O Segredo do Hétero. Cap 1

Um conto erótico de Fahel
Categoria: Homossexual
Contém 1264 palavras
Data: 27/06/2017 22:09:07
Última revisão: 30/05/2025 12:44:18

— Meu nome é Kevin e tenho 19 anos. Trabalho em uma empresa de modas e faço faculdade à noite.

Minha vida está uma perfeita bagunça, mas nem tudo é tempestade. Ainda bem que tenho meus melhores amigos para me amparar. São eles: Melissa, Ravel e Fabrício. Além de Melissa ser minha melhor amiga, nós dividimos um apartamento bem amplo.

Ravel é como um irmão para mim. Ele está sempre do meu lado e demonstra se importar comigo de verdade.

Já Fabrício, meu terceiro e último melhor amigo, vive me dando conselhos e me apoiando nos momentos mais difíceis. Até quando estou triste, ele dá um jeito de me fazer rir.

Era sexta-feira. O dia começou com o despertador tocando e Kevin acordando com dificuldade — ele odiava levantar cedo, mas já estava acostumado à rotina. Saiu da cama, foi até o banheiro e fez sua higiene matinal.

— Bom dia! — disse ele, ao dar de cara com Melissa, já acordada.

— Bom dia! — respondeu ela, de frente para o fogão, preparando panquecas.

— Me responde uma coisa, Melissa. Como você consegue estar de pé tão cedo? — perguntou Kevin, enquanto colocava dois pratos na mesa e se sentava.

— Sei lá… já me acostumei. Minha mãe sempre dizia que acordar cedo faz bem — disse ela, servindo uma panqueca para ele e outra para si mesma.

— Humm… — murmurou ele, saboreando um pedaço.

— E como você consegue ser melhor que eu na cozinha assim? — perguntou, limpando os lábios com um guardanapo enquanto se levantava para pegar o paletó.

— Não exagera. É só uma panqueca. Aliás, o senhor nem terminou de comer e já está apressado pra sair — disse ela, cortando a comida com calma.

— Hoje não posso me atrasar. Ah, e hoje tem balada depois da facul. Você vai, né? — perguntou Kevin, dando um beijo no rosto dela antes de sair.

— Talvez eu vá! — gritou ela, tentando ser ouvida enquanto ele já saía.

Kevin chegou à empresa, entrou no elevador e cumprimentou os colegas com um "bom dia" seco — eles não gostavam muito dele, por ser o queridinho de Mirella. Até para escolher o papel higiênico, ela pedia a opinião dele, o que Kevin fazia com prazer. Além de ganhar bem como consultor de marketing, ainda recebia bônus por ser quase um assistente pessoal dela.

Assim que o elevador chegou ao andar da presidência, Kevin foi até a sala de Mirella. Bateu três vezes, mas não houve resposta. Girou a maçaneta e entrou.

Mirella não permitia a entrada de funcionários sem motivos específicos — e muito menos sem bater. Apenas Kevin tinha esse privilégio, mas mesmo assim ele sempre respeitava e batia antes.

— Senhora Mirella? — chamou, aproximando-se e virando a cadeira dela, que estava de costas. — Está tudo bem?

— Estou, sim… é apenas um problema pessoal — respondeu ela, com uma expressão abatida.

— É grave? — perguntou Kevin, percebendo sua feição entristecida.

— Não, não se preocupe. É só o de sempre — disse ela.

— Ah… entendi — respondeu Kevin, já sabendo que “o de sempre” significava Marlon.

Kevin nunca conheceu Marlon pessoalmente. Sabia apenas o que Mirella contava — e nunca havia ido à casa dela, já que sempre resolviam tudo ali na empresa.

— Senhora Mirella, posso te fazer uma pergunta?

— Claro. Você pode perguntar qualquer coisa.

— Qual é a idade do seu filho?

— Vinte e um — respondeu ela.

— O quê?! Me desculpa, mas seu filho já é um marmanjo para agir como uma criança inconsequente. Desculpe a franqueza, mas é a verdade. Pelo que a senhora me conta, ele sai para festas, não avisa para onde vai, dorme fora e nunca dá satisfações.

— Eu sei… também acho que ele exagera às vezes. Mas o que posso fazer? Não o culpo — suspirou ela, deixando uma lágrima escorrer, que secou rapidamente. — Ele cresceu distante de mim…

— Mas isso não justifica tudo. Você só se distanciou porque precisou batalhar para construir seu império. E ele nem valoriza isso.

Mirella era uma mulher deslumbrante: elegante, bondosa e determinada. Engravidou cedo e não teve tempo para o filho que tanto precisava dela. Precisou focar nos estudos e trabalhar duro para criar sua própria empresa. Marlon foi criado pelos avós até os 10 anos, quando passou a morar com a mãe.

— Vou para minha sala. Depois a gente conversa. Só pra encerrar: se ele fosse meu filho, eu já teria dado uns bons puxões de orelha! — brincou Kevin, saindo da sala.

Kevin passou o dia em sua sala. Ao fim do expediente, arrumou seus papéis e levou alguns trabalhos para casa. Após um banho, vestiu-se para a faculdade com um certo capricho: camisa gola alta vermelha, calça jeans apertada que realçava seu corpo e sapatênis branco. Passou um perfume doce e foi para a sala.

— Vamos, Melissa! — gritou.

— Já estou indo, só um segundo! — respondeu ela, terminando de colocar o salto. — Pronta! A noite promete.

Melissa estava deslumbrante: calça branca, blusa preta destacando o decote. Ela era linda — alta, parda, olhos cor de mel e cabelos longos e lisos. Tinha um corpo invejado por muitas garotas.

Kevin também era muito bonito e desejado por vários homens, mas não se entregava a qualquer um. Era alto, pardo, cabelo preto cortado dos lados e com mechas loiras jogadas para frente, olhos claros, corpo magro, cintura fina e coxas marcadas.

No carro, seguiram para a faculdade. Lá, foram recebidos por Ravel, que Melissa nunca simpatizou. Sempre sentiu algo estranho nele, mas não sabia se era intuição ou desconfiança.

— Te vejo na balada, beh! Hoje um gato vai me levar — disse Melissa, piscando para Kevin e entrando na faculdade.

— Tá bom, beh, nos vemos lá — respondeu ele.

Ravel revirou os olhos e debochou quando Melissa virou as costas.

— Não entendo por que vocês dois não se dão bem. Já tentei de tudo — disse Kevin.

— Talvez porque somos muito próximos, e ela tenha medo de te perder — respondeu Ravel, com um tom malicioso.

— Bobagem. Melissa não é assim. Talvez só não tenha pegado confiança em você ainda — disse Kevin, bagunçando o cabelo de Ravel, que sorriu. Ele o acompanhou até a sala.

— Já que você vai pra balada, me espera. Vou também — disse Ravel, animado. Mas, assim que Kevin entrou, seu sorriso sumiu.

— Maldito imbecil… — murmurou, cerrando os punhos enquanto subia para sua própria sala.

As aulas passaram rápido. Kevin organizou seus materiais e foi esperar Ravel no carro. Ele chegou minutos depois, ofegante e com as roupas amassadas.

— O que será que ele aprontou? — pensou Kevin, rindo.

Seguiram para a balada.

Ravel era extremamente bonito, com traços delicados e chamativos. Seu cabelo e estilo lembravam o de Kevin — até nas mechas loiras. Mas, por trás da aparência impecável, escondia sentimentos obscuros e invejosos. Apesar de ser gay, usava sua beleza como ferramenta para atrair qualquer um, e vivia se envolvendo com várias pessoas. Era conhecido por sua promiscuidade e dificuldade de se valorizar.

Ao chegarem à balada, Kevin foi estacionar o carro.

— Pode ir na frente, Ravel.

— De jeito nenhum. Espero por você aqui — respondeu ele, de braços cruzados e com um sorriso debochado.

Kevin se aproximou e os dois entraram. A música estava ensurdecedora. O local estava lotado: pista de dança cheia, bar movimentado. Kevin se aproximou do ouvido de Ravel:

— Vou pegar umas bebidas. Já volto.

Ravel apenas assentiu, revirando os olhos ao vê-lo se afastar. Observou o ambiente e usou todo seu charme para atrair um homem atraente, por volta dos 29 anos. Rapidamente, os dois desapareceram em direção ao banheiro da boate.

O local era frequentado por todos os tipos de pessoas. Aquela noite, predominavam héteros e mulheres em busca de diversão. Kevin, por sua vez, queria apenas beber e curtir a noite.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive Fahel a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Gostei muito dos detalhes... Pois já que vc está escrevendo um conto com cap. Detalhes são tudo .

Mas o ravel, me parece ser mais interessante que o Kevin , porém com motivações fracas.

Já o Kevin parece ver um protagonista fraco na história, muito arrogante e muito humilde.

Mas minha nota é 10

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil de M@yan

ja deu pra sacar que o Kevin é dessas bichinhas arrogantes. O que explica porque o pessoal do trabalho não gosta dele. É lindo, mas não pega ninguém? Qual a vantagem? Eu sempre acho engraçado gente que se achar superior por voltar sozinho pra casa e bater punheta do que fazer sexo saudável com alguém quando se tem chance. A vida é muito curta pra bancar a virgenzinha frígida por tanto tempo. O Ravel parece ser o personagem mais interessante. Já gostei dele.

0 0
Foto de perfil genérica

COMO RAVEL PODE SER CONSIDERADO UM AMIGO? MEIO COMPLICADO ISSO. REALMENTE AINDA SEM MUITAS EMOÇÕES MAS VEREMOS...

0 0

Listas em que este conto está presente

Não li
Separados para ler