Já se passava das 6 horas quando pude sentir uma leve iluminação e um calor sobre meu rosto. A janela que ficava no fim do pequeno vão da sala permitia que feixes de raios solares entrassem no aposento e atingissem em cheio meu rosto. Depois de muito relutar tentando me esconder por debaixo de meus lençóis da luz que a cada vez ficava mais intensa, aceitei que estava na hora de aceitar a minha derrota. Levantei-me e após me espreguiçar fui em direção ao banheiro que ficava no final do corredor de acesso aos quartos. Assim que passei pela porta do quarto de Luan lembrei-me de tudo. Tudo que eu vi e tudo que eu fotografei. Por um momento achei até que as fotos haviam sido coisa da minha imaginação, que talvez depois de ter gozado eu teria sido pegue por um sono profundo e que tudo aquilo que eu havia feito depois teria sido um sonho, mas após pegar meu celular e abrir a sua galeria pude ver que tudo era real. Nas fotos Amanda parecia estar quase possuída. Mãos a boca, cabeça reclinada para trás, olhos revirados, tudo isso enquanto cavalgava em um pau. Olhando aquelas fotos meu corpo mais uma vez se enchia de excitação, mas não por como a garota estava posicionada, mas sim devido a como Luan estava. Sua boca aberta, o corpo suado e seus olhos também revirados davam a impressão de que a qualquer momento aquela foto ganharia vida e eu poderia ver ao vivo e a cores o orgasmo que ele sentiria. Deveria ter esperado mais um pouco, talvez assim até pudesse ver a sua porra escorrer pela buceta da garota a qual ele fodia como um animal. O que mais me chocou ao terminar de analisar as fotos foi o fato de que eles nem se quer usavam camisinha. Eles realmente gostam de se arriscar. Depois de fazer minhas necessidades voltei ao sofá e liguei a TV. Enquanto buscava aleatoriamente algo de legal para assistir, a dúvida do que fazer a seguir com todas as provas do mau-caratismo de Luan e Amanda martelava em minha mente. Não sei explicar, mas só de imaginar que poderia destruir a falsidade que era a vida deles com um pequeno clicar de teclas, meu corpo soltava um calafrio de excitação. Quem chantagear? Luan ou Amanda? Se eu usasse essas fotos contra Luan, arrumar uma trepada com ele seria fácil, ou poderia ser impossível, afinal tudo o que ele precisava era de algo para que Amanda e Kairo terminassem e eu poderia ser esse facilitador. Chantagear Amanda para que ela parasse de transar com o Luan e assim eu teria uma maior chance de poder ter ele? Mostrar tudo ao Kairo e fazer com que os dois se fudessem? Não sei.
Enquanto pensava no que fazer com minha mente para lá de pecaminosa pude escutar barulhos no quarto mais próximo a sala, o quarto de Amanda. Pouco tempo depois escuto a porta ser destrancada e vejo Kairo sair por ela. Olhando para ele agora, sem camisa e usando apenas um calção, pude ter uma melhor ideia de seu corpo, a pele um pouco bronzeada só me levava a pensar mais uma vez se ele praticava surf ou se ia muito a praia, seu corpo magro e esguio era bem atraente, pela primeira vez acho que vi ele com outros olhos se não com os de pena ou de escárnio. Não sei quanto tempo fiquei olhando para ele, mas dando uma risada enquanto se movia na minha direção ele disse:
- Se continuar me olhando assim, talvez Amanda fique com ciúmes.
Saindo do meu estado de transe mental soltei uma risada até mais alta do que ela deveria ter saído.
- Não meu jovem, só estava tentando saber se você faz algum esporte relacionado ao mar devido a esse seu bronzeado aí - disse apontando para seu tórax e barriga. Nesse momento ele sentou do meu lado e mesmo sentado sua barriga continuava intacta sem nenhuma deformação, inveja, única coisa que senti com relação a aquilo.
- Não seria mais fácil ter simplesmente me perguntado? - Disse ele ainda rindo. Seria, mas olhar um corpo bonito não faz mal a ninguém.
- Sim, confesso que seria, mas não custa nada levantar hipóteses por sua conta própria.
- Isso é verdade, ponto para você.
Conversando um pouco mais com Kairo descobri que seu bronzeado não vinha do surf, mas sim do fato de que ele praticava natação quase 4 vezes na semana. Além disso, descobri que seu pai era um engenheiro renomado na cidade de São Paulo e sua mãe possuía um grande ateliê, o próprio vestido que eu havia visto no dia anterior fora idealizado e criado por ela. Kairo já estava no 8 semestre do curso de direito e já estagiava em uma grande firma da região. Definitivamente ele seria o tipo perfeito para qualquer garota, infelizmente a que ele queria não dava-lhe o devido valor. Por que sempre temos que gostar de embustes? Depois de nossa conversa Kairo voltou para o quarto de Amanda na intenção de fazê-la acordar, coisa que segundo ele era necessária ter muita disposição para se fazer. Pouco tempo depois a segunda porta do corredor se abriu e Luan que parecia super sonolento saiu de seu quarto com os olhos ainda quase fechados, sentou-se do meu lado e por cerca de um minuto tive a certeza de que ele estava dormindo mesmo que tentasse a todo custo ficar acordado. A situação me fez rir. Vê-lo daquele jeito quase que indefeso fez eu pensar sobre as ações que planejei fazer. Um sentimento de culpa percorreu todo meu corpo e o plano de o chantagear foi riscado de minha mente.
- Acorda menino - falei jogando uma almofada na sua cara. Mesmo conseguindo o grande feito de fazer ele abrir os olhos mais uma vez, sua sonolência ainda dominava seu rosto e seu corpo. Ele ficava tão fofo naquele estado, minha vontade era de pegar ele e dizer que ele poderia dormir o quanto quisesse, contanto que eu estivesse junto dele. Após mais algumas tentativas de fazê-lo acordar realmente, quase todas sem êxito, desisti. Com um quase defunto ao meu lado e com um episódio entediante de The Client List passando na TV resolvi ir à cozinha fazer o café da manhã. Quando digo fazer é tentar fazer, já que certa vez até mesmo um ovo frito tive a capacidade de queimar. Fritei 9 ovos e os coloquei quase que em perfeita divisão em todos os 8 pães que eu havia preparado, sendo os meus os únicos a não seguirem essa regra, afinal é de meu poder comer mais. Enquanto preparava o café, que era a última coisa que faltava, lembrei-me de que em poucas horas eu estaria no show de uma das bandas que eu mais gostava no momento. The Pretty Reckless. Não tenho palavras para explicar a importância que essa banda teve na minha vida. Suas letras meio depressivas e rebeldes falavam o que em grande parte do tempo eu sentia, e poder cantar e botar para fora todo aquele sentimento que estava preso na minha garganta era maravilhoso. Assim que termino de pôr o café da manhã em uma bandeja para levá-lo a sala Amanda e Kairo entram na cozinha.
- Grimes, não precisava fazer isso pela gente. Você é a visita, nós que temos que te bajular - disse Amanda olhando para todos os pães que eu acabara de preparar.
- Não foi nenhum problema para mim gente, não se preocupem. Era isso ou ter que ficar olhando o Luan se babar enquanto dorme - disse rindo. Pegamos a comida e levamos para a sala onde o Luan ainda continuava semimorto ou semivivo, não sei definir como ele estava.
- Muito animado para o show de hoje, Grimes? - Perguntou-me Kairo.
- Bastante, não vejo a hora de ver a Taylor bem na minha frente. Espero não ter um ataque e morrer antes do show terminar.
Todos nós rimos inclusive o morto que estava ao meu lado.
- Eu ia sair com uns amigos hoje à noite para uma balada, mas dois deles ficaram doentes então acho que não vai rolar - falou Kairo dando uma mordida no pão que segurava - Mas pelo menos vou poder passar mais uma noite aqui com o meu amor - disse ele pegando na mão de Amanda. Em um milésimo de segundo eu vi que a reação da garota a essa nova informação a deixou apreensiva, afinal o dia de hoje seria especial, pois seria o dia em que ela finalmente teria uma noite "em paz" com Luan, e levando em conta o que vi ontem acho que sem ninguém em casa eles podem fazer um estrago se estiverem sozinhos. Um estrago que o condomínio inteiro poderia ouvir. Nesse momento até Luan despertou do seu sono, com uma apreensão bem visível no rosto. Amanda e Luan encaravam Kairo de uma forma bem desconfortante o que fez o clima ficar um pouco pesado no recinto. Kairo, percebendo os olhares a ele fez uma expressão um pouco confusa.
- Eu falei algo? - Perguntou Kairo com a boca cheia de pão e com um olhar que ia de Amanda para Kairo.
- Não amor - disse Amanda ajeitando sua expressão fácil e soltando um pequeno riso - Mas é que você já não sai a tanto tempo com seus amigos que eles podem acabar achando que eu que não permito você de sair com eles.
Nossa que desculpa mais bosta garota, nota 3 pela coragem.
- Ah meu amor, nem liga para isso. O importante é eu estar com você, meus amigos que se fodam.
- Mesmo assim Kairo, você devia sair hoje.
- Amanda, você quer que eu saia hoje por quê? ~porque ela precisa que você saia para que a safada possa transar sem se preocupar em fazer barulho~ O clima que antes estava um pouco pesado ficou realmente estranho nesse momento. Parecia até que o tempo estava mais devagar, fazendo com que até mesmo o pensamento de Amanda sobre o que iria falar em seguida parecesse demorar vários minutos.
- Kairo, o único motivo de eu querer que você se divirta é porque você tá quase se esquecendo dos seus amigos por minha causa.
- Mas Amanda, como eu poderia pensar em me afastar de você logo nesse momento?
Logo nesse momento? Achei a frase estranha, mas devido a troca de olhares entre eles no momento em que ele disse isso preferi nem perguntar. Enquanto os dois ainda mantinham a sua bendita discussão, logo lembrei que um dos ingressos para o show de hoje a noite estava a oferta, já que o tratante do Luan não poderia ir comigo. Pensei no que ele me dissera sobre essa noite ser a noite deles, entre ele e Amanda, e num ato impulsivo tive uma ideia louca.
- Kairo, quer ir para o show comigo?
Todos olharam ao mesmo tempo para mim e por um momento até achei que tinha feito uma merda muito grande, mas assim que foquei meu olhar nos olhos de Luan vi um suspiro de esperança sair pelas suas córneas.
- O que? - Disse Kairo ainda um pouco confuso com a proposta que eu havia acabado de fazer-lhe.
- É ué, vem comigo hoje à noite. O Luan não vai poder ir então um ingresso ainda está disponível.
- É isso Kairo, por que não sai com o Grimes hoje? Já que você adora novas experiências seria legal. The Pretty Reckless é muito foda. - Disse Luan, que tinha um brilho nos olhos que demonstravam o seu claro agradecimento a mim pelo que acabara de fazer.
- E por que você não vai Luan?
- Vou ter que visitar minha mãe hoje à noite, ela tá passando por uns problemas.
CÍNICO
- Não sei. Nem curto o estilo dessa banda.
- Kairo, faz isso por mim, não quero que você se prenda a mim devido aquilo. Você precisa ter a sua vida também - disse Amanda, pousando em seguida sua mão sobre a mão de Kairo.
O garoto ficou olhando para a mão da garota sobre a sua e depois de pensar um pouco soltou um sorriso enquanto seus olhos brilhavam.
- Se todos os caras tivessem uma namorada como você o mundo seria bem mais feliz. Dizendo isso ele pegou a mão de Amanda e levou a boca dando um discreto beijo na região. Luan revirava seus olhos enquanto isso.
- Certo então, Grimes. Vamos para esse show. - Só espero que você tenha uma roupa decente para ir. Porque não vou aceitar ir com alguém de blusa polo a um show de rock. - Falei fazendo todos rirem.
- Isso será um problema então.
- Eu não acredito que você não tenha nenhuma blusa de uma banda se quer.
- Infelizmente, não tenho - disse Kairo soltando um sorriso tímido.
- Se eu tivesse trazido mais roupas poderia te emprestar uma, mas para o seu azar não trouxe.
- A, mas isso não é um problema, nós poderíamos ir na Galeria do Rock hoje ver se encontramos algumas coisas legais lá, o que acha?
Eu não tinha a menor ideia de como era a Galeria do Rock daquela cidade, mas a de onde eu moro era infestada de maconha e cheirava a cachorro molhado, ou seja, eu adorava.
- Por mim tudo bem, a ideia parece ser muito boa.
- Para quem não estava nem um pouco afim de ir você até parece estar interessado, amor - disse Amanda com os olhos brilhando. Eu sabia que os olhos dela estavam daquele jeito não porque ele estava gostando da situação, mas sim porque ela poderia fazer o que quisesse hoje à noite. Vagabunda.
Depois de lanchar e passarmos um tempo conversando sobre coisas idiotas relacionadas ao mundo do Metal, principalmente coisas como as teorias de que Marilyn Manson arrancou algumas de suas costelas para chupar o seu próprio pau e a de que Ozzy Osbourne comia morcegos em seus shows. Se você ainda acredita nessas coisas, vá se tratar. Quando deu cerca de 11 horas, almoçamos uma refeição digna de Masterchef que era composta basicamente de 5 pacotes de miojo misturados com pequenas porções de mortadela e um molho de tomate por cima. Estava delicioso, mesmo sabendo que adiantei em 3 dias meu ataque cardíaco. Logo após o almoço resolvemos ir na Galeria do Rock da cidade para comprarmos algumas coisas antes de irmos para o show. Kairo iria comprar uma blusa e eu furaria minha orelha direita mais uma vez, isso é quase um hobbie meu.
- Você sabe onde é esse lugar? - Perguntou Kairo enquanto estávamos dentro do seu Porsche de dois lugares. Nunca havia entrado num carro como aquele, afinal só tínhamos um Fiat Uno em minha casa.
- Jovem, você se esqueceu de que quem mora nessa cidade é você? - Kairo soltou uma risada.
Depois de ele tentar sem sucesso nos levar ao local ele se deu por vencido e olhou no Google Maps a mais fácil e a melhor rota até lá, eu sugeri isso desde o começo, mas esses caras héteros parecem sempre querer provar que entendem de tudo. Ao chegarmos a galeria era nítido o contraste do local com Kairo. Eu havia sugerido a ele não ir com uma camisa polo, mas segundo ele era a única opção, logo, ele e a sua camisa roxa e branca foram o centro das atenções e de alguns risos também.
- É impressão minha ou todo mundo tá me olhando? - Perguntou Kairo enquanto duas garotas passavam por ele o olhando de cima a baixo.
- Talvez elas só estejam embasbacadas com sua beleza, jovem - disse eu tentando segurar a todo custo minha risada. Coisa que eu não consegui fazer por muito tempo. - Eu te disse para pegar outra blusa - disse eu entre minhas gargalhadas. Ele fez uma cara feia para mim e por um momento até achei que estivesse com raiva, porém ele mesmo começou a rir da sua própria situação.
- Vamos logo, o local do show não é tão perto daqui.
Depois de escolher uma blusa do The Pretty Reckless para ele, que por sinal ficou bem bonita em seu corpo, e olha que blusas de bandas não favorecem seu corpo em quase nada, fomos atrás de por mais piercings em minha orelha. Andamos quase 10 minutos até que achei uma lojinha que parecia ter noções de higiene mínimas para que eu não pegasse nenhuma doença com o processo. Como já havia furado minha orelha antes a ação nem doeu muito, afinal, depois de a agulha entrar na sua pele não há mais dor a se sentir. Coloquei mais três buracos em minha orelha e a disposição entre cada um deles ficou tão perfeita que eu quase pulei de alegria com o resultado.
- Tem certeza que não doeu? - Kairo olhava minha orelha com meus novos três piercings de uma forma curiosa.
- Não menino, não dói. Na próxima vez vamos por um alargador na sua orelha o que acha?
- Para meu pai arrancar a minha orelha fora? Não, obrigado.
- Mas o que importa eles pensarem se isso é errado? Se você quer fazer, faça.
- As coisas não são tão fáceis assim para mim, Grimes - quando ele disse isso senti um pesar por detrás da sua fala. Kairo parecia ser o tipo de cara que é divertido com todo mundo, que tem vários amigos e é adorado por todos os cantos que ele passa, saber que sua vida pode ser bem mais complicada do que aparenta ser é bem triste as vezes. Seguimos para a saída do local e em poucos minutos havíamos pegado mais uma vez as avenidas da cidade. Antes de irmos para o show acabamos por passar na casa de Kairo que ficava nas proximidades, já que íamos tomar um banho e trocar de roupa ainda. Quando chegamos em frente a sua casa por mais que eu já esperasse, o baque de ver aquela casa foi grande. Não era apenas uma casa gigante, era uma MOTHERFUCKING casa. Além de ter 3 andares, pelo que pude contar, tinha um jardim imenso com direito a uma quadra de tênis e até uma piscina. Ok, já entendi porque Amanda não larga dele. Não havia ninguém em sua casa, a não ser alguns empregados, e depois de subirmos alguns lances de escadas entramos em seu quarto, que assim como o resto da casa era bem mais grande do que um quarto normal seria. Uma cama enorme estava posicionada na mesma parede da porta de ligação com o corredor, uma estante que sustentava uma TV de mais de 40 polegadas, alguns livros e outros diversos aparelhos eletrônicos ficava bem na parede oposta e bem à frente da estante havia um sofá que aparentava ter 3 lugares. Além disso, a porta a direita do quarto dava em um closet que não consegui ver muito bem seus detalhes, mas o que eu não poderia não ter prestado atenção foram os vários pôsteres de mulheres nuas e seminuas nas regiões em que as paredes não continham nenhum móvel. Até pude ver uma Playboy sobre a cama dele.
- Se importa se eu tomar banho primeiro? - Perguntou Kairo.
- Não, pode ir.
Logo que ele partiu para o banheiro, que ficava à esquerda do quarto, e ouvi o chuveiro ser ligado deitei em sua cama e fiquei olhando para o teto. Após uns 3 minutos ficar como um retardado olhando para cima ficou bem tedioso e quando olhei para o lado esquerdo da cama do lado da Playboy vi uma cueca cinza. Meu coração ficou acelerado. Meu cérebro começou a pensar muitas coisas ao mesmo tempo, mas a ideia principal que ele me transmitia sempre era: Pega essa cueca. Tentei desviar meu olhar da peça de roupa voltando a olhar mais uma vez o teto do quarto de Kairo, porém a imagem da cueca ao meu lado sempre voltava a minha mente. Meu pau já estava latejando contra minha calça quando num ato de ousadia peguei a peça que estava ao meu lado. O pensamento de que Kairo podia chegar a qualquer momento e me ver naquele ato só fazia com que minha excitação aumentasse cada vez mais. Enquanto ainda escutava o som do chuveiro ligado fiquei analisando a cueca que estava em minhas mãos e para minha surpresa ela tinha diversas marcas na parte da frente, tive a certeza de que ele havia gozado algumas vezes nela. Num ato de ousadia mais pura ainda eu a cheirei. Nossa, quase gozei naquele momento. O cheiro de porra que ainda estava impregnado nela fez meu pau se enrijecer mais ainda. Eu estava tão excitado com aquilo tudo que não prestei atenção que o chuveiro tinha sido desligado.
- Wow, é.... isso é um pouco estranho.
Quando olhei para onde a voz saia vi Kairo apenas de toalha no umbral da porta me olhando naquele estado que eu estava, com a sua cueca na minha mão, ou melhor no meu nariz, e meu pau extremamente duro. Eu não sabia o que fazer. Meu pau que a poucos segundos atrás latejava agora já se encontrava encolhido mais uma vez no meio das minhas pernas, enquanto a vergonha que assumia conta de cada centímetro do meu corpo só aumentava. Mais uma vez senti o meu sangue ferver sob meu rosto.
- É....meu Deus - eu não sabia o que dizer, e ver ele ali parado olhando para mim não ajudava em nada.
- Não, Grimes, não se preocupa com isso cara. Só espero que você entenda que eu sou hétero, ok?
- Não, eu entendo, Kairo, tenha certeza que eu entendo eu só fiz isso porque... na verdade eu não sei o porquê. Desculpe.
- Sem problemas. Acho melhor você ir tomar logo o seu banho, temos que chegar cedo lá para tentarmos pegar o front realmente.
- Certo.
Levantei-me e fui em direção ao banheiro ainda sentindo a vergonha me consumir. Assim que atravessei a entrada do banheiro e pude fechar a porta atrás de mim o alívio me preencheu. Eu não sabia quanto tempo iria passar dentro daquele lugar, mas queria passar tempo suficiente para que Kairo esquecesse o que eu acabara de fazer. Os minutos passavam e eu ainda continuava sem nem se quer ligar o chuveiro, tudo o que eu pensava era o quanto ele deveria me achar nojento e o quanto ele gostaria de se livrar de mim naquele momento. 5 minutos depois decidi realmente tomar um banho e quando finalmente terminei de me vestir, acabei precisando de mais 5 para sair do banheiro. Quando sai do compartimento encontrei Kairo já vestido sentado em seu sofá olhando para algo na televisão, por mais que esta estivesse desligada naquele momento. A blusa que havíamos comprado para ele parecia combinar não apenas com o resto de roupas que ele usava, mas parecia combinar com ele, com seu rosto, seu cabelo e seu tipo corporal. Meus sentimentos saltaram da vergonha para o nojo que eu estava sentindo comigo mesmo. Porra, Grimes, ele estava sendo uma pessoa super legal com você e você faz isso? Ele deve me odiar nesse momento e ele tem razão. Assim que ele percebeu que eu havia saído do banheiro ele olhou para mim, mas logo desviou seu olhar para o chão. Descemos os lances de escadas em silêncio e quando entramos em seu carro para ir para o show tudo continuava quieto. Depois de dez minuto dentro do carro com ele eu simplesmente precisava falar algo e foi o que eu fiz.
- Desculpa, pelo que eu fiz - disse olhando para ele que continuava olhando firmemente para a rua em que estávamos - Eu não sei o que deu em mim. Olha, você é uma pessoa maravilhosa, Kairo, eu me diverti muito com você hoje e não gostaria de destruir nossa amizade, que nem começou, de uma hora para a outra.
Nesse momento ele finalmente olhou para mim. Um olhar sério, mas que pelo menos já significava algo.
- Grimes, eu realmente não ligo para o que aconteceu, sério. Eu só não tinha falado nada com você até agora porque esperei você se recompor realmente?
-Recompor-me?
-Sim, você estava tão vermelho que achei que poderia explodir se eu dissesse algo naquela hora - nos dois rimos, ele até mais que eu.
-Tudo bem, então. Algum problema em você esquecer o que viu?
-Nenhum problema.
-Certo, então... muito animado para ver a senhorita Momsen?
-Sim, estou. Principalmente a hora em que ela levantar a blusa durante o show.
-Sabia que seu comentário foi altamente sexista?
-Sei, desculpe por isso - ele soltou um riso envergonhado - Na verdade não vejo a hora de ouvir e ver eles. Parecem ser uma banda legal. -E são.
Quando terminamos nossa breve conversa liguei meu Spotify pelo meu celular e coloquei algumas músicas que eu gostava da banda para ele escutar, não queria que ele ficasse tenso com o que iria ouvir. Take Me Down, Going To Hell e Nothing Left To Lose, foram algumas de minhas escolhas. Quando estava quase colocando You para tocar ele me disse que havíamos chegado ao local. Já estava escuro quando chegamos, deveria ser umas 18:30, mais ou menos, e para minha alegria havia poucas pessoas na fila para a entrada do front stage. A cada minuto que passava meu corpo se tornava cada vez mais elétrico, tudo o que eu precisava era daquilo, daquelas músicas que eles iriam tocar, eu precisava deles. As 20 horas os portões abriram, e logo depois que entramos no Espaço das Américas ficamos em um local que estava realmente de frente para o palco, com apenas uma fileira de pessoas a nossa frente. O local se enchia cada vez mais e mais e quando deu 22 horas, a hora que o show iria começar, eu já tremia de excitação. Quando eles entraram e os acordes de Follow Me Down começaram a serem tocados eu simplesmente entrei em transe e deixei-me levar pela música. Eu chorei, chorei tanto o quanto pude, até mesmo nas músicas alegres minhas lágrimas faziam questão de brotar de meus olhos. Taylor estava simplesmente impecável, sua voz e sua beleza só fizeram com que eu me apaixonasse mais ainda por aquela garota. Quando Take Me Down começou a ser tocada eu sabia que o show estava para acabar e mais uma vez me vi pulando e chorando desejando com que aquele dia não acabasse nunca mais. Depois que eles deixaram o palco um vazio tomou conta de mim, e a única coisa que ainda conseguia fazer era chorar. Você pode estar pensando que eu estava sendo idiota por causa disso, mas aquela banda foi responsável por muitos momentos de minha vida, bons e ruins, não teria como eu não me emocionar com tudo aquilo. Enquanto saíamos do local, Kairo, vendo minha situação me abraçou, e eu não resisti e nem achei estranho, afinal ele só estava me acalmando ou pelo menos tentando fazer isso. Poucos segundos depois as lágrimas finalmente resolveram parar de escorrer pelos meus olhos e eu e ele nos soltamos.
-Melhor agora? - Perguntou-me ele.
-Sim, bem melhor. Acho que devemos ir logo, o tempo parece não estar nenhum pouco amigável - olhando para o céu tive a certeza de que uma tempestade gigante iria cair em pouco tempo.
- Tudo bem, vamos.
Entramos em seu carro e em pouco tempo a chuva começou a atingir tudo o que estava ao nosso redor, e não era uma simples chuva era uma fucking chuva, parecia que o mundo iria acabar com toda aquela água.
-Temos um problema aqui - falou Kairo tentando olhar com seus olhos semicerrados para a rua a sua frente - não tem como continuarmos. Não até a casa da Amanda pelo menos.
-A que merda. E agora?
-Se importa de passar a noite na minha casa?
Aquilo me pegou de surpresa. Não eu não me importava, nem um pouco na verdade.
-Não, claro que não.
-Ótimo. Se por acaso pegássemos uma rua totalmente alagada era bem capaz de que fossemos levados pela água.
-Eu entendo jovem, sem problema.
Quando chegamos a sua casa já era quase meia noite, ele estacionou na sua garagem e subimos às pressas para dentro de sua casa. Um pouco molhados pela chuva fomos em direção a seu quarto e mais uma vez subimos aquele lance de escadas. Quando chegamos no seu quarto ele tirou a blusa que estava molhada de seu corpo e a jogou em um canto do quarto. Eu fiquei com vergonha de tirar a minha, porque meu corpo não era um dos mais bonitos.
-Não vai tirar sua blusa? - Disse ele olhando com uma expressão confusa para mim. Mesmo com vergonha acabei a tirando. Ele foi na direção da estante e ligou seu aparelho de som, que parecia ser ultramoderno, logo depois conectou seu celular com o aparelho e começamos a ouvir uma música que para minha surpresa era, Lay Your World On Me, uma música de uns dos CDs de Ozzy que eu mais gostava.
-Achei que você não gostasse desse tipo de música - disse eu olhando para ele - é uma das músicas que eu mais gosto dele.
-Mas eu não curto mesmo. No entanto, enquanto você estava mais cedo no banho eu procurei mais sobre ele. Decidi começar ouvindo o álbum Black Rain nem sei bem o porquê, escutei umas 3 faixas, mas essa é a minha preferida sem dúvida.
-Parece que fiz alguém escutar algo a mais além de sertanejo universitário.
Ele riu.
-Obrigado, por hoje à noite. Já fazia muito tempo que eu não me divertia assim com alguém.
-Precisando estamos aqui.
Depois de nossa breve conversa ele foi a cozinha de sua casa atrás de procurar algo para comermos. Quando ele retornou estava com uma pizza extragrande e uma Coca Cola de 3 litros, vou adiantar meu ataque cardíaco mais alguns dias. Depois de comermos bastante e depois de escutarmos alguns CDs como, The Unforgiving, do Within Temptation, Heaven and Hell, do Black Sabbath e Mechanical Animals, do Marilyn Manson, ele disse que era a minha vez de escutar algo que ele gostava e me vi escutando em poucos segundos um CD do Victor e Leo. Certo, não vou dizer que é ruim, eles têm letras boas e a sonoridade de algumas músicas também eram legais, parece que não era só ele que estava mudando hoje também. Já passava das 3 horas e continuamos conversando e ouvindo música, até que o sono nos atingiu e resolvemos ir dormir. Ele tentou dormir no sofá, mas eu disse que não era preciso, e além do mais a casa era dele, se tinha alguém que deveria ir dormir no sofá era eu. A chuva não parava de cair lá fora e depois de 3 raios cortarem o céu e iluminarem o quarto, eu e ele decidimos que poderíamos dormir na mesma cama. Sendo bem sincero, eu não vi nada de mais nisso, eu sei que você deve está pensando que eu já estava planejando algo com ele, mas não, éramos só dois amigos que iriam dividir uma cama. Qual o problema nisso? Depois de algum tempo no escuro tentando dormir, coisa que a trovoada não permitia, eu sentia que estava sendo observado, por mais que eu não visse nada eu sabia que o garoto ao meu lado me olhava no meio da escuridão, por mais que só conseguisse me ver quando um raio iluminava o recinto. Senti minha pele arrepiar, se aquela minha impressão fosse verdade algo poderia rolar entre eu e ele naquele exato momento. Meu coração palpitava cada vez mais forte, a impressão que tive foi de que se não estivesse chovendo até Kairo iria escutar meus batimentos cardíacos, e meu pau não estava duro, se você deseja saber disso também. Fechei os olhos e tentei mais uma vez ser desviado daquela situação pelo meu sono, até que senti o seu braço envolver minha barriga. Eu não sabia o que fazer ou pensar.
Fingir estar dormindo?
Virar e beijar ele?
Fingir que estou ofendido e sair do quarto?
Mesmo com medo do que aconteceria a seguir e receoso do resultado que seria obtido eu optei pelo segundo plano. Virei na sua direção e encarei seu rosto, que nesse exato momento foi iluminado por 3 segundos graças a um relâmpago. Vi seus olhos abertos olhando para mim, sem pensar duas vezes o beijei, e ele retribuiu. Foi intenso, isso é o que posso dizer. Eu o beijei de forma ardente, eu precisava dele, eu precisava sentir seus lábios, precisava sentir o corpo dele contra o meu. Subi por cima dele e continuei a beijá-lo loucamente. Senti nossos pênis se roçando um contra o outro e pude ver que a cada roçada que eu investia contra seu corpo era como se o seu pau latejasse mais forte. Sua cueca e a minha estavam quase que encharcadas devido ao nosso tesão até que tentei pegar no seu pênis e num ato instintivo ele tirou minha mão dali, tentei mais uma vez e ele a retirou mais uma vez, até que finalmente eu pude ver o que havia acontecido, ele havia gozado. Sua cueca encharcada era porque ele havia gozado apenas com nossos movimentos. Minha cueca também estava melada, mas não de porra. Tentei me aproveitar um pouco mais da situação e tentei continuar entregando meu pau sobre o seu que agora começava a ficar flácido, sentir meu pau tocar aquela cueca impregnada de porra fazia eu quase gozar também e quando eu estava quase gozando ele simplesmente me empurrou para o lado. Eu não entendi nada, uma hora ele me deseja e na outra simplesmente quer se desfazer de mim. Vendo que ele se virou para o lado oposto da cama eu fiquei bem mal, senti-me usado. Pouco tempo depois comecei a sentir movimentos estranhos sob o grande lençol que cobria nós dois. Ele estava se masturbando. Sentir e ouvir que ele estava se masturbando ao meu lado enchia meu corpo de tesão e de raiva, por que eu não podia tocá-lo? Até que os movimentos pararam e soube que ele havia gozado mais uma vez. Não sei quantas vezes isso ocorreu, mas ele não se masturbou apenas uma vez, foi mais uma e mais outra. Até que não aguentando mais saber que o cara ao lado se masturbava pela 3 vez enquanto eu não havia gozado uma vez se quiser, masturbei-me. A excitação era tamanha que eu quase fui na direção dele tentar algo, mas desisti e preferi terminar meu trabalho sozinho. Depois de ter gozado eu consegui dormi, mesmo com o lençol sendo repuxado graças aos movimentos braçais que ele fazia.
Eram umas 9 horas da manhã quando eu acordei, senti-me um nojo vestindo aquela cueca que ainda exalava o que eu havia feito na madrugada. Kairo, estava olhando para mim, não mais com um olhar de desejo, mas sim um olhar envergonhado. Tive pena dele. Saber do que gosta e mesmo assim tentar evitar isso deve ser frustrante. Quando ia me levantar ele falou comigo.
- Grimes, espera.
Olhei para ele mais uma vez com uma certa raiva no olhar.
-Esperar o que? Esperar você me usar mais uma vez? Não, obrigado.
-Eu não te usei.
-Não? Interessante o fato de você nem se quer deixar eu te tocar. Acha que eu não percebi que você se masturbou a noite quase toda? Espero nem ver a tua cueca, deve estar tão podre quanto você! Qual é o seu problema?
-Eu posso explicar?
-Tente.
Olhando finamente para mim ele se sentou sobre a cama e falou:
-Eu adorei tudo o que aconteceu ontem, incluindo a parte que nos beijamos, mas eu não pude deixar você continuar porque não seria justo e você sabe disso. Não seria justo fazer isso com a Amanda.
Olhei para ele e vi o quanto ele era estúpido. Tentar levar em consideração uma garota que te trai quase todos os dias. Que piada.
-Além disso, tem algo a mais também. Eu e ela vamos nos casar daqui a 1 mês.