Gui saiu do quarto e, depois de um tempo, fui atrás. Tomei café da manhã e fui me juntar a ele na sala. Ele estava ainda só de bermuda, esparramado no sofá assistindo TV. Deitei no outro sofá e ficamos ali. Os sofás ficavam dispostos em L na sala, o Gui deitado com a cabeça em uma ponta do L e eu com a cabeça na outra, assistindo à TV quase de ponta-cabeça. Eu, vira e mexe, dava uma secada no volume dele. Aos poucos, fui percebendo que o volume foi aumentando e pensei se tinha alguma coisa a ver com as minhas olhadas. Ora ou outra ele dava uma coçada que deixava cada vez mais marcada a sua rola no tecido do shorts fino, mas não lançava nenhum olhar para mim.
De repente, enquanto eu olhava, o Gui levantou. Corri desviar o olhar para TV e sustentei o olhar enquanto ele passava pela minha frente em direção ao corredor. Apesar de não focar, pude ver que ele estava de barraca armada. Ouvi-o andar para a cozinha, abrir e fechar a geladeira, depois se encaminhar para o banheiro, onde escutei o barulho da sua mijada e da torneira abrindo e fechando. O Gui voltou e, enquanto ele se ajeitava no sofá, aproveitei para dar outra secado no seu volume, que agora estava diferente: apesar de o pau ter amolecido, ele estava ainda mais marcado na bermuda, o que me fez desconfiar de que ele estava sem cueca.
Lá pelas tantas, o Gui se levantou de novo e disse que ia ligar pedindo comida para almoçarmos. Meia-hora depois, ouvimos o barulho da buzina da moto do entregador e ele foi recebê-lo. Os minutos se passaram e percebi que o Gui estava demorando. Fui de fininho até a janela e o vi conversando com o entregador: era um cara alto, corpo atlético mas magro, branco, o cabelo castanho claro meio cacheado cortado bem rente à cabeça e uma tatuagem tribal saindo por debaixo da camiseta apertada. Estava quase desistindo de vê-los quando o entregador se aproximou do Gui e deu uma apertada discreta no volume dele. Quase caí de costas, fechei a cortina e voltei correndo para o sofá, meu pinto já duro a essas horas.
Não demorou muito e o Gui voltou, para minha surpresa, acompanhado do entregador. Eles entraram na sala e o Gui, nem um pouco constrangido com o que eu pudesse pensar, seja pela companhia ou pela sua barraca nitidamente armada no shorts sem cueca, disse:
- Gab, esse aqui é o... – e se virou para o entregador.
- Danilo – o entregador completou.
- Isso, o Danil, amigo meu. Pode ir almoçando, eu vou ali no quarto com ele pegar o dinheiro e entregar um negócio que ele veio buscar...
Ele foi na frente e o Danilo o seguiu, me lançando um olhar quando passou por mim. Quando a porta do quarto bateu, fui para a cozinha. Mexi nas sacolas, mas minha cabeça estava no quarto, eu tentando imaginar uma desculpa para ir espiar o que estava acontecendo. Saí lá fora, mas a janela estava fechada. Voltei a revirar nas sacolas e vi que as duas marmitas eram diferentes. Silenciosamente, fui até o quarto, reunindo coragem para bater na porta e perguntar qual das duas era minha. Ao me aproximar do quarto, ouvi as vozes ofegantes conversando e gemendo baixo. Bati na porta e perguntei, fingindo não ouvir nada:
- Gui, qual das duas é a minha?
Não ouvi resposta, então repeti mais alto uma segunda vez. Novamente não me respondeu. Girei o trinco da porta e abri.