Sabe quando você está em um momento bom e não quer se desprender dele?
Era exatamente assim que eu estava me sentindo ali, deitado no peito do Wagner. Tínhamos acabado de fazer o melhor sexo que fiz na minha vida.
Pode até parecer algo estranho, prematuro e clichê, mas eu tinha me apixonado por ele desde que o vi pela primeira vez.
- Bom isso. - ele disse.
- Gostou? - perguntei me levantando.
- Cara, gostei sim. Que mamada é essa, mano? Demais! - disse sorrindo.
Fiquei mais vermelho que um pimentão. Sou tímido e essa crise de timidez vai e volta do nada.
- Quer tomar banho?
- Vou sim. - ele levantou da cama e me seguiu até o banheiro.
Tomamos banho juntos. Na verdade passamos a maior parte do tempo abraçados embaixo da água quente.
- Vou lá, então. - ele disse depois que estávamos devidamente vestidos.
Acompanhei ele até a porta.
E... não tínhamos trocado nenhum contato.
Aí você deve estar se perguntando: "Porra, que cara burro, não trocou telefone?"
E, sim, você está certo. Eu não pedi o telefone dele. Fiquei com vergonha e também na hora pensei que se ele quisesse manter o contato teria pedido.
Fiquei pensando no Wagner por vários dias. Eu até cheguei a chorar, me sentindo um idiota por ter me apaixonado por um cara que, até então, eu pensava só ter me "usado" para matar a curiosidade.
Continuei a vida nas semanas seguintes, indo de casa para o trabalho, do trabalho para casa. Até cheguei a transar com um outro cara, mas foi algo muito estranho para mim. Eu queria o Wagner de novo.
Decidi chamar um amigo pra pegar um cinema e tal e ele topou.
Vimos o filme normalmente, comemos e depois de um tempo estávamos já fora do shopping quando vi uma viatura.
Não dei muita bola, continuei conversando com o meu amigo, até que vi a viatura dando a volta e fazendo sinal para pararmos. Paramos e quase morri quando vi que um dos PMs era o Wagner.
QUE COISA MAIS LINDA! Ele vestido com aquela farda, todo machão. Me olhou com uma cara meio fechada, mas não dei bola.
Ele pediu pro outro PM revistar meu amigo e me chamou de canto.
- Quem é esse cara? - ele foi logo perguntando.
Eu fiquei meio sem reação.
- Namoradinho? - perguntou de novo. - Responde, de boa.
- Ele é meu amigo. Não precisa fazer isso com ele. Ele é um cara legal.
- Pensei no que fizemos. Vou passar na sua casa à noite, fica esperto.
Dito isso, ele fez um sinal pro parceiro dele e eles entraram na viatura e foram embora.
Meu amigo ficou tagarelando e eu pensando no que tinha acabado de acontecer. Achei o Wagner bem folgado, mas a excitação pra ver ele naquele dia na minha casa me deixou anestesiado.
E ele realmente foi na minha casa naquela noite.
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Galera, valeu pelos comentários e pelas notas. Vocês foram incríveis. Não esperava tantas leituras, foram muitas.
Capítulo de hoje está mais curtinho, mas prometo que o próximo será maior.
Beijos