Oi gente, desculpem pela demora. Agradeço pelo apoio que me deram no comunicado, Morennaa, TomArch, RBC ATV, prireis822, garafão, Ivyy SB. E agradeço pelos comentários no capítulo anterior, Morennaa, P.G, Geomateus, Martines, VALTERSÓ, nayarah. Vamos ao conto.
Continuando...
Acordei após ter um sonho turbulento, tudo o que eu me lembrava era de ter acordado e tentar dormir de novo para continuar o sonho com Kyle. Desde aquele final de semana eu não conseguia mais dormir até tão tarde, o máximo que eu conseguia ficar na cama era até as 10 horas, Kyle estava me mudando…
Levantei e fui fazer almoço, depois disso, arrumei a casa, eu não sabia o porque, mas eu não aguentava mais ficar sem fazer nada, após arrumar tudo resolvi ver alguma série, porém no meio eu parei e tomei um banho e, como estava chegando a hora de ir, me arrumei e fui buscar o Kyle.
No caminho fui pensando no que estava acontecendo comigo, desde que ele entrou em minha vida eu me sentia mais vivo, não era mais aquele ser sedentário que só estudava, comia, dormia horrores e assistia a séries o dia todo, agora eu tinha vontade de fazer alguma coisa a mais na vida, precisava começar a andar com as minhas próprias pernas, foi nesse momento que eu decidi que iria procurar um emprego, queria poder ter o meu próprio dinheiro, queria poder dar uma vida boa a Kyle, mas graças ao meu próprio esforço.
Fiquei pensando nisso até chegar em frente à empresa. Fiquei alguns minutos esperando ele sair, e, como sempre, precisei buzinar igual a um louco pra ele me notar.
Kyle: De novo?
Eu: Claro, não vou permitir que os meninos do ônibus fiquem olhando pra você!
Kyle: Bobo!
Como os vidros eram escuros (exceto o da frente) ele não se preocupou em me dar um selinho ali mesmo. Saí com o carro rumo à faculdade.
Eu: Queria te contar uma coisa…
Kyle: Conte.
Eu: Então… Eu vou pedir pra minha mãe arrumar um emprego pra mim na empresa… ´Já faz alguns dias que eu não estou mais aguentando ficar em casa sem fazer nada.
Kyle: Isso é ótimo! Bom que você para de acordar tão tarde.
Eu: Nem tô acordando tão tarde assim ultimamente.
Kyle: Quando começar a trabalhar você não vai poder ficar reclamando de acordar cedo, tem que ir e pronto.
Eu: Kyle eu sei kkk enfim preciso aprender a acordar cedo né.
Rimos.
Chegando na faculdade eu estacionei o carro e vi Sheila esperando alguém na entrada. Ao passar ao lado, ela me parou.
Sheila: Nick, me desculpa pelo beijo, eu estava muito bêbada e não pensei no que estava fazendo… Mas... Se você quiser repetir… Toma meu número.
Ela me entregou um cartão impresso com o número do celular dela.
“Mas é piranha mesmo né, deve ter impresso isso numa folha inteira e está distribuindo para ver se arruma um macho. Esse papo não me engana…”
Eu: Que bom que pelo menos pediu desculpas né. Mas não, não quero repetir.
Resolvi fingir que acreditei nas desculpas dela e ia devolvendo o cartão quando ela disse:
Sheila: Fica com o cartão, se você mudar de ideia…
Nem morto.
Eu: Tá, tanto faz.
Guardei o papel no bolso e fui com Kyle, que estava de cara emburrada, em direção à sala. Ele estava murmurando algumas palavras que eu não estava conseguindo entender.
Eu: O que você está murmurando aí, amor?
“Ops, saiu sem querer.”
Kyle: Aquela vagabunda fazendo a arrependida! Se ela acha que me engana pois que ela saiba que não engana não! E porque você guardou esse papel afinal? Já devia ter queimado! Você não tá querendo “repetir” não né?
Ele estava com muita raiva.
Eu: Guardei porque tenho planos pra esse papel, mas esse número não vai nem chegar perto do meu celular.
Chegamos na minha sala.
Kyle: Eu acho bom.
Demos um aperto de mão e ele foi para a sala dele. “Minha vontade mesmo era de dar um beijo de despedida”.
Ao entrar vejo Tyler lá no fundo conversando com alguém no celular. Coloquei minha mochila na mesa ao lado da dele, peguei o número da Sheila e um pedaço de papel do meu caderno, então pedi para Sara, uma menina que tinha participado de um dos grupos de trabalho e estava perto, escrever com a letra mais feminina possível.
Eu: Sara, escreve esse número, sem o nome nesse pedaço de papel aqui? Faz a letra mais feminina possível.
Sara: Tá bom, me dá aqui.
Entreguei pra ela e enquanto escrevia ela me perguntou:
Sara: Mas pra que você quer o número da Sheila em outro papel e sem o nome dela?
Eu: Vou me vingar de todo o trabalho que o Rafael nos deu, ele sempre deu fora nela, e como ela é feia demais acho que não tem o rosto dela no perfil né! Ela tem que, pelo menos saber que é feia. Vou fazer ele a chamar no whatsapp e tentar convencê-lo a não pedir foto do rosto dela, não sei se vai dar certo, mas eu espero que dê.
Sara: Espera aí que eu vou olhar se a foto é de rosto.
Ela adicionou o número e viu que a foto de perfil eram os peitos dela photoshopados para parecerem maiores.
Sara: Você vai se vingar do Rafael, mas o que ela tem a ver com isso tudo? Sei que ela é piranha, mas vendo como ser humano isso pode acabar magoando ela, tem algum motivo em especial?
Eu: E se tem! Aquela vadia me agarrou e me deu um beijo à força ontem!
Sara: Eca!
Eu: E além disso não se toca que eu não quero nada com ela, se ela fosse menos piranha e não tivesse um nível tão baixo, talvez alguém até poderia gostar dela apesar da cara feia. Enfim, vou ali entregar isso.
Peguei o papel e fui em direção a Rafael, ele era um garoto galinha que pegava quase todas as meninas que via pela frente, já o vi dando vários foras em Sheila, simplesmente porque ela era feia, vulgar e interesseira. Eu não gostava dele, pois em várias vezes em que ele foi colocado em um grupo de trabalho comigo, tínhamos que nos matar pois ele nunca fazia nada, e, por ser filho do diretor, não perdia pontos quando reclamamos.
Eu: Rafael?
Rafael: Fala.
Ele tinha um jeito que eu não suportava, era metido demais só porque era intocável…
Eu: Então, uma amiga minha tá muito afim de você, ela tava olhando meus contatos no whatsapp e viu sua foto de perfil, ela simplesmente tá doida pra te pegar, e como sei que você não é de negar, falei pra ela que te daria o número dela.
Entreguei o papel pra ele.
Eu: Ela mesma escreveu. Só que ela é muito tímida, na verdade eu tive que insistir muito pra ela escrever o número, então não pede fotos dela, até porque ela se acha feia, mas é linda. E pelo perfil você vai ver como é gostosa.
Rafael: Valeu cara, vou mandar mensagem pra ela sim. E se ela quiser até saio com ela qualquer dia.
Só sorri e voltei ao meu lugar.
Eu: Pronto.
Sara: Você acha que vai dar certo? Acho que aquela piranha vai cair matando em cima dele quando receber a mensagem.
Eu: Com certeza.
Quando viu a foto do perfil, Rafael quase deu um pulo, eu e Sara seguramos o riso. Ele estava com um sorriso de hétero safado achando que ia pegar uma gata gostosa.
Em algum lugar da minha mente eu me sentia um pouco mal por fazer isso, mas depois de pensar um pouco eu vi que os dois mereciam algo de mim, assim que cheguei a essa conclusão todo o meu arrependimento se dissolveu.
Como não estávamos fazendo nada e nem iríamos fazer, ficamos conversando e ela ficou me contando das loucuras que ela fazia as vezes.
Sara era do tipo sincera, falava o que vinha na mente, dizia não gostar de barraco, só não aceitava levar desaforo pra casa. Realmente em várias vezes em que nos reunimos para fazer trabalho ela ficava xingando o Rafael por não ter aparecido, não fazia escândalo, mas ficava reclamando o tempo inteiro, lembrei de uma vez em que fomos para uma lanchonete perto da faculdade para finalizar um trabalho quando ela gritou que o suco dela estava demorando, dois minutos depois levaram o suco e se desculparam pela demora, a cara de todo mundo foi no chão. Descobri que ela adorava sair para beber, coisa que eu raramente fazia.
Sara: Nossa! A gente precisa sair para beber algum dia junto.
Eu: Eu nunca saio assim, Sara… Gosto mais de ficar em casa…
Sara: Você tem que deixar de ser sem graça! Nem com seu namorado?
Eu gelei nessa hora, será que eu fiz alguma coisa que deixou isso na cara? Será que alguém viu alguma coisa e está espalhando por aí? Percebendo meu silêncio ela disse:
Sara: Você tem namorado né? Não precisa se assustar, eu sou muito boa em reconhecer gays, já namorei com dois, então depois disso o meu “gaydar” ficou melhor… Eu nunca erro!
Eu: Gaydar?
Sara: É tipo um sexto sentido que reconhece os gays.
Resolvi confiar nela e contar tudo. Afinal eu estava apaixonado por Kyle, então não tinha muito problema pra mim se ela saísse espalhando, logicamente eu não queria isso, mas se acontecesse não me importava muito, o nosso amor iria continuar da mesma forma.
Eu: Sou gay sim… Mas ninguém além de você e o Kyle sabe disso! Não conta pra ninguém.
Sara: Seu segredo está seguro comigo, mas me conta quem é Kyle?
Eu: É o garoto por quem eu me apaixonei. Tô pensando em como pedi-lo em namoro… Mas ainda não sei como.
Sara: Ai que fofo! Olha, se vocês fossem assumidos eu diria pra você reunir uma galera amiga de vocês dois e pediria lá no meio de todo mundo, pra todos verem. Mas como vocês não são… Você pode chamar ele pra sair, ir em algum lugar especial e reservado, que você goste muito e peça lá, se você não souber aonde, peça no seu quarto mesmo, não precisa de muita coisa, só precisa ser sincero.
Nick: É mesmo… Vou pensar nisso! Me passa seu telefone pra gente conversar depois?
Sara: Salva aí…
Ela me passou o número e então continuamos conversando sobre várias coisas. No fim da aula esperei por Kyle, que me mandou uma mensagem dizendo que ia ao banheiro, mas já faziam 10 minutos, resolvi procurá-lo.
Ao chegar no banheiro grito:
Eu: TÁ CAGANDO KYLE?
Eu não havia percebido que o banheiro estava cheio de gente, minha cara foi ao chão.
Kyle: TO CAGANDO SIM! CLARO QUE TO!
Disse finalmente saindo da cabine onde estava.
Eu: Porque essa demora toda?
Fomos andando para o estacionamento.
Kyle: Quando eu estava vindo o professor me parou para conversar sobre a prova de quinta, perguntou se eu estava sabendo e tals, mal sabe ele que eu tenho o melhor professor particular do mundo inteiro!
Chegamos no meu carro, fui dirigindo em direção à casa dele. Tinha um carro vindo atrás que parecia estar nos seguindo, mas ele virou em uma rua logo depois.
Eu: Ainda bem que você sabe!
Kyle: Nossa que humildade.
Eu: O que foi? É verdade mesmo!
Eu estava dando uma de convencido, mas eu só ajudava um pouco ensinando a ele o que eu já aprendi.
Kyle: Convencido!
Ele me deu um soquinho no meu ombro e eu coloquei minha mão na coxa dele.
Eu: Eu gosto muito de estar com você, sabia?
Kyle: Eu também gosto, parece que minha vida fica mais feliz…
Estacionei o carro em um local seguro próximo à casa dele e ficamos nos beijando um pouco. Só paramos quando vimos que havia alguém com a câmera do celular na frente do carro apontada para nós. Era Sheila. Como o vidro da frente é bem menos escuro, a foto provavelmente dava para nos reconhecer. Saí furioso.
Eu: O que você tá fazendo aqui? E porque está nos filmando?
Sheila: Primeiro: Eu também estou tirando fotos. Vou mostrar pra todo mundo o porquê de você nunca ter namorado com menina nenhuma, porque da fruta que a gente gosta você chupa até o caroço né.
Eu: É isso mesmo, não tenho medo de você, pode fazer o que quiser com essas fotos, mas saiba que tudo o que você vai ganhar com isso será um processo!
Continua...
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