Responderei aos comentários no próximo capítulo, mas gostaria de agradecer a cada um que leu e comentou minha história e também aos que leem na encolha hahaha obrigado mesmo. continuem comentando é tão bom ler os comentários, sério, motiva muito para escrever. Espero que gostem do capítulo de hoje, boa leitura e desde já desculpe pelos possíveis erros que encontrarem na leitura. beijos.
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- olá maninho, que saudade de você! – disse Vinícius entrando na sala de jantar com uma criança no colo, atrás uma mulher muito bonita segurando a mão de outra criança. minha respiração pesou, meu coração batia acelerado. Ele deu aquele sorrisinho. O maldito e velho sorrisinho.
Todos olharam. Tadeu que bebia um suco, ao ver Vinicius ali, quase se engasgou e cuspiu metade do suco, ficando assustado e com os olhos arregalados.
- VOCÊS SÃO GÊMEOS?
Todos encararam Tadeu como se não entendessem. Tudo estava em silêncio. Todos olharam para mim, para Tadeu e novamente para mim sem entender a situação.
-surpresaaa! – disse Vinicius- eu não disse que ele ia gostar irmão?!
- peraí... – interrompeu Ângela – você não sabia que o seu noivo tinha um irmão gêmeo?
- a-ah...eu...e-eu... ele nunca... me contou. – Tadeu estava assustado e nervoso e não tirava os olhos de mim e do meu irmão – meu deus, vocês são idênticos...
- ai, assim você me ofende! – vinicius veio em nossa direção. Me olhou. Passou por mim e estendeu a mão para Tadeu - prazer em te conhecer. Você deve ser o meu cunhado, não é?! Me chamo Vinicius!
- prazer, Tadeu! - disse ele apertando a mão de Vinicius todo desconcertado e sem jeito.
- querido, por que você não contou ao seu noivo sobre seu irmão? – perguntou vovó.
- Estela... você sabe muito bem o motivo! – interveio vovô me olhando e olhando depois para vovó.
- já se passaram tantos anos. Vocês deviam fazer as pazes!
Tadeu olhou para mim sem entender nada. Ele estava perdido e naquele momento um único deslize poderia levar minha mentira por águas abaixo. “depois eu te explico” sibilei para ele.
- eu também acho vovó! Éramos adolescentes quando tudo aconteceu! – ele me olhou com o sorriso idiota de sempre.
- eu acho que a gente podia aproveitar que a família toda está junta e falar de outras coisas! – eu disse
- a família não está toda aqui...
- Vinicius, não! – o repreendeu mamãe.
- ué mamãe. É verdade! papai não está aqui. O quê? Agora ele não é da família?
- isso não é assunto para o momento querido! – foi a vez de vovó tentar pará-lo. Mas ele queria me atingir. Ele queria mostrar que nada tinha mudado e que ele estava ali para me infernizar.
- eu não disse nada demais vovó. Mas todo mundo sabe por que o papai não está aqui... - disse ele olhando para mim!
- Vinicius pare com isso agora! – era o vovô
- vovô você sabe que...
- querido por favor... – era a esposa dele. Ela tocou nos ombros largos dele e o olhou com um olhar que implorava para que ele parasse. Ela era muito bonita. Era alta, tinha o corpo magro, mas em forma, bem desenhado no vestido vermelho que usava. Ela era negra, os olhos também. Uma linda morena.
- é muito bom te ver de novo irmão! – ele estendeu a mão e eu, com muito receio retribui. Estendi a minha, mas ele me puxou da cadeira para um abraço.
- senti sua falta!- ele cochichou no meu ouvido, e o sorriso de sempre estampado no rosto.
Aquilo me deixou com uma pulga atrás da orelha. O resto do jantar correu bem. Conversas banais, meus avós e minha irmã querendo saber cada detalhe sobre a vida de Tadeu e durante todo o jantar percebi olhares de mamãe e Vinicius para Tadeu. Conheci a esposa do meu irmão. Ela era simpática. Não conseguia imaginar como tinha se interessado por Vinicius que era uma pessoa tão medíocre. Os meus sobrinhos, que eram lindos, faziam uma bagunça danada e a todo momento Rafaela, esse era o nome dela, brigava com eles.
Depois da sobremesa, que foi um creme e chocolate maravilhoso e um típico doce de cocada cremosa (não tão típico assim) uma situação perigosa ocorreu.
- como vocês se conheceram?- perguntou Vinicius para Tadeu.
- a gente...é... nos, n-nos conhecemos... na...- “ para de gaguejar pelo amor de deus Tadeu” gritei comigo mesmo em meus pensamentos.
-na faculdade! – eu disse, antes que Tadeu falasse alguma besteira.
-mas você já terminou a faculdade há alguns anos, não é irmão? E você estudou em uma universidade pública e o seu noivo disse que estuda em uma particular...
- eu conheci ele em um evento que minha agência foi contratada para fotografar na faculdade que ele estuda. Ai nos tornamos amigos e como ele estava precisando de um lugar para morar eu dividi meu apartamento com ele. O resto aconteceu! – bom, pelo menos isso era verdade.
- assim! – disse ele. Então, finalmente se manteve calado até o final do jantar.
Depois de conversarmos muito, até o Tadeu já estava mais à vontade, resolvemos ir dormir. Já era tarde. Mamãe não havia dito muita coisa durante toda a noite e não parava de olhar para meu suposto noivo nunca.
- vovó, acho que já vamos pro quarto. A viagem foi muito longa e a gente tá cansado! Mas antes eu gostaria de conversar com a senhora!
- claro meu querido! Mas antes, deixa eu chamar a Suzana para mostrar o quarto para o seu noivo! – Suzana era a governanta da vovó. Trabalhava com ela
há mais de trinta anos, mas antes que vovó a chamasse Vinicius se prontificou a “ajudar”
- não precisa vovó. Eu mostro onde fica o quarto pro meu cunhado! – que grande filho da mãe. O encarei. Todos encararam. Mas antes que qualquer coisa pudesse ser dita:
- eu vou junto! – disse Ângela me olhando com um sorriso do tipo “eu vigio seu marido”
Enquanto isso, vovó me levou para o escritório. Lá era enorme, quase uma biblioteca com muitos livros, móveis de madeira e uma mesa de escritório enorme do tipo bem moderna, de vidro e cadeiras inclináveis e almofadadas. Havia uma janela enorme, assim como todas as outras que tinham na casa, ia do teto ao chão. As cortinas eram azuis com tons de branco e estavam fechadas. Vovó fechou a porta do escritório e foi até a janela, abrindo a cortina. A vista era linda. A lua estava clara e era possível observar todo o jardim e as arvores. Vovó ficou ali, parada e observando.
- eu sei o que você vai falar... – ela disse.
As lagrimas começaram a vir.
- não chore meu querido. Eu estou tentando ser forte. Não me faça fracassar...
Ela continuava observando a paisagem pela janela. Me controlei. Enxuguei as lágrimas. Ela estava certa. Se ela estava aguentando firme, eu também devia.
- realmente não há cura? – perguntei. me aproximei e a abracei por trás, passando minhas mãos sobre a barriga dela e me aconchegando no pescoço dela.
- não. O tumor está grande e profundo. Nunca apresentou sinais... por isso eu não sentia nada. Ele estava me matando aos poucos e eu nem sabia... – a voz dela começou a embargar.
- não vovó... não precisa falar!
- você tem razão. Não precisa. Eu só quero que toda minha família, meus filhos e netos estejam comigo.
Então dei um beijo no rosto dela.
- eu te amo tanto vovó. Obrigado por tudo...por ter me acolhido quando meus pais fizeram aquilo e...
- não há motivos para essas lembranças. A gente só deve lembrar das coisas boas querido. Lembranças más alimentam mágoas.
Ele me deu um beijo no rosto. Conversamos mais um pouco e então ela me mandou ir dormir. O dia seguinte seria longo. Toda família viria. Era aniversário do vovô.
Segui para o quarto e quando entrei me deparei com uma cena um tanto quanto engraçada: Tadeu só de bermuda pulando em cima da cama.
- isso não é um pula-pula, é uma cama! – disse rindo daquilo
Então, quando me viu ele pegou um travesseiro e pulou em cima de mim e começou a me dar travesseiradas.
- seu filho da puta, como você não me conta que tinha um irmão gêmeo? – ele gritava e me batia com o travesseiro. Eu tentava me defender, mas ele me empurrou em cima da cama e subiu em cima de mim continuando a me bater com o travesseiro. Eu gritava, tentava me defender, mas não dava.
- seu bandido safado, viado de esquina. Eu quase me entalei com a merda daquele ganso desfiado... e eu cuspi o suco na mesa, tudo por que você não me preveniu ante!
Naquilo dele ficar em cima de mim, se mexendo e me batendo e se mexendo e se mexendo mais ainda, meu pau ficou duro. Bem duro. Ele foi parando, como se estuvesse notando algo diferente. E então deu um pulo e saiu de cima.
- SEU TARADO ISSO NÃO ESTAVA NO ACORDO!
E eu comecei a rir como um desesperado.
- você queria o que? Ficou em cima de mim se esfregando... eu não sou de ferro! – continuava rindo e ele lá com cara de bunda.
- é sério Jonatan. Eu tô puto com você. Por que nuca me disse que tinha a merda de um irmão gêmeo.
- hei, eu te disse que tinha um irmão...
- mas você não mencionou que era um irmão gêmeo. Idêntico a você.
- hei, peraí... não somos tão idênticos...
- fisicamente sim...
- ele é arrogante. Dá pra perceber até no modo como ele anda ou respira Tadeu. Quando ele abre a boca pra falar então, não restam dúvidas de quem é quem!
- é verdade. Além do mais ele se veste melhor do que você. E também corta o cabelo e faz a barba descentemente.
- vai tomar no seu cu Tadeu! – disse tacando um travesseiro nele.
- a verdade dói não é amigo?
- a única coisa que vai doer é o seu rabo quando você acordar no meio da madrugada e eu estiver te currando!
- você não faria isso!
- quer pagar pra vê?
- tá me chamando de prostituta?
Dei outra risada.
- seu idiota!
Me levantei e peguei uma toalha e fui para o banheiro. O quarto na verdade era uma suíte, grande e bem decorado. Enquanto estava no banho conversava com Tadeu!
- cara... eu tô amando isso aqui. Tô até pensando na séria possibilidade de me casar com você de verdade!
-Pode casar – gritei do banho – meu pai me deserdou!
- O QUÊ?
- é isso ai. Mas a vovó deserdou ele pra não deixar barato. Só que o desgraçado já era rico. Além disso, ela colocou uma grande fortuna no meu nome, só que como eu não quis, está guardado até hoje numa conta suíça por que ela insistiu e não quis pegar de volta, então, se algum dia eu precisar, não vou passar necessidade.
- seu maldito! Então dou um jeito deme casar com sua irmã. Ela é uma gatinha!
- seu pervertido! O que o Vinicius te disse quando vocês vieram procurar o quarto?
- não muita coisa. Sua irmã não deu espaço. Ela é bem simpática e gosta de conversar.
- eu sei!
Terminei meu banho e fui me deitar.
- você vai dormir de cueca? – ele perguntou me encarando sério.
- vou, por que? – ele ficou me encarando
- não se preocupa. Eu não vou te currar não, era brincadeira! - dei risada
- eu não tô preocupado com isso! Tu não seria louco!
- não brinca comigo!
- seu viado!
- seu hétero!
- vai mesmo me xingar de hétero?- ele deu risada
- e você vai mesmo me xingar de viado? – dei risada
Ele me encarou e sorriu
- seu buceteiro!
- VAI TOMAR NO SEU CU
E assim terminou a noite.
No dia seguinte, pela manhã, tudo correu bem. Estávamos apenas meus avós, Tadeu e eu e o café da manhã foi bem tranquilo. Conversamos bastante e foi bem relaxante. Vovô estava feliz e vovó só falava dos preparativos para a festa, tanto que mal terminou de comer, chamou um dos motoristas e foi para o local aonde seria a festa se envolver com os preparativos.
- sua avó está tão entusiasmada... nem parece que...
Ele não conseguiu terminar a frase. Abaixou a cabeça e respirou fundo.
- vovô não há espaço para tristeza. Deixa isso pra depois, depois que... você sabe... enquanto ela tiver aqui vamos aproveitar cada segundo. Ela está tão feliz...
- é verdade! – disse ele – é muito bom ver ela assim!
- vovô... mudando de assunto, a mamãe ontem estava tão estranha.
- ela não tirava o olho de mim!- disse Tadeu que estava se empanturrando com tanta comida. A mesa do café estava cheia de muitas coisas gostosas. Vovô deu risada.
- acho que ela está com vergonha pelo que fez no passado. Com você. O casamento parece que não anda bem e eu acho que ela quer pedir perdão, só não sabe como chegar a você.
- ela vai encontrar um caminho! - eu disse enquanto bebia um suco. – e o papai? – perguntei.
Vovô ficou desconfiado e inquito. Gaguejou.
- o que foi vô? Não quer falar?
- seu pai perdeu totalmente o fio da meada. Ele anda bebendo muito, arrumando muita briga...
- é... parece que ele ainda não sabe lidar com o filho viado!
Vovô me repreendeu. Mas sim, aquela era a verdade.
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A tarde transcorreu calma. Mostrei todo o resto da casa (que Tadeu insistia em chamar de mansão) e ele se divertia. Parecia uma criança num parque de diversão.
- olha esse fogão que foda cara!- ele estava maravilhado com tudo – eu só vejo um desses em filmes, tipo, aqueles bem americanos. – eu ri. Ele era bem bocó, era simples, e isso o deixava tão charmoso e diferente. Era um homem curioso e alto astral.
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A noite chegou e estávamos prontos para ir à festa.
- MEU. DEUS. Você está um principezinho lindo meu neto! - dizia vovó emocionada ao me ver todo arrumado. Eu usava um blazer azul por cima de uma camisa social branca com vários pequenos desenhos de caveirinhas em cor preta. Uma gravata borboleta azul da cor do blazer, uma calça preta e sapatênis brancos com detalhes em azul. Sim, eu amo azul.
- e você hein Tadeu. Meu neto tem muito bom gosto! – disse vovó. Ele estava com uma camisa social jeans apertada, o que evidenciava os músculos. Uma calça branca e tênis pretos. Simples, mas muito bonito.
Fomos de carro até o local da festa. Era grande e muito bonito. Imaginem um lugar bem chique frequentado por gente rica. Assim era lá.
- cara que lugar foda da porra! – começou Tadeu!
- Tadeu, olha a boca!
- vai se fuder Jota. Deixa eu aproveitar isso.
Ele estava admirado. Andávamos pelo local e vi muitos parentes. Conversei com alguns e apresentei Tadeu que se saiu muito bem na apresentação. Havia muitas pessoas que eu não conhecia, possivelmente novos moradores da cidade, que me olhavam diferente, certamente me confundindo com meu irmão. E assim que ele chegou os olhares aumentaram!
- nossa. Tô me sentindo uma celebridade! – disse a Tadeu
Começamos a conversar enquanto uma música tocava. Algumas pessoas passavam e nos cumprimentavam, alguns parentes, mas Vinicius não foi até nós. Mas, ele olhava de longe. Achei estranho.
- seu irmão também não tira o olho! - disse Tadeu.
De repente, um homem alto e parrudo, branco, barba bem feita e bem vestido, olhos verdes e rosto quadrado se aproximou. Percebi o olhar de Vinicius para ele. Ele estava tenso e sua expressão era de medo. Então ele começou a vir em nossa direção também, mas o homem chegou primeiro.
- quem é esse playboy de merda? –ele disse baixo chegando perto de mim e olhando para Tadeu que ficou sério e o encarou. Vinicius acelerou o passo, estava quase correndo. Esbarrava empessoas e nem sequer parava para pedir desculpas, o olhar fixo em nós.
- quem é você pra falar assim com a gente? –perguntei a ele
- quem sou eu? Você enlouqueceu? Você acha que pode me... – ele dizia baixo, mas parecia com raiva, porém foi interrompido quando Vinicius finalmente chegou
- Antônio quero te apresentar meu irmão! – disse Vinicius quase cansado, os olhos arregalados. O homem o olhou com uma expressão de confusão e voltou o olhar para mim.
- seu irmão gêmeo? – perguntou a Vinicius
- pelo visto não é só eu que não sabia! – interveio Tadeu
- sim Antônio. Meu irmão gêmeo.
- nunca me disse nada a respeito dele! – ele foi ríspido. Vinicius estava estranho
- a gente não tem uma boa relação, sabe? Coisa de irmãos. além do mais, eu moro em Fortaleza! Meu nome é Jonatam, aliás! – demos um aperto de mão.
- entedi! – disse ele – me desculpe. Eu sou chefe dele. Só queria falar a respeito de um assunto de trabalho e acabei te confundindo. – ele disse enquanto olhava para Tadeu – e ele?
- é o noivo dele! – disse Vinicius, querendo impor seu conhecido tom de sarcasmo na conversa, mas tentando agir de modo diferente.
O homem deu uma risada de deboche.
- então você é gay também?
Vinicius arregalou os olhos e ficou pálido.
- Antônio por favor... – eu fiquei chocado com a situação. Vinicius pedindo por favor? Como assim?
Tadeu me olhou de boca aberta. Fiz sinal e ele se tocou de que era para fechar e tentar ser discreto
- que família hein! – disse o homem enquanto se retirava. Vinicius me lançou um olhar de raiva e seguiu atrás.
- MEU DEUS O QUE FOI ISSO? – Tadeu falou olhando para mim.
- eu também tô chocado... não que eu não soubesse, mas tem muita coisa errada ai!
- Será que esse tal de Antônio é amante dele? – perguntou Tadeu
- eu não sei. Mas com certeza eles tiveram algum rolo. E pelo visto, meu irmão tem o rabo preso com ele.
-literalmente! – disse Tadeu. Nós rimos.
Depois desse episódio estranho tudo seguiu normalmente. Não havia visto mamãe na festa, e muito menos meu pai. com certeza ele não apareceria enquanto eu estivesse na cidade.
Bebemos, conversamos com meus familiares. Tudo corria bem até que outra coisa estranha passou a acontecer. Um carinha não tirava o olho de mim. Ele era um rapaz da minha idade mais ou menos, alto, branco e tinha cabelos pretos e curtos, quase rapados. Tinha um corpo bem normal. Comecei a perceber que ele estava querendo falar comigo. Me olhava, andava atrás de mim, mantendo certa distância, é claro. Ele parecia inquieto. Então tive uma ideia. Enquanto Tadeu conversava com alguns primos, resolvi caminhar pelo jardim. Lá estava bem vazio, e de longe o som da festa era mais baixo.
Meu plano funcionou. Ele apareceu. Veio até mim sem qualquer cerimonia.
- olha eu sei que não deveria estar aqui e muito menos te procurar, mas por favor, eu só quero que você me diga que tudo não foi em vão...
- oi? Do que você está falando? – eu não estava entendendo nada. Obviamente ele não sabia que o Vinicius tinha um irmão gêmeo e achava que eu era o dito cujo. – olha eu me chamo...
- por favor, por um última vez... – algumas lágrimas escorriam do rosto dele e de repente o louco avançou e me deu um beijo. Um beijo forte. Sua língua era quente e os lábios macios. Tinha gosto de álcool. Suas mãos acariciavam meu pescoço. Ele estava ofegante. Então tomei consciência de mim e o empurrei.
- você me confundiu. Eu não sou o Vinicius, meu nome é Jonatan!
Ele não entendeu. Me olhou confuso. O rosto vermelho e os olhos desesperados. O que estava acontecendo?