Os primos do interior. IX

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 2583 palavras
Data: 22/07/2017 17:03:27
Última revisão: 22/07/2017 17:51:49

Diogo aproximou-se do primo, e encaixou suas pernas na cintura deste.

Mesmo estranhando, João deixou se envolver pelo abraço quente do primo.

João tentou falar algo, mas foi impedido por Diogo.

- xiiiii. - disse Diogo. - dorme. Vou ficar aqui de vigia. - disse ele.

Vencido pelo cansaço, João afundou o rosto no peitoral do primo... Dessa vez não foi o Mateus, e sim o Diogo.

Enquanto João descansava, Diogo usava uma pequena vara para espetar o fogo. O menino por um momento esqueceu do assalto, enquanto ria da própria traquinagem.

A noite foi passando , e o frio aumentou. O fogo já estava quase acabando, quando Diogo resolveu levantar para apanhar mais galhos.

O menino do interior, cuidadosamente, deitou João sobre o tronco de uma árvore, e saiu mata adentro.

Ao retornar com os gravetos, ajeito-os na fogueira, e voltou para junto de João. Diogo velou o sono de João, e sentiu-se culpado ao ver o primo dormindo naquela situação.

Os primos ficaram ali por um bom tempo. Ao ver o sol dar sinal, Diogo acordou João e chamou este para retornar à caminhada.

- cabeça ta doendo muito. - disse João ainda de olhos fechados.

- eu entendo primo, mas você não acha melhor a gente ir caminhando? A essa hora já deve ter muita gente atrás da gente.

- melhor ainda primo, mas dificilmente alguém vai pensar em nos procurar aqui. - disse João num fio de voz.

Diogo passou a mão pelo pescoço do primo, e espantou-se com a quentura.

- acho que tu ta com febre. - disse ele.

A essa altura, João já suava frio.

- se você não conseguir andar, terei que arrastar você. Mas não podemos continuar aqui contigo nesse estado.

- eu to bem primo. - João quase não reagia. O menino não conseguia sequer levantar.

- vem cá. - disse Diogo erguendo o corpo do primo. - Nossa João, como você pesa cara. - Diogo sorriu ao colocar o corpo do primo nas costas.

- não Diogo. Isso não vai da certo cara. É melhor você procurar uma estrada, e pedir ajuda.

- e deixar você aqui sozinho? Jamais. - disse Diogo. - Já carreguei muito saco de milho nas costas. - disse gabando-se.

O fato é que mesmo tendo um bom porte físico, Diogo não aguentaria carregar o primo por um longo período de tempo. - to bem melhor primo. Já posso ir andando. Foi só frio e fome. - disse João depois de muito tempo sendo carregado pelo primo.

- estamos chegando. - disse Diogo com a respiração falhada.

- como você sabe? Nunca esteve aqui! - disse João.

- não reconhece esse barulho?

- que barulho?

- veículos primo... Ronco de motor... Estamos perto da estrada.

João levantou seu rosto para tentar ouvir melhor.

- que maravilha. - disse o primo da capital.

Diogo acelerou a passada, e depois de cortar uma grande área de mata verde, finalmente pode ver a estrada.

- chegamos. - disse o rapaz sentando no chão.

João sentou ao seu lado. Ambos respiravam com dificuldades.

- vem primo. Vamos tentar conseguir ajuda com alguém. - disse João estendendo o braço ao primo.

Os dois jovens caminharam ate a margem da rodovia e tentaram, inutilmente, parar os carros.

- droga! - exclamou João. - Esses filhos da puta acham que nunca vão precisar de ajuda. - resmungou o menino.

Quando menos esperaram os rapazes foram abordados por uma viatura policial.

- irônico não é? - perguntou Diogo.

- muito. Logo um carro de polícia. - o rapaz sorriu aliviado.

Diogo e João contaram tudo o que havia acontecido. Uma dupla de policiais colheram algumas informações a respeito dos suspeitos, e cederam um celular emprestado a João.

- João? - perguntou dona Carla. - Meu filho... Graças a Deus... Como você ta meu amor? O que aconteceu com você? - A senhora parecia aflita, porém aliviada.

- eu to bem mãe, mas roubaram a caminhonete do papai... Foi tudo muito rápido... - João não fez suspense ao falar sobre a caminhonete pra mãe.

- não se preocupe com caminhonete, eu quero saber como você esta? E o Diogo, cadê?

- estamos bem, na medida do possível. Estamos agora dentro de uma viatura policial, provavelmente vamos ate à delegacia.

- e teu celular?

- roubaram mãe. Roubaram tudo.

- não se preocupe, isso é o de menos, a caminhonete já foi recuperada.

- como assim já foi recuperada? Então vocês já estão sabendo? - perguntou João.

- Da caminhonete sim. Eu estava aflita de tanta preocupação sem saber o que havia acontecido com vocês. Teu pai, teus tios, e teus primos estão todos espalhados pela cidade a procura de vocês.

- liga pra eles mãe. Avisa que ta tudo bem com a gente.

- aviso sim. - disse dona Carla.

- mãe, me diz uma coisa.

- pergunte.

- e os bandidos que roubaram a caminhonete?

- ninguém sabe meu filho. Eles já estavam saindo da cidade, quando capotaram. A polícia acredita que eles fugiram a pé. Eram quantos?

- era um casal. - disse João.

- mas não bata a cabeça com isso agora não. Vou ligar pro seu pai, e pedir pra ele te encontrar.

- ta bom mãe. Diz pro tio que o Diogo ta bem também.

- ta meu amor. Eu aviso sim.

João passou o endereço da delegacia que iriam, e em seguida encerrou a ligação.

- ta todo mundo atrás da gente. É isso mesmo?

- é. Bem que tu falou.

- e os ladrões? Não pegaram?

- nada. A mãe disse que eles fugiram.

- e a caminhonete?

- a mãe disse que eles capotaram.

- sério? Nossa. Puta merda, deve da o maior prejuízo. Mas eu vou pagar todo o conserto.

- relaxa primo. Ninguém ta preocupado com isso não. O importante é que estamos bem.

Diogo confirmou com a cabeça.

- quer ligar pro teu pai? - perguntou João oferecendo o celular.

- não primo. Vou deixar pra explicar tudo pessoalmente.

- você quem sabe. - disse João.

Ao chegar à delegacia, os primos avistaram seus familiares logo na entrada. Abdias correu em direção ao filho.

- ah, seu moleque, como é que você me prega uma peça dessas?

- foi tudo muito rápido pai. - disse João agarrado ao pai.

- eu sei... Eu sei. Hoje em dia ninguém esta mais seguro em lugar nenhum. - Abdias acariciava os cabelos do filho. Já Pedro esporrava Diogo.

- Você é um moleque irresponsável. E agora o que vamos fazer? Me diz. - Pedro sacolejava o filho.

João entendeu que Diogo já havia contado o que havia acontecido ao pai.

- Pedro, isso acontece meu amigo. Os meninos não tiveram culpa de nada. - disse Abdias.

- tu que pensa Abdias. Diogo não vale nada, sempre se metendo em confusão. Amanha mesmo eu vou te colocar num voo, e tu vai voltar pra casa.

- pai, por favor! Faz isso comigo não. - Diogo ficou desesperado ao pensar em retornar pra sua cidade.

- O Diogo não teve culpa não, tio. Eu tava lá, e posso garantir que nós fomos vítimas. - João tentou intervir em favor do primo.

- vocês querem limpar a barra do Diogo, mas esse menino não me passa confiança.

- mas tio, é como to falando pro senhor: O Diogo não teve culpa de nada. - João repetiu.

- ele tem culpa sim João. Conheço esse moleque desde os primeiros meses.

- pai. - disse Mateus entrando na discussão. - vamos primeiro resolver o protocolo de praxe, e em casa vocês se entendem. - aconselhou com sensatez o rapaz.

Pedro respirou fundo, falou alguns palavreados em seu pensamento, mas acabou concordando com o filho.

Chegando em casa, João pediu pra conversar com Pedro.

- Tio, posso falar com o senhor a sós? pediu o primo da cidade.

- fala João. - disse Pedro um tanto rude.

- a sós. - repetiu o rapaz.

Os dois foram ate o escritório de Abdias, e trocaram algumas palavras.

João encostou a porta do escritório e foi logo falando ao tio.

- tio, eu sei que não nos conhecemos bem, mas deu pra perceber que o sr é muito rígido, e isso não é ruim não. Pelo contrário. Mas antes que o senhor seja injusto com o Diogo, eu queria contar minha versão do que aconteceu, aí o senhor decide quais providencias tomar.

Pedro passou a mão na nuca e fez sinal para que João continuasse.

- eu me ofereci pra levar o Diogo pra conhecer a cidade. Foi eu quem tirou a caminhonete do pai do estacionamento. O Diogo não teve nada a ver com isso. Eu parei o carro pra gente comer alguma coisa na beira da estrada, e fomos abordados por dois elementos. Aconteceu tio, não tivemos culpa de nada.

- João, Meu filho, eu fico feliz em ver que você ta defendendo seu primo. Isso é bonito da sua parte. Mas eu conheço o Diogo, e sei que tem dedo dele nessa historia.

- como o senhor pode pensar assim, tio? Nós fomos vítimas, e o Diogo ta se culpando até agora por tudo o que aconteceu.

- e a caminhonete tombada? Como é que fica? Ele vai ter que se responsabilizar.

- eu me responsabilizo, tio. Quanto a isso não precisa se preocupar não. Da uma colher de chá pro cara. - João suplicou.

- nós sabemos o que aconteceu la, João. Sabemos que o Diogo foi diretamente responsável por tudo o que aconteceu. Ele já me falou tudo.

João não tinha mais argumentos para usar com o tio.

- certo, tio. - João deu-se por vencido. - Mas perdoa ele. A essa hora poderíamos estar mortos dentro de uma mata na saída da cidade. Mas, estamos aqui. Da uma chance pra ele, tio. - João fez mais uma tentativa.

Pedro respirou fundo.

- vou pensar. - disse em seguida.

- já é um começo - respondeu João.

Pedro se comprometeu a não brigar com Diogo naquele momento, e ambos retornaram à sala.

Diogo, ao lado de Mateus, chorava muito.

- então pai? - perguntou o menino.

- depois conversamos. - disse o homem. - meus planos é te mandar de volta amanhã mesmo. Se eu mudar de ideia, agradeça ao seu primo. - disse Pedro em seguida chamando Abdias para uma conversa particular.

- acho que ele vai deixar você ficar primo. - disse João sentando ao lado de Diogo no sofá.

- tomara primo. Se o pai me mandar de volta, juro que vou embora e esqueço que ele existe.

- vai precisar não, primo. - João sorriu. - vai da tudo certo. - disse o menino.

Em seguida, dona Carla que estava na cozinha convidou os meninos para um café especial.

- bora lá? - João chamou os primos, levantando em seguida.

Mal terminaram de tomar café, e o telefone da sala tocou. João atendeu, e tratava-se de uma ligação do Alex.

****

- mano? - disse Alex do outro lado da linha.

- fala mano!

- que alivio ouvir tua voz cara. To te ligando faz um tempão, e teu celular só da desligado.

- fui assaltado mano. - disse João.

- eu to sabendo. Reconheci a caminhonete do teu pai no jornal.

- pois é.

- mas como você ta? Te fizeram algum mal?

- Só levaram meus pertences mesmo. Tirando isso, estou bem. - Respondeu João.

- graças a Deus. E os caras já foram pegos?

- ainda não, mas isso é coisa de tempo.

- é sim. O melhor é saber que você esta bem.

- to sim mano. Obrigado pela preocupação.

- você é como um irmão que sempre cuidou de mim. Quero muito o teu bem mano.

- é reciproco cara. Agora vou ter que desligar. Vou tomar um banho e tentar dormir um pouco.

- beleza! Depois temos que conversar sobre o arraial la da faculdade. Já sabe que ficamos na barraca das bebidas né!?

- to sabendo. - respondeu, João.

- tivemos uma reunião pra decidir tudo. Depois que tu tiver descansado, eu te deixo a par das coisas.

- beleza mano. A gente senta pra conversar.

- ta ótimo. Melhoras ta!? Qualquer coisa me liga.

- pode deixar. Falou! - disse João desligando o telefone.

*****

João colocou o telefone no gancho, e recostou sua cabeça no encosto do sofá. O menino olhou para o lado e notou que estava sozinho na sala. O único barulho de pessoas vinha da cozinha. João levantou-se e caminhou ate o quarto. Após um banho demorado, fechou as cortinas, desligou a lampada central e deitou.

Alguém bateu na porta.

- ta aberta. - disse João.

- da licença primo? - era Diogo.

- entra primo. - respondeu, João.

- tava dormindo? Te acordei? - disse Diogo sentando em um sofá ao lado da cama de João.

- Nada! Ia deitar agora. Aconteceu alguma coisa?

- nada de novo primo. O pai saiu com o tio Abdias. Acho que eles foram resolver a situação da caminhonete. - disse Diogo.

- a caminhonete tem seguro, primo. O que o seguro não cobrir, eu dou um jeito com minhas economias. Relaxa!

- você vai fazer dividas por minha culpa, cara. - Diogo continuava se culpando.

- velho... Na moral. Vou dar uma surra em tu com pica de boi, se tu não deixar de frescura. Não sei pra que tanto drama por causa de uma caminhonete. A coisa mais importante pra mim, é a minha vida, e pra ti? - perguntou João.

- uai. Pra mim também primo. Minha vida é o que tenho de mais importante.

- então primo. Esquece isso cara. A vida segue. - João sorriu.

- só você pra me acalmar, primo. Você falando assim, faz as coisas parecerem mais fáceis.

- e são primo. Tu e o tio que estão transformando tudo em tempestade. Você pode reparar que o pai nem ta esquentando.

- percebi primo. Meu medo é o meu pai fazer a cabeça dele.

- vai conseguir não, primo. Meu pai é muito tranquilo.

- eu não sei nem como agradecer. - disse Diogo levantando do sofá e sentando na cama ao lado do primo.

- precisa agradecer não pô. Somos uma família.

- é! Você não sabe como ta sendo bacana conhecer essa parte da família. Vocês todos são demais. Você, o tio Abdias, a tia Carla... Todo mundo aqui é gente fina.

- valeu primo. Ta sendo bom também conhecer vocês.

- se você precisar de mim pra qualquer coisa, sabe que pode contar né!? - disse Diogo aproximando-se ainda mais do primo.

- sei sim cara. Pode contar comigo também.

Por um instante, os dois primos ficaram sem palavras. Seus rostos estavam próximos demais. João sentia um pouco de vergonha, e tentava lembrar de algum assunto para poder voltar a conversar com o primo. Diogo não se intimidou e continuou a encarar o primo. O primo do interior pouco a pouco foi chegando mais perto do acadêmico de direito.

- Diogo? - Mateus entrou no quarto com tudo. - desculpa! - disse ele.

- fala mano? - disse Diogo afastando de João;

João ficou todo desconfiado com o quase flagra do primo.

- queria falar com ''ocê'', mas acho que tão ocupados né!?

- não primo. - disse João. - O Diogo veio só avisar que o pai, e o tio Pedro saíram pra ver como ta a caminhonete.

- certo!

Mateus fingiu que acreditou no papo do primo.

- quer conversar comigo irmão? - perguntou, Diogo.

- só se der. - disse o gentil Mateus.

- da sim, e mais uma vez valeu por tudo primo. - disse Diogo despedindo-se de João.

- vou te esperar la no outro quarto. - disse Mateus sentindo-se um intruso entre João e Diogo.

- beleza. - respondeu, Diogo.

Mateus saiu do quarto, e Diogo encostou a porta.

- depois a gente termina essa conversa, pode ser? - perguntou, Diogo fitando o primo.

- pode sim. - respondeu, João.

- beleza. Depois eu volto, primo.

João confirmou com a cabeça.

Diogo saiu do quarto, e João pensou no que havia acabado de acontecer. O menino estava confuso em relação a personalidade dos dois irmãos. João agora ficara curioso.

- se o Mateus não tivesse entrando aqui, o que teria acontecido? - pensava o menino. - e que conversa o Diogo quer continuar comigo? Não ficou nada pendente.

A cabeça de João estava dando nó. O menino, cansado, acabou dormindo pensando no primo.

Algum tempo depois, João foi despertado por pisadas dentro do seu quarto. O menino abriu os olhos e viu Mateus sentado no sofá ao lado da cama.

- acho que a gente tem que conversar né!? - disse Mateus com educação. - Mas pode voltar a dormir, que eu to sem pressa.

Continua...

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Comentários

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Estava com saudades dessa história. Continuação está ótima, você conseguiu alinhavar bem o envolvimento dos primos. Ainda tem a situação do Fabinho para ser resolvida de vez, mas tenho certeza que será. Parabéns e até a próxima!

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Adorei. Parabéns !

Continue....

Queria uns primos assim.

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UAI, MATHEUS E DIOGO INTERESSADOS EM JOÃO? TRIÂNGULO AMOROSO NÃO DÁ COISA BOA. E ESSE PAI DO DIOGO, É UM TRASTE. NÃO SE PREOCUPOU COM O BEM ESTAR DO FILHO. GRANDE BABACA IDIOTA.

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Muito tempo sem postar, esse conto é muito bom....mas o João quer sempre ajudar a todos....

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Gosto muito dos seus contos, mas você demora muito a postar e a gente acaba esquecendo a história. Vê se consegue postar com mais frequência. Mas muito bom mesmo

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Nem lembrava mais do conto kkkk

Não demore a postar

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Alex amigo da onça, o Fabinho pega ele e ele dá um de querido com o João! Eu torcia pelo Mateus, mas agora que tá virando um triângulo, nem vou opinar!

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