22 ANOS ATRÁS
-pai, por que eu tenho que fazer isso todos os dias?
-porque você tem que aprender a se defender desde cedo Marcelo, e como eu disse, você não pode informar nada disso com ninguém, muito menos praticar em publico ou com seus coleguinhas.
-eu sei, o senhor fala isso todos os dias. Pai eu ja estou cansado, posso jogar video game?
-mau começamos pequeno. Agora me mostra os golpes que te ensinei. -meu pai dizia se aprontando pra receber meus golpes.
-Jack, pegue leve com nosso menino, agora que ele está começando. -Minha mãe entrava na sala de treino com uma jarra de limonada.
-está brincando Margoh, para fazer esse garoto ser iniciado não posso pegar leve em momento algum, principalmente no início. Meu pai fez da mesma forma comigo e hoje... -ele fez uma pausa e com um golpe me levou ao chão. -sou extremamente agradecido.
Minha mãe nos entregava a limonada, enquanto enchia meu copo cochichou no meu ouvido.
-aprende rápido para eu ver você descontar tudo isso. -piscava pra mim sorrindo como sinal de segredo.
-entao chega de cochichos ne?! -meu pai sorria de canto de boca para nós. -e vamos parar de moleza também.
Mau terminei de esvaziar meu copo e meu pai ja me levou ao chão novamente.
Meus pais me explicaram o proposito de todo aquele treinamento, que passava de geração para geração em nossa família e eu entenderia mais quando fosse mais velho.
Desde cedo soube que eu era adotado, meus pais não esconderam ou adiaram isso de mim e me explicaram toda a historia, mas eu acabei agindo bem a situação.
Quanto mais treinávamos, mais pesado meu pai pegava. Em momento algum eu pratiquei ou falei com meus colegas de escola ou qualquer outra pessoa sobre as lutas que fazíamos na sala de treino da nossa casa.
Depois de dois anos os treinos iam se intensificando cada vez mais, eu ja não tinha tantos amigos assim, pois quanto mais eu crescia, mais meu pai me ocupava. Claro que ele tambem não era tão rígido assim, muitas vezes eu brincava na rua, dormia na casa de alguns amigos ou eles dormiam na minha casa, por mais esgotado que meu pai me deixasse, ele tambem me dava meu tempo, ele não queria que eu me tornasse uma pessoa fria e sem afeto pelas pessoas.
Lembro de um sábado de manha que meu pai me acordou para treinar, eu ja estava bastante cansado do treino do dia anterior. Equilíbrio, força, agilidade, defesa, resistência... tudo isso e um pouco mais em um só dia, entao ja levantei estressado. Com todo esse estresse, criticas e cobranças acabei acertando um soco forte no rosto do meu pai durante o treino, com oito anos eu ja conseguia medir as forças.
-pai, desculpa...eu nao pretendia. -eu o olhava assustado vendo seu nariz sangrar.
-que desculpa que nada filho, eu to é orgulhoso de você. -sorria limpando o sangue do nariz.
Olhei para os lados e via minha mãe olhando para nos dois e sorrindo de canto de rosto e piscando para mim em seguida, me fazendo lembrar do nosso segredo de dois anos atrás.
-Jack, acho que já está na hora. -Ela dizia recostada no vão da porta.
-ele é todo seu. -ele dava leves tapinhas em meu ombro vendo minha cara de confuso.
-vem filho, mamãe vai te mostrar uma coisa. -disse me estendendo a mão.
Fomos ate a garagem e ficamos frente a uma prateleira cheia de ferramentas, mamãe olhou para um espelho que ali se encontrava e um laser passou por seus olhos, abrindo uma pequena entrada ao lado.
De acordo com que íamos adentrando o corredor, luzes iam se acendendo. Era um corredor pequeno, sem janelas, com uma sala logo ao final. Adentramos a sala e dei de cara com um enorme acervo de armas.
-bom filho, como você pôde ver, essa é uma parte secreta da casa que seu pai e eu usamos, a partir de agora é sua sala também e hoje eu vou te ensinar a atirar. -Ela disse pegando uma arma, dois óculos de proteção e dois tampões de ouvido para ela e para mim.
-mas por que eu tambem tenho que aprender a atirar? eu ja estou aprendendo a lutar. -Dizia pegando o tampão e o observando.
-escuta filho. -ela se abaixava e pegava em minhas duas mãos. -acredite, um dia voce vai precisar saber de tudo isso que estamos ensinando a você e quando você estiver preparado você irá entender, e quando isso acontecer você poderá optar por isso ou simplesmente esquecer tudo. Voce ira tomar uma decisão muito difícil filho, voce vai estar preparado para chegar ate a resposta disto, mas ainda não estará preparado para tomar uma decisão quando chegar até ela. Lembre-se apenas disso.
-tudo bem mãe, papai já me disse isso tambem, so não me deu opção de escolha. -Eu colocava o tampão, me preparando para o treinamento.
-bem a cara do seu pai mesmo. -ela diz colocando o tampão e disparando contra o alvo.
Aquele dia ela me ensinou tudo que se precisa saber sobre a iniciação com uma arma, foi a primeira vez que peguei em uma. No segundo dia eu ja estava aprendendo a atirar. Para uma criança de oito anos segurar uma arma pesada e firmar um tiro, realmente é um desafio e tanto. E assim foi se seguindo meu crescimento, treinando luta com meu pai e tiros e outros tipos de armas com minha mae. Entre esses treinamentos ainda tive que aprender outros idiomas, aulas de comportamento e direção de veículos.
Um dia depois do meu aniversário de treze anos, estava na sala de treinamento aprimorando meu golpes e esperando meus pais chegarem do trabalho, quando ouço um barulho de algo se quebrando na sala. Vou seguindo na ponta dos pés ate me aproximar, chego perto da porta da sala e levo um golpe nas costas me fazendo cair no chão, me viro e vejo uma pessoa com capuz me olhando, logo ele tenta dar um chute na minha barriga mas rolo para o lado me desviando e dou-lhe uma rasteira o fazendo cair, começo a dar socos em seu rosto já vendo sangue no capuz, mas ele consegue me dar um golpe na cabeça e caio para o lado. Ele era forte, eu não poderia perder a calma em meio aquela situação, meu pai sempre foi bem direto comigo sobre a calma, e usando as técnicas do meu pai eu vou me defendendo e lhe batendo mais ainda. Quando estou para tirar seu capuz sinto outra pancada nas costas, era outro encapuzado que me acertara.
-so pode estar de brincadeira. -digo levantando e indo para cima dele. -vocês não vão assaltar minha casa.
Eles nada falavam, apenas lutavam comigo, tinham o dobro do meu tamanho. Um deles pega uma faca e parte para cima de mim e vou me desviando e me defendendo com o que eu encontrava na frente e da forma que eu podia. A sala simplesmente estava um caos, com muita dificuldade eu consegui deixar o bandido da faca inconsciente, agora só faltava o outro. Devido ao cansaço, eu levei muitas pancadas, e em determinado momento concentrei minhas forças e consegui revidar os golpes. Eu nunca havia usado tanta força com alguem. Grudei em seu pescoço por trás e o derrubei, peguei a faca do que estava caído e encostei no pescoço deste que eu estava em cima vendo seu desespero.
-Marcelo Thompson... -Olho para trás e vejo um homem de meia idade com terno e gravata com mais dois grandalhões ao seu lado. -você foi iniciado.
O máximo que me lembro é de um dos grandalhões me apagando com um golpe.
Acordei em uma sala cinza com uma luz extremamente forte, a qual minha visão foi se adaptando aos poucos, comigo estavam mais três garotos e duas garotas.
-todos vocês foram iniciados no programa ISE, Sistema Internacional de Eliminação. -quem falava era aquele mesmo homem de terno que aparecera em minha casa. -protegemos este país de todo o podre que há nele, ou para vocês jovens entenderem melhor, somos como agentes secretos, ninguém além de quem esta aqui dentro sabe da nossa existência. Cada um de vocês foram treinados e preparados para isto, mesmo não sabendo do que se tratava tal preparação. Para saber se realmente estavam preparados, ordenei um ataque a cada selecionado para o programa, e com alguns feridos e impossibilitados, apenas vocês seis foram iniciados.
Ele explicava algumas outras coisas e nós seis apenas o ouvíamos atentamente.
-o ataque que vocês sofrera foi apenas algo simples. A ISE escolhe a dedo cada um que venha a se tornar um irmão do grupo, vocês ainda terão que mostrar muito para fazerem parte do programa, mas claro, se não estão preparados para estourar a cabeça de seus alvos, vocês simplesmente podem desistir agora do trabalho duro que seus responsáveis tiveram por vocês por todos esses anos. Depois de alguns minutos de silêncio, uma garota e um garoto acabaram optando por desistir e se retiraram.
Logo eu pensei em desistir daquilo tudo também, mas quando pensei em levantar, ouço dois tiros do lado de fora da sala.
-ótimo, agora são apenas vocês quatro. -Dizia ele. -vocês irão formar duas duplas.
Nessa hora ele colocou o garoto ao meu lado para fazer dupla comigo e a outra garota chamada Emily e o outro garoto chamado Brandon para formarem a segunda dupla.
-a partir de hoje vocês trabalham juntos, um protegerá o outro até entrarem definitivamente para o programa, isto se entrarem. -ele terminou a frase saindo da sala.
Ficamos nos olhando ali por um tempo sem saber o que se passaria ali logo a seguir.
-oi, sou Jason. -Se apresentou minha dupla.
-oi, sou Marcelo. -o cumprimentei de volta.
Jason estava bastante machucado, um pouco mais que eu.
-quem te treinou Marcelo?
-meus pais.
-serio?! meus pais colocaram dois homens para me treinar desde pequeno, foi foda.
-nem me fale, meus pais as vezes me sufocavam. -Eu peguei uma afinidade fácil com Jason.
Logo que saímos daquela sala, fomos informados que ficaríamos em dormitórios, e se eu pensava que meu treinamento em casa já era puxado, ali seria pior ainda. Praticamente moraríamos ali e treinaríamos todos os dias também.
Jason e eu ficamos no mesmo dormitório. Nao sabia onde estava meus pais ou se eles saberiam que eu estaria ali, passei a noite pensando nisso ate pegar no sono.
Sou acordado com uma voz grossa gritando para levantarmos.
-espera só mais cinco minutos e levanto para treinar. -Sinto um soco no estomago depois de terminar a frase.
-aqui não vai ter moleza, levanta agora senão o próximo vai ser na sua cara. -disse saindo batendo a porta.
-caralho, quem deve ser esse? -Jason se perguntava já em pé.
-É meu pai. -digo colocando a mão no estomago sentindo a dor daquele soco ja conhecido.
Jason e eu fizemos nossa higiene pessoal. O banheiro era separado para homens e mulheres e todos sem divisórias para tomar banho.
Ali foi a primeira vez que vi outro homem pelado, Jason foi o primeiro homem que vi totalmente nu. Confesso que mesmo sem querer eu olhei vez ou outra Jason tomando banho, a bunda dele me deixou excitado e eu tentava esconder, mas ele acabava percebendo pois dava sorrisos bobos. Eu não entendia por que senti aquilo por um homem, nunca nem me passou nada disso na cabeça. Puberdade talvez.
Terminamos o banho, vestimos roupas adequadas e seguimos para uma sala enorme de treino. Ali pude perceber alguns treinadores de luta e outros de tiros, incluindo meus pais.
Nao sei se foi coincidência ou não, mas meus pais seriam os responsáveis por treinar Jason e eu.
-vocês não me disseram que a desistência poderia resultar em morte. -digo chegando bem próximo ao meu pai.
-ficou assustado? -ele solta um riso bobo. -Essa era a intenção. Ninguém é morto pela desistência, apenas é amedrontado a não vazar nenhuma informação sobre o programa. -ele chega mais perto e me abraça. -fico feliz por ter continuado.
Naquele primeiro dia Jason sentiu varias vezes do meu pai aquele soco que tomei de manhã. Meu pai não media forças para meter pancada em nós dois.
Os treinos eram mais rígidos, as vezes Jason e eu tínhamos que lutar um com o outro e outras vezes com oponentes que estavam mais a frente de nós dois.
Nós fomos ficando cada vez mais próximos, a amizade que tínhamos foi ficando diferente, eu tinha ciúmes de Jason com outros garotos ou garotas e era totalmente reciproco da parte dele.
Um certo dia, quando já tinhamos quinze anos completados, estávamos deitados em nossas camas e chovia muito forte, a cada trovoada Jason escondia sua cabeça de baixo das cobertas.
-Marcelo, deita comigo. -Dizia ele com o rosto coberto.
-não acredito que você leva pancadas e tiros todos os dias e a única coisa que tem medo é de trovão. -eu ria daquele medo bobo.
-é serio, por favor. -percebi que ele estava realmente assustado.
Fui até sua cama e deitei ao seu lado, ele tremia de medo, então o abracei.
-vai ficar tudo bem, eu estou aqui. -falei em seu ouvido.
Outra trovoada ecoava no céu e ele me abraçou mais forte ainda. Levantei seu rosto na esperança de acalmá-lo e ficamos nos olhando, nossos rostos foram se aproximando e ele acabou me roubando um beijo. Por um momento eu acordei para a realidade e o empurrei correndo para minha cama. Percebia que ele chorava, eu nao sei o que me deu mas voltei para sua cama e o beijei fortemente, quase não dávamos tempo para respirar.
Alguns meses se passaram e continuávamos com nossa pegação, até eu querer oficializar aquilo pedi-lo em namoro, e ele, claro, aceitou.
Nossa relação só nos fortalecia nos treinos e nos unia cada vez mais.
Depois de um treino pesado, Jason e eu fomos chamados na sala daquele homem de terno, que depois de um tempo descobrimos que seu nome é Mark e ele era braço direito da pessoa mais conhecida como "Líder", o chefe de operações do programa.
-boa tarde Mark. -Jason e eu falamos ao mesmo tempo.
-boa tarde! Vocês ja estão a dois anos em um treinamento intensivo e já esta na hora de ativar vocês para uma missão. -ele nos entrega uma foto de um senhor de meia idade com um círculo contornado em seu rosto. -este é o Primeiro Ministro da Holanda e recentemente descobrimos que ele tem agido e comandado o tráfico de mulheres do Brasil para a Holanda. Este senhor é o primeiro alvo de vocês e este é o mandado de morte dele. Ele está essa semana no Brasil e ainda não conseguimos localizar o hotel onde ele esta hospedado. Vocês partem para o Brasil amanha de manhã e estudem algum esquema. Aqui estão os arquivos de alguns dos envolvidos para facilitar um plano para vocês.
Seguimos para o Brasil no outro dia e ficamos em um hotel barato onde ficaria os responsáveis por levar as garotas para a Holanda.
Era madrugada quando decidimos agir. Segui por fora do hotel até alcançar a janela de um deles e abrir a porta para Jason poder entrar.
Abri a janela e estava bastante escuro, saí direto na sala, quando dou de cara com Jason na porta.
-como entrou aqui? -perguntei surpreso o colocando na mira da minha arma.
-Sério Marcelo?! Só você mesmo para não conseguir abrir uma fechadura a chave, com um clipe de papel.
-podia ter falado isso antes de eu sair janela a fora.
-queria te ver em ação. -Falou colocando um silenciador em sua arma.
-Jason aqui está calmo demais, isso está estranho. -mau terminei a frase e já levei um golpe nas costas. -filho da puta, por que todo mundo adora fuder com minha coluna?!. -falei levantando e acertando sua cara com um chute.
Ele veio para cima de mim e Jason voou em seu peito o levando ao chão.
-onde está o responsável pelo contato direto com o primeiro ministro? -Jason forçava o pé em seu pescoço.
-moleques filhos da puta, mesmo que fosse eu, eu não falaria. Vão para o inferno.
-tenho uma idéia melhor. Ele não vai nos servir de nada. -Eu chamava Jason para fora dali, quando vejo o clarão que se fazia no quarto. Jason enfiara uma bala bem na testa do cara.
-ele não é nosso alvo Jason, por quê o matou? -Eu o olhava incrédulo.
-foi impulso, o único que pode chegar em você por trás sou eu. (Detalhe, nunca havíamos transado).
Jason foi até a sala de segurança do hotel desligar as câmeras enquanto eu fui até a recepção e usei clorofórmio para desacordar o recepcionista. Olhei nos arquivos do computador e encontrei o quarto do contato direto com o primeiro ministro.
Jason e eu seguimos até o quarto dele, Jason abriu a porta e fomos adentrando, seguimos até sua cama, mas esbarramos em uma mesa que estava ao lado e o cara acordou com nosso movimento, mas com um golpe bem forte o desacordei.
Pegamos o celular dele e tinha um numero com o código postal da Holanda, verifiquei as mensagens e percebendo o conteúdo de algumas conversas anteriores, já mandei logo de cara.
"chefe conseguimos mais 2 garotas e preciso do valor pra arrumar a documentação delas até manha"
"São um bando de incompetentes mesmo, com certeza usaram o dinheiro extra para comprar drogas. Venham até o Hotel Gramado em uma hora, irei descer e passar o valor para vocês no carro e não me mandem mais mensagens."
-ta, beleza, ja sabemos onde ele esta, mas de que carro ele esta falando? -pergunta Jason confuso.
-acho que deste aqui. -pego uma chave na cômoda do lado da cama.
Fomos até o estacionamento e destravamos o alarme, vendo assim o carro que iriamos ao encontro do primeiro ministro.
-espera, precisamos pegar o corpo daquele cara la no outro quarto. -digo lembrando da burrada feita por Jason.
Fomos até o quarto e com muito esforço descemos ele e o colocamos no porta malas. Segui dirigindo até o Hotel, teria que ficar bem atento para não encontrar policia, aliás, mesmo com identidades falsas, eramos menor de idade.
Chegamos antes do combinado e ficamos aguardando para aproximar o carro do Hotel, no horario combinado seguimos com o carro até a entrada do hotel o aguardando, um minuto depois ele desce com uma maleta já entrando no carro.
-e como são essas garotas?...mas quem são vocês. -ele pergunta espantado enquanto dou partida no carro e Jason o apaga com um soco.
Estávamos a beira de um morro enorme admirando a vista e o nascer do sol quando ouvimos batidas dentro do carro.
-finalmente ele acordou. -vou me dirigindo ao carro. -e ai Sr. Primeiro Ministro, está confortável?
-acho que não Marcelo, acho que ele quer dar mais uma voltinha no carro. -diz Jason com ironia. -eu até queria te deixar rolar morro a baixo com sua total consciência, pois é isso que você merece por ser tão nojento a ponto de traficar pessoas, mas meu lindão aqui prefere que você não veja o carro rolando ladeira a baixo com você dentro.
-por favor eu não vou mais leva-las, eu prometo, só não me matem.
Infelizmente o treinamento não nos preparava para puxar o gatilho contra uma pessoa suplicando pela vida bem ali na nossa frente, mas eu tinha que ser frio em um momento daqueles.
-tarde demais Primeiro Ministro. -digo atirando em sua testa o matando na hora. Aquele era meu primeiro assassinato.
Jason me olha e vai até o carro e destrava o freio de mão, fazendo o carro caminhar até seguir morro a baixo.
Nos olhamos e por um impulso nos beijamos muito, nem queríamos ver o carro pegando fogo, embora a explosão tenha sido grande.
No mesmo dia seguimos do Brasil para a base da ISE. Aquele país por mais que tenha me recebido em um momento turbulento, meu país natal me trazia certa calma.
Chegando a ISE fomos direto para a sala de Mark dar um parecer.
-parabéns garotos, vocês executaram um plano de forma simples e bem bolado. Mas mataram um qualquer e tivemos que ir limpar suas bagunças. -disse se alterando e levantando da cadeira. -mas por ser a primeira missão de vocês, eu vou relevar. Vocês não são mais uma dupla. Bem vindos a ISE irmãos, vocês são oficialmente parte do Programa. -Jason e eu nos olhávamos aliviados.
-podem sair agora, vão fazer alguma coisa. Sei la o que vocês adolescentes fazem hoje em dia para se divertir.
Jason e eu não seríamos mais um dupla, mas ainda sim éramos inseparáveis. Fiquei sabendo que a outra dupla teve sucesso na missão e assim como nos dois, eles também passaram a fazer parte do programa.
Minhas missões agora eram individuais, no começo aquilo me causava um frio na espinha, mas depois de um tempo fui parando de contar a quantidade de alvos que eu ia eliminando.
A primeira vez que Jason e eu transamos, tínhamos 16 anos, foi simplesmente incrível, ali eu tinha certeza que eu queria ele para sempre.
Os anos foram se passando e com 19 anos ja percebia o homem que eu me tornara, corpo forte e definido, tambem não poderia ser diferente em meio a tanto treino. Jason ficava cada vez mais lindo. Aquele cara branco, cabelo castanho e arrepiado e olhos castanhos escuros, tinha seus 1.80m, todo definido assim como eu, eu era louco naquele corpo, na verdade eu o amava por completo.