Desde a partida do TITAN VI do porto do Estado de São Paulo, nada de muito grave havia acontecido. As noites para os marinheiros que comandavam a ponte eram tranquilas, já que seus maiores trabalhos eram se comunicar com TITAN II, que navegava mais a frente, e com Águia.
Aquela noite quieta, como se antevisse a tempestade que se aproximava estibordo, fora quebrada apenas pelo perturbador sinalizador verde do TITAN II, cruzando o céu. Carlos, um dos cinco marinheiros na ponte durante o jantar, fumava seu cigarro do lado de fora, observando as nuvens que avançavam rápidas em direção ao navio. Tão grande e imponente, mal sentiriam as fortes ondas marítimas que os TITANS cruzariam durante a tempestade. Acabava de dar seu último trago e preparava-se para entrar de novo na ponte, quando viu o sinalizador cruzando o céu como um etéreo fogo-de-artifício rasgando a noite.
Seu brilho, um grito alto em meio à noite calma, só significava problema no TITAN II. Entrou na ponte apressado, sem fechar a porta, e sentou-se. Avisou a responsável por comunicação do sinalizador, que naquele instante iluminava toda a proa do navio.
–TITAN VI contatando TITAN II. TITAN VI contatando TITAN II. Algum problema? Repito, algum problema? Câmbio– A voz da marinheira que controlava as comunicações cortou o silêncio da sala. Carlos e seus outros companheiros aguardavam a resposta, como se temessem a catástrofe que poderia se dar início. A resposta do TITAN II veio no comunicador de todos.
–TITAN II contatando TITAN VI. Negativo. Câmbio.
Por um segundo ninguém falou nada na ponte, até a voz de Carlos reverberar alta.
–Lançar sinalizadores!– Gritou para ninguém em específico– Preparar botes, ligar canhões de luz externos– Carlos levantou-se e foi até a porta aberta do convés parcial. Gritou para o soldado mais próximo avisar ao capitão do navio que havia homem ao mar.
Carlos mal sentara e o sinalizador verde do TITAN VI rasgara o céu. A comunicadora voltava a conversar com o navio navegando mais a frente, informando que alguém havia caído nas águas. Felizmente, nesse momento, o TITAN II já havia percebido que algo estava errado.
O primeiro sinalizador lançado mal se apagava e o canhão de luz era ligado. Rapidamente o canhão começou a varrer o mar.
–Capitão na ponte!– Gritou um dos marinheiros. Todos se levantaram e fizeram continência antes de voltarem a sentar e continuar seus afazeres.
–Botes no mar!– Avisou outro marinheiro. O capitão apenas observava tudo.
–Buzina!– Ordenou Carlos, agora que o capitão já estava na ponte. O som estrondoso da buzina da embarcação quebrou o silêncio da tempestade em alto mar. Duas vezes a buzina soou, toque para “homem ao mar”.
–Senhor, o canhão de luz encontrou algo. Bote chegando, mergulhadores preparados.
O capitão acenou com a cabeça e saiu para o convés parcial. Observava onde o faixo enorme de luz branca iluminava o mar, a velocidade do navio era reduzida até quase pararem. Outros botes motorizados do TITAN II aproximavam-se, junto aos do TITAN VI. Ao todo, eram nove mergulhadores jogando-se sem equipamentos nas águas geladas do mar. O capitão não conseguia imaginar o que aconteceria se morresse algum cientista ou pesquisador fundamental.
O braço de um mergulhador surgiu acima do mar, indicando que segurava alguém. Rapidamente os homens que continuaram nos botes motorizados ajudaram a retirarem da água os homens ao mar.
–Capitão– Soou a voz de Carlos de dentro da ponte– Devemos trazê-los para o TITAN VI?
–Não.
Com um meneio de cabeça o marinheiro instruiu os botes a levarem quem quer que estivesse se afogado em direção ao TITAN II de onde tinham caído.
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Hey, galera. Esse capítulo foi de um ponto de vista externo (por isso o * para sinalizar) e serve para mostrar um pouco de como funciona a sala de controle dos TITANs. Lembrando que são 12 navios, o TITAN II e TITAN VI navegam juntos, por medidas de seguranças. Christian e toda nossa história é do TITAN II, portanto, resolvi fazer esse ponto de vista do navio oposto.
Caso não tenha ficado totalmente claro: Um sinalizador(verde) significa problemas no navio que o lançou. O outro navio que o acompanha faz contato por rádio para saber os protocolos conforme o problema que houver. Se a resposta for negativa, que não há problemas no TITAN que lançou o sinalizador, então significa homem ao mar. Não qualquer homem, mas passageiros de classe A. Como resposta, outro sinalizador é disparado do navio que for ajudar(no caso, TITAN VI). Ambos navios soltam botes motorizados com mergulhadores enquanto ligam holofotes e diminuem a potência dos motores.
CHRIA- Obrigado por comparar com NCSI, acho que deve ser bom rsrs Não se preocupe, por enquanto a história não acabou, ainda Aaron e Christian tem muitas desventuras para acontecer(e segredos para serem revelados).
GUILWINSK - Pois é, Aaron é muito perfeitinho para meu gosto... Lembro de um capítulo em que Christian percebeu que mais do que um peão, Aaron era um jogador. Muito obrigado pelo elogio da escrita <3 <3 <3
Próximo capítulo será do ponto de vista normal do Christian. Como disse no começo, a história é dividida em 3 partes, 2 já estão escritas. Cada parte tem 13 capítulos.
Vejo vocês amanhã,
Com amor, B.