Hey, voltei. Caramba, não fiz por mal em sumir. As vezes a vida dá uma corrida monstra e a gente vai deixando as prioridades (postar o conto) de lado. É algo fora de controle. Desculpem se sou um péssimo autor, sei que sou. Podem vaiar. Eai, como foi o natal de vocês? Muito peru (adoro)? E o réveillon? Gastaram muito dinheiro com roupas que usariam só uma noite? Eta consumismo heim. Bom, não vou poder responder o comentário de vocês hoje porque tô corrido. Quinta eu respondo. Sim, quinta (se Jesus quiser) eu volto. Vamos lá, cabritinhos.
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O pior de tudo era a Adele. Caralho, pense nuns momentos punks que tive quando ouvia as músicas dela. Já explico.
Bom, não fiquei no fundo da fossa, como todo pós término clichê sugere. Eu amava aquele cara ainda, o Caio. Esquecer ele levaria tempo e isso que era ruim. Não entrei em depressão, não fiquei como um zumbi, ou tentei tirar minha vida - nada disso, eu apenas segui; ainda o amando mas seguindo. Porém, fumar e sair um pouco da realidade crua era uma das coisas mais espetaculares naqueles tempos, eu esquecia do meu pai, do meu nome e principalmente dele. Não necessariamente um surto de amnésia temporária, mas um breve bloqueio de lembranças as quais eles e todos estavam. Era bom. Quando você é tímido e bebe uma cerveja ou algo que contenha álcool, você se sente estranho. O primeiro gole é horrível (caso não esteja familiarizado com o gosto), mas com ele você nota as mudanças. Depois de 5 goles, se seu organismo não for forte o suficiente para lidar com a álcool, você se liberta. Se sente livre e a timidez, talvez, se esvaia. Você esquece que a tem quando bebe 10 garrafas (pelo menos de cerveja). Alguns gostam daquilo a ponto de se agarrar, a essa distração, que se vicia sem notar, pois além de boa, a sensação de liberdade e esquecimento - ou abrandamento das lembranças - é, em suma, viciante. Você quer mais, não importa como, é daquilo que precisa. Mais e mais. Não existe certo ou errado, só sua vontade em ter mais, em ser menos tímido, em esquecer. Em tudo.
Não virie um drogado nível craqueiro. Pelo amor, não. Como Lucas, eu fiquei meio brisado, mas ainda sim normal. Trabalhava normal, conversava normal, saía normal. Só que não era o "eu" normal. Outro Fernando, exatamente a mim, se encontrava vivendo por mim - rabugento, ranziza e reclamão. Mas apesar de esquecer dele por um determinado período de tempo, as lembranças não sumiam por completo. Um lugar, uma música de comercial de tv, uma música da rádio, uma gíria, uma comida, um filme, e tantos elementos lembravam ele. Fazer o quê se tô gastando linhas e mais linhas escrevendo isso aqui e sendo redundante em dizer que sim, eu não o esquecia de forma nenhuma. Mesmo quando fumava um back, ele estava ali. A verdade é que eu esquecia das lembranças com ele, mas no turvo terreno da incoerência eu o via e o queria, com todas minhas forças o queria. Era como se eu olhasse pra uma tatuagem no meio da minha testa todas as manhãs, tardes e noites. Como um alarme do mal que me fazia lembrar. Como na bebida, a pessoa esquece a timidez, mas não esquece o que a gera. Comigo, eu esquecia as lembranças, mas não ele.
Lucas pegou o carro dele e me buscou na praça, me levou pra uma social - um tipo de festa - onde rolava coisas de todos os tipos. Antes, fomos até sua casa e troquei de roupa com uma que ele me emprestou. Conheci uma outra menina na festa. Fumamos narguilé e vi que a mesma era simpática. Não queria papo com ela, não. Queria apenas aliviar a cabeça. Subimos pra um dos quartos da casa onde acontecia a festa e transamos. Foi tão sem graça, para mim, que gozei rápido. Sem prazer. A menina quis meu número, dei um errado. Depois só lembro de acordar em casa e levantar. Como eu disse, não era surtos de amnésia, eu tinha ciência que viera pra casa, entrara e deitara. Mas não tinha a certeza de que fizera tudo aquilo. Era meio-dia, senti fome, fui comer com a mesma roupa que Lucas me emprestara na noite anterior. Tirei a camisa e me dirigi até a cozinha beber água. Cheguei lá vi um bilhete do meu pai na mesa.
"Peço desculpa. Fui trabalhar e mais tarde vou pra casa do teu padrinho. Volto tarde". Resmunguei algumas coisas e reparei que o café estava pronto. Tapioca, pão, café e leite. Havia uma tigela, açaí. Caramba, pensei, meu pai queria se redimir daquela forma? Me engordando que nem um boi? Velho doido. Sentei sozinho e comecei a mordiscar um pedaço de pão sem sentir o gosto. Senti pena do meu pai quando avaliei o quadro num todo. Fizera uma merda enorme comigo quando descobriu que eu tinha me tornando homossexual, tentou concertar, com sucesso, se aproximando e aceitando tudo. Agora tinha em sua casa um filho gay, desequilibrado, que chorava pelos cantos por outro macho e o mesmo (meu pai) não sabia como lidar com aquilo. Um pai não gosta de se meter nos problemas emocionais dos filhos, mães sim. E quando pais se mentem, se deixam levar pelo o que acham certo... aí fazem mais merda. Agora meu pai estava com medo de eu pular no pescoço dele, e com razão, por ter escorregado comigo - e feio. Ter um filho chorando por uma mulher que o deixou é complicado, dissera ele uma vez, agora ter um que chora por outro homem é estranho.
Mentalmente me acalmei e achei certo perdoar ele e esquecer aquele telefone, afinal ele fazia pensando em mim, de uma forma ou outra. Comi pouco, voltei pro quarto e fiquei lá o dia todo assistindo a quarta temporada de Breaking Bad - minha série favorita e Dele também - a melhor série drama dos últimos tempos. Quando escureceu, minha vista já estava embasada de tanto focar os olhos na tela do pc, então decidi banhar e fazer algo produtivo. Limpei meu quarto, coloquei as roupas de Lucas pra lavar e fiz meu jantar, pois o almoço eu esquecera de fazer. Estranhamente me achei mudado, não ligava muito pro fato de que eu não estava trabalhando e tampouco me preparando pra algum vestibular. Estudar pra quê? Fiquei na sala assistindo tevê e comendo torradas da padaria do meu pai. Ele chegou e deu um oi tímido. Eu fui até ele e disse pra gente esquecer o evento passado. Tudo certo, ficamos de bem. Só que ele me chamou quando parei de falar e fazia menção de ir até a cozinha.
- Desde quando tu fuma e o que tu faz com o tal do Nóia? - perguntou ele calmo. Mas seu tom me deu medo.
Eu gaguejei e ele ficou furioso. Falou um monte de coisa sobre cigarro e o Nóia, que para ele estavam no mesmo patamar de periculosidade. Pedi desculpas e ele exigiu minhas carteiras de cigarro. Silenciosanente xinguei de vários nomes a vadia da vizinha fofoqueira. Subi no meu quarto, com meu pai nas minhas costas e peguei meu Derby e Carlton, entreguei pra ele e o mesmo os jogou fora depois de esmigalhar ambos.
Um mês se passou sem Ele, procurei outro trabalho pois o com meu pai não era mais legal para mim. Eu vivia discutindo com ele sobre as companhias as quais estava me metendo e as outras as quais eu ignorava, mas que relacionava algo sobre eu estar evitando meu antigo sogro. Achei um trampo em um escritório de contabilidade, coisa de gente iniciante, mas ainda sim uma ocupação. Certo dia, quando voltava para casa de ônibus, vi o carro do meu sogro parado no sinal e dentro dele se encontra minha ex sogra. Cogitei em gritar ela e depois a ofender com algum xingamento para depois mostrar o dedo do meio. Mas fiquei na minha, deixei pra lá. Os meninos, amigos Dele, iam na minha casa, atrás de mim, só que eu não queria ficar com eles. Com nenhum. Chegara o dia de Lise ir para BH e fizeram uma festa de despedida a qual não fui. Nem eu sabia o porquê de querer me afastar deles. Até de Pedro. Contudo fiz questão de acordar 4 da manhã e ir no aeroporto me despedir dela. Ela chorou, eu quase chorei e fiquei abraçado nela por uns bons minutos. Pedi desculpas e ela disse que não havia nada para me desculpar, ela me lembrava ele, ela sabia. Sentia. E como lembrava. O ruim foi ver que mais uma lembrança forte dele ia embora, minha amigaça Lise ia para longe, para perto Dele. A dita cuja disse que voltaria pra visitar e que até lá eu melhorasse. Roger ficou do meu lado e chorou um pouco, fiquei zoando com ele sobre os machões terem só tamanho. Estavam lá a patotinha que gostava de Lise. Mário, Juan, Pedro, Henrique, a namorada desse e Pablo. Todos a abraçaram, bagunçaram o cabelo dela e a jogaram para cima em uma espécie de comemoração.
Roger limpando as lágrimas: Nada, cara. Gosto de mais dessa baixinha.
Eu: Tu vai só em dezembro?
Roger: Tenho que ajeitar um monte de coisa aqui, sou organizado.
Eu: Até parece. - Ele deu um soco de leve no meu braço. Ficamos no setor onde se ver todos os aviões e vimos o de Lise decolar. Eu sabia como ele se sentia, vendo a pessoa que a gente gosta ir embora. Voltei pra casa cedo com um aperto no peito. A dor da perda. Subi pro meu quarto e vi uma caixa com coisas do antigo apê que fora trazida por meu pai dias antes e ignorada por mim. Peguei ela, coloquei em cima da cama e a abri. Uma fina camada de poeira sobre as tampas da caixa sujaram meu lençol. Tinha CDs, uns troféus e tantas outras bugigangas. Porta retratos que decedi nem olhar, uns soldados de chumbo e um pen drive. Era o que Lise me dera depois da festa de aniversário Dele. Coloquei no pc e tinha dois álbuns da Adele. Bom, ouvi um e fiquei embasbacado com a semelhança. Era parte dessa minha vida, só que cantada. Caralho, como fiquei mal ouvindo Someone Like you, Set fire to the rain e Lovesong (essa última eu rachava de chorar). Mas era viciante e pertubante.
Um mês e nada da dor da perda suavizar. Com André as coisas iam bem, ele ajeitara minha moto e passamos, nós dois - nas nossas motos -, a fazer uma espécie de trilha com quase que todos os domingos. Eu caía, como caía, mas ele tava sempre ali do meu lado, me ajudando a levantar. Eu deveria namorar André ao invés de ficar comendo meninas e gozando por gozar. Ou deveria transar com outro cara, mas isso era estranho. Fora o cara que beijei no corredor do banheiro da primeira vez que fumei um back, não sentia desejo nem vontade de tocar ou ser tocado por outro homem. Via uns pornôs gay, mas era tão tosco que eu acabava não assistindo. Dois meses se passaram e eu tava muito bem (poderia estar muito melhor), solteiro e curtindo a vida. Foi aí que começou as complicações com André.
A gente estava mais grudado do que nunca. Saía pra festas, eu ia na casa dele e ele na minha, andávamos de moto, bebíamos umas brejas aos sábados... inseparáveis. André, Nóia, Pedro e Lucas eram os quatro homens da minha vida naqueles tempos. Nóia fazia eu me sentir irresponsável, sem se importar com nada nem com o amanhã. Certa vez eu fui até a casa de um amigo dele, houve uma briga e Nóia quebrou a cara de um fulano por este ter simplesmente olhado um segundo a mais pra ele. Eu achei legal, Nóia tinha moral, falava e os demais acatavam. Claro que no mundo do crime isso nunca é bom e jamais termina bem. Só que eu não ligava. Duas ou quatro vezes cheguei em casa morto de bêbado e meu pai vira que Nóia quem me trouxera. Houve brigas, e como houve, passei semanas sem falar com meu pai.
Ele: Fernando, eu não vou admitir isso. Isso é sacanagem tua...
Eu alterado: O quê? Vai me jogar pra fora de casa de novo e tudo mais?! Vai?
Meu pai bufava, mas ao ouvir isso fechou os olhos e apontou o dedo para mim: Não tenta justificar os teus erros nos meus. Tu é inteligente de mais pra isso...
Eu: ENTÃO ME DEIXA DE MÃO!
Ele: BAIXA O TOM E... CALA A BOCA... O QUÊ? REPETE. FALA DE NOVO - ele veio pra cima de mim.
Eu: Vai me bater? Vai fazer isso porque tá zangado, que nem fez com a mãe?
O tapa me fez ver a razão. Claro, doeu e eu sentia que doera nele. A verdade dói.
Ficamos calado, ele me mandou ir pro meu quarto e eu obedeci. Me joguei na cama, com raiva mas sem chorar, a embriaguez não dava espaço pra sentimentalismo, só confusão. No meio dessa confusão se encontrava Ele. Meu (ex) Caio, o que dizia que me amava e que estava sempre comigo. Bom, ele mentira. Era bom brincar com ele em minha mente. Depois vinha a escuridão, o sono pesado e a ressaca moral no outro dia.
Lucas me proporcionava momentos de leveza e descontração com o mundo; eu morria de rir com ele, mesmo não estando sob efeito de droga alguma. E só era maconha, nada de mais. Mas a verdade era que eu estava com ele só por isso, pois ele deixava eu fumar sem se preocupar, diferente de Nóia que não deixava e usava coisas piores que a erva. Pedro era o pilar do bom senso, ia sempre em casa conversar comigo e eu desesti de mandar ele embora por não querer papo. Mas o cara era um brother de tamanho imensurável, e eu gostava da presença dele e não do que o mesmo me proporcionava. Ele tinha uma áurea boa, uma energia boa, embora fosse meio calado e na dele, sempre me fazia ver que algumas coisas as quais eu fazia não estavam certas. Ele me matava de raiva quando a gente jogava Point Black online e me ajudava quando éramos dupla contra outros grupos.
Já André, bom, ele era a junção de todos. Por ser meu conhecido a mais tempo, ele sabia o que falar, sabia o que eu sentia e o que queria. Não me tratava com pena, não perguntava tolices nem era o vetor para alguma fuga da realidade. Mas eu fazia um mal danado pra ele, eu ficava perto dele, torturando e o privando de suas reais vontades. Bom, percebi que estava sendo canalha com ele numa noite de segunda, quando este chegou em casa sem bater, entrou no meu quarto me dando um puta susto.
Eu: Caralho! Que susto.
André rindo: Poxa, esperava te pegar pelado ou coisa do tipo.
Eu: Não sabe bater na porta? - falei fuzilando-o com os olhos.
Ele: Dejavu?
Eu zangado: Babaca - estava deitado lendo uma hq, sem camisa e com um short malha fina, reparei que André ficou me secando.
André: Estamos quites.
Eu: Ok, agora me diz o que tu quer.
Notei ele tá todo arrumado, com uma camisa não muito nova e uma bermuda bonita. Parecia que ia ter um encontro. André: Preciso de um favor teu.
Eu levantei: Qual?
Ele se aproximou: Vou ver uma mina e preciso que tu seja meu álibi.
Quando ele falou que ia encontrar outra pessoa, algo dentro de mim ferveu de raiva. Eu não queria que ele fosse... pra quê? Bom, pelo menos admito ser egoísta o suficiente para ser demente. Eu: Como assim?
André: Levante e vem, você me deve.
Eu rabugento: Não te devo nada.
André: Ah, deve sim. E sabe disso. Agora vamos, tenho hora.
Sem concordar, porém levantando e me vestindo, eu fui com ele até sua casa. Eu: Ué, tu vai levar alguém pra tua casa pra trepar?
André se virou: Não né. O pai e mãe tão ae, e tão de olho em mim sobre eu estar de olho na filha do Juca, o pastor lá.
Eu: Tu vai pegar a Rebecca? - perguntei surpreso.
André: Vou.
Eu: Oh.
André: Posso não?
Eu falando de prontidão: Não - balancei a cabeça, - digo... pode. Mas é arriscado né. O Juca mata...
André: E é aí que você entra. Já falei com a Beca e tudo mais.
Entramos na casa dele e eu cumprimentei seus pais, que assistiam Show da fé. Fomos pro quarto de André, ele explicou que sairia pela janela e pularia uns muros pra chegar à filha do cara mais temido da vizinhança. Eu ficaria ali e se os pais de André perguntasse por ele, eu diria que o mesmo estaria banhando.
Eu: É arriscado.
André: Ih, alá. Tá marica mesmo?
Eu: Não é isso.
Ele: Tá preocupado comigo?
Eu irritado: Claro que não, mas com o que isso pode gerar.
André chegou mais perto e seu pau, mole, tocou no meu: Tá com ciumes? - perguntou zombando.
Ele fitou meus olhos e eu os dele. Sim, eu sentia ciumes, mas resolvi deixar pra lá. Que tipo de pessoa sabe as intenções de outra para consigo e não quer nada, mas sente ciumes quando essa outra resolve seguir em frente? Eu: Vai. Pode deixar que fico aqui.
André riu, mas não foi seu sorriso habitual, havia desapontamento: Valeu. Não demoro.
Ele foi até a janela e saiu por ela. Fiquei no meio do quarto bagunçado dele e resolvi arrumar um pouco. Juntei umas roupas do chão, coloquei-as no cesto. Organizei os produtos que ficavam em cima da cômoda dele, desodorantes, perfumes, gel para o cabelo etc. Decidi somente organizar algumas coisas e deixar tudo quase como igual a antes, talvez ele não gostasse da limpeza. Ajeitei a cama e me deitei nela pensando no porquê de sentir ciumes de André. Nesse meio tempo, com a gente tão próximos, eu não tinha problema pra falar sobre as minas que eu pegava. Ele sempre me dizia que não pegava ninguém e isso me deixava na dúvida sobre ele estar mentindo para mostrar que sente algo por mim ou a verdade por não conseguir ficar com outra pessoa. Talvez fosse verdade, o que me deixava sempre ruim quando eu acreditava. André merecia alguém melhor que eu pra ele. Eu sempre falava isso. Tive noção do tamanho da bosta que eu era praquele menino quando abordei os fatos da perspectiva dele, pois eu não conseguia ficar com outro homem por causa do meu ex. Só que naquele momento, deitado na cama dele, imaginando ele transando com outra, eu senti ciúmes do corpo de André. Sou um tremendo imbecil, falei em voz alta.
Ouvi a janela abrir e um André atarantado entrou pela janela. Eu: Já? Não foi nem 10 minutos.
André rindo confuso: Caralho, mano. Quase morri. Na hora do vamo-vê o pai dela chegou.
Eu alarmado: Meu Deus! Pegou vocês?
Ele: Nada, eu pulei pela janela.
Eu: Taquepario... que hard.
André: Pior, nem a camisinha tirei. - Então ele baixou o short e virou de frente pra mim: Olha aí.
Vi o pau dele duro, estava bomba, mas ficando duro. Era grande, com uma curva pro lado e cabeçudo. A camisinha encapando todo ele chegando no limite da base, onde uma virilha com pentelhos aparados se encontravam. Eu: Oh.
André: Bora aproveitar essa camisinha? - Disse balançando o pau.
Eu fiquei em choque, ver um cara do tamanho e austeridade de André - me olhar sacana e me fazer um convite daqueles, com seu falo à mostra e evidentemente querendo ser saciado, - provocou uma onda de confusão. Eu: Errr... André... - mas ele veio pra perto, a medida que andou, sua bermuda caía até ficar presa nos joelhos.
André: Coé, Nando. Tu sabe como fazer - disse sussurrando e safado. - Um sexo amigável. Sem compromisso.
Eu levantei, um erro, pois ele colou o corpo no meu: Nã... Não, não.
Ele: Tu pode gostar, nunca experimentou - sua voz era de uma sedução hipnotizante.
Eu arquejando quando a boca dele chegou próxima do meu nariz e quando senti a pica dele tocar minha barriga: N-não.
André fitando meus olhos, fitando minha boca: Tu é bem gostosinho.
Eu: Tu é gato de mais. - Disse, mas não para agradar, saiu espontâneo, era uma verdade. Eu achava ele gato de mais, macho de mais. Mas não passava disso. Suas mãos alisaram meus braços, e o que me impedia? Ele e eu éramos solteiros, um podia curtir, sem compromisso algum. O que "me" impedia? Um cara que eu ainda amava pra caralho. Esquecer as lembranças boas, dele nunca.
André: E eu te quero tanto. - sua voz saiu num sussurro doído.
A boca dele ia tocar a minha, mas me afastei tão rápido que caí na cama, rolei pra trás e me distanciei dele. Ouvi ele xingar, a me pedir pra voltar, mas saí rápido de lá. Quase passei correndo pela sala limpa da mãe dele, cheguei na rua e me dirigi pra minha casa. Mudei de ideia quando vi minha moto, ir pra casa era um erro, André viria atrás e com certeza, carente do jeito que eu tava, ele conseguiria o que queria. Dei partida na moto, coloquei meu capacete. Fica com ele, otário, dizia uma voz. Fica com o cara que é "o cara" e esquece o babaca que se foi. Para de ser bichinha e parte pro abraço. Bom, essa parte de mim tinha lá suas razões. Não, outra voz falou, não fiquei com alguém só pra saciar seus desejos ou para agradar a mesma, pense com a cabeça de cima e não com a de baixo, para não machucar o cara que é "o cara". Cheguei na casa de Pedro e agradeci aos deuses por ele estar lá. Eu precisava fugir do mundo Jurunas por uns instantes.
Eu: Oi, dona Berta. Vim falar com o Pê - falei quando apertei o interfone.
Ela era uma senhora muito gentil, mandou eu entrar e disse que tinha gente lá com o seu filho. Descobri ser Mário, cogitei em não falar nada sobre André, mas os dois eram meus brother's. Subi e ouvi as gargalhadas estridentes de Mário. Bati na porta e disse um oi. O quarto de Pedro era muito organizado e limpo, diferente do meu. Fiquei andando de um lado pro outro e contando, entre gaguejos e pausas, sobre o que eu sentia. Mário ficou calado e Pedro dizia um "hum" de quando em vez.
Eu: É muito confuso, eu sei que parece baitolagem e tudo mais... ma-ma-mas, sei lá. Eu ainda tô preso no Caio. Cara, eu... eu.
Pedro: Te acalma, Nando. - Ele colocou a mão sobre o peito, - na minha opinião, você deve ficar com esse mané do André. Ele te faz bem né?
Mário: Coé, Pedro. Tu é um judas? Jogando o Nando praquele mongão.
Pedro: Mário... Não piora né. Calado.
Mário: Tu merece coisa melhor.
Eu fiquei com raiva: Não fala assim dele. Ele é bacana.
Mário revirou os olhos e bufou. Um moreno grande como ele, parecia não ter nem entender sentimentos como os meus. Mas eu já vira ele na bad e sabia que o mesmo era tão sensível quanto uma moça. Pedro chegou perto de mim: Nando, fica com ele. Segue, mano.
Foi quando algo me chamou a atenção no notebook de Pedro o qual Mário mexia quando eu mandei ele plantar coquinhos. Ele estava na página do Facebook e rolando para cima deixou uma foto passar. Eu: Calma aí, perai Mário. Volta lá em cima.
Mário: Eita caralho.
Pedro: Nando...
Eu: Sobe aí, cara.
Mário suspirou: Lá vem mais drama.
Subiu a página e eu levei um susto. Era Caio, bonito, arrumado, com uma menina do lado dele. Pedro: Melhor nem ver, mano.
Eu: Cala a boca.
O que eu queria? Que Caio fosse embora e ficasse sozinho pra sempre? Não, pois foi ele que me deixou e não o contrário. Cliquei no nome dele e fui pro seu perfil. Ouvi Mário resmungar e Pedro falar algo. Vi as fotos, ele na balada, ele rico, ele ostentando, ele em sociais de gente fina, ele com garotas lindas. Reconheci uma das primas dele que eu vira na fazenda do biso, abraçada com ele. Ele sem camisa, tomando banho de piscina. Os dentes brancos contrastando com seus óculos Ray Ban escuros. O corpo branco, agora depilado no peito, cheio de sinais como eu me lembrava. Ver ele de sunga me deu um mal estar tremendo. Aquele corpo era meu. Mas reparei algo, Caio parecia mais magro e seu sorriso insosso de mais. Então veio as fotos recentes onde ele beijava uma menina. Mais fotos de ambos juntos, a menina era bonita. Baixinha e de cabelos lisos abundantes. Mentalmente doente, imaginei ele fodendo aquela vaca, dando prazer pra ela. Imaginei o corpo dele no dela, ambos nus. Ele com a cara de bruto e ela gemendo, aquele cara que eu tanto amava me pertencia. Meu coração batia rápido e eu vi o "em um relacionamento sério com Fulana".
Idiotas. Eu era um idiota. Eu queria stalkear mais, olhar, fuçar e ver a vida dele, sentir o meu ser ser dilacerado e não parar com a ato. Mas reparei que Mário e Pedro estavam calados me olhando. Desgrudei os olhos da tela e olhei pros dois.
Eu: O quê?
Mário: Precisava ficar falando enquanto tava em transe? "Idiota, vadia, que bosta".
Pedro: Nando, não era pra ti ver isso.
Eu ri envergonhado: Ué, não significa nada. Não mais. Deixa eu ir.
Pedro: Bora beber umas e conversar.
Eu: Não. Chegar em casa te ligo. Tchau, armário.
Mário: Nando... Não vai - falou ele em um lamento.
Pedro segurou meu braço: Nando, é barra pra ti, eu sei. Fica, não precisa ir.
Mário: Tu é nosso irmãozinho.
Eu: Não vou me matar, galera. Tenho que só resolver um lance. Me solta, seu zé buceta - falei rindo e soando divertido. Ele suspirou e me deixou ir.
Eu saí a mil. Subi na minha moto e tive vontade de chorar. Ele estava melhor do que eu. Nem ligando para mim. E eu todo fresquinho sofrendo por ele. Parei na frente da casa de André, desci rápido e chamei ele. "Vem aqui em casa rápido" disse eu para ele, que me olhou da janela do seu quarto com certa desconfiança. Meu pai não estava, subi até meu quarto. Tremendo, as imagens frescas na cabeça. Raiva, tristeza, euforia, o corpo dele visto através de fotos. Tudo girava ácido dentro de mim.
André chegou: O que foi?
Mal terminou de falar e eu fui até o cara. Minha boca procurou a dele e no afã do momento machuquei nossos dentes.
André: Pera, calma aí.
Eu: Não, eu quero.
André: Não, não quer. Calma.
Eu: Não, sem calma.
E eu colei a boca na dele. No início só era carne com carne, nada de mais. Só que levei um susto quando percebi ser bom. Que a boca de André era boa, na verdade, maravilhosamento ótima. Ele se entregou ao beijo quando forcei mais. Suas mãos foram pras minhas costas e eu nem sabia mais como respirar. O cheiro de André era bom, ele era bom, quente, grande, perfeito para me fazer esquecer do imbecil do Orkut.
Continua...
Até quinta, meu povo, com muito sexo e o que geral gosta - da putaria.