- eu topo. – falei sem medir as palavras que saiam de minha boca.
Junior me olhou com cara de espanto; Olavo sorriu.
- aqui mesmo ou la na casa? – perguntou Olavo.
- Edu? Tu não precisa fazer isso, mano.
- cala a boca Junior, vai querer mandar na vida do cara agora? Bora Edu. Deixa esse cuzão aí. – disse Olavo me puxando pelo braço.
Ali, parado, Junior me olhou serio e fez um sinal negativo com a cabeça.
Olavo juntou o facão que ainda estava cravado no chão, e depois voltamos para a casa.
- hey. Eu sou de boa ta!? – dizia ele enquanto caminhávamos.
- ahan.
- O Junior me contou sobre o lance de vocês, mas eu juro por Deus que nunca comentei sobre isso com ninguém.
- ta bom.
Eu tentava parecer tranquilo, não queria aparentar afobação. Esforçava-me para parecer uma pessoa normal, e não um cuzão dramático fazendo escanda-lo por ter sido descoberto.
Antes de entrar na casa, Olavo e eu tomamos uma chuveirada ao lado da piscina. Tava tudo escuro, o único clarão era a lua.
Olavo ensaboou o corpo, e em seguida abaixou sua sunga, ficando completamente nu. O cara olhou pra mim e sorriu.
- tem problema eu ficar assim pelado? – perguntou.
- não, de boa!
O que estava acontecendo comigo? Aquele cara ali não era eu, parecia mais um pervertido usando meu corpo.
- da aqui tua mão. – pediu Olavo.
Estendi minha mão, e ele a levou de encontro ao seu membro.
- pode pegar, precisa ter vergonha não. – falou com um sorriso no rosto.
Comecei a punhetar Olavo de leve.
- Tu ta tremendo? – perguntou.
- to com frio. – respondi.
- melhor a gente entrar né!?
- ahan. – falei.
- vem. – disse ele desligando o registro do chuveiro e apanhando sua sunga do chão.
Entramos na casa, nos enxugamos, trocamos de roupa e nada do Junior aparecer. Eu começava a me preocupar.
Olavo me levou para o quarto, e pediu que eu o chupasse.
O cara deitou na cama e colocou sua rola para fora pela parte de baixo do short.
- faz ele crescer na tua boca. – pediu.
Eu fiquei ali procurando ar, e tentando entender o que eu estava fazendo da minha vida.
Olavo passou a mão em minha nuca, e delicadamente foi puxando meu rosto para próximo do seu pau. A pica dele pulsava.
Antes que eu pudesse encostar, se quer, no Olavo, Junior entrou no quarto, e me tirou para fora.
- pega tuas coisas e vamos embora. – disse com muita autoridade.
- o que tu pensa que ta fazendo? E nosso acordo? - disse Olavo.
- que acordo? – perguntei.
- Tu não acha que já fez estragos demais não? Olavo, pra gente preservar nossa amizade, vamos fazer um novo acordo: Fica quietinho na tua.
- te considero pra caralho, Junior, mas tu não manda em mim não irmão. – disse Olavo.
- já pegou tuas coisas? – perguntou Junior.
- já. – respondi.
- então vamos.
- tu vai mesmo com esse mané, Edu?
Junior soltou a mochila, e mais uma vez, partiu pra cima do amigo.
- tu ta doido meu irmão? Ta maluco ta? Só não te meto a mão, porque tenho muita consideração por você ainda.
Junior parecia um cachorro faminto saindo de cima do amigo. Peguei minha mochila, coloquei nas costas, e saí daquela casa.
- espera Edu. – disse Junior vindo em meu encalço.
Continuei andando ate ele me alcançar.
Entramos no carro, e ele saiu pela estrada em alta velocidade. Às vezes, Junior tentava puxar assunto, mas eu estava chateado demais pra trocar qualquer palavra com ele.
Devido à chuva ter engrossado, Junior resolveu encostar o veículo em um posto de combustível.
Ficamos, acho, que uns dez minutos em silêncio. Junior estava impaciente.
- Edu? – ele falou tocando em meu ombro.
- fala nada não Junior. – disse com a garganta travada. Meu estomago doía muito, as lágrimas insistiam em querer cair.
- eu te devo desculpas né!?
Tentei achar graça, mas não consegui. Acho que eu era muito fraco pra lidar com aquela situação.
- eu achei que você fosse diferente. – falei calmamente.
Junior suspirou fundo.
- eu não fiz por mal, juro que não fiz. Desculpa Edu.
- pra ti é muito fácil né, Junior!? Você me sacaneia direto, diz que vai mudar e depois vem com pedidos de desculpas? Morre de vergonha de alguém saber da gente, mas é o primeiro a contar. Eu não te entendo velho.
- as coisas não são como você ta pensando. O Olavo me pressionou e eu só assumi pra ele desencanar.
- e pra que você me levou la hoje?
- que?
- pra que você me levou naquele sítio? Qual era o acordo que você e o Olavo tinham?
- esquece isso.
- responde Junior.
Mais uma vez Junior deu uma respirada profunda, como se aquele assunto o incomodasse.
- você já deve imaginar o motivo né!?
Neste momento eu não consegui segurar o choro, e as águas começaram a rolar do meu rosto. Tentei sair do veículo, mas as portas estavam travadas.
- hey, aonde você vai?
- tem mais condição de a gente continuar no mesmo lugar não. – falei com as lágrimas escorrendo pela lateral dos lábios.
- ‘’qualé’’ Edu? Foi só uma brincadeira. – ele tentou me afagar em seus braços, mas eu o empurrei.
- sério mesmo que tu ainda vai tentar minimizar as coisas? Velho, eu tava curtindo passar o dia com vocês. Eu me diverti pra caralho, tentei não ser chato, e o mais importante eu confiei que vocês estavam ali comigo por amizade. Ai eu descubro que foi só um joguinho de interesses, e você vem me dizer que foi só uma brincadeira?
- Edu... – mais uma vez ele tentou me acariciar.
- precisa falar nada não Junior. Nós não somos amigos né mesmo!? Mas eu vou te pedir pela ultima vez: Segue com a porra do plano e para de fingir que somos chegados. – o choro era tanto, que eu soluçava.
- desculpa, Edu. Você viu que eu tentei evitar, pedi pra você ficar sempre perto de mim, mas você é muito cabeça dura.
- isso não justifica Junior. A merda já tava feita mesmo.
- mas eu tentei consertar. Lembra que eu te chamei pra ir fazer as compras comigo? Eu não queria te deixar só com ele.
- e porque não me falou a verdade Junior? Era tão mais fácil cara.
- não.. Não era não! Como eu ia falar pra você, que eu e meu melhor amigo estávamos planejando te comer?
- Na moral Junior, o que vocês pensam de mim? Isso não se faz não po, nem comigo nem com ninguém. Eu sou um ser humano pô, e esse plano de vocês é humilhante. Eu não quero mais papo com você não cara, só destrava a porta e me deixar sair e a gente esquece tudo isso.
- ta... Eu prometo não te incomodar mais. Vou te deixar em casa, e tu ta livre de mim.
- não precisa me deixar em casa. Eu vou pegar uma lotação que me leve ate a cidade.
- há essa hora e com esse ''toró'' que ta caindo, o máximo que tu vai conseguir vai ser um assalto. – ele sorriu.
Olhei sério para Junior e mais uma vez pedi que ele destravasse o automóvel.
- não insiste, Edu. Não vou te deixar aqui. Eu te levo em casa, e... e a gente encerra nosso trato.
- ok! – falei secando as lágrimas.
- tu quer tomar alguma coisa? – ele perguntou.
Eu apenas fiz uma negativa com a cabeça.
A chuva sessou e voltamos pra cidade em silencio.
Junior me deixou na porta de casa, e ficou esperando eu falar algo. Apenas pedi que ele pegasse nossa maquete com o Olavo, e trouxesse pra eu concluir a parte do motor. Ele concordou e depois pegou seu rumo.
Encontrei meus irmãos na sala assistindo a um filme, e minha mãe já estava dormindo. Fui ao quarto, tomei um banho, troquei de roupa, bebi um café quente e depois deitei para descansar.
Na manha seguinte, acordei com uma ressaca da porra. Tomei apenas do café preto, enquanto levava uns esporros da minha mãe, depois calcei um tênis e fui correr no calçadão próximo à universidade federal da cidade.
Comecei uma caminhada leve, e depois dei uns tiros até, literalmente, começar a suar. Cansado, sentei em um banco de frente para o mar, enquanto me refrescava com uma água de coco. Olhei as mensagens no celular, respondi algumas, ignorei outras, e depois retornei para casa.
O tempo foi passando, e Junior cumpriu a promessa de me deixar em paz. A ultima vez que tive contato com ela foi no ultimo domingo do enem quando ele apareceu pra me entregar uma grana.
- ta preparado pra prova? – ele perguntou sem sair do carro.
- to. – respondi colocando o envelope com o dinheiro no bolso da calça.
- vai fazer aonde?
- la no Oswaldo cruz.
- muito longe. Quer carona?
- não, não, o Rafael vai passar aqui pra mim pegar.
- os dois nerds juntos.
- nerds esquisitos. – completei.
- eu não falei isso.
- nem pensou?
- pensei dele. – disse sorrindo.
Eu ri.
- deixa eu ir pro local que combinei com ele, se não vamos chegar tarde. Boa sorte.
- valeu. Pra você também. – disse ele abaixando o vidro e voltando ao trânsito.
Ver Junior partir foi muito doloroso. Parece exagero, mas quando a gente ta no ensino médio tem mania de se apaixonar e achar que é o fim da vida. Todo mundo diz pra gente que é só uma fase, e hoje eu sei que é, mas antes não tinha esse pensamento tão independente.
Ao terminar a prova, combinei com o Rafael, Pádua e Ana de tomarmos açaí e aproveitar para debatermos as questões no enem. Acho que não fomos os únicos, pois o estabelecimento estava lotado de outros estudantes.
- ain, eu acho que vou tomar bomba. Meus pais vão me desertar! – lamentou-se Ana apoiando-se no meu ombro.
- dramática. – satirizou Pádua.
- eu acho que fui ate bonzinho oh! – disse Rafael. – mas pra medicina, acho que esse ano não da não.
- medicina? Pensei que tu fosse tentar engenharia civil. – comentei.
- não, não. Quero mesmo é medicina, mas acho que não vai rolar.
- uai. Tenta ué. – falei.
- vou tentar mano, mas acho que vou ficar longe, e tu?
- vou tentar agronomia. Acho que minha nota vai ser suficiente, por não ser um curso tão concorrido.
- amigo, mesmo que fosse uma vaga já seria tua. Você merece por tudo o que fez durante o ano.
- modéstia a parte, eu mereço sim amiga. Esse ano me dediquei cem por cento a essa prova.
- Vai conseguir amigo, e vamos comemorar lá em casa – disse Pádua.
- opa. To dentro hen!? – disse Rafael.
- falando nisso, vamos mesmo fazer um bota fora de final de ano!? Ano que vem vai ser cada um pro seu rumo.
- quem disse que iremos nos distanciar amapô? Eu não irei dar esse desgosto a vocês. – gabou-se Pádua.
Nós rimos.
- também acho que não iremos nos distanciar, mas seria bacana se fizéssemos uma festinha de despedida.
- que dia ficaria bom? – perguntou Ana.
- poderia ser na ultima semana de aula né!? – respondeu Pádua.
- Aula vai ate quando? – perguntou Rafael.
- parece que ate dia quinze de dezembro.
- deixa eu ver aqui que dia da semana vai ser. – falei olhando o calendário do celular.
- vai cair numa sexta, amigo. – disse Ana. – podemos marcar para o sábado seguinte. O que ‘’cês’’ acham?
- por mim pode ser. – falei.
- não sei se vou está por aqui ainda. – disse Rafael.
- ta pensando em ir embora? – perguntou Pádua.
- vou sair de férias com a família.
- poxa mano, mas será que vai ser antes dessa data? – interroguei.
- não sei ainda brow, mas eu vou ver com meus pais e aviso a vocês. – respondeu o rapaz.
- certo, e quanto aos meus dois boys magia? – perguntou Ana.
- eu topo né!? Não tenho pra onde ir mesmo nessas férias. – falei.
Pádua riu.
- que dó amigo. Leva ele na tua mala, Rafa. – sugeriu Pádua.
- bem que eu gostaria. – brincou Rafael fazendo com que eu corasse.
Meu celular tocou, e eu agradeci aos céus. Pedi licença e sai da mesa para atender.
****
- alo. – falei quando já estava afastado.
- opa, é o Eduardo?
- isso.
- tudo bem?
- tudo sim. Quem ta falando?
Ouvi um riso do outro lado da linha.
- não está lembrando de mim?
- desculpa, mas eu não to reconhecendo a voz.
- poxa. – sorriu mais uma vez. – sou o Miguel, amigo do Pádua. Lembrou agora?
- da festa né!?
- exatamente.
- agora lembrei, velho. Como é que você ta?
- tranquilo. Está fazendo o que?
- eu to tomando um açaí com os amigos, e tu?
- estou aqui na praia. Não quer dar um pulo aqui?
- hoje não da oh. Acabei de fazer a prova do enem e to morto.
- entendo. Pode ser no próximo sábado então. O que me diz?
- pode ser, pode ser.
- ainda tem interesse em aprender a surfar?
- ourra, tenho mesmo.
Ele riu.
- então sábado você vai aprender.
- fechado... Hen Miguel, sábado você não quer almoçar lá em casa não?
- almoçar contigo? – ele perguntou com ar de segundas intenções.
- sem maldade. – falei. – é que sábado minha mãe vai fazer um almoço pra comemorar meus dezoito anos.
- então quer dizer que sábado voce já vai ter 18?
- depois de meia noite de sexta. – sorri.
- interessante. – disse ele. – e como fica nossa aula de surf?
- depois do almoço a gente desce pra praia.
- beleza! ‘’Me manda’’ o endereço por mensagem?
- mando, mando sim.
- ta certo, vamos nos comunicando então.
- beleza.
- falou Eduarrdo.
- flw Miguel.
****
Desliguei o telefone e voltei à mesa.
Após pagarmos a conta, cada um foi pra sua casa.
Na manha seguinte, acordei cedo, coloquei meus fones no ouvido, e fui pra aula escutando música. Estava feliz e ia investir no Miguel pra tentar esquecer o Junior.
Fui um dos primeiros a entrar na sala de aula, e pouco tempo depois entrou o Junior. O rapaz me cumprimentou com o olhar e caminhou ate sua cadeira, que ficava no outro lado da sala.
A semana foi toda assim. Nos víamos pelos corredores, no entanto mal nos falávamos.
Na sexta, véspera do meu aniversário, fui à biblioteca entregar alguns livros e encontrei Olavo.
- e aí ‘’Duduzinho’’. – brincou o rapaz.
- e aí Olavo. – falei devolvendo os livros à funcionária.
- nunca mais quis aparecer la pelo sitio?
- é... to na correria.
- eu to ligado.
- não quer ir domingo la não?
- não vai dar, eu vou correr la no calçadão.
- sei... e não vai ver teu amor sendo surrado?
- não entendi o que tu quis dizer com isso.
- o Junior não te falou nada?
- não estamos nos falando.
- serio? O Junior é muito otario né!?
- não sei Olavo. Explica melhor sobre essa tal surra.
- ah sim, certo! Domingo agora nós vamos fazer um treino la no sitio. Pessoal da academia vai ta todo la, e tu é meu convidado.
- e por que vocês não treinam na própria academia? No sitio não tem estrutura nenhuma.
- sabe o que é? – ele falou quase cochichando. – ninguém pode saber. Os caras mais antigos vão nos testar pra saber se temos condições ou não de participar da equipe.
- e por que tu falou que o Junior vai ser surrado?
- porque os caras vão massacrar ele. O Junior é muito gaiato, e vai apanhar no ringue.
- mas isso deve ser ilegal. – falei.
- só seguimos as regras da academia.
- ele já sabe disso?
- claro que sabe.
- e mesmo assim ainda vai?
- O Junior não é covarde.
- ta certo. Vocês são grandes pra tomar suas próprias decisões. Quem sou eu pra opinar em alguma coisa.
- hey, mas você vai né!?
Neguei com a cabeça.
- eu realmente tenho compromisso, mas boa sorte.
- valeu. – disse ele sorrindo.
Saí da biblioteca aterrorizado com aquilo. Será que realmente estavam aprontando surrar o Junior? Como ele aceitava isso assim numa boa? O cara só podia ter o ego muito inflado.
Peguei o telefone, e por varias vezes tentei digitar o numero dele, mas meu orgulho foi maior.
- que se phoda. – pensei alto.
No sábado, acordei cedo, minha mãe já estava pegada na cozinha.
- bom dia mãe. – falei lhe dando um beijo no rosto.
- bom dia meu amor. – ela virou-se e me deu um abraço forte. – meus parabéns, agradeço todos os dias a Deus pela sua vida.
- obrigado mãe.
- te amo muito viu!? – ela disse ainda abraçada a mim.
- eu também. Você sempre foi mãe e pai aqui dentro de casa.
- faço tudo por vocês. – disse ela com a voz fanhosa.
- cadê os meninos? – perguntei mudando de assunto pra não fazer minha mãe chorar.
- foram lá no boteco do seu Joaquim, pra ver se ele arruma uns dois jogos de mesas pra gente colocar no quintal.
- ah sim, e a senhora vai fazer o que pro almoço? – perguntei sentando à mesa.
- vou assar um frango, e fazer um estrogonofe.
- quer ajuda?
- quero sim, mas tome seu café, quando terminar você me ajuda.
- ta bom mãe. – respondi.
La pelas onze horas meus poucos convidados começaram a chegar. Eu ia os recepcionando e os conduzindo ate a parte traseira do quintal.
Minha mãe fazia questão de cumprimenta-los e deixa-los bem à vontade.
- Sintam-se em casa. O almoço vai já ser servido. – ela dizia a todos.
Liguei o som e coloquei pra tocar algumas modas sertanejas. Sentei na roda junto dos meus amigos, e ficamos conversando coisas sobre a vida escolar e sobre o nosso futuro.
Meu celular tocou, e era o Miguel dizendo que estava com o carro parado em frente da minha casa.
- tem problema se deixar o carro aqui? – disse ele estacionando-o na calçada.
- não, aqui é bem tranquilo. – falei.
- vim preparado. – ele apontou para o teto do carro.
- já trouxe as pranchas. – sorri.
- já sim. – disse ele. – tu acha que tem perigo de alguém roubar?
- rapaz, Miguel. Melhor não confiar muito não.
- me ajuda a tirar?
- na hora. – falei.
Apresentei o Miguel pra minha mãe, que foi muito simpática com o rapaz.
Pádua ficou surpreso ao ver Miguel ali.
- como assim Brasil? O que foi que eu perdi? – disse ele cumprimentando o amigo. - voês já são contatinhos?
Miguel e eu sorrimos envergonhados.
Meus amigos tomavam algumas latinhas de cerveja, até que minha mãe chamou todos à mesa para comunicar que o almoço estava pronto.
- alguém pode puxar uma oração? – perguntou ela.
- O Pádua. – disse Ana. – O Pádua ora lindamente.
- tu ta sendo irônica né ampô!? Pois vou mostrar a você que sou uma boa ovelha do senhor.
Todos nós rimos.
Antes que pudéssemos orar apresentando o alimento, alguém tocou a campainha.
- vai la Edu, deve ser algum amiguinho seu. – disse minha mãe.
- ta bom. Esperem por mim. – falei.
Quando abri a porta tive uma surpresa inesperada. Junior estava parado ali com uma pequena caixinha em mãos.
- Junior? - realmente fiquei espantado.
Ele estava cheiroso pra caralho. Usava uma bermuda jeans preta, uma gola polo rosa, e um par de havaianas brancas.
- eu não podia deixar o aniversário do meu melhor professor passar despercebido. Feliz aniversário, Edu. – disse ele me entregando o presente.
Continua...
♫♫♫
Os nossos corpos se completam mesmo estando longe
Em pensamento eu vou te buscar
Dá calafrio, um arrepio ao lembrar seu cheiro
Pela porta do quarto entrar.
♫♫♫