Estou muito feliz que vocês estejam gostando do conto
******************COMENTARIOS*****************************
LIP2 – Espero que esteja gostando
VALTERSÓ – Coitado do Rodrigo nem fez nada kkkkk
CHRIA – Obrigado
PEDROLFM – Será que vai ter briga? Kkk e obrigado
JERFS – Nossa, obrigado, não sabe o quanto isso é importante pra mim
Bom vamos ao conto
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Amélia: Kyle esse aqui é o Sr Andrade, ele gostaria de falar com você
Eu: Obrigado Dona Amélia, pode se sentar Sr Andrade, em que posso lhe ajudar?
Sr Andrade: Bom, meu nome é Feliciano Andrade e sou o pai do Carlos Eduardo
Ao ouvir isso senti um pouco de medo, e se o Cadu tivesse contado ao pai o que houve e ele tiver vindo tirar satisfações a respeito do ocorrido? Ou pior, e se tiver acontecido algo de ruim com ele? Minha mente está a mil, com milhões de perguntas que gostaria de fazer, mas simplesmente falo:
Eu: Aconteceu algo? Ele não tem aparecido às aulas ultimamente!
Sr Andrade: É exatamente isso que eu gostaria de saber
Eu: Perdão? Não entendi Sr Andrade
Sr Andrade: Pode me chamar de Feliciano
Eu: Tudo bem Feliciano, mas poderia me explicar melhor o que o Senhor deseja? Ainda não consegui compreender
De repente ele muda sua feição de serio para preocupado.
Feliciano: Não sei o que aconteceu com meu filho, ele só vive enfiado no seu quarto, não quer vir a escola, até comer ele se nega. Não sei mais o que fazer, a mãe dele nos abandonou quando ele tinha 8 anos e só temos um ao outro, me parte o coração ver meu filho dessa forma e eu sequer saber o que está havendo. Então me lembrei do dia que tudo começou:
*****FLASHBACK SR FELICIANO*******************
Já são sete horas da manhã e o Carlos Eduardo ainda não havia decido para tomar café, “esse garoto não tem jeito” pensei comigo mesmo e deixei escapar uma risada.
Eu (Feliciano): DUDU DESCE PRA TOMAR CAFÉ! VOCÊ VAI SE ATRASAR!
Carlos Eduardo: TO INDO PAI!
Então decido tomar uma xicara de café e comer um pedaço do bolo de fubá que minha irmã fez, quando ele desce as escadas com a cara inchada de sono tentando em vão calçar seu tênis, não aguento ver aquela cena e caio na gargalhada
Carlos Eduardo: Qual é Pai, não ri pow e vamos, to atrasado já
Eu (Feliciano): Vish nem vai dar filhão, o carro ta na oficina, vai ter que pegar um ônibus.
Carlos Eduardo: Então eu já vou indo pai, não quero me atrasar!
Eu (Feliciano): Mas filho e o café?
Carlos Eduardo: Não to com fome, quero chegar logo na escola e quero ver...
Eu (Feliciano): Quer ver quem? Já ta de namorada nova né? Esse é meu garoto!
Carlos Eduardo: Nada a ver pai, é que hoje tem aula do Kyle e gosto muito do conteúdo, depois a gente se fala velho – e saiu correndo porta afora rindo como sempre.
---Mais tarde---
Estou na sala assistindo um filme qualquer quando o Dudu entra pela porta, mas ele está diferente! Calado, de cabeça baixa, passou por mim e sequer falou comigo, foi direto para seu quarto e lá ficou. Estranhei a situação e fui até ele. Bato na porta e vejo que está aberta
Eu (Feliciano): Filho? Aconteceu alguma coisa? – Ele estava deitado na cama com a cara enfiada no travesseiro
Carlos Eduardo: Me deixa pai!
Eu (Feliciano): Dudu você está chorando? O que houve meu filho? Você estava tão bem quando saiu hoje pela manhã
Carlos Eduardo: Eu estraguei tudo!
Eu (Feliciano): Estragou o que filho?
Carlos Eduardo: Nada pai, é bobagem! Me deixa sozinho por favor
*********FIM DO FLASHBACK****************
Feliciano: Então tem quase 90% de chance de ter acontecido algo aqui na escola, então decidi vir e perguntar aos colegas dele e professores. Foi quando me lembrei do tal professor Kyle que ele sempre fala, ele diz que além de professor você também é amigo dele. Então queria saber se o Sr não sabe de algo que o tenha deixado dessa forma ou se pode fazer algo para ajudar.
Ainda estava em choque após ouvir tudo aquilo, eu com certeza havia ficado abalado com a declaração e com o beijo (e que beijo! Foco Kyle), mas não imaginava que o Cadu tinha ficado nesse estado. Me senti mal por ser o causador da dor dele
Eu: Sr Feliciano, eu tenho uma desconfiança do que possa ter ocorrido, mas gostaria de conversar com o Carlos Eduardo para ter certeza, o Sr se importa se eu for até sua casa?
Feliciano: De maneira alguma, se for para ver meu filho sorrir novamente o Sr é bem-vindo em minha casa, será que poderíamos ir agora?
Eu: Bom se o Sr aguardar enquanto eu entrego umas avaliações dos alunos e tranco o laboratório eu não vejo problema
Feliciano: Claro, espero sim.
Após trancar o laboratório e entregar os papeis na secretaria da escola eu acompanhei o Sr Feliciano até seu carro e fomos até sua casa. No trajeto fomos ambos calados, mas não era aquele silencio desconfortável e sim um silencio que eu sentia ser necessário. Então paramos em frente a uma casa grande, com paredes verde-musgo e um portão de ferro automático, uma típica casa de classe média. Entramos na casa e o Sr Feliciano me leva até o segundo andar da casa e me indica a direção do quarto do Cadu, eu bato na porta mas não obtenho resposta. Decido bater mais uma vez um pouco mais forte, então escuto:
Cadu: Pai me deixa em paz, eu não quero comer nada e nem falar com ninguém
Então, como que por impulso eu abro a porta, coloco minha cabeça para dentro do quarto e digo:
Eu: Nem mesmo comigo Cadu?
Cadu: Kyle? O que você faz aqui?
Eu: Bom você faltou ao trabalho então vim aplicar uma pequena avaliação. – e sorrio, era tão bom vê-lo novamente, era como se longe dele uma parte de mim faltasse
Cadu: Eu pensei que você nunca mais fosse querer me ver depois do que eu fiz
Eu: Cadu precisamos conversar
Cadu: Tudo bem, mas espera um pouco – então ele se levanta e vai até a porta e a abre, fazendo com que o Sr Feliciano caia com tudo de cara no chão, tive que me segurar para não rir da cena. – Pai! Já disse pro Sr não ficar tentando ouvir minhas conversas! Desculpa Kyle, ele sempre faz isso.
O Sr Feliciano se levanta vermelho de vergonha e desce as escadas bastante sem graça, não consegui mais me conter e deixei uma gargalhada sair, mas quando olho para o Cadu ele está sorrindo e me olhando
Eu: Por quê está me olhando assim?
Cadu: Desculpa, é que seu sorriso é lindo.
Eu: Obrigado, mas lindo de verdade é o seu sorriso, aliás você é lindo – “QUÊ? Eu realmente disso isso?”
Nesse momento ele fica com as bochechas ruborizadas, e fica um silencio um pouco estranho no quarto, até que eu falo
Eu: Cadu naquele dia na escola, você estava falando sério?
Cadu: Sim Kyle, eu não consigo parar de pensar em você um segundo sequer. Por favor não me odeie.
Eu pego em sua mão e olho em seus olhos que já estão cheios de lágrimas.
Eu: Por que eu te odiaria? É claro que fiquei surpreso com tudo, principalmente com o beijo. Mas não posso dizer que não gostei.
Cadu: É sério? Você gostou? – seus olhos brilhavam como os olhos de uma criança que ganhou o tão sonhado presente
Eu: Sim, e tenho que admitir que desde a primeira vez que eu te vi eu não consegui mais te tirar da cabeça também. Esses seus olhos que parecem querer me devorar, esse sorriso lindo que ilumina até o ultimo canto escuro da minha alma, esse seu jeito brincalhão que consegue me arrancar sorrisos nos momentos mais tensos. – então fui me aproximando cada vez mais dele até que um podia sentir a respiração pesada do outro, olho em seus olhos e então... me afasto.
Cadu: O que houve?
Eu: Isso não é certo, nós somos homens e eu gosto de garotas. Sem contar que eu sou seu professor. Por quê tudo tem que ser tão complicado?
Cadu: Mas não precisa ser. Eu gosto de você e você acabou de deixar claro que gosta de mim também, me dá essa chance.
Eu: Mas e seu pai? E a escola? E seus amigos? E minha família? Não dá, é errado isso.
Cadu: Não precisamos contar pra ninguém, não por enquanto. – ele pega novamente em minhas mãos me olha nos olhos – por favor!
Eu: Eu tenho que pensar Cadu, ta tudo acontecendo rápido demais. Me dá um tempo pra pensar, mas por enquanto quero que você volte a frequentar a escola e a se alimentar direito, melancolia não combina com você.
Cadu: Ok, mas só depois que eu fizer uma coisa.
Eu: O quê?
Cadu: Isso – e me beija, diferente do nosso primeiro beijo esse foi mais forte, mais intenso, cheio de saudade e desejo, um beijo que literalmente me deixou sem fôlego e quase me tirou do chão.
Eu: Nossa... assim você me mata garoto... Eu tenho que ir agora
Então ele abre um sorriso lindo e diz:
Cadu: Até amanhã Kyle.
Eu: Até amanhã Cadu.
Ao descer as escadas encontro Sr Feliciano me aguardando com expectativa
Feliciano: Então?
Eu: Ta tudo bem, ele vai voltar a ser como era antes
Feliciano: Graças a Deus! Obrigado Kyle, mas a propósito o que houve com ele e o que você fez?
Eu: Ele se declarou pra uma pessoa da escola e estava com medo dessa pessoa não querer mais falar com ele! Eu só dei alguns conselhos.
Feliciano: Esse meu filho... Mas obrigado Kyle
Me despedi do Sr Feliciano e peguei um táxi para casa, não teria aula na faculdade por conta de um problema nos laboratórios então eu teria a noite livre mas tudo que eu pensava era em dormir, estava exausto física e psicologicamente.
Dormi feito uma pedra, estava realmente cansado. Acordei no dia seguinte às oito horas da manhã, só teria as aulas da tarde no colégio então não precisava me preocupar em acordar cedo. Após fazer minha higiene matinal decido preparar um café reforçado com tudo que tenho direito. Após deixar tudo pronto (desde uma jarra com suco de laranja até um bolo de milho) me sento para comer, mas antes de pôr o primeiro pedaço de bolo na boca alguém bate na porta. “Só pode ser sacanagem ‘-‘. Vou mandar tirar a campainha, ninguém usa”. Abro a porta e vejo um cara alto 1.80 mais ou menos, forte, olhos azuis, cabelos loiros espetados, com um grande sorriso.
Eu: Pois não, posso ajudar?
Cara: Qual foi primo? Não ta me reconhecendo?
Eu: Primo? Foi mal cara, mas acho que você se enganou de pessoa
Cara: Kyle sou eu o Jonas, filho da Cristina. Não lembra de mim?
Eu: Jonas? O que faz aqui? Você não estava nos Estados Unidos?
Jonas: Cheguei ontem de viagem e a tia (minha mãe) me disse que você estava morando aqui então vim te ver.
Meu primo Jonas é filho de minha tia Cristina, ele era mais velho que 3 anos e a última vez que o vi foi no dia da leitura do testamento do meu avô. Ele nunca falou nada contra mim, diferente de sua mãe, na verdade ele muitas vezes me defendeu.
Jonas: Então primo. Não vai me convidar pra entrar?
Eu: Foi mal cara, entra pode ficar à vontade.
Jonas: E cadê meu abraço?
Eu: Não Jonas você sabe que não gosto de abraços e ... – mas foi tarde demais, meu primo me deu um abraço tão apertado que eu achei que fosse me esmagar. Após voltar a sentir meu ossos o convido para tomar café comigo. Até que ele diz:
Jonas: Ky, na verdade além de matar a saudade vim aqui te pedir uma coisa.
Kyle: Olha Jonas se for o que eu estou pensando eu acho melhor nem continuar.
Jonas: Calma, eu não sou minha mãe. Não ligo pro dinheiro do ‘vô’. Só queria te pedir pra morar com você aqui por um tempo, minha mãe ta um porre ultimamente e não queria voltar pros Estados Unidos por enquanto.
Kyle: Não sei não Jonas, assim do nada ter que mudar minha rotina e me acostumar com mais uma presença aqui em casa.
Jonas: Tudo bem, esquece.
Após isso um silencio constrangedor reina e após pensar um pouco eu digo
Kyle: Ah que se foda! Pode vir sim Jonas, sem problemas. – meu primo abre um grande sorriso e já vem em minha direção querendo me abraçar, mas dessa vez eu desvio do abraço e corro.
Jonas: Não adianta Ky, eu vou te pegar. – e assim como fazíamos quando crianças antes de toda a confusão acontecer, corremos rindo por todo o apartamento. Até que eu tropeço em um dos meus sapatos que estavam jogados e caio no chão, Jonas que vinha logo atrás não teve tempo de parar e cai por cima de mim, ambos rindo muito. Até que eu paro de rir e digo
Kyle: Jonas me desculpa
Jonas: Pelo que?
Kyle: Por minha culpa você não pôde seguir seu sonho, se eu tivesse assinado aquele papel hoje você estaria fazendo muito sucesso. O nosso avô deixou aquilo para você e eu te impedi de receber.
Jonas: Ei Ky, não precisa se desculpar, você teve suas razões e pra falar a verdade eu amei a cara que minha mãe fez quando você se negou a assinar, foi impagável.
Eu: Obrigado por me entender e agora sai de cima de mim que você é muito pesado.
E rimos e brincamos bastante durante o resto da manhã relembrando nossa infância. Às 13:00 estou saindo de casa para o ponto de taxi, Jonas havia saído uma hora antes para resolver uns assuntos, quando ele aparece dirigindo um i30 prateado.
Jonas: Entra aí primo, eu te levo.
Eu: Opa, vou aceitar sim, carrão hein.
Jonas: Comprei pra gente usar.
Eu: Eu até usaria, se soubesse dirigir
Jonas: Não seja por isso, eu vou te ensinar
Eu: Sério Jonas? Valeu mesmo cara. Mas por hoje me contento com a carona.
Após passar as coordenadas da escola para o GPS do carro, nós saímos em direção ao colégio. Chegando lá agradeço meu primo pela carona e o mesmo insiste em me acompanhar até a entrada, chegando lá ele me dá outro abraço bem apertado e diz para eu ligar para ele quando eu saísse que ele iria me buscar voando como numa nave espacial. Me despeço dele ainda rindo das suas besteiras e quando me viro vejo o Cadu no bebedouro (que fica de frente para a entrada do estacionamento da escola) me olhando com uma cara nada boa. “Isso não vai prestar” penso.
CONTINUA