[...] Ricardo – Queria que fosse facil assim...
Ele solta um longo suspiro.
Ricardo – Acho que já vou deitar. Eu vou dormir onde?
Eu – Pode ficar lá na minha cama de novo.
Ricardo – E você?
Eu – Eu me viro no sofa.
Ricardo – Não velho, eu que to aqui de metido, eu fico no sofá.
Eu – Que isso Ricardo! Você é meu convidado, não vou deixar você dormir todo desconfortavel.
Ricardo – Ah vamo parar de frescura, tua cama é grande, cabe nos dois numa boa.
Eu sorrio.
Eu – Verdade. Vai lá deitar, que eu vou tomar banho ainda.
Ricardo – beleza...
E ele vai pro quarto.
PT4
Eu limpo a cozinha, lavo as louças e depois vou tomar banho.
Já de banho tomado, vou pro meu quarto me deitar.
Ricardo já estava dormindo. Ele havia tirado a camiseta que eu o emprestei e está apenas de calção.
Ele tem um belo corpo. Um corpo magro, peitoral peludo, assim como suas pernas. Precisa cortar o cabelo e aparar a barba, realmente um homem muito bonito. Tudo isso distribuido em, creio eu que seja, 1,80 de altura.
Queria poder ter conhecido ele antes desse ex ter feito isso com ele. Ele devia ser um cara legal.
Fico o obersando mais um pouco e pensando: Como alguém pode ter um homem desses ao lado e trai-lo? Se bem que, beleza não é tudo e como eu sempre digo, não cabe a mim julgar uma realidade que eu não vivi. Eu não sei como era o relacionamento dia a dia deles, então...
Pego dois cobertores. Com um deles eu o cubro, faz muito frio aqui noite.
Me deito.
Não foi uma noite muito tranquila. Ele se mexe bastante enquanto dorme e acho que estava tendo pesadelos. Chamou algumas vezes o nome “Thiago”. Deduzi que esse fosse o nome de seu ex namorado.
Ricardo – ThiagoThiagoThiago...
Eu – Ricardo, acorda cara.
Digo o cutucando.
Eu – Você tá tendo um pesadelo. Ricardo!
Ele acorda ofegante.
Ricardo – O que foi?
Ele pergunta assustado.
Eu – Você tava tendo um pesadelo. Você tá bem?
Ricardo – Ah, tô, sim. Te acordei não foi? Foi mal.
Eu – Não, tudo bem, relaxa. Só volta a dormir.
Não quis insistir no assunto, então fiquei calado.
Rapidamente adormeço.
Quando acordo no dia seguinte, ele está meio que abraçado comigo. Seu corpo está colado ao meu, uma de suas pernas está entre as minhas e posso sentir sua respiração quente proxima ao meu pescoço.
Admito está gostando de está ali naquela situação, mas não quero tirar vantagem de alguém que está vulneravel.
Tento sair daquela posição de um jeito que não o acorde, mas sem sucesso.
Ricardo – Oi... Bom dia.
Ele diz coçando os olhos.
Eu – Te acordei, desculpa. Pode dormir mais.
Ricardo – Não, não. Já deve ta na hora de levantar mesmo. Que horas são?
Ele diz pegando o proprio celular.
Ricardo – Caralho! Quase 13:00!
Eu – Pela hora que fomos deitar ontem, ainda está é cedo.
Digo sorrindo.
Ricardo – Você se importa de eu tomar outro banho?
Eu – Que isso? Pode ir. Tem uma escova de dentes nova no armario, pode usar.
Ricardo – Pow cara, valeu! Tu caiu do céu!
Ele sai do quarto.
Um elogio? Fiquei surpreso.
Acho que gosto mais do Ricardo sobrio do que do Ricardo bebado!
Após ele sair do banheiro, eu entro.
Depois do banho, quando estou indo de volta ao quarto, o vejo na sala, já todo arrumado.
Eu – Já vai embora? Eu já ia preparar alguma coisa pra gente comer.
Ricardo – Na verdade, quero te levar pra almoçar fora! Topa? Eu pago!
Eu – Hm... Já é! Vou so me vestir e já volto pra irmos.
Ricardo – Beleza. Demora não que eu to cheio de fome.
Em 30 minutos já estavamos no restaurante, comendo.
Eu – A comida aqui é sensacional!
Ricardo – Você nunca tinha vindo aqui?
Eu – Nunca. Eu sempre passo em frente quando estou indo pra faculdade, mas nunca entrei pra comer. As coisas parecem ser bem caras aqui...
Digo rindo.
Ricardo – Não acho, acho que cobram o preço justo.
Eu – Você aqui com frequencia?
Ricardo – Quase todos os dias, pelo menos vinha... Eu trabalho aqui pertinho. No hispital *************.
Eu – Você trabalha num hospital, que massa!
Ricardo – Eu sou medico, não te falei?
Eu – Não, você disse que era “bonito e bem sucedido”, mas não disse o que fazia.
Ele sorrir.
Ricardo – Eu falo muito merda quando tô bebado.
Eu – E por que o “pelo menos vinha”? Não vai vim mais?
Ele solta um longo suspiro.
Ricardo – Depois do rompimento, eu comecei a beber muito e cheguei a ir pro hospital bebado algumas vezes. Daí o diretor clinico me pos de férias.
Eu – Sorte que ele não te demitiu, não é?
Ricardo – Ele disse que era isso que deveria fazer, mas por considereção ao meu pai, que foi grande amigo dele, ele não faria. Mas que isso nunca se repetisse.
Eu – Entendi. Que bom que ele te deu essa chance. Mas você não deveria beber tanto por causa do Thiago. Ele não merece, não vale a pena! Você é quem vai sair prejudicado.
Ricardo – O que você acha que devo fazer?
Eu - Você já tentou ir numa reunião do AA?
Ricardo – Já, mas deu em nada. Escutar aquelas pessoas falando só me deixou mais triste. E eu não tenho um problema, eu tô bem.
Eu – Olha, eu acho que você sabe que isso não é verdade.
Ricardo – Tá, eu tenho problemas, mas alcoolismo não é um deles. Meu namorado me deixou e agora meu dia é longo, muito longo, com periodos sem fim de varios “nadas” pra fazer. E eu tento fazer coisas. Eu malho, eu lavo roupas... Eu... Um dia desses eu tirei o pó das coisas, eu realmente tirei o pó dos moveis e fiquei orgulhoso disso. Olha o quão ridiculo eu me tornei.
Eu – Não acho que você seja ridiculo.
Ricardo – Olha, a coisa que me ajuda a continuar, a única coisa que me dar alegria é saber que quando chegar a noite eu vou tomar uns drinks e ficar relaxado. Desde que eu não faça mal a ninguem, qual o problema? Confia em mim, eu tô bem!
Eu – Mas você tá fazendo mal a alguém, a você mesmo! Você tem que procurar ajuda!
Ricardo – Eu não consigo levantar na frente daquelas pessoas, um bando de estranhos e começar a falar essas coisas!
Eu – Eu sei que pra você eu também sou um estranho, mas vamos fazer uma reunião na minha casa, só nos dois. O que você acha?
Ricardo – Como seriam essas reuniões?
Eu – Nada muito elaborado. Mas sempre que você sentir vontade de beber, você vai lá pra casa e nós vamos conversar. Não precisa ser sobre o assunto em questão, vamos conversar, conversar e conversar até a vontade beber ir embora! Mas você tem que está disposto a tentar! Você topa?
Digo estendendo a mão pra ele.
Ricardo - ...
Ele só acena que sim com a cabeça e aperta minha mão.
Ricardo – Você é o que? Tipo, do exercito da salvação?
Ele diz sorrindo.
Eu – Tô pensando em criar uma nova religião só minha.
Digo sorrindo.
Continuamos a comer.
Ricardo – Me fala sobre você Juan, só falamos sobre mim.
Eu – Você tá me vendo! Sou moreno, alto, bonito e sensual. O que mais quer saber?
Digo brincando.
Ele solta uma gargalhada super gostosa e fica com um sorriso lindo, que nunca deveria sair do seu rosto.
Ricardo – E eu pensei que eu era egocentrico...
Eu – To só brincando. Eu não sou bom em falar de mim mesmo. Pergunte o que quer saber que eu te respondo.
Ricardo – Sei lá... Qual tua idade, o que você estuda, onde trabalha... Quer dizer, onde você trabalha, eu sei.
Diz rindo novamente.
Eu – Tenho 21, curso direito e não tô trabalhando no momento. Esses dois dias que você me viu, eu estava substituindo um cara que estava doente, não trabalho lá.
Ricardo – To ligado. Reparei que nunca tinha te visto por lá. Pensei que fosse novato, por isso ficava se metendo no quanto os clientes bebem.
Eu riu.
Ricardo – E seus pais, cade eles?
Eu – Eles moram no interior...
Conto a historia pra ele.
Ricardo – Você deve sentir muita falta deles, não é?
Eu – Sinto sim, mas sempre que posso vou visita-los.
Ricardo – Que bom... E você namora?
Eu – Não, sem namorado.
Ricardo – Hm...
Continuamos a comer.
Depois que terminamos ele me leva de volta pra casa.
Eu – Você não quer entrar?
Ricardo – Não, eu tenho que ir pra casa. Meu ex vai passar lá pra pegar o resto das coisas dele.
Eu – Ah, tinha esquecido. Quer que eu vá contigo?
Ricardo – Não, tá tudo bem.
Eu – Não vai arrumar briga com ele.
Ricardo – Não vou...
Eu – Anota meu numero.
Ele me entrega o celular.
Ricardo – Põe ai.
Salvo o meu numero e o devolvo o aparelho.
Eu – Se tiver vontade de beber ou se precisar precisar de mim pra qualquer coisa, pode me ligar ou vim aqui em casa.
Ricardo – Muito obrigado Juan. Você é um cara muito bacana!
Ele diz estendendo a mão para mim.
Eu – Você tambem é... Quando esta sobrio!
Digo retribuindo o aperto de mão.
Saio do carro e ele vai embora.
Continua.
Guga Carvalho, Ru/Ruanito, Luuisiho, Atheno, Hobbynho, greader grande abraço meus queridos. Até a próxima!