-DESGRAÇADOOOOOOOOOOOOOOO.
Foi isso uma das poucas palavras que eu ouvi com certeza naquela hora, o resto eram só gritos.
Igor vinha correndo, atravessando qualquer barreira e naquele momento eu senti um frio percorrer minha espinha, parecia estar em câmera lenta, eu via o ódio no rosto de Igor e em suas mãos que com toda certeza queriam me esmurrar, é nessas horas em que você vê que cada decisão vem carregada de um efeito colateral, porque tudo que vai, volta. Assim como Igor estava recebendo o dele, estava disposto a receber o meu e enfrentá-lo.
Igor estava humilhado, estava com seu ego ferido, confesso que me deleitei em ve-lô se aproximar de mim, quando ele finalmente chegou, tentou me golpear mas foi uma atitude inútil, ele já estava bebado e sua coordenação motora não era vantagem para ele:
-Você mereceu seu idiota!
Falei e o empurrei o fazendo cair, não queria bater nele até porque não sou disso mas, não apanharia em minha própia vingança.
Ainda sentado no chão ele levantou o olhar e visivelmente confuso e triste ele balbuciou algumas palavras:
-Poxa, eu acreditei em você.
O olhei sem expressão, e querendo que tudo aquilo acabasse logo o respondi:
-Um dia.. lá atrás, eu também acreditei que você fosse maduro, mas a gente se engana não é?
As pessoas assistiam atentos a tudo e incrédulos das cenas que viam, Henrique estava do meu lado isso fazia-me ficar mais seguro, as meninas e os meninos me olhavam com uma cara de espanto, eu não sabia bem o que era mas, apesar de tudo, eu me sentia finalmente leve.
Estava cumprindo minhas promessas, Igor merecia sim o que estava tendo.
Tudo aquilo parecia horas se passando, o silêncio que pairava no ar era monótono, todos esperavam o que mais poderia acontecer, todos à alerta.
Ele se levantou sem forças e queria ainda me bater, de pé e pronto para me acertar Henrique se pôs em minha frente e logo o tirei dali, aquilo era entre nós dois, ele me desviava socos que nem me acertavam e com isso os risos da galera começou a ecoar naquele espaço e aquilo era ainda mais humilhante para ele.
-Você vai se arrepender Caio, vai se arrepender. -Disse com muita raiva-
-Cuidado Igor, acabei de lhe mostrar que eu não sou a pessoa certa para você fazer esses seus joguinhos.
-Veremos.
Sim, aquilo tinha sido uma ameaça notória, seu rosto ao cuspir aquelas palavras demonstravam o quão furioso ele estava. Passando as mãos em seu cabelo, ele olhou rapidamente ao redor procurando uma saída e pisando forte para disfarçar sua embriaguez saiu sozinho da festa.
A vingança talvez não lhe de alegria, ou talvez ela não seja o método mais complacivel mas, eu não me arrependo de nada, a vingança não te traz felicidade, mas, traz dignidade, traz nivelamento, traz inúmeros outros benefícios, ver Igor sair daquele jeito me trouxe paz por ele estar passando o que eu passei e sentindo o que eu senti.
Ele saiu e o silencio tomou conta da festa que o observava sair sem olhar para trás, aquilo nem parecia mais uma festa. Ao olhar para os convidados notei que Matheus me fitava com um sorriso perverso de que sabia que algo aconteceria, retribui o sorriso sem entender, me virei e fui de encontro ao Dj e sua mesa, tomei em minhas mãos novamente o microfone e com um punhado de coragem e vergonha na cara disse sorrindo:
-Gente, a festa ainda não acabou heim. Se vocês quiserem ir fiquem a vontade, mas ninguém está expulsando.
DJ, solta o som que agora vou me acabar de dançar.
A música voltou alta, fui sozinho para a pista e comecei a dançar, logo Henrique se aproximou pegando em minha cintura e foi se movimentando no meu ritmo, trocávamos sorrisos e por um segundo me distanciei de tudo e me perdi naquele sorriso lindo. Me concentrei em seu toque, e em suas mãos fortes me colando cada vez mais forte ao seu corpo, seu perfume invadiu minhas narinas e aquele cheiro parecia uma droga.
Joguei minha cabeça para trás com os olhos fechados e um sorriso largo em meus lábios, era como se a droga que ele era estivesse fazendo efeito em meu corpo, estava em êxtase.
Quando nos ligamos que não estávamos sozinhos percebemos que a pista havia enchido novamente, as risadas voltaram e os cochichos também mas não ligávamos, aquele momento não sairia de minha mente, estar ali com Rick tinha sido com toda certeza a melhor parte da noite.
-E aí, melhor ? Perguntou Henrique alto pelo barulho da musica.
-Estou sim! Aliás, quero te agradecer, você foi me anjo.
-Garoto, eu sou sua vida. Acorde!
Apenas sorri surpreso, não sabia o que falar, o olhava encantado e uma explosão estava acontecendo dentro de mim. Eu sentia algo tão forte por aquele garoto, e não adiantava mais negar.
-Acorde você, tá se achando demais heim.
Sorrimos e voltamos a dançar, meus braços estavam envolta de sua nuca e apesar do clima ser quente eu não queria me desgrudar dele, e nem se quisesse ele deixaria pois seus braços ainda estavam apertando minha cintura ao encontro da dele.
Por um segundo me lembrei de tudo o que tinha acontecido aquela noite, e de como tudo estava indo bem, e um pequeno flash se passou em minha mente:
“-Você vai se arrepender Caio.”
-Será que Igor ainda vai ter coragem de fazer alguma coisa? Perguntei aflito para Rick.
-Não sei, mas ele que não se atreva a encostar em ti.
Ele soltou um pequeno sorriso e me deu um selinho.
-Uiiii, meu guarda costas.
-Sou mesmo!
Seu sorriso convencido estava lá, naqueles lábios vermelhos que tinha acabado de beijar. Estava me sentindo muito bem ali e uma onda incrível tinha tomado conta de mim, eu estava livre.
O olhei com carinho e as minhas palavras saíram sem que nem eu mesmo as controlasse:
-Estou tão feliz de estar contigo, de ter terminado isso, de agora poder ser completamente seu... Eu o olhei por um milésimo de segundo me perguntando o porquê de ter dito aquilo e logo tratei de me corrigir. -Quer dizer, de ter terminado tudo isso e agora poder continuar minha vida normalmente.
Uma grande vergonha estava instalada em mim e eu apenas olhava para baixo seguindo os passos que Rick guiava.
Ouvia seu sorriso mesmo em meio ao som alto, levantei meu rosto lentamente e ele parecia ter ouvido o que queria a muito a tempo.
De longe, aquele lugar não era o mais romântico mas, não fazia diferença. Nos juntavamos mais, a musica era agitada porém estávamos em um outro clima, estávamos tão próximos que nossas bocas se colaram sem dificuldade, era um beijo sem medo, sem receio e sem frustração, as pessoas já estavam novamente no clima festa que mal viram.
-Sempre teremos um ao outro. Sempre. Me ouviu?
Ele disse aquelas palavras segurando minha nuca com uma das mãos e com a outra ainda em minha cintura, me olhava confiante, como se ele fosse o homem mais forte do mundo, e naqueles instantes, ele era.
-Sempre! Disse olhando fixamente para ele.
A festa continuou e ninguém ainda tinha vindo falar comigo mas, eu sabia que segunda na escola aquilo com certeza seria um verdadeiro rebuceteio. Não podendo nos esquecer de Igor que ainda é uma incógnita, mas logo afastei aqueles pensamentos da minha mente, chega de gastar tempo com isso, queria curti aquele momento.
A horas iam passando e eu notava alguns indo embora, outros caidos no chão, no fim era uma cena bem cômica, eu já estava morto de cansaço e tratei logo de acordar os bebados e arrumar quem os levassem, quando finalmente deu umas 4:00h da manhã a casa de Rique estava vazia e bagunçada, coitadas das empregadas, pensei.
-Vamos dormir?
Henrique me abraçou por trás e me dando leve beijos na nuca me guio para dentro da casa.
-Preciso, estou morto. Disse em poucas palavras.
-Eu também.
-Vou tomar uma ducha quente e cama, aliás, qual seu quarto?
-Me espera, vamos juntos! Ele logo me guio para o quarto dele e apontou dizendo: -É o do lado do qual você fez sua sacanagem.
O olhei sem graça e o puxei pelo braço.
-Ta certo, vamos logo.
Assim que entramos no quarto procurei logo pelo banheiro, entrei tirando minhas roupas e as ia jogando pelo caminho, assim que entrei dentro do box e senti a água quente banhar meu corpo uma sensação de puro prazer tomou conta de mim, era como se fosse uma massagem feita por aquelas gotas. Rick logo entrou e me abraçou por trás se juntado a mim naquele banho.
Nos beijávamos em meio a queda das águas e logo pude sentir sua ereção rija em minha coxa, ri enquanto o beijava por aquela situação e logo o disse que estava tão cansado que não tinha forças para sexo naquele momento, ele fez uma cara de cachorro sem dono mas logo soltou um sorriso de canto de boca aceitando que tinha perdido.
Rick era um fofo quando queria, era até mesmo um cavalheiro, ele me encantava a cada momento.
Em meio a muitos beijos nos enxugamos e fomos para cama ambos de cueca, me aninhei em seu peito e dei um longo suspiro sentindo o cheiro do sabonete na pele de Henrique, era um cheiro divino.
-Avisou sua mãe que dormiria fora?
-Urum! Disse balançando a cabeça quase durmindo.
-Boa noite, meu amor.
Disse ele dando um beijinho em minha cabeça.
Quando ouvi aquilo meus olhos se abriram imediatamente, eu estava ainda com muito sono, mas não podia ignorar o que meus ouvidos tinham ouvido.
-Seu o quê? Perguntei ainda deitado em seu peito, sem mexer nenhum músculo.
Ele agora se movimentou me fazendo sair de seu peito, ele se recostou na parede e sentado na cama me puxou para o encontro dele, mesmo sentado eu ainda estava encostado em seu peito e o olhava de cima com vendo aquele sorriso lindo, seus olhos verdes estavam mais escuros pela falta de luz contudo, o brilho que tanto me encantava ainda estava ali.
-Você é o meu amor Caio.
Ele soltou aquelas palavras sem nenhuma reserva, e eu estava encantado, uma forte energia pulsava o meu coração e se irradiava pelo meu corpo, era algo incrível. Pulei em seu colo e o olhava mais de perto, minhas mãos foram de encontro ao seu rosto e eu tocava cada parte dele que mais parecia ter sido esculpido.
Eu não podia mais negar, não tinha mais como negar, não tinha como esconder e eu também não mais queria, meu coração pareceria pular dentro de mim, me aproximei dos seus lábios e dei um selinho, assim que nossas bocas se descolaram eu o olhei e disse aquilo que estava sufocado a tanto tempo dentro de mim:
-Eu... Eu te amo Henrique. Eu te amo demais!
Dizer aquilo não tinha sido apenas uma alívio, era como se cada célula do meu corpo soubesse que eu era de Henrique, e finalmente eu tinha aceito aquilo, finalmente eu tinha aberto meu coração para ele.
Ele sorriu como eu nunca tinha visto, deu um longo suspiro e abraçou minha cintura.
-Há quanto tempo eu espero ouvir isso Caio. Eu cheguei até duvidar que você gostasse de mim.
Ele deu outro sorriso e logo me beijou e interrompendo o beijo ele continuou:
-Eu também te amo demais Caio Andrade. Te amo tanto que já não quero passar um segundo sem te ter ao meu lado.
Ele me jogou na cama e se deitou por cima de mim, beijou minha boca e passava sua mão por meu corpo, me apertava a ele e quando descolava seus lábios dos meus beijava minha nuca me dizendo novamente o quanto me amava.
Aquele momento era de longe o mais incrível da minha vida. Eu sentia uma explosão de amor dentro de mim. Eu pertencia a Henrique, nos completávamos.
Ainda com ele sobre mim apoiando seu corpo com suas mãos sobre o colchão via o sorrir feito um bobo, aliás, nós dois estávamos com aquele riso em particular.
-Você é o melhor presente que eu podia ter ganhado. Disse ele enquanto me olhava.
-Eu te amo tanto meu lindo. Meu amor.
Dizia aquelas palavras sorrindo, era tão bom dizer aquilo.
Nos ajeitamos novamente na cama e deitados um frente ao outro nos olhávamos em êxtase.
Me juntei mais perto a ele e dei um beijo.
-Boa noite meu príncipe. Disse sorrindo e o fazendo sorrir também.
-Boa noite meu lindo. Ah, hoje mais tarde quando acordarmos, quero te dar uma coisa.
-Me dar o quê? Perguntei curioso.
-Você vai ver...
-Ahhh me fala, odeio quando fazem mistério e depois não falam.
Disse o olhando e esperando uma resposta.
Ele me olhou cinicamente dizendo:
-Odeia é? Que bom, gosto de te pertubar.
-Aff, você é insuportável quando quer.
-E você me ama assim mesmo.
-Vai durmi garoto.
Disse me virando ficando de costa para ele. Ele logo me abraçou por trás e beijou minha nuca dizendo:
-Diz que me ama.
-Ta merecendo não.
-Não? Olha que eu vou te beijar até você me dizer que me ama.
Ele pulou em cima de mim e me distribuía varios beijos me fazendo ter cócegas, o empurrei rindo e disse que o amava e ele logo parou.
-Satisfeito? Perguntei o desafiando.
-Não.
Ele me puxou com toda sua força ao seu encontro e me beijou ferosmente, um beijo tão bom, nossas línguas dançavam e nossos corpos colados eram perfeitos. Paramos sorrindo e eu me lembro de ter dormido otimamente aquela madrugada.
Enfim minha vingança estava completa e Henrique era tudo de bom em minha vida.
Tudo era perfeito.
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Mais um cap meus queridos, espero que tenham tido uma boa leitura. Nos encontramos nos próximos capítulos. Peço que votem e comente, as visões e opiniões de vocês são necessárias e, quero respondê-los da próxima vez.
Beijos,
Little Boy.