Derley estava atrasada. Com o pânico tomando seu corpo, ele arrastou a mala com rodinhas em direção ao elevador do lobby luxuoso amaldiçoando as pessoas que atrapalhavam sua pressa. Tanto esforço para chegar a Nova York mais cedo e passar a manhã preparando sua apresentação para os irmãos Quinlan.
Seu voo de Londres tinha sido adiado na noite passada e agora ele estava exausto, ansioso e emocionalmente instável. Ele terminou com seu namorado imprestável há duas semanas – depois de encontrá-lo em uma posição comprometedora com um assistente dele. Ele ainda estava se recuperando do choque e James parecia não querer aceitar que estava tudo acabado – ele não parava de pedir desculpas desde então. Mas já era tarde demais.
Nova York zumbia como um ataque de pânico. Agora, tudo que Derley queria fazer era enroscar-se na cama com uma barra de chocolate e chafurdar nas reprises de Sex and the City. Mas, em vez disso, ele estava na Big Apple, sentindo-se sozinho e perdido.
A atividade frenética de Manhattan a fez sentir-se insignificante. Aparentemente, este arranha-céu tinha trinta andares – e era relativamente pequeno. Ele parou no elevador luxuoso e prendeu a respiração, ensaiando o início do seu discurso para os irmãos Quinlan – que teria que começar com um pedido de desculpas por fazê-los esperar.
As portas do elevador abriram e Derley esquivou-se do ataque de nova-iorquinos elegantemente vestidos quando eles saíram de lá de dentro como um tsunami em Armani. Ele deu um passo para o lado, mas, em seguida viu-se de frente com um homem profundamente entretido numa conversa ao telefone vindo em sua direção – e o impacto era iminente! Derley sacudiu-se e tentou desviar, mas as rodinhas da sua mala prenderam-se. Merda! — Cuidado! — ele falou enquanto o homem vinha em sua direção.
Ele desviou no último segundo, mas acidentalmente bateu no ombro de Derley, tirando-o do equilíbrio sobre si. Ele estendeu os braços, desesperado para impedir-se de cair no chão de mármore, mas felizmente a salvação veio na forma de um homem que surgiu por trás dele, pegou-o em seus braços fortes, impedindo sua queda e salvando seu orgulho.
— Opa! — disse uma voz masculina e suave em seu ouvido.
O homem passou os braços fortes ao redor de Derley, que se sentiu aliviado e envergonhado. Ele afundou o nariz contra o peito firme, inalando seu perfume masculino, sentindo sua tensão surgir.
— Consegue levantar-se, querido? — perguntou o homem.
— Ah, sim. Desculpe.
Ele afastou-se dos seus braços, sentindo seu coração bater furiosamente e as pernas tremerem com a adrenalina. Ele se recompôs e afastou a franja loira dos olhos.
— Obrigado por... Ele levou um choque de realidade ao avistar o homem mais bonito que já vira. Seu cabelo escuro emoldurava o rosto masculino perfeitamente, destacando as maçãs do rosto bem formadas, queixo forte e lábios adoráveis. Seus ombros largos e peito tonificado estavam em perfeita proporção com seu mais de um metro e oitenta de altura e físico atlético, fazendo-o parecer um deus num terno sob medida. Ele emanava masculinidade arrogante, como um jovem Clint Eastwood. Este homem era totalmente perfeito – desde seu comportamento frio até sua covinha sexy no queixo. Ele sorriu, fazendo seu lindo rosto parecer ainda mais imponente.
— Você está bem?
— Ah... hum... er... sim. Ele inspecionou Derley com interesse em seus olhos verdes.
Ele corou, sentindo a luxúria envolve- ló, substituindo seu humor irritado por tensão nervosa. O homem abriu a boca para falar, mas Derley, de repente, lembrou por que estava ali. Agora não era hora de ficar desmaiando por causa de um homem bonito – mesmo que este fosse incrível. Os irmãos Quinlan estavam esperando-o e ele já estava ridiculamente atrasado.
— Obrigado por me ajudar — disse a ele.
— Mas realmente preciso ir.
— Espere... qual o seu nome? Bem, talvez ele pudesse perder mais alguns segundos para, quem sabe, conseguir o telefone dele. Ele sorriu docemente.
— Derley Carter.
— Ah, você é a Derley? Ele entrou em pânico.
— O quê? O sorriso sensual dele a atingiu, fazendo um calor subir por seu corpo.
— Prazer em conhecê-lo, Sr. Carter. Como foi seu voo?
— Sinto muito... você não é... Você é um dos irmãos Quinlan?
— Com certeza. Adam Quinlan
– é um prazer conhecê-lo.
As portas de aço se fecharam ao redor do coração de Derley. Este homem era o inimigo. Quando os irmãos Quinlan demonstraram, pela primeira vez, interesse em comprar a Grafton Techs há um mês, seu chefe – Frank Grafton – havia se recusado a vender, por isso, os irmãos Quinlan responderam com a ameaça de uma “oferta hostil”. Os Quinlan informaram Frank que eles pretendiam paralisar a Grafton Techs, seduzindo seus melhores funcionários com propostas irrecusáveis, caçando seus clientes, levando-os à falência.
Frank acabou cedendo, percebendo que não tinha outra opção senão vender se quisesse ter algum tipo de lucro. Mas havia um clima de tensão entre as duas empresas, e o trabalho de Derley pelos próximos dias era garantir que a aquisição hostil permanecesse o mais amigável possível.
Até agora, ele não encontrara os irmãos pessoalmente, mas já fazia uma boa ideia do tipo de negócios que eles costumavam fazer. Babacas idiotas.
— Prazer em conhecê-lo corretamente, Sr. Carter. Obrigado por se jogar em meus braços, mas acho que seria melhor se comportar agora. Não queremos que as pessoas fiquem fofocando sobre nós, não é? Ele piscou sugestivamente, despertando um desejo dolorido entre as coxas de Derley. Ele tentou evitar o rubor que estava prestes a cobrir seu rosto, sabendo que não deveria demonstrar qualquer fraqueza. Adam estendeu a mão para ele apertar. Seu aperto era firme e poderoso.
— Posso lhe garantir, Sr. Quinlan, que não haverá qualquer motivo para fofocas. Ele cruzou os braços fortes na frente do seu terno sob medida como se fosse o dono do mundo e de todos que vivem nele.
— Bem, vamos apenas esperar e ver, não é? Derley esticou-se em seu um metro e sessenta e cinco.
— Não sei com que tipo de pessoa você acha que está lidando, Sr. Quinlan, mas posso te garantir que estou aqui por uma única razão, que é fazer o meu trabalho. O propósito da minha visita é garantir que você e seu irmão não estejam pensando em estragar minha empresa. E, permita que eu seja claro, você certamente não vai me levar como parte das negociações. Ele riu gentilmente.
— Não tenho certeza se acredito em você. Eu vi o olhar lascivo que você me deu a pouco. E seu rubor é bem bonitinho. Mas, tudo bem, vamos deixar isso para lá por enquanto... talvez possamos renegociar mais tarde.
— Você é um idiota arrogante, não é? Adam deu de ombros.
— Sei o que quero e geralmente consigo. A propósito, recebi uma mensagem de Frank dizendo que havia sofrido um acidente. Ele está bem? Derley passou por cima da sua raiva por Adam e suspirou. Seu chefe havia sofrido um acidente de carro no caminho para o aeroporto na noite passada e havia sido levado para o hospital. Ele deveria estar bem, mas isso significava que a pressão desta reunião importantíssima e crucial com os irmãos Quinlan havia recaído sobre os ombros dele.
— Está, sim. Lamento que ele não pôde vir. Obviamente você precisará da assinatura dele nos contratos, mas vou fazer o máximo que puder para resolvermos tudo. Adam balançou a mão com desdém.
— Tudo bem. Pedi à nossa assistente para enviar-lhe nossos desejos de melhoras. Como você disse, podemos discutir os detalhes com você nos próximos dias e, então, Frank assina o contrato quando sair do hospital. Mas estamos interessados em adquirir a Grafton Techs o mais rápido possível.
— Adam olhou para o elevador.
— Vamos subir. Vou apresentá-lo ao meu irmão e poderemos começar a conversar. Ele apertou o ombro de Derley, que agitou o corpo cansado com efervescente excitação. Seu coração batia com o desejo de se aninhar naqueles braços fortes novamente, mas ele sufocou-o e o afastou.
Ele estava aqui para fazer um trabalho e estava determinado a manter distância. Como ele se atrevia a assumir que ele dormiria com ele? O homem era arrogância pura – ele nem era seu tipo. Então, por que é que toda vez que ele sorria ele ansiava por sentir suas mãos no corpo dele? Era como se sua cabeça o odiasse, mas seu corpo ansiasse por ele, para que ele o possuísse por inteiro. Mas seu corpo teria que aceitar que não podia tê-lo. Ele era o inimigo e ele estava aqui para defender a Grafton Techs, não para se tornar outro entalhe na cabeceira da cama, provavelmente, já lotado de Adam Quinlan. Ele sorriu com firmeza. — Sim, vamos subir. Vim aqui para exigir respostas de vocês dois – e não vou parar até estar completamente satisfeito.