Eu sou Álvaro. Tenho 28 anos. Adoro viajar. Em viagens acontecem as coisas mais inusitadas, também mais prazerosas e mais ousadas, tudo sob o providencial véu do anonimato: são pessoas que se encontram e nunca mais se verão – isso dá uma apimentada legal aos momentos.
Os acontecimentos prazerosos acontecem onde e quando menos se espera. Desde o momento do deslocamento até o lugar para onde se vai.
Outro dia, mesmo, eu estava a fim de fazer uma viagem para um hotel-fazenda, onde iria passar o fim de semana prolongado. Fui de ônibus: três horas e meia de viagem. Fui um dos últimos a comprar a passagem, razão pela qual só consegui cadeira no fundão, uma poltrona antes do banheiro.
Às 17 horas, o busão partiu. Na outra fila de cadeiras, um pouco mais atrás que a minha, percebi dois rapazes, que me chamaram a atenção pelo contraste da cor: um era branquelo geral, o outro, negro escuro. Acho que não se conheciam, pois viajaram a primeira hora no mais completo silêncio, embora, algumas vezes que me voltei para olhar-lhes, disfarçadamente, parecia haver certo inexplicável clima entre os dois.
Chegando à primeira cidade do trajeto, a maior parte dos passageiros desceu, ficando o veículo com pouquíssimas pessoas. Aproveitei, então, que algumas cadeiras da frente foram desocupadas, e me transferi para lá, como outras pessoas que estavam atrás também fizeram. Eu esperava que os dois rapazes também se mudassem, mas eles continuaram lá.
A viagem foi retomada. Sem ter com quem conversar, acomodei-me o melhor que pude na poltrona, disposto a dormir as mais de duas horas restantes. Apesar do silêncio, da semiescuridão e dos poucos passageiros, o sono não vinha.
Peguei-me pensando nos dois caras, lá atrás. Minha mente começou a construir as fantasias mais loucas. Seriam namorados?!... Seriam amantes, em plena aventura?!... Não se conheciam até então, e por isso estavam quietos?!... Estariam se bolinando, se beijando, se agarrando, se chupando, lá atrás, na escuridão deserta do fundo do ônibus?!...
Eu sentia minha rola endurecendo. Fiquei acariciando-a, a princípio despretensiosamente, mas aos poucos foi se tornando mais imperioso o tesão, e senti a necessidade de masturbação. Não poderia ser naquela poltrona, evidentemente, pois correria o risco de ser flagrado.
Então me levantei e me dirigi ao banheiro. Lá, sim, eu poderia dar vazão a minha libido, e gozar deliciosamente minha punheta. E mais, praticamente ao lado de quem me despertara o desejo de tocá-la.
Quando me virei, iniciando a insegura caminhada pelo corredor do ônibus, notei certo movimento brusco, na última poltrona. Estariam mesmo se pegando?! Se estavam, fui um tremendo empata-foda... Deveria voltar para meu canto e sufocar minha punheta?! Ponderei: se fizesse isso, daria bandeira de que eu percebera algo. Resolvi prosseguir para meu destino.
Ao chegar à porta do banheiro, ainda lancei um rápido olhar para onde estavam os dois, mas não deu para ver nada de especial, já que o recosto das poltronas da frente impediam qualquer visão. Além do mais, eu estava muito mais interessado mesmo era em dar um descanso, relaxar minha pica, incrivelmente dura.
Entrei, fechei a porta (ou pensei que havia fechado, na pressa de aproveitar o momento), coloquei a rola pra fora e comecei a massageá-la, bem devagar, para sentir cada gota do prazer que viria em seguida.
Num solavanco do ônibus, a porta do banheiro abriu-se; assustei-me um pouco, mas eu precisava manter o ritmo da punheta, senão a rola começaria a amolecer e toda aquela viagem, corredor afora, até ali, redundaria inútil. Além do mais, na posição em que eu estava, mais a semiescuridão do ônibus, me protegiam de algum furtivo olhar.
Continuei a masturbação, quando comecei a ouvir, de início baixinho e tentando disfarçar, mas aos poucos mais alto e já sem qualquer preocupação de simulação, o característico barulho de boquete, de alguém chupando uma rola.
Não pensei duas vezes, saí do banheiro, do jeito mesmo que estava, com a calça aberta e a rola dura entre minhas mãos, e, procurando expressar a maior naturalidade, sentei-me na poltrona em que começara a viagem, virei-me para os dois – constatando que o branquelo chupava gostosamente o negro, que se contorcia e gemia – e continuei minha punheta, agora com uma inspiração bem mais concreta.
Não consegui segurar muito tempo, e logo jatos do meu sêmen brotavam com força da cabeça de minha rola, e voavam pelo corredor do ônibus, alcançando o piso e cadeiras. Nunca tivera uma sensação tão intensa, numa bronha.
Enquanto isso, o branquelo sugava cada vez mais intensamente a pica do negro. Pelos movimentos desconexos deste, percebi que ele estava prestes a gozar. E de fato gozou, entre gemidos e espasmos. Mas o branquelo não arredou um centímetro a boca daquele falo, e recebeu toda a porra na boca, engolindo-a completamente, que não se derramou uma gota de leite fora.
Ao final, o branquinho limpou a rola do amigo, com sua língua, deixando-a brilhosa e ainda palpitando os estertores do prazer recém-gozado. Vi quando ele passou a roçar o pau escuro nos lábios vermelhos e na pele branca do rosto, e, dirigindo um olhar safado para o negro, dizer, com a voz rouca:
– Leite com café!