Sou filho de um puto V: A pequena morte

Um conto erótico de O. J. Carmo
Categoria: Homossexual
Contém 3269 palavras
Data: 02/06/2017 13:22:22
Última revisão: 03/06/2017 14:38:53

La petite mort, pequena morte, é aquele período após o orgasmo onde parece que perdemos nossa consciência, meio que entramos em um estado transcendental. É como se nosso corpo queimasse, ebulindo o suor sobre a pele. Nossos músculos ficam tão moles de tal forma como se não os tivéssemos mais. Era essa pequena morte ao qual eu entrava quando sentia seu pau saindo de mim, longo e lentamente.

Acordei na manhã seguinte com a bochecha colada na barriga dele. Seu pênis amolecido, repousa de lado sobre a coxa, com os pelos crescendo. Ele respirava calmo, mas podia sentir que havia muita tensão em seus músculos, pois seu corpo estava rígido. Aquela barriga estava tão dura quanto ao sofá que costumo dormi, no entanto muito mais confortável.

Tentei sair da cama sem acordá-lo, mas com o movimenta de cabeça que dei, ele despertou em alerta, as sobrancelhas unidas em linha reta, as veias saltando na cabeça raspado. Beijei seu peito, chupando seu mamilo me levantei para ir ao banheiro tomar o meu banho para a aula. Antes de eu me afastar, ele chegou a apertar minha bunda e voltar deitar a cabeça.

Antes de sair para a aula, não consegui segurar meu desejo por seu pau. Agachei-me na cama, acariciei suas coxas até sua rola. Puxei o prepúcio, descobrindo a glande e suguei a cabeça de seu pau até endurecê-la.

Ele tinha os cabelos da minha nuca entrelaçados entre seus dedos. Arfava alto, movimentando o quadril forçando seu longo caralho para dentro da minha boca. Repeti o ato do dia anterior, colocando as duas mãos para diminuir a quantidade de pau para dentro de minha boca, já que gargando profunda, e que profunda seria, não era meu forte.

O melhor de se fazer um boquete é poder sentir melhor a textura de um pau. Usamos o tato, o ofato e o paladar nesse ato. Podia sentir o sangue correndo por toda aquela extensão grossa, a maciez da pele por onde meus dedos movimentava e agarrava-se. O cheiro de um pau, de um homem, após uma noite trepando até suar. E o gosto por minha língua que esfregava-se na cabeça lisa, enxada e pulsando daquele caralho.

Ele era um homem que gostava de arfar, de gemer rouco, rude, grosso. Não era discreto, de movimentos singelos. Era barulhento, forçava, tremia, contorcia o corpo. Meus couro cabelo chegava doer pelos puxões em meus cabelos, mas eu gostava. Não avisa que ia gozar. Gozava e pronto. Empurrando o pau para mais fundo, esporrando em minha boca um líquido quente, um tanto agridoce, consistente e pinicante.

“Vamos mais uma”, ele pediu balançando o pau na mão.

Fingi que não dava bola.

Vesti a minha camisa, peguei minha mochila e fui para a escola, atrasado. Pelo meu histórico, era nada bom isso. Piorou ainda mais aquela manhã na escola. Eu acabei respondendo a professora, da pior maneira possível e fui outra vez tomar chá com o pedagogo. No entanto, não havia pedagogo naquele dia. Enfrentei o diretor em pessoa, que analisando o caderno preto dos alunos encontrou meu nome algumas vezes e um aviso de que eu deveria levar o responsável a escola. Diferentemente do pedagogo, tão bondoso, ele não me liberou para levar o responsável no outro dia, manteve-me na escola até depois das aulas com um adendo de que eu somente sairia se meu responsável fosse comparecer para me buscar.

Foi uma merda. Passei o intervalo inteiro ligando para meu pai, só consegui falar com ele no final do quarto tempo e ainda fiquei até o último tempo tentando convencê-lo a aparecer na escola. Quando o vi descendo da moto, achei que não sentiria aquela felicidade outra vez.

“Fez merda”, reclamou tirando o capacete, mal-humorado, “Bora terminar com essa porra logo”.

Fomos até a diretoria para ter o desprazer de não ter diretor lá. Segundo a secretária, o diretor teve um imprevisto, mas que, logo, logo ele apareceria e por isso deveríamos aguardá-lo na sala dele.

Mas nada no Brasil se resolve logo, logo. Já estávamos há meia hora esperando o homem sem que ele aparecesse. Cheguei a me arrumar para ir embora, mas a secretária ligou para o diretor e disse para continuar aguardando-o. Emburrado voltei para a cadeira com vontade de explodir tudo.

No entanto, apesar do estresse inicial, papai parecia nada contrariado. Mesmo diante da minha ameaça de ir embora ele permaneceu sentado. Ao questioná-lo sobre isso, ele abriu suas pernas, sorrindo sacana para mim, respondeu:

“Tô de pau duro”.

Estiquei o corpo para ver aquela ereção evidenciada na perna da calça preta. Era impossível disfarçar aquilo, além do mais seu pau pulsava sob a calça.

“A cabeça do meu pau fica roçando, fica mais duro”, explicou-se apertando seu caralho, “Já que esse merda tá demorando, bem que você poderia dá uma chupada para passar o tempo.”

Ri dele, distanciando-me. Ele pegou minha mão para seu pau, gargalhando continuou pedindo para que eu o chupasse ali na sala da diretoria.

“Tá doido”, exclamei, retirando minha mão.

“Vem cá, não posso sair por aí de pau duro”, ele insistia até que o diretor abriu a porta surpreendido de nos ver conversando tão animadamente.

A primeira expressão do diretor sobre meu pai, percebi que foi de surpresa. A imagem que meu pai passava realmente não era aquela que ele esperava encontrar. Mas depois das apresentações, refez sua expressão de seriedade e autoridade que tratava qualquer ato de desordem como ato de vandalismo. Porém, meu pai não conseguia manter pose alguma de responsável. Deixava evidente, pela forma que mexia as sobrancelhas e passava a mão na careca que achava aquele papo do direto aborrecedor. O descompasso entre os dois estava tão grande que o diretor a todo momento questionava se ele era realmente meu pai. Essa pergunta ficou tão repetitiva que eu peguei nossas identidades para ele parar de falar. O diretor até tentou fingir que aquilo não era necessário, apesar de que ficou menos cínico depois do que fiz. Foi então que ele comentou, “Você parece tão jovem”, “É, engravidei a mãe dele no final do terceiro ano… Sei lá, eu tinha 19, ela era do primeiro ano...”, “Ah, muito jovem mesmo”, o diretor me olhou torto, “É, eu estudei aqui também, mas era uma diretora, era a Maria Tereza, pé no saco aquela mulher”, ele comentou tão desdenhoso que deixou o diretor de olhos esbugalhados, virando-se para mim como alguém sem salvação. Amém.

Porém ele continuou falando, falando, falando. Enquanto palestrava sobre responsabilidades, obediência civil, respeito às instituições, eu estiquei meu braço até a ereção dele, mantendo uma expressão séria, sem desviar um milímetro do rosto do diretor, apertei forte seu pau, assustando tanto meu pai que abaixou o rosto quanto o diretor que escorregou no seu discurso, mas manteve-o sem pausas. Tanto um quanto o outro pareciam suar.

O diretor não conseguia parar de falar e papai de passar a mão na testa. Com um engasgo, o diretor terminou seu sermão, pediu que compreendêssemos a questão, para eu não me perder em maus caminhos. Sem jeito, papai colocou o capacete em frente de si, levantou-se. Antes de sairmos da sala, eu o segurei pelo braço, virei-me para o diretor, muito emocionado, “Eu quero pedir desculpas pelo meu comportamento, aqui diante do senhor e do meu pai”, disse esfregando seu braço, “Eu sei que sou um menino mal, porém, não quero causar transtorno a ninguém. Amanhã pedirei desculpas a cada um dos professores que tiveram problema comigo”. Assombrado, o diretor balançou a cabeça sem falas, sai da sala dando um tapa na bunda do meu pai sem olhar para trás.

“Mas que merda era essa que tu tava fazendo lá”, ele dizia enquanto nos apressávamos para moto, “Que porra foi aquela?”, simplório, respondi-o, “Fui um menino mal. É seu papel, como pai me castigar.”

Ele agarrou meu rosto, apertando o polegar na minha bochecha.

“Tu não vale nada.”, gargalhou.

Chegamos em casa, a primeira coisa que ele fez ao fechar a porta foi agarrar-me por trás, pressionando seu pau em minha bunda, com sua boca em meu pescoço, chupando-o forte com um gemido rouco.

Pressionou-me contra a parede, abaixou a calça do meu fardamento, que era de cintura de elástico, junto com a minha cueca, expondo minha bunda. Ajoelhou-se as minhas costas, puxando a minha bunda para seu rosto. Sua língua penetrou entre minhas nádegas bem fechadas a início, afundando seus dedos em minha carne.

Então ele separou minhas nádegas, suspirando profundamente, deu um cuspi forte e quente no meu cu, passando os dedos para espalhá-lo. Pôs-se de pé, apontou seu pau no meu cu, sem pausas, foi entrando por meu cu. Pouco a pouco, aquela carne dura e quente abria passagem. Meu cu fazia certa oposição, mas ele enfiou seu caralho em mim até os ovos.

Pressionando seu pau dentro de mim, ele cruzou seu braço seus braços por minha cintura. Arfando em meu pescoço, começou a bombear, lento, sem tirar todo aquele pau dentro de mim, apenas movimentando-se, friccionando seu pau em meu cu. Aprisionado contra seu corpo, buscava equilíbrio apoiando meu braço na parede. Mas ele dentro de mim, não fazia movimento brusco, porém seu pau em meu cu era forte, sua respiração em pescoço, ruidosa.

Sem me soltar, nos levou a passos atrapalhados até a mesa da cozinha. Com as mãos nos meus ombros, inclinou meu torso sobre a mesa, assim, empinando minha bunda. Tirou sua camisa, jogando-a no chão e empurrou a minha tendo mais a mostra seu corpo possuindo o meu.

De olhos fechados, sentia suas mãos em meus ombros, seu pau saindo até o que deveria ser a metade e sendo forçado para dentro, até o fim, com uma cutucada quase dolorosa bem no meu fundo. Não conseguia controlar os meus gemidos que passavam por meus lábios para fazer coro aos dele. Arranhava a mesa, movimentando meu corpo para ele. Seu pau me provocava tantas ondas de arrepio o que me fazia querê-lo mais e mais dentro de mim.

Suas mão saíram dos meus ombros para meu quadril. Empinei a bunda com as forças que eu consegui reunir. Os movimentos dele aceleraram em uma fração, batendo forte seu pau dentro de mim. Com um suspiro prolongado, ele cravou o pau dentro de mim, chacolhando-me com ele.

Mais tarde, sai do banheiro direto para seu quarto. Vestindo somente um short, deitei-me na cama, admirando seus ombros enquanto ele organizava algumas coisas numa mochila. Tentava parecer mais natural o suficiente, pois a verdade é que eu queria atiçá-lo com minhas coxas tão a mostras. Ele porém estava sério, veio até a mim, com a arma na mão:

“É o seguinte, vou dá uma saída”, ele destravou a arma e voltou a travá-la, dando-a para mim, “É assim que destrava”, recebi a arma ficando com medo.

“O que aconteceu.”

“Melhor não saber. Pode acontecer de alguém invadir aqui, tu tem que ser esperto como sempre foi. Vou arranjar um lugar para de sumir daqui...”

“Ei, ei, ei, como assim sumir daqui… Que aconteceu.”

Ele agarrou meus cabelos e beijou-me abusadamente.

“Te foder é bom, por isso tu vem comigo.”

Ele vestiu a camisa, colocou a bolso em canto perto da porta. Colocou a segunda arma que tinha na cintura e foi embora sem mais explicações, deixando-me só naquele apartamento sem entender nada.

Passei o resto dia preocupado. Neguei o rolê que a galera da escola me convidou, fiquei andando por aquela rua, conversei com algumas prostitutas que conheciam o meu pai, dei uma rondada se elas sabiam de alguma coisa. Lógico, sabiam, elas riram para mim, “Teu pai é problema, não segue o rumo”. Disfarçava rindo, dizia a elas que daqui a pouco seria eu a concorrência, que me chamaria Renata Tedesco. Retornei ao apartamento, fiquei por lá, trancado, observando aquela arma que ele me dera.

Estava tudo escuro, dormia, não profundamente, a preocupação me deixava alerta. Era por volta das uma da madrugada, quando consultei meu celular, ouvi vozes na porta do apartamento. Por um instante pensei ser meu pai, mas algo me dizia para averiguar. Caminhei nas pontas dos pés, pelo vidro da porta, duas sombras masculinas trocavam palavras, nem uma delas era do meu pai. Rapidamente corri para o quarto, peguei a arma, me enfiei debaixo da cama. Me prensei contra a parede, colocando as dezenas de caixas e malas na minha para caso eles forem olhar não visse nada mais que entulhos.

A porta foi arrombada, chamavam pelo meu pai, batendo na parede. A luz do quarto acesa acelerava meu coração. Tremia muito, procurava controlar minha respiração, pois o medo me fazia gemer. Um mandou o outro verificar debaixo da cama, quase gritei ao ver sua sombra, mas ele não me viu. Ouvi a porta do armário sendo aberta com estrépido; procuraram pelo banheiro, mexeram na cozinha. Ficaram ali o me pareceu horas, eu me agarrava à arma como uma prece, imaginando o momento em que revirariam o colchão e me encontrariam ali, preso por mim mesmo.

Mas eles foram embora. Não sei por quanto tempo permaneceram no apartamento, nem eu o quanto fiquei debaixo da cama, com certeza muito mais tempo do que eles. O medo me paralisava, achava que eles ainda estavam ali, aguardando meu pai voltar. Só sai dali quando o escutei me chamar. Sua vez me provocou outra tremedeira, quis que ele fugisse, ainda pensava que os caras estavam lá. Mas foi a urgência de sua voz me fez sair debaixo da cama.

“Onde tu tava porra”, ele gritou, “Me escondi”, informei ainda segurando a arma, “Te viram”, “Não”, “Ficava aqui não, saia”, “Por onde? Pela janela, me jogar ali por trás”, “Se eles tivesse te visto debaixo da cama”, “Não viram”.

Ele tomou minha arma das mãos, tirou a camisa e ficou andando de um lado para outro do apartamento, falando no celular. Me adiantando, arrumei minhas coisas, pus o que precisava na mala. Peguei uma parte do bolo de dinheiro que encontrei, guardando-o nos meus sapatos. Terminando a ligação ele confirmou que partiríamos perto do meio-dia.

Largou o celular de canto, me pegou pela cintura, me encarou. “Tu gosta de ser putinha de bandido”, “Você que é puto”, “Tu é filho de puto, tu também é puto. Puto não, putinha”. Apesar da tensão, ri dele, “Tu não me respeita mesmo, sou perigoso”, “Tem caras mais perigosos por aí”.

Ele me empurrou contra parede. Mandou eu abaixar a bermuda enquanto punha o pau para fora. Não obedeci, enfurecendo-o. A careca dele ficou vermelho, avançou para cima de mim, puxando o meu short, expondo minha bunda. Deu o primeiro tapa, gritei, cravando minhas unhas na parede, “Repeita cadela”, ainda lagrimando de dor, provoquei, “Tapa fraco”, o segundo sou tão alto quanto meu grito. Minha bunda ardia, latejava, ainda assim não me submeti, “Você é perigoso desse jeito”, forcei uma gargalhada.

Papai arrancou minhas roupas, depois as suas, nus, me levou para a varanda. Seu caralho estava tão duro que nem balançava conforme se mexia. Sua cabeça, pescoço e peito estavam vermelhos de raiva pela minha afronta. Uma veia latejava na sua testa.

Urrando ergueu minhas coxas para cima do parapeito da varando. Assutado, me segurei na corda que unia uma coluna a outra e servia de varal. Minha barriga ficou gelada e eu vi o céu ainda escuro. Ele me segurava forte, os músculos do seu braço machucavam minhas coxas nesse esforço. “Quero ver agora tu não ter medo”. Empurrou o pau com tudo meu cu adentro, arrombando-o, pois ele estava travado pelo medo da altura. Minhas mãos procuravam segurança no corpo dele, mas a forma como ele me agarrava, o único apoio era aquela corda.

Enfiava seu pau dentro de mim sem delicadeza. Fazia muito barulho, nós dois fazíamos; eu pelo medo, ele pelas estocadas. Tive medo quando começamos a suar, nossos corpos se tornariam mas escorregadios, seria mais perigoso. Ele também percebeu isso, me colocou no chão, agarrou pela nuca para dentro de casa. “Teve medo não foi”. Arfando, me recompus, empinando a bunda para ele, “Quem sabe”, sussurrei. Mas outro tapa e ele meteu em mim.

Antes do meio-dia já estávamos pronto para sair. Levamos o essencial, largaríamos os móveis, os eletrodomésticos, apesar de que ele pensava em retornar para pegar aquelas coisas. Trancamos o apartamento e descemos para encontrar o tal amigo que nos levaria para outro lugar. Pelo caminho passamos na frente da casa da minha avó. Ela estava lá, gritando para a empregada tirar as malas do carro para dentro de casa. A cachorrinha dela latiu para mim, animada, com muito esforço, desvencilhou-se das mãos dele, correndo para mim. Recebi as cadelas nos braços, sorrindo com suas lambidas. Ela se aproximou, a papada inflando, os olhos diminuindo, uma sapa gorda, enrugada e reacionária. “Poderia devolver meu cachorro”, ordenou, o nariz em pé, as narinas infladas, “Bença vovó”, sorri para ela, “Rapaz, esse cachorro é meu”, “A Violet Chanchki está com saudades de mim, faz tanto tempo que não vejo essa drag”, “Me dê ou terei de chamar a polícia”. Deixei a cachorra eufórica de lado, que pulava sobre as duas patas, latindo para mim, “Que isso velha”, “Me respeite”, no momento em que ela me passaria um sermão, papai retornou, silenciando-a, “Bora, tá fazendo o quê”. Os olhos arredios dela soltaram para fora, gordos como as papas dela, o dedo em riste, “Desnaturados, marginais, agora tá com esse bandido”, “Porra, é a senhora”, “Essa é a minha rua, o que estão fazendo aqui, ninguém vai entrar na minha casa, bando de marginais, degenerados”. Impaciente, papai deu as costas a ela, acenando desdenhoso enquanto ela continua a falar. Tentei dar um beijo nela, mas ela me empurrou, me xingando, dizendo o que me esperava após a minha morte. Sorrindo corri para meu pai, abracei-o beijando-o obscenamente no pescoço. Ela quase caía ali mesmo, mas a raiva a sustentou para gritar nossos pecados pela rua.

Fomos para o bar combinado. Papai parecia tranquilo, bebendo sua cerveja. Eu fui para o balcão, esperar a mulher esquentar o salgado que pedi. Dali enxerguei a moto parar perto dele. Eram dois homens, não tiraram o capacete, falavam alguma coisa. Então gritei, “Corre”, todo o bar virou o rosto para mim, quando ele percebeu o cara de trás deu o primeiro tiro. Atropelando tudo que tinha a frente, ele correu, deixando um rastro de sangue no chão. As pessoas no bar se abaixavam, outras fugiam e eu ia atrás dele. Continuei gritando para que ele corresse, os motoqueiros iam atrás dele, baleando. Antes de chegar ao final da rua ele caiu, recebeu mais três tiros e os motoqueiros foram embora.

A calçada estava cheia de sangue, escorria pela sarjeta, caia no esgoto. Após o susto, as pessoas se aglomeravam, tirando os celulares do bolso, compartilhavam as fotos e os vídeos pelo whatsapp. Não saia lágrima alguma dos meus olhos. Aquele corpo, sensual, languido, agora estava ensanguentado, sem vida.

Voltei para o bar, sua bolsa ainda estava lá. Tirei o resto da grana que ele levava, corri de volta para o apartamento. Estava do mesmo jeito que a gente deixou. Mexi naquelas caixas, revirei tudo, a procura de algo que pudesse me ajudar. Antes de sair, as lágrimas caíram. Chorei ajoelhado na porta, elas foram rolando pelo meu rosto, até elas secarem por si. Não precisava trancar a porta, o apartamento não era nosso, era alugado, não voltaria mais para ali. Algumas putas da avenida já recebiam a notícias, perguntavam para mim, eu confirmava, seco. Elas queriam saber o que iria acontecer, o que eu faria. "Eu? Seguirei em frente", não havia mais pai, mãe, era tudo parte do meu show.

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Comentários

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CA-RA-LHO... Mano q foda... adorei... but... queria q eles tivessem terminado juntos como um casal perigoso...

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Que conto maravilhoso! Parabéns pela narrativa, nota 100

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Corói, gente que arco foi esse, que tiro mds. Terminou BAD? Terminou, mas... aaaaaaaaaaaaaa

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MAS O Q DE FATO SEU PAI FEZ PRA SER CAÇADO ASSIM? E COMO VC VAI SOBREVIVER?

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