Tive sonhos que me fizeram acordar,meus sonhos eram confusos,eu ficava confuso. Mas tudo isso passou quando eu senti o cheiro dele,eu estava abraçado com ele,sua pele era tão macia,tão quente,era tão cheiroso.
Eu nunca pensei que ia chegar tão perto dele,nem que eu ia dormir com ele nem nada disso. Eu me perguntava se isso era certo. Nunca pensei que ia deixar alguém se aproximar de mim outra vez.
A respiração de Felipe era calma,ele sorria,daria tudo para saber o que ele estava sonhando.
Mas esse momento perfeito se desfez no minuto seguinte,tive que acordar ele pois iriamos embora para a cidade nessa manhã.
— Ei acorda. — Chacoalhei ele mas ele não acordou. — Acorda. — Quase gritei. Ele me apertou tão forte que fiquei sem ar.
— Não quero acordar, não quero sair de perto de você.
— Não seja bobo,com certeza somos os únicos que estamos no quarto.
— Tá bom. — Ele me soltou e eu corri para o banheiro. Olhei a imagem de um garoto feliz,sorridente e bonito, e ele era eu. Eu nunca me achei bonito,mas tinha que admitir que não sou nem um pouco feio.
Tomei um longo banho,e sai,Felipe ainda estava dormindo,sem a coberta. Pude ver seus musculos tão bem desenhado,eu daria tudo para ter um corpo igual o dele,mas eu daria tudo mesmo para ter esse garoto só para mim.
— Eu vou te dar cinco segundos para levantar dessa cama,1,2,3,4... — Ele se virou e ficou me encarando.
— O que foi?
— Você é muito bonito assim todo molhado. — Eu senti meu rosto queimar.
— Não seja bobo,eu estou horrível. — Ele se levantou e me abraçou, seu corpo estava quente. Eu fechei meus olhos,E coloquei minha cabeça no ombro dele.
— Você está me molhando todo. — Eu ri, abraçei ele mais forte.
— Que bom. — O soltei.
— Vou tomar banho.
— Eu vou me trocar e descer,acho que não é bom que vejam a gente descendo juntos.
— É, todos acham que a gente se odeia. — Ele falou e entrou no banheiro.
Fiquei no quarto sentado na cama e sorrindo,sim,eu daria tudo para ter ele só para mim.
Quando desci todos estavam na mesa,ninguém me olhou quando eu me sentei com eles. Melhor assim. Felipe desceu alguns minutos depois,todas as garotas olharam para ele e suspiravam,eu revirei os olhos,elas são tão ridiculas, elas tentavam chamar a atenção dele mas ele não tirava os olhos de mim,sempre sorrindo. Eu estava contrangido com aquilo.
— Bom alunos,terminem o café e vamos voltar. — Todos estavam decepcionados,até eu,mas voltar para casa é sempre bom.
Mas como vai ser quando voltarmos? Felipe ira para a casa dele e eu só vou ver ele na escola,bom,não temos nada,somos apenas amigos,amigos que se beijam.
Todos já estavam no ônibus,Felipe ficou com o grupo dele,garotos irritantes,e estavam com varias garotas da sala,elas se esfregavam igual putas neles,héteros são nojentos. O mais ruim foi ver Felipe com uma delas,ele não a beijava como os outros,mas ela se esfregava nele, eu queria ir lá e arrastar a cara dela no asfalto.
— É nojento né? — Ivan se sentou do meu lado e também estava olhando para eles.
— Muito. — Eu estava com um embrulho no estomâgo.
— Não sei como meu primo se presta a isso,ele não precisa esconder nada de ninguém.
— Acho que ele tem medo dos pais dele saber. — Eu estava olhando para o Ivan agora.
— Nada,meus tios me amam,eu até vou as comprar com a minha tia,ela não é preconceituosa,acho que para ela sera um alivio o filho dela ser gay.
— É pode ser,eu não me importo também.
— E então, queria saber se você gostou daquele beijo. — Por que ele tinha que tocar nesse assunto agora?
— Foi legal,mas você me pegou de surpresa. — Ele pegou na minha mão.
— Você é muito lindo,não resisti.
— Será que todos gostam de dizer mentiras. — Eu fiquei serio.
— Eu nunca gostei de ninguém Ewerton, mas eu gosto de você. — Ele me pegou de surpresa.
— Eu sinto muito por isso Ivan,sei que isso vai logo passar. — Ele soltou a minha mão.
— Nunca pensei que você fosse frio,eu gostei. — Eu não acredito,nada abala esse garoto.
— Só mais uma pergunta,você gosta do meu primo?
— Isso não é da sua conta.
— Então você gosta, só quero que saiba que ele não é o garoto certo pra você.
— Eu acho que sei qual é o garoto certo para mim. — Ele sorriu e foi para o fundo do ônibus.
Ivan tinha acabado com o meu dia. Olhei para Felipe, ele me olhava sério com uma cara de nervoso,eu revirei os olhos e parei de olhar para ele.
Chegamos na escola era 11:45,todos foram para casa.
— Você quer um carona? — Perguntou Felipe.
— Eu vou aceitar só porque eu estou com essa mala pesada aqui.
— E então o que você falava com o Ivan?
— De você,de quão nojento você estava no ônibus,e do nosso beijo.
— Então você gostou do beijo dele? — Ele ficou sério.
— Você quer mesmo saber? Não, eu não gostei do beijo dele. — Ele voltou a sorrir.
— Parece que você foi o único garoto que não caiu na teia do meu primo.
— Eu sou o tipo de garoto que não cai em "teias". — Ele estava concentrado na rua.
— Ele disse que gosta de mim.
Felipe freiou o carro me fazendo ir com tudo no parabrisas,sorte que eu estava com o cinto.
— Ele disse que gosta de você? — Felipe quase gritava.
— Que diferença isso faz? Eu não gosto dele e nunca vou gostar. — Ele ligou o carro de novo e começou a dirigir.
— Que bom. — Mas não mudou a expressão de raiva.
— Ele disse que você não é garoto para mim.
— E você acreditou? Meu primo fala demais,esse é o problema dele.
— Não sei.
— Ewerton eu nunca faria nada para machucar você. Eu te amo cara.
— Eu já ouvi isso antes.
— Não sou como ninguém que você conheceu,eu cumpro tudo que prometo. E eu te amo,isso é oque importa.
Meu coração bateu mais forte,essas palavras mexeran comigo. Ele segurou minha mão.
— Você sente o que por mim?
— Eu gosto muito de você, acho que eu amo você. — Olhei para seu rosto. — Não, tenho certeza que eu amo você. — Nem percebi que já tinhamos chegado na minha casa. — Mas eu tenho medo.
— Não devia ter medo de mim, eu não vou te fazer mal. — Ele tocou no meu rosto,eu me sentia um pouco culpado por não acreditar totalmente nele. — Você já sofreu por amor não é?
— Todo mundo. — Não olhei para ele.
— Me conte,porque eu sinto que esse amor te machucou muito. — Eu estava segurando a vontade de chorar.
— Eu não quero falar disso, é difícil. — Eu abri a porta do carro,ele saiu trás de mim.
— Tudo bem, mas vai ter que me contar cedo ou tarde. — Eu acenti com a cabeça. — Antes de você entrar,você pode me dar uma coisa? — Felipe fez um cara de pidão,como negar algo para ele?
— Tudo que você quiser.
— Eu quero um beijo. — Eu sorri e o beijei. Não ligava se eu estava na rua com ele,eu o desejava. Sua mão deslizava pelo meu corpo. Eu o soltei e o abraçei.
— Você é meu tudo agora. — Ele me abraçou mais forte.
— Eu juro que vou lutar por nos dois,Sera eu e você garoto, eu e você contra o mundo inteiro. — Eu sorri. — Não deixe que um coração quebrado faça você parar de amar. Não deixe que isso faça você parar de acreditar, todos temos dias de cão,mas cabe a nós ficarmos no chão ou levantar. — O abraçei. Estava me sentindo seguro. Cada vez mais me sentia apaixonado por ele.
