Minha história - Prólogo

Um conto erótico de Amores Burlescos
Categoria: Heterossexual
Contém 1901 palavras
Data: 03/01/2017 13:03:54

Eram dez da noite. Estava deitado no sofá da sala olhando o teto e lembrando do pessoal dos blogs que havia conhecido. Patrícia estava do meu lado sentada na frente do computador e reclamando de mim. Eu fingia que não ouvia suas reclamações de que eu havia demorado e voltado para casa bêbado. Mas era verdade. Tinha encontrado o pessoal no almoço e fiquei tomando cerveja até o início da noite.

Já não me importava com o que ela falava. Há alguns meses que nosso casamento não estava nada bom. No ano novo foi ela quem decretou o fim. Continuava morando comigo mas dizendo que não tínhamos mais nada. Saia quase todos os dias e me excluía propositadamente dizendo que estava em busca de sua felicidade. Esse dia foi minha libertação.

Quando Patrícia começou a sair e dizer que estava separada entrei em um site de relacionamentos onde montei um Blog e conheci outros blogueiros do site. Para interagir melhor, o pessoal também entrava sempre na mesma sala de bate-papo do Uol e estavam combinando um encontro. Foram umas 17 pessoas nesse dia.

– Você não presta atenção em mim.

Não respondi.

– Você está mais interessado em um pessoal que acabou de conhecer do que em mim, mas sei o que vou fazer para você prestar atenção no que estou falando.

Olhei para ela com desinteresse.

– Vou apagar seu BLOG, você só fala nele agora… está mais interessado nele do que em mim.

Levantei e corri em sua direção para impedir. Olhei para a tela do computador e estava com meu blog logado. Ela tinha minha senha? Como? Fiquei furioso e puxei ela da cadeira. Patrícia caiu no chão e bateu com a cabeça. Ficou furiosa e veio para cima de mim.

Começou a me dar porradas. Eu somente defendia, não estava sentindo dor. A raiva aumentou nela. Procurou com a mão algo com o que me bater e encontrou uma faca de ponta arredondada que estava no aparador. Começou a golpear em minha direção e eu tentei segurá-la. Senti um pancada forte no meu braço e outro na minha barriga. Ela tentava dar mais estocadas mas eu já segurava suas mãos.

Agora sua fúria era em palavras contra mim que a segurava firme. Eu era xingado de vários nomes quando ela deu um grito, Sangue….

Procurei nela para ver onde estava sangrando, olhei sua testa para ver se foi por causa da queda mas não havia nenhum ferimento. Olhei em mim e vi meu braço direito com um corte. O sangue jorrava. Ela entrou em desespero, começou a chorar e a pedir desculpas. Meu filho apareceu chorando e fui acalmá-lo.

– Não foi nada, não foi nada… papai se cortou, mas estou bem. Já vou ao hospital e vai ficar tudo bem…

Peguei uma camiseta e pressionei o ferimento. O sangue tingiu o pano branco. Procurei uma faixa que enrolei em torno do corte e fui ao hospital. Patrícia ficou chorando com meu filho. Pensei no que iria dizer no hospital, será que teria problemas? Iriam enquadrar como briga doméstica ? A Patrícia seria chamada para prestar esclarecimentos?

No hospital havia dois policiais na porta. Fiquei preocupado com a reação deles. Será que iriam acreditar em mim ou me confundir com algum bêbado de bar que brigou com outro com uma faca? Passei por eles que nem se importaram e fui até a recepção. Falei que havia me cortado e marcaram ortopedista. Fiquei esperando com medo de ser visto pelos policiais

Meu nome foi chamado e fui a sala do ortopedista. Ele me encaminhou para a sutura para tomar os 4 pontos necessários ao corte. Perguntou como tinha acontecido e não consegui mentir. Contei que foi uma briga com minha esposa e que ela veio para cima de mim com uma faca, mas que estava tudo bem… Ele deu uma risadinha e comentou minha sorte de não ter sido uma faca maior.

Voltei para casa e Patrícia ainda estava chorando. Fui ficar com meu filho e dormi abraçado com ele.

No dia seguinte era domingo. Acordei cedo e fui procurar um lugar para me mudar. Com a briga chegando ao ponto que chegou concluí que havia acabado o respeito e não poderia continuar morando com ela após termos nos agredido. Andei as ruas do bairro pois queria morar perto para poder ver meu filho sempre.

O primeiro lugar que eu fui foi em um hotel, igual esses motéis de bairro, que estava alugando quartos para mensalista. O valor era de R$270,00 por mês. Incluía no valor as roupas de cama (lençóis bem surrados, com furos de cigarro e um cobertor bem duro). O quarto devia ter uns 6 metros quadrados. No quarto havia uma cama redonda feita de alvenaria, uma espuma recortada para ficar redonda repousava sobre a cama de pedra. Ainda tinha um ventilador no teto, uma televisão de 14 polegadas e um banheiro com portinha estilo sallon americano. No canto havia uma janelinha estreita que não dava visão para lugar algum. O senhor que me atendeu me falou que havia um canal de vídeo erótico. O teto tinha como forro uma treliça de madeira e era visível a poeira nos vãos. As paredes possuíam madeiramento aplicado até metade da parede (e bem velho) e da metade para cima era nua, pintada de branco. O chão era piso frio, bem velho. Ainda tinha uma prateleira de ferro com cabideiro presa na parede, ao lado da cama. Fui procurar outros lugares.

Vi anúncios nos postes de aluguel de quarto para rapazes por R$150,00. Era o que poderia pagar. Cheguei a ver dois, o primeiro não tive coragem nem de entrar. Olhando da rua vi uma casa que se estendia em direção a rua de traz subindo o morro. Uma escadaria toda torta levava a vários cômodos com uma porta e 1 janela. As paredes pintadas de branco mas já consumidas pelo mofo me fez desistir e seguir pela rua até o outro endereço que havia anotado.

Da porta da rua, o lugar era muito bom. A casa tinha um jardim na frente, tinha uma garagem ao lado com portão automático. Fiquei animado. Toquei a campainha e um senhor veio me atender. Contornamos o jardim e nos dirigimos por um corredor para os fundos da casa. Chegando lá, uma decepção. Era um pátio de uns 3 metros de largura com 1 tanque e cinco portas. Uma das portas era do banheiro coletivo que ficava no meio do pátio. As outras quatro portas eram dos quartos que alugavam para os rapazes.

Me mostrou o quarto e era uma caixa de 1 metro de largura por 2 metros de comprimento. O chão estava rachado, em desnível. Havia uma cama velha de madeira no quarto, sem o colchão. Tinha também um guarda-roupas de uma porta só, com a folha toda estragada pelo tempo. O teto era sem forro, direto nas telhas. O senhor me explicou que os outros 3 quartos estavam alugados para estudantes. Somente ficavam de semana e nos finais de semana voltavam para suas casas. Todos eram do interior. Lamentei por eles pois não queria isso para mim. Ainda insisti indo a uma imobiliária, mas qualquer quarto e cozinha era superior a R$500,00 nessa época. Voltei para o hotel e paguei a mensalidade.

Fui para a casa que agora era só da Patrícia e do meu filho para pegar minhas coisas. Ela já estava acordada e havia preparado o café.

– Onde você foi? Perguntou ela.

– Fui ver um lugar para alugar. Respondi.

– Você vai sair daqui?

– Sim. Não dá mais. Ontem perdemos o respeito.

– E você achou?

– Sim… é aqui perto. Vou poder ficar perto do meu filho e ajudar sempre que precisar.

Ela não disse mais nada. Também fiquei quieto. Enquanto estava arrumando minhas coisas ela acordou meu filho. Interrompi o que estava fazendo e fui falar com ele. Estava com seis anos e achava que a culpa era dele. Enquanto isso Patrícia colocou minhas roupas de volta no guarda-roupa. Acabei ficando o dia todo no apartamento com meu filho, falando para ele que não iria abandoná-lo, que continuaria sendo seu pai, que teria mais disposição para brincar com ele…

A noite peguei algumas poucas coisas e fui para o hotel. Ela não reclamou mais. Combinamos que estaria no dia seguinte bem cedo no apartamento para ela poder sair para ir trabalhar.

Era tarde da noite quando saí do apartamento. Caminhei apressado por entre as ruas escuras. Eram 5 quadras até o hotel e fui pensando na separação, em como seria minha vida sem as brigas com a Patrícia. Fui pensando nisso até que cheguei.

A porta do hotel estava aberta, porém a porta de grade para entrar no corredor e ir para os quartos estava fechada. Também estava sem a chave do meu quarto. Fui até o guichê. Toquei a campainha .

Nada.

Toquei novamente. Escutava barulho de uma televisão ligada mas ninguém aparecia. Toquei mais uma vez e outra, seguidamente. Finalmente escutei o barulho de alguém levantando.

O senhor que me atendeu de manhã apareceu. Quando me viu procurou a chave do quarto 106. Estava com os olhos inchados de sono, seus cabelos brancos estavam despenteados. Ele dormia num quarto ao lado do guichê.

Me entregou a chave do meu quarto e apertou o botão de abertura da grade. Fui para meu quarto.

Quando abri a porta parecia que iria encontrar um mundo novo. Decepção. O quarto na semi-escuridão parecia menor ainda que de amnhã. Uma sensação de solidão me bateu. Acendi a luz e liguei a televisão. Fiquei mudando os canais. Nada de interessante passando. O canal pornô não estava ativo (depois descobri que era a sintonia do vídeo-cassete e o senhor trocava as fitas somente quando tinha alguém de diária). Desliguei a TV e procurei meu diskman que tinha trazido e coloquei o CD do Raul Seixas. Liguei as caixinhas de som do computador nele. Comecei a escutar Canção para minha Morte.

Apaguei a luz e tentei dormir. Girei na cama redonda e não achava posição. Agarrei um dos travesseiros e fiquei de lado mas nada do sono vir. Enfiei a cabeça debaixo do outro travesseiro. Quando estava pegando no sono escutei barulho vindo do andar de baixo. Um “vizinho” meu tinha chegado e estava acompanhado… escutava barulho de vozes. O cd acabou e consegui entender a conversa. Era um homem e uma mulher.

– O cara ta reclamando de você dormir aqui?

– Ele perguntou de onde estava saindo.

– Ele não tem porque reclamar. Pode falar que estava no meu quarto. Amanhã, vou sair cedo, você pode ficar aqui. Se ele reclamar, pede para ligar para mim.

– Vou falar.

– To pagando essa merda, ele não tem porque reclamar.

Silêncio.

– To de saco cheio desse cara. Se ele me pegar naqueles dias.

Silêncio.

– Deita aqui comigo. Vem aqui. Vem aqui.

– Isso. Gostoso.

– Hummmm. Espera… deixa eu…

– Gosta assim?

<< Gemidos femininos>>

– Delícia. Adoro comer seu cú…

– Quer mais? Quer?

– Vai… isso… assim… rebola essa bundinha…

– Delícia… safada…

E os sons continuaram com gemidos da mulher aumentando de intensidade e o cara continuava falando o que a mulher tinha que fazer… por vezes perguntava também se estava doendo… ela somente gemia, cada vez mais alto.

Levantei… fui até o banheiro e me masturbei…

Eles continuavam… os sons deles transando começou a me irritar…. liguei novamente o diskman e coloquei no volume máximo… rodei na cama até que consegui dormir…

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