteu cassete em todo mundo, achei bem protetor da parte dele. Se eu te disser que estou apaixonado pelo Felipe, você acredita? Acho ele tão cuti cuti. Já shippo os dois, apesar de ainda shippar o Marcos com o Nando. Sobre a possibilidade do Marcos ter um lance com o Luiz, tem que ter uma boa e convincente explicação para o Marcos espancar o Nando e odiar também, porque o cara passa a história toda maltratando o pobre coitado para no final de tudo estar comendo o Luiz ou vice e versa? Estaria explicado se o Marcos fosse apaixonado pelo Nando e não quisesse admitir isso, como já vimos em algumas histórias e na vida real, quando o cara não se aceita. Mas vamos ver o desenrolar dessa história que é uma das melhores que já li. Amo d+

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Gente ele voltou e voltou cheio de babados fortíssimos eu faço uma aposta como esse amor do Luís é o primo do Fernando eu sempre achei que eles vão se pegar mais o pai dele vai ser o Luiz você me brochou um pouco com isso mas como diz a música do Zeca Pagodinho Deixa a vida nos levar né .adorei gosto assim quando desmascara fala tudo na cara pah acabou resolver logo esse problema. Só para falar mais uma vez você tem certeza que o Fernando não vai se pegar com primo dele em hora nenhuma? Tomando o texto mas ainda preferia que o Luís tivesse com uma mulher do que com homem😚 mas a vida é assim quando mais a gente acha que vai ser ativo discreto e fora do meio Ah mas é bicho é aquela destacada na parada gay fazer o quê? E pelo amor não que eu não goste da bixa Bandeira mas é que você queria uma fantasia na cabeça e tem hora que é outra Mas você tá de parabéns tá está maravilhoso beijinhos até a próxima💅😘

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Péssimo habito de escrever sem ler o que fiz. Desconsidere as afrontas ao português

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Eu comecei a ler quando tinha uns 6 ou 8 cap e pot mais louca q é minha rotina sempre olho sem tem att. Devo dizer q to pirando de alegria pq sempre quis nando cm felipe, mas vc msm nos despistou dizendo q nao e era so a amizade e eu apreciei, mas tava triste pq queria os dois e morri cm sse final Adorei. Tenho uma leve suspeita de qm seja o amor de luiz e se for me deixa mais contente. E sou eu sim escreve OPPD e aprecio muito q goste da trama.

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To morta acabada e enterrada, socorrooo!!!!!

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Aquele momento em que vc vai ler um conto so por curiosidade e de repente lê nao so o capitulo mas o conto por completo.Simplesmente perfeito...

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Capítulo maravilhoso, Nando, mostrando cada vez mais que está amadurecendo, e ele perdoar o Marcos, não demonstra que ele é fraco e sim que ele se tornou uma pessoa melhor ainda sem ser superior, tanto que em relação ao trio falsidade, ele preferiu secabrir com seu tio e tb ter o respaldo jurídico, a perder sua razão como o Felipe fez,rsrsrs, fico feliz que ele e o Luiz voltaram a amizade, mas por mais fofo que o Lipe seja, posso estar enganada, mas tb acho que ele não é o verdadeiro amor do Nando, e tb como os demais acho que o Luiz está apaixonado pelo Marcos, mas a grande questão é, de quem o Marcos é apaixonado de verdade? William, não se preocupe entendemos a demora, até fiquei com inveja pois mesmo não sabendo falar italiano, amo a Itália,rsrsrs, fico feliz tb que vc pode aproveitar bastante com seu amor. Bjs e abraços para ambos

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Huuum, seria interessante e acontecesse o que Martines acredita. Se o Marcos corresponder ao sentimento de lUis a coisa ficará bastante interessante. Como reagirão as famílias? Não importa o tempo que levaste para posta, basta que postaste um testamento! Um abraço carinhoso,

Plutão

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Ainnnnn que tudo! Amei, sempre imaginei ele com o Felipe mas achei que ele ia ficar com o Marcos. Obrigado por ter voltado amore mio! Um milhão de beijos pra ocê 🌷🌷🌷

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Amo seu geito de escrever é incrível...acompanho a algum tempo...mas so agora tive coragem de comentar...so mais uma coisa quando vem o próximo capítulo...

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NÃO IMPORTA O TEMPO, IMPORTA QUE VOLTOU A ESCREVER E PUBLICAR ESSA MARAVILHA. MAS FERNANDO ENTENDEU RÁPIDO DEMAIS O QUE ELE SENTIE POR FELIPE. MAS E O PRIMO? VAI ACEITAR ISSO? E O TIO?

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Lendo bem, concordo que o luiz é apaixonado pelo Marcos kkk dois gays na mesma família e por cima irmãos...

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Esse Felipe é demais, gosto do jeito dele falar e como é bruto sexualmente! É um casal perfeito... tava na cara que isso iria acontecer!

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Tendo um infarto em 3.2.1...Estou no chãooooo olha nem quero comentar da Aghata pq ja chinguei muito essa cadela sarnenta que ordinária...Aaah esse Felipe é um fofo se o nando não ficar com ele eu fico sem pensar.. E vou arriscar com quem o Luiz está será que é com o Marcos???Continua logooo PFV!!!

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Nossa a pior coisa é ser apunhalado por uma pessoa que chamamos de "amigo", mas sempre é assim a traição nunca vem de um estranho.......espero que o Felipe e o Nando se entendam...amei

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poxa ainda bem que vc voltou já tava com saudades desse conto maravilhoso ^^ kkkk kra nem sei pra quem torcer agora lol mas realmente se for pro nando ser feliz quero msm que ele fique com lipe já que ele está amando o amigo lol mas ainda sinto que ele gosta do marcos lol será que mais alguém tmb sabe ou é coisa da minha cabeça?? lol esse capítulo foi de longe o mais surpreendente de todo o conto toma cuidado quando vc for escrever pq notei alguns erros de sintaxe e concordância lol mas no geral o conto continua maravilhoso continue sempre assim. agora eu fiquei ainda mais curioso com o que irá acontecer e quando o Marcos vir o Nando e o Lipe juntos pode escrever vai ser confusão com certeza pq o Nando pode até não gostar do Marcos mas o Marcos sempre gostou dele mas nunca quis admitir lol vou ficar aqui esperando seu retorno tomara que você volte logo um grande abraço ^^

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gnt que isso? mds ainda estou processando tudo isso. cara sempre soube que o felipe tinha sentimentos pelo nando, shippo essa casal, posso dizer que esse é o melhor capitulo de toda sua historia. Agora é so torçer para que vc faça as pazes com seu primo, como vc mesmo diz as é necessario perdoar para poder seguir em frente. parabens.

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bom, no tocante os questionamentos que me fez, as provas já se foram, agora só me resta as provas finais do 8º período, e me preparar em fim para a tão sonhada OAB, e tudo anda uma correria que só. A propósito, espero que tudo esteja dando certo para você tanto no campo profissional quanto no campo pessoal. Em relação ao capítulo, fiquei surpreso com este final, mas feliz. Não sei como o Felipe conseguiu esconder por tanto tempo tudo isso, mas de qualquer forma, acho que eles se combinam. O Marcos não vai gostar disso, tenho certeza mais que absoluta. Tratando-se da escrita, mais uma vez está de parabêns, você se expressa muito bem. Difícil escrever comentários quando o que é objeto dos comentários é tão perfeitamente escrito, mas ta aí. Adoro as partes Jurídicas dessa história, meus olhos brilham quando leio elas. Abraços cara, e você tem que colocar isso em uma editora, por favor, por favor!!!!

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