Às mensagens estavam ficando perigosas, aquilo já não era mais uma brincadeira de mal gosto e sim ameaças sérias. A ideia de levar isso para a polícia começava a ser bem interessante. O meu medo não tinha que me dominar.
Uma coisa que eu não conseguia disfarçar, era quando algo me incomodava.
- Você está bem, Drummond? - a pergunta me fez sair do meu transe.
- Claro. Estou ótimo. - Aquela resposta não era para ele, e sim para mim. Tentava me acalmar de alguma forma.
Eu poderia confiar em Sollath? A ideia dele ser um sociopata brincando comigo fazia mais sentido do que antes. Ele era o único que estava comigo naquele local.
- Richard? Está aí? - novamente a pergunta me tirou do transe.
- Porque está perguntando isso? - respondi com uma pergunta quando queria ser misterioso.
- Você está distante. Aconteceu alguma coisa? - Murilo tinha parado de comer e pegou minha mão segurando forte.
- Claro que estou bem. Só a dor de cabeça que está voltando.
- Sabe. Não quero apenas lhe comer, Richard. Se disse que te amo é verdade. Acredite. Sou um cretino, mais tenho coração. Confia mais em mim. Sei o que estou fazendo.
Seu olhos castanhos brilharam como nunca tinha visto antes. Como poderia ser ele?
Ele me pegou pela mão e me levou para o carro.
- Sollath, onde estamos indo? - a pergunta soou mais alto do que eu queria.
- Vamos sair. Para longe daqui. Só nós dois. - Murilo sorriu.
- Besta.
Ele entrou no carro e pegou meu rosto me beijando. Ao som de Glad you Came, sairmos daquela lanchonete.
Por alguns momentos esqueci do meu Algoz. Até mesmo do meu irmão, que vivia no orfanato, o mundo tinha parado para nós dois. Só existia eu e ele. Paramos na praia. A água do mar batia nas pedras e a maresia era forte.
- Como vai seu irmão? - Murilo sentou e suspirou.
O sol refletia nos cabelos pretos, que agora estava com luzes.
- Bem. Depois daquela gentileza que um certo alguém fez, ele gostou e muito de você. Soube que até foi visitar ele.
Murilo não tinha me contado. Victor recebeu uma vista de alguém que era o tio dele. Fiquei tão preocupado, mais depois que me mostrou que o Murilo, fiquei menos preocupado.
- Ele é um garoto esperto, gostei de ver como ele se comporta. Entende até demais sobre o que passaram.
Eu ri. Victor é um garoto que devido a não ser criado pelos pais, não gostou de está perto de pessoas e ficou com um pouco recluso de gente. Mais ele se apegou ao Murilo como se fosse mais um tio que ele sempre quis.
Murilo não gostava muito de criança, mais pegou o um amor por ele que brigava comigo quando falava que ele não era seu tio.
- Vi um Filme uma vez que era quase nossa história. - começou ele, estava conhecendo um lado de Sollath que não conhecia e nunca imaginara. - O garoto cuidava de seu sobrinho, até que encontrou o irmão mais velho do seu melhor amigo que se apaixonaram. Ele era até escritor...
Ele fez uma pausa.
- Sim e ai? O que aconteceu? - perguntei curioso.
- Não vou contar o final do filme.
- Então porque me istiga?
Ele pareceu surpreso por alguém pergunta isso a ele.
- Eu gosto, além do mais porque me trata assim? Já que disse com todas as palavras que te amo e quero você bem?
Um golpe baixo esse. Mesmo eu admitindo para ele. O caso não era esse. O caso era Ele. Se apaixonar por um cretino como aquele.
- Gostar de você é um perigo Murilo. Para mim e para você. Te amo e admiti isso para mim mesmo é doloroso. Porque você pode sumi tão rápido quanto apareceu. - as palavras saíram como água descendo de uma cascata.
Ele tirou seus óculos escuro e novamente me peguei fascinado por aqueles olhos.
- Eu já disse que te amo. Mais, se acha tão perigoso, o que te assustar. Ou tem alguém te assustando? - perguntou ele já desconfiado.
Gelei, meu coração falhou uma batida. Uma voz em minha mente dizia para me conta sobre as ameaças, sobre o Algoz sobre tudo. Mais eu tinha medo de que tudo isso poderia ser mais grandioso que eu, de que ele não conseguisse resolver.
- Vamos mudar de assunto. Besta.
Ele me fuzila com os olhos. Ao longo da praia. Vejo uma pessoa boa vigiando. A pessoa era alta, a primeira impressão que deu que era um turista na praia. Mais não era época de turista. Quando foquei bem meus olhos nele, a única coisa que vi era um sobre tudo de capuz vermelho.
Comecei a me tremer. Tinha que sair dali, tinha que proteger a pessoa que eu amo.
- Vamos sair daqui. O que acha? Vamos voltar para casa. Não melhor. Vamos para o shopping.
Eu estava nervoso, porém tinha que me acalmar.
- Você está bem? Richard. Filho, está bem?
- Tô. Só quero sai daqui. - gritei.
Murilo se assustou e sai dali correndo para o carro. O que essa pessoa queria. O que eu fiz? Estava quase chegando perto do carro quando recebo uma mensagem.
"Aqui quem manda sou Eu, vai fazer tudo que eu quiser, Vaca. Vou ver você dentro de um sanatório, quer descobri quem eu sou? Comece com seu amigo Caleb. Se conseguir achar ele."
Pelo retrovisor eu vi o capuz vermelho perto de mim. Quando corri atrás de meu Algoz quase sou atropelado por um carro.
- Seu filho da puta. Está louco? - perguntou o motorista.
- Desculpa.
- Desculpa nada. Depois que morreu vou arcar com tudo. - resmungou o taxista.
- Já pedi desculpas.
Eu não tinha visto ele. Mais quando reparei bem em seu rosto. Quase tenho um treco. Ele era asiático. Os olhos bem escuros, rasgados e um pouco abertos. Seu corpo de academia, seus braços com veias tão grosas que parecia ferro, seu rosto era lindo, com uma pequena cicatriz no lábio inferior, ele era branco dos cabelos castanhos, os olhos eram verdes, usava uma camisa polo rosa é uma calça jeans que apertava as bolas e mostra seu pau.
- Tá bem mesmo garoto?
- Eu já disse que estou bem. - respondi sendo grosseiro.
- Que foi? Se perdeu? Brigou com a namorada? - perguntou o Taxista na defensiva.
Contei até cinco quando ouvi a voz de Murilo longe correndo atrás de mim.
- Seu irmão? - perguntou o Taxista para mim.
- Não.
- Seu namorado? - perguntou o taxista coçando a barba rala que tinha.
Não respondi e ele entendeu.
- Ele está te batendo? Posso te proteger.
- Não besta. Não é isso.
Murilo chegou perto de mim e ficou fazendo várias perguntas. Que só respondia com sim ou não.
- Seu namorado é bem estressado. - disse o Taxista. - Há propósito me chamo Lay.
- Ainda não viu nada irmão. Me chamo Murilo. - ele se cumprimentaram como se fossem velhos amigos. - No que estava pensando em Richard?
- Eu apenas surtei. Calma. Queria sair dali.
- Então vamos não é? - perguntou Murilo.
- Há qualquer coisa se quiserem um taxista bom. Esse é meu número, oh estressadinho. - ele me deu o número dele é voltou para seu taxi.
Chegamos no carro e todas as janelas estavam quebradas. Quando Murilo viu aquilo ligou para polícia. Eu sabia que era um recado de meu Algoz.
Agora eu ali olhando o carro, pensei em Caleb o que ele esconde de tão importante.
- Vamos ligar para o Caleb vim nos buscar. - Murilo desligou o telefone e ia discar o número do amigo.
- Não. Tenho uma ideia melhor.
Lay era uma boa pessoa. No decorrer do caminho ele nos contou sobre sua vida e sua descendência chinesa. Murilo e ele riam de piadas que só os dois entendiam. De vez enquanto Lay me olhava através do retrovisor. Acho que era para ter certeza que eu ainda estava lá e não abriria a porta para sair correndo feito louco.
- E trabalha a quanto tempo como Taxista? - perguntou Murilo.
- A um ano. Tenho que sobrevive de alguma coisa. - ele ria de si próprio. Não tinha vergonha de dizer no que trabalhava.
- Interessante.
Já tinha visto aquele olha que o Murilo deu para Lay, ele estava pensando em alguma coisa grande.
Chegamos em casa, Murilo conversa mais com Lay que se tornam amigos. Assim que chego em casa encontro a mãe de Murilo esperando a gente na sala, seu olhar estava inchado e tremia.
- O que houve senhora Sollath? - perguntei
- Mamãe o que houve.? O papai está bem? Foi algo com Judas? - Murilo tinha ficado nervoso com meu surto e agora estava pior com a mãe ao choro.
Ela apenas me lançou um olhar triste e mostrou uma mensagem.
"Parabéns ao seu menino Caleb. Hoje fazendo amizade é vai completar mais um ano de vida dentro de um caixão."
Ela chorou tanto que não pensava em outra coisa. O que ele queria com o Caleb e sabia que só tinham eu naquela sala que ia poder resgatar o garoto.