O quarto estava todo escuro, eu estava tentando me encontrar. Primeiro eu sabia que esse não era meu quarto, segundo alguém ma atacou. Mas quem?
— Enfim você acordou! — Falou uma voz muito famíliar.
— Carlos?
— Sim.
— Então você veio me buscar?
— Na verdade, fui eu quem trouxe você pra cá!
Meus pés estavam amarrados na cama, certamente ele sabia que eu ia correr!
— Por que?
— Por que? Porque você é meu!
— Você é doente. — Falei tantando me mover.
— Eu sou doente por você, doente de amor!
— Me deixe ir embora, Pablo está me esperando.
Ele começou a rir, a risada dele era maligna, me deu medo.
— Ele não vai te esperar, não depois da carta que você escreveu.
— O que? Que carta? Eu não escrevi nada.
— Eu sei, eu te poupei o trabalho e eu mesmo escrevi.
— Você o que? — Eu gritei
— Calma amor você não precisa se exaltar!
— EU NÃO SOU SEU AMOR!
— Você fala isso agora, mas vai me amar. — Ele estava calmo e tocou no meu rosto.
NARRAÇÃO DE PABLO.
Eu estava na frente da casa do Vítor. Já era sete horas e ele não apareceu. Já estava apreencivo. Vítor nunca se atrasava.
Desci do carro, estava muito frio. Toquei a companhia da casa. Ninguém estava, mas a porta se encontrava aberta. As luzes todas estavam apagadas isso era estranho. Subi a escada que levava para o quarto de Vítor, a porta do quarto estava escancarada, havia luz no quarto, mas Vítor não estava lá.
Um bilhete na cômoda me chamou atenção. O peguei e abri.
Pablo
Quando ler essa carta já estarei bem longe daqui, fugi com o Carlos, ele sim é o homem da minha vida, você só me fez sofrer, então eu fugi para que você parasse de me fazer mal!
Assinado Vítor.
Eu estava tremendo, mas vários motivos me fizeram acreditar que essa carta não foi escrita pelo Vítor. Primeiro que a letra nem era dele, e a pressa que a carta foi escrita demostra que alguém tinha urgência de sair daqui. Algo aconteceu com Vitor.
Eu já tinha juntado todas as peças, Carlos o sequestrou aquele filho da mãe. Mas pra onde ele o levou?
Meus tios estavam na sala agora, vi uma surpresa nos olhos deles.
— Boa noite querido! — Falou minha tia
— Oi tia.
— Cadê o Vítor?
— Ele não está. — Tentei parecer calmo!
— Que estranho ele não sai a essa hora. — Falou meu tio. E cruzou os braços, ele sabia que algo estava errado.
— Ok. — Eu disse. — Sejam fortes mas acho que Vítor foi sequestrado. — Minha tia desmaiou, continuei no lugar, isso é oque sempre acontece.
— Onde está meu filho? — Meu tio veio pra cima de mim e agarrou minha camisa.
— Se acalme tio!
— Como quer que eu me acalme? Meu filho pode estar ferido ou…
— Não fale! — Eu me soltei dele. — Ele não está morto.
— E como você tem certeza?
— Eu só sei, e se o senhor não vai fazer nada eu vou. — Bati a porta e sai.
NARRAÇÃO DE VÍTOR.
Eu já estava me cansando de ficar deitado, minhas costas doiam. Carlos saiu e não me disse pra onde, com sorte ele é atropelado e morre. Mas eu ficaria aqui, mas mesmo assim seria mais confortante!
Mas ele entrou pela porta todo sorridente, esse garoto deve gostar muito de mim pra chegar a esse ponto.
— A onde você foi? — Perguntei.
— Então você estava preocupado comigo?
— Não, por mim você poderia ter morrido.
— Que fofinho! — Ele veio até a cama e me deu um beijo na testa. — Eu fui comprar algumas coisas para fazer um jantar para nós.
— Não me admiraria você querer me envenenar.
— Eu não faria isso! — E saiu pela porta!
Eu não tinha ideia de como ia sair daqui, bem tenho uma ideia muito louca que pode falhar ou dar certo. De qualquer forma dance conforme a música.
Carlos apareceu com uma bandeja com comida.
— Você não acha que vai ficar difícil eu comer?
— Não seja bobo, vou te dar na boca.
— Eu prefiro morrer de fome.
— Bom sendo assim! — Ele se levantou.
— Espera! — Ele voltou sorridente. — Por que você não me solta? Podemos jantar juntos.
— Mesmo? — Ele parecia animado com a ideia.
— Sim. — Eu sorri, estava tentando ser convincente, eu estava ficando cada vez melhor em mentir. — E quem sabe depois eu posso te recompensar. — Eu mordi o lábio inferior.
— É? E por que não me recompensa agora? — Ele colocou a boca dele na minha, foi um esforço grande não vomitar ali, meu estômago embrulhava. Todo o tesão que sentia quando beijava ele virou nojo. Ele se afastou para respirar!
— E você pode ganhar mais do que isso! — Eu estava tentando seduzir ele, não era muito difícil. Ele me soltou, foi um alivio.
— Por que você não vai tomar um banho e se trocar?
— Mas eu não tenho roupas.
— Não se preocupe, eu comprei algumas para você.
Ele jogou uma mala em cima da cama, dentro havia muitas peças de roupas. Eu sorri.
— Obrigado! — E fui para o banheiro. Tranquei a porta e desabei no chão, tinha que sair daqui de qualquer jeito. Carlos está louco.
O que Pablo deve estar pensando de mim? Será que ele vai acreditar no que está escrito naquela maldita carta de Carlos? Eu rezo pra que não.
NARRAÇÃO DE PABLO.
Bati na porta pela terceira vez.
— Por favor Marta abra a porta. — Parecia que ela não estava. Eu bati de novo e agora uma pessoa atendeu.
— Sim?
— Marta está?
— Ela está dormindo, o que quer com a minha namorada?
— A então você é o Edyson?
— Eu mesmo!
— Sou o Pablo! — Estendi a mão para ele, ele apenas olhou para ela, sua expressão era vazia.
— Então que é o playboysinho que fez mal para o Vítor?
— Não tenho que te dar explicações, e é sobre o Vítor que eu vim falar com Marta!
— O que aconteceu com ele?
— A situação é a seguinte, ele foi sequestrado! — Edyson estava visívelmente preocupado.
— Como é? — Marta aparecer, ela estava com a mão na boca.
— Oque você ouviu. Eu tinha a esperança dele estar aqui, mas estou errado.
Voltei para meu carro, Marta estava chorando quando veio até mim.
— E quem fez isso?
— Eu tenho alguma ideia de quem seja. Você sabe onde Carlos mora?
— Por que? Você não acha...
— Só quero saber se Vitor passou por lá.
— Sim, ele mora na saída da cidade, mas ele pode não estar na cidade, ele tem uma casa de campo. Vou te dar as coordenadas.
Sai de lá com a certeza de que ia encontrar Vítor. Eu parecia calmo por fora, mas por dentro eu estava desesperado, e se eu não encontrar o meu pequeno?
Mas eu ia matar Carlos de qualquer forma, ele é só uma praga que entrou na vida de Vítor.
NARRAÇÃO DE VÍTOR.
Eu estava na sala, as cortinas estavam todas fechadas. Eu vestia uma calça preta, um buti preto, uma fina camisa preta. Eu ficava muito bem de preto.
— Você está fabuloso! — Falou Carlos se levantando do sofá. Forcei um sorriso.
— Obrigado. — Ele estava com uma bermuda beje, e uma camisa vermelha, estava descalço.
— Vamos comer?
— Sim, estou morrendo de fome.
Eu não reparei no que estava comendo, só estava pensando em como eu sairia dali.
— Por que você está fazendo isso? — Ele deixou o garfo no prato.
— Porque você é meu, Vítor eu não ia deixar você ficar com o seu primo. Não é justo eu cheguei primero.
— Mas eu não amo você. — Falei irritado, queria arrancar os olhos dele.
— Mas vai me amar!
— Você sabe que ele vai vir atrás de mim, e quando ele chegar você vai morrer.
— Não tenha certeza!
Então me lembrei, era ele a terceira pessoa que estava na loja.
— Foi você não foi? Que tentou matar Pablo.
— Foi sim, na loja eu mandei uma pessoa cuidar dele, mas ele falhou. fiquei muito nervoso com o erro dele. — Carlos sorriu. — É difícil esconder um corpo sabia?
— Você é um monstro. — Ele segurou meus braços porque eu queria bater nele. Então me acalmei e o abraçei. Fazia parte do meu plano.
Já era muito tarde, Carlos havia me deixado trancado no quarto pois ele havia saído. Eu andava pra lá e pra cá quando ele abriu a porta.
— Senti saudades. — Ele me abraçou e me beijou. Não me afastei apenas fiquei estático. Já podia sentir o volume na calça dele, ele me jogou na cama e subiu em cima de mim.
— Hoje você vai me dar o que eu quero?
— Sim! — Eu inverti a posição ficando por cima dele, o beijei. — Mas estou com sede, que tal um suco?
— Eu vou preparar. — Ele se levantou.
— Espere, porque não me deixa fazer algo por você?
— Mas…
— Eu não vou fugir.
-Tudo bem, eu vou ficar esperando você aqui. — Ele mordeu o lábio. — Não demore.
Eu sai do quarto e fui pra cozinha. Cuspi na pia.
— Que nojo. — Limpei minha boca, não queria sentir o gosto dele. Peguei a jarra e comecei a cortar algumas laranjas. Tinha que fazer alguma coisa, preciso fugir daqui, mas não sabia oque fazer. No meu desespero me deparo com um frasco. Era um frasco com calmantes!
— Não acredito! — Falei sorrindo. Eu usava os mesmos comprimidos para me ajudar a dormir. Esses eram forte o suficiente para derrubar um cavalo. Então essa aqui é a minha saída.
Preparei o suco e coloquei os comprimidos dentro. Esperei eles dissolverem. Voltei ao quarto.
— Já estava indo atrás de você! — Ele veio me abraçando.
— Tome. — Entreguei o copo a ele.
— Eu não quero o suco, quero essa sua boca!
— Nada disso, seja bonzinho.
— Tudo bem. — Falou ele um pouco mal-humorado. Brindamos e ele virou o copo.
— Tem um gosto estranho. Mas gostei.
— Então tome mais. — Ele bebeu tudo. Eu sorri malíciosamente.
— E agora! — Ele começou a me beijar e tirar minha roupa. A única coisa que queria naquele momento era que os calmantes fizessem efeito. Cai na cama sem a camisa, ele tirou a calça, seu volume estava enorme!
— Estou meio tonto, acho que o tesão me deixou assim.
— Por que não toma mais suco? Ficará melhor.
Ele pegou o copo mas o soltou no chão. O barulho do vidro fez meus ouvidos doerem. Ele caiu no chão!
— É, vai ficar bem melhor. — Eu sorri. Peguei as chaves que estavam no bolso dele.
Ainda estava respirando, mas agora estava com um sono profundo.
Quando cheguei do lado de fora corri para a escuridão, não sabia que lugar era esse, não me importei. Eu não parei de correr.