O Segredo do Hétero. Cap 3

Um conto erótico de Fahel
Categoria: Homossexual
Contém 1125 palavras
Data: 01/07/2017 15:58:15
Última revisão: 30/05/2025 13:01:21

— Mas o que está acontecendo aqui? — perguntou Melissa, abrindo caminho no meio da roda de curiosos.

— Kevin? O que foi que fizeram com você? — perguntou ela novamente, enquanto o ajudava a se apoiar em seu ombro.

— Ah, relaxa, miga, eu tô bem... — disse Kevin, soluçando, visivelmente tonto. — Foi só uns go-golinhos...

— Ele parece estar sob efeito de alguma droga — comentou Ravel, aproximando-se com uma falsa expressão de preocupação.

— Ah, garoto! Para de falar besteira. Você sabe muito bem que o Kevin não usa drogas. Fica quieto e me ajuda a levá-lo até o carro — retrucou Melissa, irritada.

— Como você deixou isso acontecer? Vocês não estavam juntos? — ela questionou, ainda ajudando Kevin a caminhar.

— Eu... eu não sei. Ele disse que ia dançar, e eu fui ao banheiro. Quando voltei, vi a confusão e corri pra cá — respondeu Ravel, fingindo indignação.

— Quer ajuda com ele? — perguntou Marlon, dando de ombros, num tom quase indiferente.

A atitude de Marlon pegou todos de surpresa. Aquilo não era comum. Depois do acidente que o tornou frio e distante, ninguém esperava que ele se prontificasse a ajudar alguém como Kevin — efeminado, expansivo, tudo que ele costumava evitar.

— Se puder ajudar, será ótimo — respondeu Melissa.

Marlon se aproximou de Kevin. Assim que os olhos dos dois se encontraram, algo mudou no ar. Mesmo alterado, Kevin parou por um instante, como se voltasse à razão. Seus olhos percorreram o rosto de Marlon, como se tentassem decifrá-lo. O momento durou segundos, até que Marlon o pegou no colo com facilidade.

Durante o trajeto até o estacionamento, Kevin repousava a cabeça contra o peito de Marlon. Mesmo zonzo, tentava se soltar.

— Me larga, seu grosso! Não dou moral pra estranho! — disse, tentando se desvencilhar, sem sucesso.

— Porra, cara! Tu acha que eu queria estar aqui perdendo meu tempo contigo? — respondeu Marlon, segurando-o com mais firmeza. — Só tô fazendo isso porque tua amiga tá preocupada.

Kevin ficou em silêncio.

— E tu devia tomar mais cuidado com essas porcarias que te oferecem pra beber em festa — alertou Marlon, colocando Kevin no banco de trás do carro.

— Muito obrigada mesmo. Sua ajuda foi essencial — disse Melissa, estendendo a mão para um cumprimento.

Ravel, por sua vez, assistia à cena com a expressão séria. Por dentro, fervia de ódio. Ele havia fracassado em seu plano de humilhar Kevin.

— Vai vir com a gente ou não, Ravel? — perguntou Melissa, revirando os olhos, já ao volante.

— Não. Pode ir. Vou ficar mais um pouco — respondeu, mantendo o olhar fixo em Marlon, que se afastava.

Logo que o carro saiu, Ravel caminhou apressado atrás de Marlon. Queria tentar algo. Queria conquistá-lo. O que não sabia era que Marlon odiava gays.

— Oi — disse Ravel, puxando conversa.

— E aí — respondeu Marlon secamente.

— Você vem muito aqui? — perguntou Ravel, piscando para ele.

— Às vezes — respondeu Marlon, sem sequer olhar em sua direção.

Percebendo que seu charme não surtia efeito, Ravel partiu para o ataque. Empurrou Marlon contra a parede do estacionamento e tentou beijá-lo.

— Tá maluco, cara!? — gritou Marlon, se esquivando.

— Tô sim... maluquinho por você, seu gostoso — insistiu Ravel, forçando um novo avanço.

Ele tentou apalpar Marlon, mas este o agarrou pelos braços e o empurrou com força para o chão.

— Tu nunca mais faz isso! Tá ouvindo, seu viadinho?! — gritou Marlon, tomado por lembranças dolorosas.

— Eu tenho nojo de gente como você! — bradou, cuspindo as palavras antes de caminhar até o carro e desistir da festa.

— Isso não vai ficar assim! — gritou Ravel, se levantando do chão, tomado pelo ódio.

---

Enquanto isso...

Melissa chegou em casa e cuidou de Kevin. Deu-lhe banho e o colocou na cama.

Marlon, por sua vez, chegou em casa transtornado. Jogava objetos no chão, com raiva, lágrimas escorrendo. Entrou no quarto, abriu a gaveta da cômoda e tirou uma foto. Nela, ele e seu melhor amigo Kauã, sorrindo em uma selfie antiga.

— Por que, mano...? Por que tu fez aquilo comigo? — soluçou ele, abraçando a foto.

Mesmo cercado de dinheiro, mulheres e amigos, Marlon sentia-se incompleto. Desde que Kauã morrera no acidente de carro, ele nunca mais foi o mesmo.

— Filho, tá tudo bem aí? — perguntou sua mãe, Mirella, do outro lado da porta.

— Tá sim, mãe. Me deixa em paz — disse ele, limpando as lágrimas com as costas da mão.

— Só passei pra avisar que vou viajar amanhã a trabalho. Volto em uma semana — avisou ela, antes de se afastar.

— Tá bom, mãe... agora não enche! — retrucou Marlon, jogando-se na cama.

---

No dia seguinte...

Kevin acordou com uma ressaca devastadora. Vomitou no banheiro, tomou um banho e se jogou no sofá.

— Pelo visto, ontem você saiu da casinha — brincou Melissa, sentando-se ao seu lado com uma tigela de pipoca.

— E o pior é que não lembro de nada... — disse ele, coçando a cabeça.

— Será que te deram alguma coisa?

— Não sei. É tudo um borrão. Juro que não lembro de nada.

— Tenta lembrar, Kevin. Eu nunca te vi daquele jeito. Era como se estivesse dopado.

— Eu juro que não sei...

Um flash cruzou a mente de Kevin: um homem bonito o carregando nos braços.

— Ei! Acho que me lembrei de uma coisa.

— O quê? Fala! — Melissa reagiu, ansiosa.

— Um homem... me carregando nos braços.

— Ah, esse? Fui eu que pedi ajuda a ele! Eu sozinha não ia conseguir te levar pro carro. Pedi ajuda a um deus grego que apareceu.

— E você conhece ele de onde? — perguntou Kevin, esboçando um sorriso.

— Nunca vi na vida, mas sei que o nome dele é...

Antes que ela completasse a frase, o celular de Kevin tocou. Era uma chamada de Mirella.

— Alô?

— Kevin? É Mirella. Preciso de um favor urgente.

— Claro, diga.

— Na verdade, dois. Um agora e outro quando você chegar à empresa. Preciso que vá até minha casa pegar meus documentos. Estão em cima da cama. Vou viajar daqui a uma hora e não posso sair daqui.

— Tudo bem. Mas como entro?

— Na entrada tem dois vasos. No da direita, atrás do fundo falso, tem uma chave reserva.

— Pode deixar comigo.

— Obrigada, querido. Liguei para o Marlon, mas ele não atende, e a empregada tá de folga.

— Já estou indo.

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Minutos depois...

Kevin chegou à casa de Mirella. Admirou o jardim impecável e seguiu as instruções. Ao entrar, ficou maravilhado com o luxo. A decoração era impecável, o tapete de veludo, os quadros, os porta-retratos...

Seguiu pelo corredor até o quarto de Mirella. Ao entrar, sem querer, esbarrou num vaso e o quebrou.

— Ai, meu pai! Dona Mirella vai me matar — murmurou, pegando a bolsa em cima da cama e saindo.

Enquanto caminhava de volta para a sala...

— Parado aí!

Kevin congelou. Ao se virar, viu Marlon, armado, apontando uma pistola para ele.

— Quem é você? O que tá fazendo na minha casa?

Fim do Capítulo 3

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Comentários

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Conto cheio de momentos tensos. Vai ser sempre assim? Se for mais um motivo para ler. No aguardo.

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MUITO BOM. FILHO DA PUTA DO RAVEL. KEVIN PRECISA LEMBRAR QUE FOI RAVEL QUEM LHE DEU A BEBIDA BATIZADA. FAZ UM ESFORÇO KEVIN. MELISSA QUE ESTÁ CERTA AO DESCONFIAR DE RAVEL. NÃO TEM JEITO QUANDO OS SANTOS NÃO BATEM TEM COISA POR TRÁS. SERÁ QUE MARLON ERA APAIXONADO PELO AMIGO? ESPERO QUE SE APAIXONE POR KEVIN E KEVIN POR ELE. MAS SEMPRE TERÃO UM RAVEL NO MEIO. MISERICÓRDIA.

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