Esse capítulo terá a aparição de novos personagens que em determinada parte da história participarão do desenvolvimento da trama. Espero que gostem!
PELA PRIMEIRA VEZ - CAPÍTULO 11: COMO LIDAR COM UM PROBLEMA? - PASSO 1 DE 2
- Então quer dizer que vocês dois são mesmo viados? - Disse Davi chegando de surpresa.
Tomei um susto grande e parei de beijar o Gabriel, da mesma forma que ele também se assustou.
- Davi, por favor... - Tentei falar, mas fui interrompido.
- Um marmanjo desse pegando o primo menor, isso é muito bizarro! Acho que a minha mãe vai adorar saber disso pra contar pro seu pai. - Disse ele de forma bem sarcástica.
Sem que pudéssemos falar mais nada ele foi embora, nos deixando completamente amedrontados.
- Rafa, e se ele contar? - Disse Biel com medo.
- Relaxa, meu amor. Vai dar tudo certo, vai pra sala que eu vou resolver essa situação. - Falei.
Gabriel foi pra sua sala e eu fui atrás do Davi, consegui o encontrar subindo as escadas e o puxei pela camisa.
- Qual é a tua, cara? - Falei, o encostando na parede.
- Eu é que pergunto, você quer brigar comigo aqui? Além de você ir pra diretoria, eu iria contar na frente de todo mundo que você pega o seu primo. - Falou.
- Você não teria coragem. - Falei.
- Ah, é? Vamos ver o que o seu tio acha disso.
- Não! - Falei. - Não fala nada pra ele.
- Se você quer resolver isso, me encontra no beco aqui atrás da escola depois da aula. - Disse ele de modo amedrontador.
- E o que vai acontecer? - Perguntei.
- Você vai ver. A gente vai resolver isso. - Disse ele, se soltando das minhas mãos e indo para sua sala.
Eu sabia que estaria ferrado e estaria ferrando o Biel se o Davi contasse alguma coisa, seja lá o que ele fosse fazer, eu não podia deixá-lo contar nada. Já imaginava me meter em mais uma briga com o Davi, mas se fosse pra defender o meu amor eu faria qualquer coisa. Além disso, não queria magoar e nem chatear o Danilo.
Os horários de aula se esgotaram, guardei o meu material e saí da sala. Apesar de não ter falado até aqui, mas apesar de solitário, eu tinha alguns amigos além do Biel. A Amanda e o Renato. O Renato era o típico colega zoador, que estava sempre fazendo piada e de alto astral. Ele era negro, magro e alto. Apesar se ter a minha idade, pela altura aparentava ter uns 16 anos. O Renato percebeu minha inquietação e veio até mim:
- E aí, cara? O que tá pegando? Tá meio caladão desde o intervalo.
- Nada, não. - Falei.
- Bora ir no fliperama depois daqui com a Amanda? - Disse ele.
- Não, obrigado. Estou cansado, hoje eu passo. - Disse, tentando me livrar da conversa com Renato.
- Você dizendo que não quer jogar? Cê tá bem mesmo? - Falou.
- Eu tô! Me deixa em paz! Porra, Renato, eu disse que não! - Falei me alterando.
Todos pararam de guardar seus materiais e de sair da sala e olharam para mim gritando. Renato pareceu perplexo depois de ser destratado por mim.
- Quer saber, Rafa? Vai se foder. - Falou, indo embora irritado.
Minha cabeça estava a mil, eu já estava tão cheio de coisa que acabei gritando com um dos meus melhores amigos.
- O que você tem, Rafael? Tá louco? Eu, hein! - Falou Amanda passando por mim e indo embora atrás do Renato.
Eu não podia perder tempo pensando nisso agora, eu precisava resolver a situação com o Davi de uma vez por todas.
Descendo as escadas do colégio esbarrei com o Gabriel, que estava me esperando.
- E aí, vamos? - Disse Gabriel.
- É... Biel, vai na frente. Tenho que ir na biblioteca ainda pegar um livro. - Falei, tentando fazer ele acreditar na mentira.
- Ué, eu espero. Nem demora tanto. - Disse.
- Hã... mas é que depois eu vou com a Amanda e o Renato pro fliperama. - Falei, dando na cara que estava inventando alguma desculpa.
- Hã... tá bom, então. Até mais. - Falou Gabriel meio desconfiado, mas aceitando a desculpa.
Gabriel foi embora e fui até a sala do Davi pra ver se a turma dele já havia sido liberada. Não havia mais ninguém lá, então presumi que ele já estava me esperando.
Dobrando a esquina do colégio estava indo Renato, extremamente chateado com o que acontecera.
- Peraí, Renato! Me espera! - Dizia Amanda correndo atrás dele.
- Porra, Amanda! Ele tinha que gritar comigo? O que eu fiz pra ele? - Falou Renato parando de andar.
- Ah, sei lá, Renato. Talvez ele esteja passando por algum problema. - Disse Amanda conseguindo o alcançar.
- Então o que você sugere? Que eu vá lá pedir desculpas pra ele? - Disse Renato meio chateado.
- Não, eu sugiro que a gente volte e pergunte pra ele o que aconteceu. Poxa, a gente é amigo, isso não pode ficar assim! - Disse Amanda.
Eu saí do colégio olhando para os lados, me certificando se já Gabriel tinha mesmo ido embora. O garoto era tão curioso que não me admiraria que ele voltasse pra ver se eu realmente estava na biblioteca pegando algum livro. Dobrei a esquina do colégio, em direção ao beco que ficava atrás dele. Chegando ao beco, Davi me esperava, sentado em uma pequena lata de lixo de plástico que era usada pela escola para armazenar o lixo.
- Cheguei. Vamos direto ao assunto. - Falei, já jogando minha mochila no chão e me preparando para brigar.
Davi levantou lentamente uma pequena folha de papel.
- O que é isso? - Perguntei.
- É o número do teu pai. Peguei da agenda da minha mãe. - Disse ele.
- E o que você vai fazer com isso? - Perguntei já me assustando.
- Tá vendo aquele telefone ali? - Disse ele, apontando para um telefone público grudado na parede do beco.
Quem diabos colococaria um telefone público em um local tão isolado como aquele beco? Lembrei depois que aquele beco antes era a entrada do colégio, que foi remanejado para o outro lado por causa da má iluminação á noite. Estávamos de dia, mas mesmo assim o local parecia igualmente acabado.
- Estou vendo. E daí? - Falei, me referindo ao telefone.
- Se eu digitasse ele número aqui e ligasse pra ele, acho que ele ficaria muito chateado em saber que o filho dele e o sobrinho são duas baitolas. - Falou se levantando da lata de lixo e indo em direção ao telefone. - Vamos ver... 4, 5, 3,Disse lentamente enquanto digitava o número no orelhão. - Quer que eu aperte esse último número?
- Não! Não quero! O que eu vou ter que fazer pra você deixar a gente em paz, brigar com você? - Falei.
- Se brigasse, você não teria chance. Iria perder. - Falou.
- Então o quê? - Perguntei, já me exaltando.
Davi continuava com seu dedo sobre a tecla 6, ameaçando ligar para o tio Danilo, com a outra mão foi abaixando até chegar em sua calça.
- Me chupa, seu baitola, e aí eu não conto nada pro seu tio. Essa é a condição. - Disse ele, de cara séria.
Eu não acreditava no que eu estava ouvindo, eu queria naquele momento apenas dar um soco naquele garoto, mas sabia que não teria chance numa briga. Eu queria muito me livrar do Davi e das suas perseguições, e faria qualquer coisa pra ele nos deixar em paz.
CONTINUA...
GENTEEEEEE, O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER? ATÉ EU TÔ CURIOSO! NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO! ACHO QUE ELE VAI SER BEM LEGAL!
