Pé de Moleque (Marrento)

Um conto erótico de André Martins
Categoria: Homossexual
Contém 6379 palavras
Data: 22/02/2017 03:00:57
Última revisão: 31/03/2018 04:26:42

Quando recebi a notícia de que havia passado no concurso público pra dar aulas no estado, pensei que finalmente seria o começo de bons tempos na minha vida. Lecionar em instituições privadas era bom até certo ponto, porque muita coisa anti-ética acontecia e se você não dança conforme a música acaba tendo problemas. Numa dessas tretas de direção, rolou até processo judicial e isso me deu muitas dores de cabeça, além de custar dinheiro e tempo. Pra completar, a mulher que minha mãe empurrou em cima de mim disse estar grávida e eu ainda era novo, 30 anos, e talvez nem gostasse tanto dela assim. Meu pai era um troglodita, martelou tanto a cabeça da minha mãe que a convenceu que o melhor pra mim era ter uma mulher por perto. No começo até foi legal, mas como sempre, eu enjoei. Não me senti satisfeito com aquele sexo raso, com todas era a mesma coisa, talvez a questão fosse eu. A nova rotina me embalou de vez.

Pra começar, fui escalado pra dar aulas pro ensino médio somente às quintas, durante a noite. Só na hora descobri que a escola era dentro de uma favela em Parada de Lucas, na Avenida Brasil, zona norte do Rio de Janeiro, mas me mantive firme. Fui de ônibus, cheguei na hora marcada e conversei um pouco com o diretor, que pareceu gente fina. Mesmo com o tempo do papo, a turma não apareceu. Os minutos foram passando e aos poucos foram chegando pessoas totalmente diferentes do que eu estava acostumado a ver: cabelos cacheados, tons de pele mais escuros e o comportamento mais vivo, aparentemente mais perceptível, notável. Desde a maquiagem das garotas até o estilo que os rapazes aparentaram, tudo pareceu chamativo. Talvez fossem aquelas pessoas que todos chamavam de favelados. Esperei que sentassem e ficassem em silêncio, mas isso não aconteceu. Comecei a escrever no quadro e, inesperadamente, parte da lousa branca despencou no chão e fez um estrondo. Todo mundo ficou quieto e me olhou assustado. Virei pra trás devagar.

- Opa.. Foi mal, galera!

Eles riram. Eu comecei a rir junto e foi aí que riram mais ainda, como se trocássemos as primeiras energias e fizéssemos nossa primeira impressão uns dos outros. Quando finalmente parei e me recompus, pedi silêncio e fui prontamente atendido, tanto que me senti constrangido com todos os rostos virados em minha direção. Demorei um tempo até falar.

- Meu nome é professor João!

Alguns começaram a rir, outros seguraram. Sem entender, continuei.

- Vim ensinar geografia a vocês.

A galera não se conteve e não hesitei em perguntar.

- Que foi, gente?

- Seu nome é Professor?

- Fala, Professor!

- Tudo bem, Professor?

Entendi a piada e, antes que pudesse responder, a porta da sala abriu. Entrou um rapaz mais ou menos da minha altura, cara de mau e com o uniforme da escola. Trazia a mochila segurada apenas por uma das mãos firmes, leve como se estivesse vazia, fones enormes no ouvido e um funk no último volume, que pude ouvir de longe. Várias tatuagens na pele morena, um dos braços pareceu fechado de longe. O cabelo cortado na máquina e um bigodinho saliente junto do cavanhaque. Ele era uma mistura gostosa de negro e índio, resultando num marrom café, meio latino. Esse moleque enfezado me deu uma olhada mortal que fez a mente pensar em qualquer coisa que eu pudesse ter feito de errado. Só então começou a andar bem tranquilo e fechou a porta, eu ainda mudo e a turma prestando atenção. Veio na minha direção, passou pela mesa e me encarou uma segunda vez, afastando um dos fones da orelha, como se quisesse ouvir algo.

- Boa noite!

Falei ainda nervoso por conta da encarada. Ele não respondeu, só foi andando até o final da fileira de carteiras e cumprimentando cada um dos colegas com um aperto de mão típico da galera de morro.

- Qual foi, Anjo?

- Fala, moleque!

- Tá sumido, Anjo!

Sentou-se e cobriu a cabeça sobre a mesa, mantendo o fone. Hesitei alguns instantes, mas não quis arranjar complicação logo no primeiro dia de aula. Se ele não queria prestar atenção, o problema não seria meu. Consegui seguir com a apresentação tranquilamente e permiti que cada um falasse o quanto quisesse. Deu o primeiro intervalo e a galera começou a sair. Eu permaneci na sala porque o próximo tempo ainda era meu e, junto comigo, o tal "Anjo" continuou quieto na dele, lá na última carteira. Fiquei sentado na minha mesa, mexendo no celular pra passar rápido pelos 15 minutos de intervalo. Desatento, ouvi um barulho e tremi quando vi o rapaz já na metade da sala, vindo na minha direção outra vez.

- "Não olha, não olha.." - pensei.

Ele viu que eu o notei, mas não desviou o olhar, mantendo a trajetória em mim. Novamente tornei a me sentir pressionado, meio acuado por aquele comportamento, e deixei a primeira gota de suor escorrer pela testa, ao mesmo tempo que tentei engolir a seco o que pudesse acontecer. Quando chegou perto da minha mesa, virou em direção à porta e jogou algo numa lixeira que estava atrás de mim e eu sequer tinha visto. Virou no mesmo pé e começou a voltar ao próprio assento, me deixando mais aliviado daquela tensão, um andar com ombros deslizando de um lado pro outro, bem malandro. O jeito de garoto vadio e que está procurando problema foi o mais marcante em seu semblante, com certeza seria um aluno complicado. Na maior parte do tempo, o dele olhar foi vago, distante, só pareceu presente quando percebia algo que realmente lhe fosse atraente e útil, interessante. Como um gigante em terra de anões. Talvez vivendo como pudesse, sempre procurando por algo a mais que lhe animasse. Algo que lhe permitisse.. usar. E talvez fazê-lo esquecer da atenção dada ao estranho mundo ao redor, todo cheio de imperfeições. Veio o sinal do intervalo e meus pensamentos se desfizeram no barulho. O pessoal foi retornando e o resto da aula correu normal, me dando uma ótima primeira impressão.

Conforme os dias se transformaram em semanas, eu conheci mais e mais a turma e me integrei cada vez mais às atividades propostas pela escola, esquecendo um pouco dos problemas. Mas mesmo que a paz durasse, eles vinham atrás de mim. Cíntia, a última mulher com quem fiquei, passou a aparecer lá em casa várias vezes por causa dessa história mal contada de filho que eu ainda nem havia averiguado. Como eu era fraco, acabei cedendo e ela foi ficando mais e mais, tornando isso um hábito sem controle, mas que não era do meu agrado. Pra escapar, passei a ensinar também sociologia, ocupando mais o espaço de tempo vago que passaria em casa. Como todo mal é pouco, as coisas começaram lentamente a desmoronar outra vez. Além de sempre chegar atrasado, o "Anjo" agora apareceu visivelmente dopado por alguma droga, chegando a interromper a aula algumas poucas vezes.

- Se não for importante é melhor não falar, Angelo!

- Ih a lá, qual foi Professor!?

Ele bateu na mesa e eu me assustei, ficando em silêncio. Ainda que acuado, não pude perder meu respeito em sala.

- Se você não quiser ficar aqui, não tem problema. Pode sair.

Falei o mais amigável possível, mas não teve jeito. A cara de ódio surgiu em seu rosto e ele levantou, vindo na minha direção. Senti de longe o calor proveniente e acabei recuando, batendo no quadro. Ele passou e foi em direção à porta, saindo da sala. Me recompus e retomei a aula, mas os dias seguidos não foram tão diferentes. Num dos conselhos de mestres, perguntei aos outros professores sobre o Angelo e só a partir daí pude começar a entendê-lo melhor. Aparentemente, era sabido por todos que ele era filho do ex-dono daquela comunidade, executado em operação pela polícia. Sua mãe era uma dependente química que morava nas ruas e tinha problemas psiquiátricos, praticamente uma indigente que ninguém nunca mais viu e ele tampouco se importava. O moleque morava com uma tia que se prostituía e aparentemente só o abrigava por causa de alguma pensão dele, ou seja, vivia solto, sem rumo nenhum. Conhecê-lo foi a chave pra ter a paciência necessária para aturá-lo e tentar ajudá-lo, tanto na escola como pessoalmente. Planejei uma aproximação lenta e delicada. Queria me tornar amigo aos poucos e tentaria ao máximo cooperar no que fosse possível para vê-lo crescer fora da realidade perigosa do morro. Eu já havia visto como funcionava a relação entre evasão escolar e hierarquia do tráfico. Sendo professor e educador, não tive outra opção a não ser mostrá-lo como os estudos e oportunidades poderiam modificar o futuro, a história, a vida. Ele era do tipo que pensava ser respeitado pela turma, mas eu, mais que ninguém, percebi que o pessoal na verdade só temia o Angelo. Não só porque ele era filho do ex-dono, também por causa do comportamento rebelde e explosivo, precoce e majoritariamente "mundano". Como nem eu e nem ele saíamos da sala durante o intervalo, eu aproveitei essas oportunidades pra puxar assuntos. No começo, fui completamente ignorado, mas soube que não seria fácil. Por mais que ele não quisesse responder, segui falando.

- Se você não quiser que eu fale nada, pode me dizer.

Aos poucos o moleque se soltou, ou talvez tivesse fumado um baseado antes daquele aula, aí ficou mais fácil.

- Por que você ainda vem pra escola, Angelo?

- Ah, qual foi, Fessô!

- Não é melhor ficar em casa do que fazer algo que você não gosta?

Ele ficou em silêncio, com a cabeça sobre a carteira e os braços ao redor do rosto, deixando somente os olhos avermelhados de fora, mirados em mim.

- Se você vem pra escola é porque tem alguma coisa aqui que você gosta, né? Ou não?

Mais silêncio.

- Conversa comigo, pode ser sincero!

Quanto mais eu falei, mais ele balançou a perna por baixo da mesa e cerrou o olhar.

- Quero ser teu amigo e te ouvir. Por que fazer algo que não gosta?

- Tu quer o papo, Fessô?

A primeira gota de suor escorreu na minha testa. Foi a primeira resposta ríspida que recebi e senti que talvez pudesse ter feito pressão demais. O tom amargo e os músculos da mandíbula dele sobressaíram.

- Tu acha que tu é espertão?

Ia falar, mas ele continuou.

- Tu se acha o mais pica só porque é professor, né?

Apoiou os braços pra trás na cadeira e começou a rir maliciosamente, como se me desafiasse.

- Não tô entendendo seu ponto, Angelo!

- Ah, não?

Levantou-se e apoiou uma das pernas sobre o assento da carteira. Começou a tirar o nó do cadarço e removeu o tênis, ficando de meia branca. Arriou uma parte do tecido e me chamou pra ver de perto.

- Tá vendo esse machucado aqui?

- Não.

Não tava entendendo nada, porque não havia marca alguma ali. O moleque então aproveitou minha atenção na pele morena e começou a tirar a meia, bem devagar. Eu acompanhei a saída da peça de roupa, ainda sem entender, e me deparei com um pé enorme de macho que o danado tinha. A parte de cima com alguns pelos provenientes da perna e os dedos simétricos, desenhados em traços rústicos. O cheiro de suor subiu na direção do meu nariz e senti o rosto inteiro secar, como se faltasse ar. A cabeça esquentou, fiquei tonto e senti que o cérebro estava derretendo por aquela exposição forçada a qual fui submetido inocentemente. Quando percebi o que ele estava fazendo, o sinal do intervalo tocou e eu virei sem olhar novamente. Ele começou a rir sem dizer nada, até que finalmente falou.

- Tô ligado na tua, Fessô!

Ignorei. Guardei as coisas, peguei a mochila e fui embora. Turma dispensada.

Não gostei da audácia e da ausência de limites daquele garoto, mesmo que quisesse ajudá-lo. Talvez houvesse partes em mim que era melhor deixar como estavam, ao invés de serem simplesmente remexidas por qualquer um, assim do nada. Além do mais, eu já tinha diversos problemas pra lidar, agora surgiram outros. Fiquei revoltado, não triste, mas passou rápido e na outra semana já havia retornado à escola, até porque morreria com a Cíntia e a barriga de quatro meses crescendo. Não tive paciência pra seus desejos e manias bobas e ela também não tava liberando o sexo, então voltei logo à sala de aula, numa atitude bem agoísta. Num primeiro momento, o Angelo manteve as perturbações de sempre e eu consegui ignorá-lo. Depois ficou tão chato aparecendo drogado que eu só quis que o desgraçado morresse. Até que, de uma hora pra outra, ele realmente parou de vir e tudo ficou mais calmo. Na terceira semana seguida de sua ausência, comecei a me preocupar um pouco. Estava aplicando uma prova quando várias alunas entraram gritando.

- AJUDA ELE, PROFESSOR!

Corri atento pra fora e dois rapazes estavam escorando Angelo para que ficasse de pé, com um rastro de sangue deixado pra trás.

- O que aconteceu?

Tentei manter a calma, nervosismo só atrapalharia.

- A gente tava lá em cima.. - um deles começou.

- Fumando um baseado, Fessô!

Angelo o interrompeu rindo, por mais que estivesse ferido. Os olhos marejados e vermelhos, atentos, mas um pouco caídos pelo extremismo daquela situação. A forma como ele olhou para o próprio sangue nas mãos, na tentativa de conter o ferimento, me deixou totalmente focado em apenas resolver a dor dele.

- Nem tava tendo tiro, mas acertaram a perna dele!

- Faz alguma coisa, professor!

A galera juntou em volta e eu me mantive calmo, tentando focar no que fazer. Pensei o mais rápido que pude e lembrei do garoto dizendo que não houve tiroteio. Peguei o celular e enviei minha localização pro whatsapp de uma amiga que trabalhava na emergência do SAMU, com a mensagem "URGENTE!". Coloquei o Angelo deitado no corredor e pedi pras meninas correrem até à direção. Corri na mochila e tirei uma blusa branca que trouxe de reserva, amarrando em sua coxa.

- Relaxa, Anjo!

Tentei parecer tranquilo até pra ele.

- Relaxa tu, Fessô! Eu tô fumadão, tô sentindo nada! Mas olha pra tua cara, todo metódico!

Ele sabia que isso me irritava, mas também sabia que eu não ia reclamar, por conta de toda a distração da realidade e seriedade daqueles segundos no corredor da escola. Comecei a estancar o sangue com a minha própria blusa e o mantive acordado.

- Não dorme, garoto!

- Ih, tá suave! Só tô chapadão! - rindo de nervoso.

Enquanto apertei sua perna grossa, ele focou em olhar meu rosto com aquele olhar vazio e cheio ao mesmo tempo. Independente de estar machucado ou não, sempre que me mirava parecia que pensava em várias coisas que poderia fazer comigo, com meu rosto, mas ao mesmo tempo também soava como se não pensasse em absolutamente nada. Era estranho. As vezes eu encarava e percebia a testa suando frio de nervoso, por mais que tivesse fumado a bendita da maconha, que provavelmente era o que estava ajudando a dispersar a dor naquele instante.

- Acorda!

- Acorda tu, seu porra!

E riu, colocando o dedo na minha cabeça como se me apontasse uma arma.

- Tá pensando que eu esqueci? - falou.

- Esqueceu?

Interrompendo nossa conversa, as diretoras chegaram e se assustaram com a cena de sangue. Ficaram ainda mais espantadas quando descobriram que os rapazes fumavam maconha no terraço. A ambulância chegou sem problemas em pouco tempo e os socorristas levaram Angelo ao hospital. Conseguiram remover a bala, que "felizmente" atingiu apenas o músculo, meio que de raspão. Apesar disso, ele teve que passar por duas cirurgias. Por "sorte", não foram tão grandes e não teve um estrago maior. Levou vários pontos na coxa e ainda permaneceu internado durante alguns dias. Por mais que quisesse acompanhá-lo, estava na época das avaliações na escola e eu havia me comprometido com o corpo docente de ajudar durante o período. Em casa, Cíntia veio me contar que descobriu o sexo do bebê, foi aí que lembrei de começar a questionar aquela gravidez. Em pouco tempo, ela voltou a ficar insuportável e acabou o pouco amor. Ainda existia a recente crise de sexo por conta da gestação, que também tava acabando comigo. Nessas horas lembrei do Angelo no hospital e deu muita vontade de ir vê-lo, mas novamente algo me impediu. "Se antes ele deixou de frequentar a escola, agora mesmo que não o vejo tão cedo", pensei comigo.

A temporada de chuvas no Rio começou e o rendimento da galera na escola diminuiu. As vezes rolava operação na comunidade e aí mesmo que ninguém aparecia, nem eu ou as diretoras. Numa das vezes em que não teve nem cinco cabeças na sala, liberei a turma e fiquei fazendo hora na escola, aproveitando pra planejar as próximas aulas da parte de sociologia. Por mais aleatório que fosse, o Angelo apareceu, já andando sozinho como se nada tivesse acontecido. Não acreditei quando vi.

- E aí, garoto?

- Ih, qual foi, Fessô?

- Melhorou da perna?

- Tô suave, pô! Aí, tô andando e tudo!

Nos falamos rapidamente e ele foi fazer o que tinha que fazer. A mente voltou a pensar no moleque e não consegui planejar mais nada. Desisti e voltei pra casa debaixo de chuva. Cheguei em menos de meia hora e entrei pela porta dos fundos, ouvindo a televisão da sala ligada de longe. Antes mesmo de alcançar o corredor e encontrar Cíntia, ouvi o portão bater novamente lá fora e voltei pra ver quem era. Meti a mão na maçaneta da porta que acabei de fechar e ela girou antes, abrindo e me revelando o Angelo todo ensopado.

- Qu-! Tá maluco, garoto!?

Como eu disse, sempre a ausência de limites que me tirava do sério.

- Que brincadeira é essa!?

Ele entrou e parou na cozinha, de costas pra mim. Foi virando como se admirasse o ambiente, o sorriso no rosto, até voltar a dar de cara comigo.

- E aí, Fessô?

Perguntou como se não fizesse nada de errado.

- Explica essa merda, Angelo!

Veio andando na minha direção e parou bem próximo, estendendo o braço como se fosse me abraçar. Só que na verdade foi pra fechar a porta atrás de mim, a chuva ainda caindo forte lá fora.

- Eu ainda não te agradeci pela moral que tu me deu, Fessô!

- Não precisa, garoto. Só não me assusta assim.

Ele riu sadicamente.

- Precisa, pô! Tamo junto!

Virou novamente e foi andando pelo corredor, rumo à sala.

- Tá maluco, Angelo? Você já falou o que queria, agora rala!

- Que isso, Fessô? Me mostra tua casa, pô!

Não consegui impedi-lo e acabou que ele chegou antes de mim. Me preparei pro esporro que ia ouvir da Cíntia, mas nada aconteceu. Quando cheguei, percebi que ela não estava ali.

- Cíntia!?

Gritei pela casa e nada dela. O moleque se jogou no sofá, ainda molhado e começou a rir.

- Ah, sacanagem! Olha aí, Angelo! Tudo molhado!

Ainda rindo, ele levantou e tirou a blusa do uniforme, revelando o peitoral dividido de homem e as tatuagens pelo corpo mulato. Tirou os sapatos e ficou de meias e calça jeans. Sentou-se novamente no sofá e esticou as pernas por cima da mesa de centro, cruzando os pezões. Jogou os braços pela parte traseira do encosto da poltrona e exibiu os sovacões de macho, além dos tríceps delineados. Eu vi cada um daqueles movimentos em câmera lenta e senti algo estranho no meu próprio corpo. Não soube o que falar, apenas observar. O puto voltou a dar a risadinha de canto de boca.

- Tá rindo do que? - perguntei.

- Tô lembrando de tu metendo aquele papo de fazer o que não gosta.

Não entendi a resposta. Ele bem ousado, usando de um tom como de quem joga conversa fora com um colega.

- E o que tem de engraçado nisso?

Aí o puto parou de rir e me olhou sério, os olhos fechados e direcionados nos meus. Cerradas, as pupilas negras foram taxativas.

- Então quem é Cíntia, Fessô?

Não entendi outra vez. O puto levantou e veio com os ombros arqueados na minha direção. Ligeiro que só, se meteu pra dentro do meu quarto como se já tivesse o mapa da casa. Eu o segui nervoso, achando que Angelo poderia estar no efeito de alguma droga e acabar fazendo alguma coisa de ruim. Pra minha surpresa, ele tava deitado na cama e com uma calcinha da Cíntia na mão.

- TÁ MALUCO, SEU MOLEQUE!?

Aumentei o tom de voz, sentindo o sangue ferver dentro de mim. O puto riu e levou o tecido ao nariz, aspirando calmamente o odor de buceta e sem tirar o sorrisinho do rosto. Peguei ele pelo pescoço e tentei suspendê-lo o máximo que pude com as mãos, mas nada fez o sorriso ir embora, além do fato de que, bem mais forte que eu, não surti efeito algum naquela tentativa.

- DO QUE TU TANTO RI, SEU MERDA!?

- Tu também tá nessa vida de fazer o que não gosta, eu tô ligado!

Nesse momento, a mente pareceu dar um nó. Ainda o segurando, minha consciência foi sugada da realidade e só consegui ter uma pequena sensação de calor bem no meu interior, como se algo novo crescesse. Ou talvez velho. Encarei firme nos olhos, mas não adiantou, o mesmo sorrisinho intocável no rosto de moleque.

- Quem é Cíntia, Fessô?

Não respondi, só continuei escutando.

- Se tu não tá sacando qual é a tua, eu tô! Nem tu sabe o que tu é!

Passou a mão grossa e escura no meu rosto, como se me acarinhasse com o verso dos dedos tatuados e calejados de mulato sabido, entendido do jogo da vida. Bem mais novo, bem mais inexperiente que eu, porém ainda assim com suas vivências e histórias únicas, que, mesmo eu sendo mais velho, não presenciei, não absorvi. As vidas, em todas as suas instâncias, podem ser e são muitos inacreditáveis!

- Quanto bati o olho em tu eu já sabia, Fessô. Eu senti pelo cheiro!

O sorriso dele aumentou no rosto e eu soltei seu pescoço, sentindo o calor crescer dentro de mim.

- Eu sei do que gente que nem tu gosta!

Segurou firme a mala de pica sobre a calça e sentou tranquilamente na cama, tornando a sentir o cheiro da bucetinha da Cíntia, mas ainda me olhando com aquele semblante de menino que é pego tocando punheta com a calcinha de alguma prima mais velha nas mãos.

- Agora vai lá e pega uma cerveja pra mim, anda!

Minha mente ainda estava confusa, mas o corpo obedeceu. Não soube bem porque tava sentindo vontade de fazer aquilo, então tentei hesitar, porém ele falou.

- Tu ainda não entendeu, Fessô? Tu nasceu pra servir, viado!

Eu travei por completo. E só então o físico respondeu ao mental. Sem querer e sem tempo, fui até a geladeira e trouxe a bebida. A Cíntia poderia chegar a qualquer momento e eu teria que dar milhões de explicações, mas tudo isso foi mero detalhe. Consegui pensar em todos os riscos, mas o corpo não obedeceu mais a mim, era uma outra vontade que não sei de onde veio.

- Dá uma voltinha pra mim, dá?

Meio sem graça e sem qualquer denotação sexual, girei devagar, me sentindo comido com os olhos e não sendo nada de sensual à visão do molecote com índole de dominador.

- O que você tá fazendo, Angelo?

Ele fez um semblante de ira e levantou rápido, me encarando diretamente nos olhos de uma forma tão firme que seu corpo me empurrou pra trás. E veio andando, me fazendo recuar até que bati contra a parede. O safado botou o dedo na minha cabeça outra vez, como se fosse uma arma, e começou a me cheirar bem de perto, como se fosse um bicho investigando a presa e fungando bem no cangote, sem qualquer noção do mínimo do limite de espaço físico.

- Eu conheço cheiro de viado, Fessô!

A palavra que faltava pra inverter meu mundo. Ele foi me prendendo na parede com o tronco e eu não tive mais escapatória.

- Do que tu tá falando, Angelo? Para com isso!

- Então tu olha na minha cara e diz que tu não é viado, Fessô!

Não teve como. Senti o corpo amolecer e fui descendo pela parede, até sentar no chão. O puto começou a rir e voltou pra cama, tornando a cheirar a calcinha da Cíntia pra me afrontar. Me controlei muito pra não chorar de raiva na frente dele, sentindo todo o ódio e frustração por ter sido exposto ali e por algo que sempre tentei negar. Quando achei que o Angelo tinha me esquecido, ele me encarou e me chamou com o dedo.

- Tu vai vim até aqui e vai vir que nem cadela, seu putinho!

Hesitei.

- Anda!

Outra vez o corpo fez uma coisa enquanto a mente pensou outra, mas agora com menos resistência. Comecei a engatinhar lentamente, olhando pro chão.

- Olha pra mim!

Levantei o rosto e o encarei. Pela primeira vez, vi o sorriso de uma maneira diferente. Ele não riu pra tentar me humilhar, e sim porque era satisfatório ver alguém fazendo esse tipo de coisa por ele, logo ele por quem ninguém fazia nada. Quando finalmente compreendi isso, me redimi de vários anos perdidos e senti aquela onda de calor dominando meu corpo. Mexi a cabeça de um lado pro outro e fui entrando no personagem, rebolando mais o quadril e encarando firmemente, de um jeito mais sexual. O puto começou a esfregar o cacete por cima da calça, metendo um sorriso sádico na boca. Aí alisou uma mão na outra, como se estivesse se preparando pra um banquete.

Alcancei um de seus pés e o analisei com calma nas mãos. Era grande, talvez uns 44, rígido e bem simétrico, com total firmeza nas solas. Era um pé de homem feito, que anda pelo mundo solto, procurando putaria, safadeza e vadiagem. Pés de menino que já virou macho, cafuçu, malandro. Já é do mundo. Já virou bicho, procurando satisfazer suas vontades, por mais obscuras que fossem. Seus desejos, pecados, devassidões. Era nesse mundo que eu estava começando a bater nas portas.

- Enfia o pé do teu homem na boca! - a ordem veio nítida e em bom tom.

Obedeci. O Angelo devia usar algum perfume pelo corpo, porque seu suor se misturava com alguma coisa e ficava com um gosto meio adocicado. Não era possível que a essência do suor daquele macho fosse realmente doce. Primeiro eu sorvi cada um dos dedos, sugando um por vez e depois todos juntos. Depois tentei enfiar o máximo possível daquele pé na boca, à medida que o safado foi forçando mais e mais a entrada.

- Deixa que eu te ajudo, vem cá!

Puxou meu rosto com o próprio pé enfiado na minha boca e o segurou nas mãos. Com total controle do meu crânio, começou a forçar ainda mais, abrindo meus beiços o máximo que pôde com os polegares dos pés.

- Velho desse jeito e não pode ver um pé de moleque marrento, né Fessô?

Senti os dedinhos mexendo no fundo da língua, enchendo tudo com o mesmo gosto doce de homem da rua. Estava ensandecido e mais realizado e preenchido do que achei que estaria algum dia. Tudo por causa do pé de moleque.

- Agora tu vai lá pegar outra cerveja!

Amassou a lata e a jogou no chão, caindo pra trás na cama e voltando a cheirar a calcinha da Cíntia. Fui e voltei num pulo e o entreguei outra bebida

- Deita aí no chão com a cabeça pra cima!

Obedeci e agora o puto veio com as solas dos pés na minha cara.

- Deixa só a língua de fora!

Assim, o safado só precisou ficar esfregando, enquanto não desistiu de sentir o cheiro da bucetinha da minha ex-atual-mulher nas narinas.

- Essa pepeca da tua amiga é cheirosinha, ein! - avisou.

- É minha mulher.

Ele começou a rir.

- Então é nossa, Fessô! Nada aqui é só teu, pode ficar sabendo!

Voltou a afundar os pés na minha boca, sujando meu rosto todo com a minha própria baba que o puto espalhou por todos os cantos. Eu meti a língua por entre os dedos, chupei os pelos, calcanhar e linguei toda a sola de cada um dos pés, sentindo que era exatamente o que eu queria.

- Tá com sede, viado?

- Sim.

- Vem cá!

Levou-me até meu próprio banheiro e mandou que eu entrasse no boxe só de cueca. Obedeci e o puto botou o caralhão pra fora e esperou, começando a mijar logo em seguida.

- Aproveita, viado!

Seu jeito animal de querer me marcar com o mijo era o segredo por trás daquele ato. Era como se eu liberasse feromônios que nem eu mesmo conseguia ver, mas ele sim e por isso veio atrás de mim. Agora estava ali, me codificando com seu cheiro pra que todos soubessem que era dele. Incrível como é o homem quando pensa com outra cabeça. Terminou de mijar e sacudiu o rolão preto, como se me convidasse a sentir seu gosto. Fui lentamente na direção dele, preparado pra mamá-lo, mas o Angelo me segurou antes de chegar e sentou sobre o vaso, com meu rosto entre as mãos.

- Primeiro tu tem que me provar que gosta de mim, Fessô.

- Depois de ter chupado seus pés?

- Mané pé! Tu tem que jurar pra mim que vai ser bonzinho e fazer tudo que eu mandar, porque não vai ter volta depois disso!

- Eu prometo! - falei apressado e com muita vontade de ser tomado de uma só vez.

- Tá falando sem pensar, Fessô. Pensa direitinho se é o que tu quer, porque a partir de hoje tu vai ser meu. Tu tá ligado no que eu tô pedindo?

Pensei por pouco tempo, mas não havia mais retorno.

- Eu sei o que eu quero. E eu quero você aqui e agora, Angelo!

- Então me promete que vai me obedecer e fazer tudo que seu mestre pedir, mermo que tu não entenda na hora.

- Eu prometo!

Acelerado e sem reconsiderações. Eu queria, eu faria!

- É essa piroca aqui que tu quer, Fessô?

Segurou a rola preta na mão, ainda meia bomba, e sacudiu. A caceta foi ganhando vida e logo virou uma vara envergada pra cima, com as veias saltadas e o saco um pouco peludo em baixo.

- É essa piroca que eu quero, Angelo!

- Então é essa rola que tu vai ter!

Ficou de pé e, no mesmo impulso que levantou, enfiou a tora comprida na minha boca. Novamente o mesmo gosto doce que só aquele homem tinha. Comecei a chupar como pude, sem muita prática, mas entrando num ritmo gostoso em pouquíssimo tempo. O safado do "Anjo", que de anjo não tinha nada, colocou as mãos pra trás da cabeça e só movimentou o quadril pra trás e pra frente, gemendo fácil.

- Ssssssss! Que isso, Fêsso!

Seu ritmo não mudou, o que me deu segurança nos próximos movimentos e assim pude me adiantar com a língua, atritando contra a pele da glande rígida que invadiu minha garganta e voltou. Suei bastante e ele também, mas não estávamos nem aí.

- Tá vendo como tu nasceu pra me obedecer? Já sabe até como eu gosto!

Mamei lentinho, sorvendo o máximo de baba que o cacetão despejou na língua. Estava tão inserido no contexto que não sei como me enganei por tanto tempo, tamanha minha fome diante do moleque aberto pra mim.

- Ainda fala que não é viado, vê se pode?

Eu me fiz, ele tinha razão.

- Deixa eu ver um negócio.

Segurou meu queixo e tapou meu nariz, enfiando a rola até o talo no crânio. Quando sentiu minha garganta na ponta da cabeça, parou e ficou lá, deixando só o sacão pra fora balançando. O puto permaneceu na ponta do pé de tanto tesão.

- Que isso!? Assim eu me apaixono, Fessô!

Quando eu engasguei sem ar, ele aliviou a pressão e deixou que me recompusesse. Eu peguei mais ar e lá vinha piroca outra vez até o talo, a cabeça latejando atravessada na minha garganta e o safado se deliciando com a minha obediência.

- Vira o rabo pra cá pra gente ver como que tá isso!

Controlou minha cintura com facilidade e inclinou o próprio corpo pra poder me dedar, isso ainda me botando pra mamar com a outra mão. Afastou as nádegas, enfiou o dedo na boca e em seguida na porta do cu, entrando aos pouquinhos e gemendo, mordendo os beiços.

- Caralho, Fessô! Eu que vou estrear esse cuzinho, é?

- É você, Anjo!

Eu tava todo entregue. Ele manjou meu rabo e lambeu os beiços como se fosse o lobo mau com as mãos na chapeuzinho, lubrificando com cuspe já outro dedo pra poder cutucar afoitamente no meu traseiro. Em pouco tempo eram três, entrando e saindo.

- Olha aqui pra mim, João!

Seu tom foi sério.

- Tá preparado?

- Tô!

- Abre a boca!

Obedeci e ele cuspiu dentro, me dando dois tapas na cara.

- Eu vou comer esse cu e vai ser sem camisinha, tá me escutando?

- Olha, Angelo..

Outro tapa.

- Tá me escutando ou não tá me escutando, Fessô? Já vai começar de historinha?

- Eu tô, mas..

O quarto tabefe na cara, seguido de outro cuspe.

- Mas o que, viado?

- Mas nada.

O safado me pôs de quatro no vaso e virou minha bunda de vez, se posicionando atrás de mim. Pincelou com a cabeça do caralho no meu rego e tentou a entrada, sem sucesso. Tornou a pincelar e novamente tentou, atolando parte da cabeça por entre as minhas pregas e me dando vários tapas na bunda. Eu não aguentei de dor, mas precisava daquilo pra poder ir até o final. Gemi cada vez mais alto, não me importando mais com nada.

- Aaaii! Bate mais forte, Anjo!

Ele bateu mesmo, satisfazendo meu pedido.

- Cala boca, viado!

Mais tapa e mais gemido.

- Mandei ficar quieto, porra!

Quando dei o terceiro gemido alto, o safado enfiou a tora toda de uma vez e eu abri o berreiro pra gritar. Antes mesmo de emitir qualquer som, enfiou o pé todo torto na minha boca, descendo minha cabeça sobre o vaso fechado e me impedindo de gritar. Travou minhas ancas com as mãos e começou a foder, acabando rápido com a minha dor, que foi se transformando em prazer à medida em que ele atracou lá no fundo do rabo. Foi nessa posição escrota e muito mal equilibrada que o Angelo começou a traçar minha cuceta pela primeira vez, com a minha cara praticamente enfiada no vaso, porém melhor impossível.

Encontramos nosso ritmo rapidamente, o tarado só se movendo dentro de mim, pra ter a certeza que comeu cada uma das pregas com a piroca grossa e chegou onde tinha que chegar. Pra caso alguém entrasse depois, tivesse a certeza de que ali já havia passado gente.

- Tá gostando, Fessô?

Eu não tinha como falar por causa do pé enfiado na boca. Ele só desçeu e subiu o corpo pra fazer a tora entrar e sair de mim, gemendo na minha orelha e arqueado sobre as costas. As vezes o safado mexia só o quadril, completamente colado e derramando mais e mais suor.

- Relaxa esse cuzinho pra mim, relaxa? Tá apertadinho demais, assim eu não consigo te alargar!

Eu até tentava, mas o tesão era enorme. Sentir a passagem da pele pra dentro foi incrível, ainda mais porque não usávamos preservativo. Ali mesmo no vaso, ele me pôs de franguinho e voltou a me comer, sem nem tirar o caralha de dentro pra tocar de posição.

- Olha aqui pra mim enquanto eu tiro teu cabaço, olha!

E mais tapas na cara. Quando voltei a falar, ele enfiou vários dedos da mão e me calou, sem diminuir o ritmo.

- Ohohommhoo!

Tentei dizer algo, mas não tive como. Do nada ele saiu de mim e foi no quarto. Retornou com a calcinha da Cíntia enfiada na cara e me penetrou novamente, tomando impulso com as mãos no cóccix. Agora saiu por completo e entrou estocando com tudo, me fazendo ir às nuvens e dando a ligeira impressão que perdi a consciência por alguns segundos enquanto fui empurrado.

- Caralho, Fessô! Sssssss!

Fez questão de vir no meu ouvido gemer, ainda com os dedos tatuados enfiados na minha boca toda. Fodeu por mais alguns minutos, mas ainda não gozou.

- Levanta aqui pra mim!

Suspendeu minha perna e vestiu a calcinha em mim, parando pra me analisar.

- Vem aqui!

Voltamos ao quarto e fiquei outra vez de quatro, só que na cama e com a peça de roupa da minha mulher. O puto subiu por trás de mim e enroscou a calcinha na mão, puxando minhas ancas pra trás e me penetrando sem usar as mãos.

- Ssssss!

Fechou os olhos. Voltou a foder afoitamente, caindo sobre meu corpo em pouco tempo. Eu lutei pra aguentar meu peso e o dele juntos, mas o puto não tava nem aí, só forçando mais e mais o quadril em cima da minha bunda e com o caralho latejando enfiado no meu cu, dentro de mim.

- Agora sim! Aaaaah!

Entrou num ritmo afobado e me travou todo com os braços e pernas, me deixando completamente imobilizado na cama, sentindo somente a envergadura do cacete ereto em meu interior. Logo veio a primeira leitada, seguindo pela segunda e terceira. O Angelo tirou a piroca, terminou de gozar se punhetando e deixou a porra cair na porta do meu cu. Arrastou o que tava fora com a cabeça, espremeu o restante que ainda tava no pau e tornou a enfiar, cansado e ofegante em minha orelha.

Meu pau tava todo babado em baixo e eu não resisti em tocar uma punheta gostosa enquanto o safado ainda tava dentro de mim. Ele cochilou por alguns instantes e depois levantou num pulo imediato, bem daquele jeito molecote necessitado característico dele. Botou o boné, calçou os chinelos e se despediu.

- Depois eu broto aí, Fessô!

Foi embora como se tivéssemos brincado de alguma coisa boba, sentindo-se leve e me deixando todo arreganhado sobre a cama, com o cu ainda lotado de porra quente. Essa era a natureza daquele moleque. E foi assim que comecei a descobrir, ao lado dele, a minha verdadeira natureza, começando pelo louvor aquele pé de moleque marrento.

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Comentários

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@hubrow foi sem querer! hahahaha obrigado pelos elogios! tem uns contos meus que aparece que eu dei nota 0 ou 10, sendo que não entendo bem o porquê kk

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Teus contos são realmente muito bons. Bem escritos, com bom ritmo, sem exagerar nos adjetivos, criando situações verossímeis. Bom, acho que vc sabe de tudo isso... Me dá vontade de lê-los todos de uma vez, mas prefiro ir fazendo isso aos poucos. Além do mais, acho que sexualmente temos gostos parecidos, hehehe (embora não todos). Dá um tremendo tesão. Só não entendi o porquê de você ter dado nota zero a vc mesmo, nesse texto. Muito estranho.. Muito obrigado por escrever!!!

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Que menino ousado, só louco para transar com um tipão assim.

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Seus contos é para ninguém botar defeito muito bom

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Seus contos a cada dia estão melhores, histórias mais excitantes e primazia na escrita. Parabéns!

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