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*NOTIFICAÇÃO*
Guilherme Sales curtiu sua foto ❤
Fazia de propósito só para ele curtir a cada foto minha publicada no meu feed. A sensação era a mais incrível que eu sentia naqueles dias, porém, tudo que é bom acaba rápido e sem ao menos avisar. Ele era incrível em tudo, como pessoa, com seu jeito de ser, de se vestir, de falar, de sorrir e eu adorava tudo... tudo mesmo, nele.
No ano de 2009, iniciei os estudos na quinta-série em uma escola municipal de São Paulo, localizada em um bairro nobre de SP. A escola era municipal, porém, muitos pais gostariam de ingressar seus pequenos lá pelo fato de ser a melhor da região na questão de ensino. A minha sorte, foi pelo fato de meu irmão já cursando e graças a ajuda do meu pai para conseguir a vaga.
Amava aquela escola, a época de amigos, a época sem se preocupar com a vida, paixões, roupas, vida social etc. Foi lá que conheci a minha grande amiga, a Amanda. Me recordo da paixãozinha que sentia por ela, não sei bem dizer, mas gostava dela de alguma maneira e todos diziam a ela e a mim que eu tinha uma caída por Amanda.
A ida de casa a escola era longe, era necessário pegar ônibus e metrô para chegar ao destino juntamente com meu irmão, sempre acompanhado por ele onde fosse. Desde a quinta-série nunca fui de ficar, de beijar, de sair e socializar. Sempre andei com meninas mas nunca fui afeminado, acredito eu. Mas eu tinha amigos homens também, porém odiava ficar próximo a eles, eram tão chatos nas conversas.
Agora, com toda essa introdução, onde eu quero chegar?! Bom, foi por meio da Amanda ainda minha atual amiga, conheci o Guilherme. Conheci Sales em 2010, como era sempre chamado por todos, pelo seu sobrenome. Uma festinha da Amanda estava sendo organizado na sala de aula e todos estavam loucos para comparecer. Incrivelmente, naquele ano todos bebiam (menos eu! Eu me sentia um virgem), porém, escondidos de familiares.
Essa tal festa era para comemorar o aniversário de minha amiga e juro para vocês que fazemos aniversários juntos! Marquem a data, 19 de abril e sim, irei ficar mais velhinho este ano. Só fui a festa dela, porque meus pais sempre me ouviam falar dela e confiavam por onde eu andava. O ruim era que eu morava longe e a maioria moravam por lá mesmo.
Chegando lá, eu estava morrendo de vergonha, pois eu não era muito de sair, beber e tals. Dei meu presente a minha amiga e fui junto com meus amigos para “socializar”. Mas resumindo, passei a festa INTEIRA sozinho. Minha amiga sempre ficava no meu pé para conversar com eles, me puxava pra dançar mas eu simplesmente não me soltava e acabava ficando sentado e vendo o movimento.
Sinceramente, eu não culpo ela por nada por ter me deixado sozinho, eu que era um imbecil e não curtia nada por ser tão vergonhoso.
A festa ia rolando e eu sentado lá fora na mureta do parquinho com um copo de guaraná na mão. Era umas 21:00 e a lua estava linda de bonita, até que eu escuto alguém vindo para o mesmo lado que eu conversando no celular.
- Tabom mãe, pode deixar! Vou embora umas 2:00 pra casa...Certo...Tabom...Tabom mãe, eu já sei disso! Vou desligar ok?! – Olhei para trás e ele estava na parede encostado e ao telefone. – Beijo, tchau! – ele se virou para mim e disse: - Mães, sendo mães – disse em um tom de sorriso e eu ri.
- Tem hora que chega a ser chato, né?! O instinto maternal delas. – Eu disse sorrindo de volta a ele.
- Sim, verdade! - um silêncio se formou ao som dos carros passando na rua e a música tocando no salão de festas do condomínio. – Por que está aí sozinho cara? – Ele disse indo sentar ao meu lado.
- To apreciando um pouco a noite. – disse eu fitando a rua.
- Entendi... – de novo um silêncio se pairou. - Acho que vou ficar um pouco contigo aqui. To sem saco pra ir lá com o pessoal. – disse ele me olhando eu tomar um gole do refrigerante. - E isso aí, que bebida é essa?
- Ah, é guaraná. Gosto demais dessa coisinha aqui. – ele sorriu.
- Pensei que fosse bebida mesmo.
- Não curto mas tenho vontade de experimentar uma bebida.
- Sério?
- Sim – disse sorrindo.
- Então por que não experimentou? – disse ele confuso.
- Sei lá – disse eu rindo.
- Então espera aí. – disse ele se levantando.
- Pera aí, onde você vai?
- Vou ali pegar uma bebida pra você, ué! – apenas assenti pra ele.
Confesso que fiquei com medo na hora de passar vergonha na frente dele. Mas a merda já estava feita e bem feita de ter abrido a boca pra ele da minha curiosidade.
- Voltei – disse ele animado.
- Mano esquece isso, deixa quieto! – disse eu tremendo feito vara verde. Ele só fez a rir da minha cara.
- Relaxa mano kkkkk toma aí de boa – peguei de sua mão o copo e levei ao nariz para sentir o cheiro da bebida.
- Affff – disse eu sentindo repúdio ao inalar aquilo.
- kkkkk você é engraçado. – eu fitei ele sem graça.
- Eu não vou tomar isso de jeito nenhum, se o cheiro é ruim imagina o gosto. – disse eu entregando o copo de volta a ele.
- Ahhhh que sem graça! Toma um gole só, juro que não será tão ruim assim. - disse ele sorrindo.
Fitei ele com desconfiança mas dessa vez fui sem pensar duas vezes e meti o copo na minha boca fazendo ele ficar ansioso pela minha reação.
- E aí? O que achou? – ele pergunta travesso.
- Olha, é ruim pra caramba meu! – disse eu com uma feição de nojo.
- kkkkkk você não está acostumado, só isso – disse ele rindo da minha cara.
- Sei não, viu! Como podem tomar isso.
- Relaxa, vai tomando aos poucos que você acostuma.
- Beleza.
Nesse exato momento, me recordo de outro silêncio monstro que se formou entre nós. Enquanto eu bebia forçado aquilo, ele estava fitando os carros indo e passando e eu torcendo para ele falar algo. Mas foi totalmente ao contrário.
- Qual é o seu nome? – sim, deixei a vergonha de lado e perguntei por curiosidade.
- Que? – ele questionou avoado.
- Seu nome, eu perguntei qual é o seu nome?! – disse fitando-o.
- Ah... - riso- É Guilherme. – disse ele sorrindo. – mas a galera me chama de Sales, meu sobrenome.
- Ah, compreendido senhor Guilherme Sales! – disse eu em um tom debochado fazendo ele rir. – Bom preciso ir, está ficando tarde mano. – eu disse se levantando.
- Mas tá cedo, ainda são nove horas. A festa nem começou direito! – disse ele se levantando também.
- Mas é que eu moro longe, preciso chegar antes da 00:00 se não o metro para e eu fico na rua. – disse eu rindo.
- Puts hein! Então não a nada que eu possa te impedir.
- É pois é... Bom, vou indo nessa Sales. Obrigado pelo papo e pela bebida – eu disse rindo e indo em direção a saída do prédio.
- Foi nada – disse sorrindo. Até que ele pediu para eu esperar – Pera aí, esqueci de perguntar teu nome.
- Ah é Misael! Nome nada bonito mas é o que teve na mente dos meus pais na hora hahaha.
- Kkkkkk que nada mano. Relaxa! Mas prazer, foi bom conversar contigo. – ele sorriu.
- É, eu acho que foi um prazer.- eu disse levantando o copo e ele riu da minha referência.
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