O Caipira Mauricinho Que Me Virou do Avesso - Parte III

Um conto erótico de ÉREBO_PG4
Categoria: Homossexual
Contém 2179 palavras
Data: 14/09/2017 18:18:06

A quarta-feira chegou na mesma velocidade com a qual uma formiga viaja de São Paulo até o Rio. Fiquei ansioso a segunda-feira toda e na terça, eu quase subi pelas paredes.

Marcelo viajou na terça à tarde, me deixando sozinho no apart. Contei a ele antes disso que acabei aceitando viajar com o Maison e ele, lógico, tirou sarro da minha cara, mas eu nem me importei. Estava tão ansioso que não conseguia pensar em outra coisa; estava mais animado com o fato de sair do Brasil pela primeira vez do que por ir à maior potência do mundo. Queria mesmo, saber como eram os costumes dos outros países.

Depois que o Marcelo saiu, fiquei ainda mais ansioso. Com ele ali, pelo menos eu tinha alguém pra conversar, mas agora nem isso eu tinha, pelo menos não pessoalmente. Depois do que aconteceu na segunda, recarreguei meu celular e passei a terça toda conversando com o Maison e outros amigos pelo whats ou por ligações, mas principalmente com o Maison.

Aproveitamos esse tempo para poder nos conhecer melhor, falamos um monte sobre nós mesmos, mas também falávamos de outras coisas, vez ou outra, sobre sacanagem, mas o foco mesmo era um pouco das nossas vidas. Não entrei muito em detalhes da minha vida e percebi que ele também falou bem pouco da família dele, mas eu nem me importei.

À noite, devo ter cochilado só umas duas horas, o resto do tempo, fiquei rolando na cama, pensando no monte de coisa que já tinha acontecido da minha vida e o que poderia acontecer também. O dia clareou e eu me arrumei. Terminei de arrumar minha mala, tinha pegado a menor que eu tinha. Apesar da minha ansiedade não tinha a menor vontade de ficar muitos dias nos States. Me aprontei, coloquei uma calça velha que eu tinha comprado e usado só umas três vezes, estava quase intacta e uma camisa polo normal azul escura. Saí e fui direto pro aeroporto. Meu voo estava marcado pras sete da manhã e eu já estava acordado desde as quatro.

Encontrei o Maison no meio do pátio assim que cheguei. Ele esboçou um sorriso safado assim que me viu e eu tentei não reagir. Fui até ele e ficamos esperando dar o horário de embarcar. Assim que nos acomodamos, o avião já começou a decolar e foi.

Os pais dele moravam em Chicago, no estado de Illinois, um voo de mais ou menos dez horas. Fomos conversando durante quase toda a viagem. Só paramos quando ele adormeceu, nas últimas três horas de voo. Eu fiquei acordado o tempo todo, só acompanhando o ritmo do avião acima das nuvens. Foi uma viagem rápida até, comparada com outras que eu já fiz, não pela distância, mas sim pelo tédio.

Pegamos o primeiro taxi que encontramos. Isso já era cinco da tarde. Maison indicou o trajeto e fomos, uma área nobre da cidade que só tinha casarões. Ficamos nas avenidas só uns vinte minutos até chegarmos. Assim que desci, tive a certeza de que eu não passava de um suburbano, perto do Maison. Os pais dele viviam num casarão enorme que ocupava quase o dobro do espaço do prédio onde eu morava. Devia ter uns três ou quatro andares aquilo ali, com sabe-se lá quantos quartos. Fomos caminhando e, eu boquiaberto encarando tudo. Entramos direto pela porta de frente enquanto ele já gritava.

— Mãe! Pai! Cadê vocês?!

Eu fiquei quieto o tempo todo quando ouvi passo apressados vindo pra sala onde estávamos. O primeiro a chegar foi um homem, não muito velho, tinha por volta de uns quarenta anos, beirando os cinquenta. Ele chegou por uma das entradas pro cômodo e soltou um grito de surpresa assim que me viu ao lado do Maison.

— Ah! Jennifer, vem aqui! — ele chamou, me encarando com olhar de coruja.

Logo depois, chegou uma mulher bem mais jovem, devia ter trinta e poucos, cabelos escuros e olhos verdes como dos do Maison. Os dois eram bem parecidos, era óbvio que aquela era sua mãe. Eu fiquei chocado com o quanto era ela linda e nova ou, então tinha muito reboco por cima daquela cara, porque ela parecia muito mais nova do que realmente deveria ser. Ela parou ao lado do homem e também começou a me encarar.

Então, os dois deram passos curtos na nossa direção, até que Jennifer apertou e já voou em cima de mim.

— Então esse é o novo brinquedo? — ela erguia minha cabeça, examinava meu queixo, meu rosto, meu peito e, eu só ficava imóvel, envergonhado.

— Você não nos disse que traria um amigo! — o pai dele disse e eu percebi uma certa malícia no seu tom quando ele disse “amigo”.

— Como você se chama, querido? — Jennifer não parava de me alisar. Eu já estava ficando até constrangido.

— Ham... Samuel!

— Me diz uma coisa, Samuel — Jennifer mexia na minha camisa e passava as mãos pelo meu pescoço como se estivesse procurando algum inchaço — O meu filho te machucou?

— Me machucou?! — repeti, completamente confuso.

— Ta vendo só, moleque! — o pai dele de um tapa de leve na nuca do Maison — Machucou o menino!

— Ai! Ô pai! — Maison retrucou. Tava na cara o seu desconforto.

— Não, não! — eu me corrigi rápido — Ele não me machucou... eu acho... — não tinha ideia do que os dois estavam falando.

— Você consegue sentar direitinho? — Jennifer me guiou até uma poltrona que havia ao lado.

Só aí caiu minha ficha do que eles estavam falando. Fiquei mais tímido ainda e minha cara inteira vermelha não me ajudava.

— Pode me contar se ele te machucou... o Maison tende a ser meio bruto às vezes, né filho? — Jennifer praticamente me empurrou contra a poltrona.

— Chega! Vem! Vou te mostrar o seu quarto! — Maison me puxou pelo pulso e me tirou do cômodo. Assim que percebi que já estávamos longe, soltei um suspiro como se não respirasse há horas e um riso rápido, lembrando do comportamento dos pais dele.

Andamos um pouco, subimos umas escadas e eu acabei indo parar no terceiro andar. Tinha um corredor enorme com não sei quantas portas. Entramos na primeira e o Maison já fechou a porta. Era uma suíte enorme com uma cama de casal e um guarda-roupa embutido no canto da porta.

— Eita! — falei, largando minha mala de qualquer jeito no canto da parede.

— Você fica aqui! — ele sentou na cama e eu logo em seguida.

— Mano, e os seus pais? — não me aguentei em perguntar.

Ele fungou, irritado.

— Ignora eles! São duas crianças!

— Eu gostei deles...

— Chega! Não quero mais falar deles! — ele me deitou de lado na cama e veio de frente pra mim — A gente tá sozinho aqui...

Ele não me deu nem tempo de falar nada. Já veio me beijando feito louco, puxando meu cabelo até a porta se abrir do nada.

— Opa! — Jennifer fechou a porta.

Me levantei na hora, me recompondo e percebi a frustração do Maison.

— O que é, mãe?!

— Desculpa filho, pensei que estavam no outro quarto... Eu e seu pai vamos a uma festa hoje à noite. Eu pensei em irmos jantar antes disso.

— Precisa ser hoje? — ele contrariou.

— Estamos com saudade filho, vamos naquele restaurante que você adora, assim podemos conversar mais.

— Tudo bem! Vamos lá mais tarde — ele concordou meio contrariado.

Nisso ainda eram, cinco da tarde. Os pais dele disseram que iriam para a tal festa de negócios perto das nove da noite então ainda tínhamos quatro horas. Aproveitei esse tempo para me organizar melhor com minhas coisas dentro do quarto. Ainda achava um exagero um quarto daquele tamanho, mas não podia estar mais confortável. Tomei um banho e já me aprontei, esperando a tal hora do jantar, mesmo que eu não estivesse muito afim de ir, achei que ficaria feio recusar. Coloquei só uma camisa jeans que tinha comigo e saí. Não pequei nenhum acessório nem nada do tipo.

Fomos todos para o restaurante que tinham mencionado. Jennifer usava um vestido sereia arroxeado com alguns acessórios enquanto o pai do Maison, Vinícius, estava de terno mesmo. Sentamos em uma das mesas que havia perto da janela e ficamos esperando chegar as bebidas. Eu estava super tenso, mais pelo fato de estar em um lugar “humilde” como aquele do que pelos pais do Maison ficarem me encarando o tempo todo.

— Então, querido! Há quanto tempo vocês estão se pegando? — Jennifer disse finalmente e eu engoli um seco.

— Mãe!

— Não, não! Tudo bem! Nós nos conhecemos há pouco tempo.

— Ah, mas então vai contando como foi entre vocês e como você se sente em relação a ele... — Vinícius apontava para Maison e pra ele mesmo às vezes.

— Ham...

— Não tenha medo, querido! — Jennifer soava mais debochada do que todos ali — Se você vai fazer parte dessa família, precisamos saber um pouco mais sobre você!

— Mãe!

— Jennifer, não vá deixar o menino sem graça — Vinicius ria de um jeito que parecia que faziam aquilo todos os dias — Falemos de coisas mais interessantes, como por exemplo, o futuro da relação de vocês dois?

— Nosso futuro?! — repeti quase engasgando com a bebida.

— Pai!

— Maison, pare de interromper, fica chato isso, não acha?! — Jennifer o repreendeu mais debochada ainda — Mas e você Samuel? Você gosta de ser amarrado?

— Amarrado? — arregalei meus olhos.

— É, querido... Vai me dizer que você não tem fantasias sexuais?

— Mãe!

— Ham... Eu nunca pensei muito nisso. Acho que seria um pouco estranho!

— Mas você gostaria?

— Eu não sei! — admiti completamente atordoado — Talvez...

— Ah, mas não se preocupe com isso, moço! — Vinícius ergueu a taça com a bebida — Só se o Maison decidir te amarrar, aí você pode nos contar que eu dou uns cascudos nele!

— Pai! — Maison se segurou para não chamar a atenção do restaurante todo.

O jantar chegou e começamos a comer. O assunto parecia ter morrido ali e eu esperava que continuasse daquele jeito. Era tão constrangedor que o vermelho da minha cara não sumia nunca. Cada um tinha pedido alguma coisa. Houve uma época em que eu tentei estudar francês, mas não dei a devida atenção. Então não tinha ideia do que estava escrito no cardápio. Simplesmente pedi um prato que o Maison me sugeriu e foi.

— Mas, então moço! — Vinícius começou a falar e eu já pressenti a explosão se formando — Quanto tempo espera passar aqui conosco.

— Eu não sei! Uns dias só, eu não quero incomodar!

— Ah, mas você não incomoda ninguém! A nossa casa é tão grande que nem vamos perceber que está ali, fique quantos dias quiser!

— Mãe!

— Ham... Obrigado!

— Não precisa agradecer, mesmo porque você tem que ficar bastante para ter tempo de conhecer melhor seus sogros! — Vinicius mandou na cara.

— Pai!

— Ah propósito, querido — Jennifer se dirigiu a Maison — Você não vai estragar tudo dessa vez, vai?

Eu me virei pro Maison bem devagar pra disfarçar minha curiosidade. Ele não respondeu nada. Levantou e foi na direção do banheiro.

— Sam, pode vir comigo? — ele disse, todo seco.

Eu me levantei apressado e ainda consegui ouvir o deboche dos dois que ficaram.

— “Sam”! A coisa já evoluiu bastante!

Chegando, o banheiro estava vazio e o Maison já foi trancando a porta. Ele partiu pra cima de mim, me empurrando contra a parede. Pensei que ia me beijar, mas ele só apoiou suas mãos nos meus ombros. Seus olhos estavam sérios e meio irritados. Eu me limitei a ficar ali parado, encarando ele.

— Por favor, me diz que não tá dando trela pra eles! — ele falava com voz de choro.

— O quê?

— Me diz que não tá ligando pro que eles dizem! — ele me empurrou mais contra a parede.

— Ham... Não é só brincadeira? — perguntei meio chocado.

— É o que eles querem que você pense! Eles começam daquele jeito descontraído, mas depois já vêm com veneno — ele falava como se odiasse os pais — Me diz que você não se importa com o que eles dizem!

— Tá, eu não ligo! Mas por que isso agora?

— Olha só! — ele soltou meus ombros e aproximou nossos corpos — Eu prometi que iria visitar eles antes do final do ano e tô aqui agora. Eu não te trouxe comigo pra você conhecer eles!

Ele me deu um beijo rápido e de um jeito tão carinhoso que eu até me espantei.

— Eu te trouxe porque queria ficar com você nesses dias... Mas aqueles dois, secretamente, não querem deixar! Me promete...

— Espera aí...

— ME PROMETE! — ele juntou nossas mãos — Que você não vai deixar eles te voltarem contra mim!

Eu nunca fui do tipo grude ou meloso, mas aquele olhar de cachorro sem dono do Maison tava me enchendo de curiosidade e de pena ao mesmo tempo.

— Eu prometo! — concordei sem nem pensar direito.

Ficamos nos olhando um tempo. Eu totalmente confuso e o Maison daquele jeito murcho. Ele lavou o rosto bem o rosto pra tentar tirar a marca vermelha dos olhos e voltamos pra mesa. O restante do jantar seguiu em silêncio. O clima ficou pesado e eu não me atrevi a dizer nada. As poucas perguntas que surgiam direcionadas a mim, eu respondia de maneira rápida e seca, usando o menor número de palavras possível.

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Comentários

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MUITO ESTRANHO ESSES PAIS. MASON É ASSIM??? SE FOR CAI FORA.

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