Olá meninas, eu sei que tenho um péssimo hábito de sumir do nada, perdão por isso. Hoje postarei um capitulo novo, estive pensando, sei que essa fase vai ser curta, mas decidi reduzir o tamanho dos capítulos para que não fiquem chatos na hora de ler. As vezes é tanto texto que a gente até se perde, esse episódio aqui vai ser como uma figura cômica, pra ver que sempre onde houver raiva, existe uma boa piada. Bom conto pra vocês, beijos. Bora pro conto?
Continua...
Voltei para o consultório na manhã seguinte, cheguei cedo, só havia a secretária e Ms. Charlote não havia chego. Estava um pouco exausta ainda, mas resolvi ir mesmo assim, sabia que assim que ela chegasse eu ouviria coisas piores do que reclamação. Enquanto a secretária, Rebeca, atualizava tudo pra mim e remarcava as consultas, abaixei minha cabeça sobre a mesa da minha sala e acabei cochilando um pouco. Sempre me vem a memória meus pais, sonhos de uma vida feliz que de um dia pra outro, deixou de existir por puro preconceito, fazem tantos anos que não falo com eles ou sequer algum contato.
15 minutos depois... Alguém adentra a sala e fecha a porta com força.
- PRISCILAAA!
- Hã? Ahhhh – Me assustei com o grito de Ms. Charlote.
- Como você me faz uma coisa dessas? Um dia é uma coisa, agora duas semanas? Você está sendo muito abusada e irresponsável. Isso foi o que? Queria chamar atenção? Queria me ver aos seus pés pelas coisas que disse? Achei que tivesse exagerado e pegado pesado contigo, mas pelo visto mereceu mesmo. Sua insolente, criança, imatura, IRRESPONSÁVEL! – Com um tom desses até a plateia que escutava atrás da porta teve medo kkkkk.
- Olá Ms. Charlote, bom dia pra você também. Gostaria de se sentar e para podermos conversar civilizadamente como tanto me ensinou? – Eu estava provocando mesmo kk.
- Você é muito cara de pau mesmo, ainda me vem com essas ironias pra me provocar. – Ela me fuzilou com o olhar. – O que pensa que está fazendo aqui?
- Vim trabalhar, cuidar das minhas responsabilidades, “subgerenciar”.
- Haha, é graça mesmo, você acha que é assim, voltar a trabalhar e tudo certo? Eu deveria te demitir por isso sabia, justa causa eu tenho.
- Pode até ter, mas eu também tenho um contrato e um atestado médico.
- Atestado? Quer dizer que pra vagabundiar por aí, precisa de atestado?
- Vagabundiar não, eu estava magoada e precisei sumir pra respirar.
- Nossa, o que não falta é ar pela rua, era só abrir a janela e respirar bem forte até sugar o vento todo. – Ela foi irônica.
- Oi? Peraí, você está sendo irônica, pensei que morreria sem jamais ver isso, se soubesse tinha sumido mais haha.
- Você ainda por cima debocha de mim? Minha vontade agora Priscila nem é te bater, é te amarrar por duas semanas e deixar você sozinha pra aprender a nunca mais me desobedecer.
- Nossa... Ms. Charlote, que isso, está assistindo muito filme de mafioso com vingativo. Vamos com calma...
- Calma? Você quer que eu tenha calma? Você age como uma irresponsável, imatura, me deixa preocupada, volta na maior cara de pau e ainda quer que eu fique feliz em te ver?
- Sim, deveria, afinal estou bem e aqui conversando e escutando sua reclamação comigo.
- Afinal de contas onde você esteve esse tempo todo? – Ela começava a moderar o tom, porém, ainda tinha olhar de fuzilamento.
****** Do lado de fora da sala ******
- Rebeca e aí? Minha mãe já quebrou alguma coisa? – Perguntava Olívia.
- Acho que não, Ms. Charlote sempre teve porte e educação, não imagino ela fazendo escândalo. Se bem que desde que a Priscila voltou, ela tem sido um pouquinho mais estressada.
- Ah Rebeca, você não sabe a missa a metade, mamis é super educada e elegante, mas a única pessoa que consegue mexer com todas as emoções dela é a Pri.
- Oi gente bom dia, o que foi Olivia que me ligou às pressas? – Dizia Colin meio afobado.
- Ih pai, melhor você e a Ilze pegarem uma cadeira e esperar aqui na fila, a Pri veio trabalhar hoje e a mãe tá quase matando ela.
- Ela é doida é? Veio logo hoje, quando sua mãe está de TPM.
- TPM de novo pai? Mas a dela já passou tem mais de 1 semana, dias depois da Pri sumir.
- Não é dessa TPM que tô falando, é o Tratamento Pré Morte.
- Nossa... A Charlô nem aparenta ser estressada ou ser mafiosa e olhe que eu sou italiana viu? – Dizia Ilze surpresa e com um ar cômico.
- Ah minha princesa, se bem conheço a Charlô, tudo pra ela que a fizer feliz eternamente, ela vai negar. Agora o que ela arranjou nesse namoro com esse Henry eu não sei. – Dizia Colin.
De repente um barulho de jarro quebrando em meio a sala.
- Paizão a mamis tá matando a Pri, vai salvar ela... – Dizia Olivia.
****** Voltando a sala ******
- Nossa Charlô você está bem? Deixa eu ver isso.
- Sim estou, só foi um acidente, esbarrei no jarro e como eu disse, Ms. Charlote, pois Charlô é pra quem tem intimidade.
- Por favor Ms. Charlote, para com isso, somos crescidas e vamos ficar agindo como crianças?
- Você que agiu como criança, querendo atenção e me deixando... nos deixando preocupados.
- Humm... Me perdoe então e me deixa consertar isso.
- Isso foi minha confiança Priscila, confiança não é como uma goma de mascar que a gente mastiga e ela volta a ficar colada. Onde você esteve, o que fez, com quem esteve?
- Janta comigo hoje que te conto tudo.
- Não me venha com essa Priscila, eu não sou uma de suas paqueras que você impressiona levando pra jantar, me poupe desse ridículo.
- Primeiro eu não levo nenhuma paquera pra jantar, pois minhas “paqueras” eram das baladas pros quartos. Segundo, estarei levando apenas pra jantar naquele bistrô italiano e lá tem uma excelente torta de morango.
- Não irei e nem adianta pedir. Só que me diga onde esteve.
- Janta comigo e conto tudo.
- Joguinhos não funcionam comigo.
- Eu não tô jogando contigo. – Falei tocando seu rosto de leve e ela logo removendo minha mão. – Janta comigo por favor, me dê essa chance.
- Não sei se devo, você mentiu pra mim.
- Se você jantar comigo hoje, conversamos melhor, depois você escolhe se me perdoa ou não.
- OK, as 8:00 P.M. te encontro lá, ao menos não se atrase.
- Você que manda. – Falei piscando.
Do nada entra a plateia que estava escutando tudo e o Colin grita.
- Charlô por favor não mate a Pri, ela só foi espairecer. Minha nossa cadê ela, tá viva?
- Mãe! Tu jogou o jarro nela foi?
- O que vocês pensam que estão fazendo escutando nossa conversa? – Dizia Ms. Charlote bem P da vida.
- Calma aí gente, estou bem, Char... Ms. Charlote que esbarrou no jarro mesmo, ninguém morreu não.
- Ainda... – Dizia Olivia revirando os olhos.
- Como é Olívia? – Dizia Ms. Charlote.
- Han... Han... Acho que a Olivia está brincando kkkkk. Neh filha? – Dizia Colin. – Filha não provoque sua mãe agora – Falava ele sussurrando no ouvido dela.
- Sim mas o que ouve? Pensamos que estavam se matando aí dentro – Perguntava Ilze.
- Bem... – Interrompi Ms. Charlote.
- Ms. Charlote e eu vamos jantar essa noite, para conversarmos minha situação atual aqui em Londres e sobre minhas faltas, apenas isso. Com todo respeito em interrompê-la.
Todos olharam aliviados e com aquele ar de risos e ao mesmo tempo de curiosidade, mas eu não falaria nada, até jantar com aquela mulher. Sai do consultório umas 17:00 pra dar tempo de me arrumar e chegar cedo.
Cheguei ao bistrô as 7:30 P.M. pra não ter erro e nem atraso. Esperei até sua chegada, ao vê-la adentrar, sempre linda, charmosa, elegante.
- Boa noite Priscila, o que tem a dizer?
- Boa noite Ms. Charlote, será que ao menos posso pedir o vinho?
- Seja breve
- Jantaremos lembra? Conversando aos poucos.
Escolhemos uma boa massa e um excelente vinho, parecia até um jantar romântico, pena que ela ainda está com um pouco de raiva. Expliquei a ela toda situação.
- Então você estava em Portugal?
- Sim, fui de moto até lá e fiquei um tempo pra pensar, pra me sentir viva.
- Podia ao menos ter avisado, não é nada bonito você sumir e deixar os outros preocupados.
- Principalmente você, não devia ter sumido assim. Mas eu estava chateada, com raiva e você quase me bateu, algo que nem perto de suas ameaças com tom sexual.
- Ali foi um erro que não irei mais cometer. Era só isso? Porque se for, vamos falar sobre seu trabalho, te acho uma profissional muito competente pra te mandar embora e perder pro mercado, por isso estou te dando a última chance.
- Ok, muito obrigada. Mas e o resto?
- Que resto?
- Você e eu.
- Priscila, eu sou uma mulher comprometida, me respeite.
- Primeiro eu estava falando da nossa amizade e segundo, você não o ama.
- Você tem certeza?
- Absoluta, te conheço bem e não apenas de corpo, sei que sua boca fala algo, mas seus olhos desejam outra coisa. Que seu coração só fica apreensivo quando está perto de mim. E que sempre desvia o olhar quando eu fico te admirando. – Levantei seu rosto e encarei.
- Priscila, para! Já disse, estou feliz, se você ao menos tem um pingo de decência, respeite isso. – Falava ela arrepiada e soltando minha mão.
- Não faz isso consigo mesma, não é justo...
- Tchau Priscila.
- Aonde vai?
- Embora, já jantamos e sobre tirar minhas conclusões sobre a conversa, amanhã respondo se devemos ou não voltar a sermos amigas, boa noite...
E ela saiu e eu fiquei ali pensando um pouco e fui pra casa.
“Que mulher, por que ela é tão difícil em? Talvez esse lado dela que me conquiste, pois sei que mesmo agindo como maléfica, ali existe um coração imenso. Vamos aguardar pra ver essa resposta amanhã.”
CONTINUAAAAA...
Um beijo enorme pra vocês meninas, até logo, espero que gostem e se dessa vez não agradou, podem dizer lá nos comentários ou falarem comigo pelo email/skype. Estarei lendo todos os comentários. Beijo, boa noite.
