Eu estava caído na minha cama. Em poucas horas Pablo estará casado com Katarina e eu não sei oque vou fazer pra impedir esse casamento. Eu não sabia se devia simplesmente procurar ele e falar toda a verdade, mas ia me passar por mentiroso na frente de todo mundo.
— Filho, seu amigo está aqui. — Me levantei em um salto, Robert disse que ia me ajudar a achar provas concretas. Eu estava feliz que apesar de tudo Robert estava me ajudando.
— O que você descobriu Robert?
— Eu encontrei a mãe da Stella, ela aceitou ajudar em troca de uma soma enorme de dinheiro, como uma pessoa pode alugar a própria filha, e ainda pedir mais dinheiro para falar da mesma. — Robert estava zangado.
— É, essa mulher é maluca.
— Porém, ela me deu a certidão de nascimento original, e está disposta a desmascarar Katarina caso ela queira desmentir tudo. — Eu sorri, enfim Katarina vai cair, e traída pelo seus cúmplices. — E mais uma coisa, Vítor, seu tio, ele é amante da Katarina.
— O QUÊ?
NARRAÇÃO DE PABLO.
— Você parece aflito! — Falou Beto!
— Claro que estou aflito, eu vou me casar!
— Você não esta certo disso não é?
— Não Beto, nem um pouco.
Estava na frente do espelho arrumando meu terno. Eu estava acabado. Essa é a palavra "acabado". Hoje quando eu falar aquele maldito sim terei perdido Vítor de vez, mas se eu falasse não, Katarina ia me tirar Stella.
— E o que é mais importante Pablo? Sua Filha ou Vítor? — Beto perguntou como lesse a minha mente.
— Não posso responder essa pergunta! — Beto chegou perto de mim e arrumou minha gravata.
— Lembra que você ia se casar comigo?
Eu corei, Beto foi meu namorado de infância eu não levava ele muito a sério eu só fodia ele e pronto, nosso namoro não passava de sexo.
— Eu queria me casar com você?
— Não se faça de desentendido, eu sei que oque tivemos foi só sexo, mesmo assim eu gostava de você. — Ele me olhava. — Acho que esse é meu destino, tentar fazer os homens esquecerem do Vítor. — Ele riu.
— Vamos mudar de assunto? Eu estou a ponto de me casar e você se lembrando de coisa de infância!
— Oh que frio. — Ele me deu um beijo na buchecha. — E aliás, você está lindo.
E saiu do quarto sorrindo debochado, eu tinha medo de Beto, ele não se abalava com nada, batia de frente com qualquer um.
Eu me olhei no espelho mais uma vez, mirei no fundo dos meus olhos.
— Pablo o que você está fazendo? — Meu terno preto não combinava comigo, ele trazia uma imagem alegre mas eu estava destruído por dentro.
NARRAÇÃO DE KATARINA.
— Esta incrívelmente linda!
— Obrigada Sara! — Eu sorri pra ela, Sara era aquela amiga idiota que parece que tem doença, sempre quer agradar.
— Mas escolher branco, você não é mais virgem! — Eu a lancei um olhar de puro ódio.
— Você acha que eu não sei? — Alguém bate na porta.
— Posso entrar?
— Claro eu estava te esperando! — Sorri. — Sara saia!
— Mas…
— SAIA. — Ela saiu correndo do quarto.
— Você está linda, tão linda e tão cruel.
— E você está ótimo!
Eu não gostava dele, na verdade iria me livrar assim que eu pudesse desse velho decrépito!
— E como se sente? — Perguntou ele curioso.
— Plena, poderosa. — E eu estava mesmo, me olhei no espelho, o longo vestido branco que era apertado até a barriga e se abria nos quadril, seda pura e fina algo que eu nunca teria condições de ter. O véu longo com minúsculas pedrinhas de cristal brilhavam. No meu pescoço havia um colar com uma grande esmeralda e diamantes!
Se eu parasse pra pensar tudo que já fiz, esse plano é o mais perfeito. Nem ter matado meus pais foi tão divertido. Eu ateei fogo na minha casa e os prendi lá, a culpa foi deles por não terem aquilo que eu merecia, dinheiro.
— Você está mais pensativa que o normal. — Ele veio para perto de mim.
— É estou nervosa!
— Nervosa, a grande Katarina? A por favor, quantas vezes você já não fez isso?
— Muitas vezes! — Eu olhei pela janela, os empregados ainda arrumavam o espaço da festa.
Ele se aproximou de mim e me beijou. Senti espasmos de nojo, mas aguentei firme como deve ser, em breve ele também cairá, junto com o filho.
— Mas e você?
— Eu o que?
— A vamos Vagner estou a ponto de me tornar a esposa do seu filho, como você se sente?
— Não sinto nada, ele é um tolo, pensa que Stella é filha dele, foi fácil enganar ele no final!
— Sim foi!
Eu estava sozinha agora, me perguntando o porque eu estava fazendo aquilo, Pablo é um homem incrível, educado, rico, bonito, apaixonante. Stella entrou no quarto.
— Mamãe a senhora esta linda!
— Obrigada querida. — Ela se sentou do meu lado tocando meu véu.
Eu me livraria dela também, depois que tudo isso acabasse Stella também seria tirada do meu caminho.
Mas o meu grande alvo a muitos meses sempre foi aquele viadinho que se acha superior, eu vou destruir a vida de Vítor, e eu espero que ele não tente nada, ou ele vai lamentar.
NARRAÇÃO DE VÍTOR.
Eu estava terminando de me arrumar. Eu ia pra aquele casamento ridículo acabar com Katarina. Desci as escadas sorridente, Carlos estava na sala para minha surpresa.
— O que faz aqui?
— Nossa, bem educado!
— Desculpe, o que deseja?
— Te ver, vamos sair?
— Não, eu vou no casamento de Pablo. — Carlos ficou com uma expressão diferente agora, era raiva.
— Você não vai a esse casamento!
— Na verdade ele vai! — Minha mãe estava descendo a escada, ela usava um vestido longo, amarelo ouro, os cabelos estavam em um penteado deslumbrante.
— Mamãe, a senhora esta deslumbrante.
— Eu sei! — Minha mãe deu uma volta.
— Sim, você está incrível Taís! — Carlos falou beijando a mão da minha mãe. Ele e sua educação.
— Eu gostaria de sair com Vítor, acho que não seria bom pra ele ir no casamento.
— Você não manda em mim! — Eu respondi zangado. — Não vou sair com você!
Carlos não falou nada, ele se retirou irritado.
— Você foi grosseiro filho!
— Ah mãe por favor.
— Você sabe como arrumar essa corda? — Perguntou meu pai.
— Isso não é uma corda, é uma gravata!
A gravata do meu pai estava amarrada no pescoço. Eu cai na gargalhada minha barriga doía.
— A eu não me dou bem com essas coisas. — Falou meu pai, minha mãe também riu.
°°°
A igreja estava coberta por flores brancas, um escândalo. Katarina com toda a certeza escolheu tudo. Tinha um tapete vermelho na entrada.
— Quanta extravagância. — Falou minha mãe
— Ela podia morrer!
— O que você falou? — Minha mãe estava olhando para a multidão.
— Nada mãe!
Pablo estava lá, tão lindo de preto e tão nervoso, parecia que ele estava mesmo querendo se casar. Fui até ele.
— Olha só você está lindo.
— Obrigado Vítor! — Ele me abraçou, eu não o correspondi.
— Que frio. — Eu dei um sorrisinho.
— Tem certeza que vai se casar? — Eu estava o desafiando.
— Sim, espero que você não tenha nenhum espetáculo para hoje! — Eu sorri e sai.
NARRAÇÃO DE PABLO.
Vítor nunca esteve tão lindo quanto hoje, quando ele entrou dentro da igreja meu coração disparou e meu pau revidou. Ele estava muito gostoso. Uma camisa social azul e uma calça branca, o cabelo arrumado, estava um pouco comprido agora, mas ele continuava lindo. E era meu. Era um pensamento fútil, mas depois de tudo Vítor ainda é meu e sempre sera.
Ele chegou perto de mim com uma forma tão tranqüila como se falasse "você não vai se casar", mas mesmo assim eu vou me casar!
A marcha nupcial começa a tocar, a música clássica. Katarina estava muito incrível parecia uma princesa da Disney, claro um pouco mais extravagante que fazia qualquer princesa virar uma camponesa. Ela era aquelas mulheres que tinham peitos e bunda incrívelmente grande, e uma ambição maior ainda. Ela sorria para mim e eu retribuia mas meus olhos me traíram e eu olhei para Vítor. Ele estava com uma fúria no olhar, ele olhava para Katarina com tanta raiva que me deixou com medo.
— Pablo? — Chamou Katarina.
Nos ajoelhamos na frente do padre, ele começou o discurso cansativo que sempre faz.
— Tem alguém nessa igreja que é contra esse casamento? Se manifeste ou se cale.
Eu esperei que ninguém falasse, metade da igreja estava contra meu casamento mas tinham aceitado, todos menos um.
— Eu! — Gritou alguém na multidão. Era Vítor, como eu imaginava.
NARRAÇÃO DE VÍTOR.
Eu não poderia ter me calado quando o padre perguntou se alguém era contra esse casamento, minha mãe segurava minha mão ela parecia que sabia oque eu estava pensando. E então estava tudo acabado.
— Eu! — Gritei me levantando. E sai do banco e fui pra frente da igreja. Katarina se levantou furiosa com o meu manifesto. Eu sorria para ela e ela me olhava com furia, não podia dar pra trás, não agora, estava eu e minha inimiga frente a frente com olhares curiosos esperando oque eu tinha para falar. Em breve tudo estaria acabado.
CONTINUA…
