Guigo, A VACALICE não para, o que ela puder fazer pra infernizar, ela vai fazer
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VALTERSÓ, mas não foi sequestro, pelo menos não dessa vez.
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Geomateus, mas espere, a esposa do Rodrigo não morreu?
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Stark01, se a Alice precisar judiar das crianças ela vai fazer isso se for preciso.
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Plutão, mas ela já foi presa, só se ela voltar pra la e ficar muitos anos. Ela já esta sofrendo um baque atrás do outro e acho que ate o final do conto todo mundo já terá batido na cara dela, rs. Grande abraço.
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Rodrigo – Estou exausto, só quero tomar um banho de depois cair na cama.
Rodrigo se esparramou no sofá, afrouxando a gravata.
Antônio – Nada disso, pode dar um jeito e ir preparar alguma coisa lá na cozinha, estou morrendo de fome.
Rodrigo – Ai mãe, ele e os meninos olham pra mim e já enxergam comida, comida.
Antônio estava em pé quando seu celular começou a tocar.
Antônio – Alo, oi Dona Telma.
No mesmo instante Rodrigo já olhou cismado.
Antônio – O que? Policia? Calma, calma.
Rodrigo – O que foi Antônio?
Antônio – Está bem..., tem bombeiro ai? ambulância?
Antônio – Estou indo pra ai agora.
Antônio desligou o celular e olhou para Maria e Rodrigo que já estavam agoniados.
Rodrigo – O que foi Antônio?
Rodrigo – O que aconteceu com os meus filhos?
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Capítulo 86
Rodrigo – O que está acontecendo Antônio? Responde!!!
Rodrigo – Foi alguma coisa com os meninos? Eles estão Bem?
Antônio – Foi sim.
Maria – Minha Nossa Senhora, o que houve dessa vez?
Antônio – A Telma não falou direito, tem muito barulho no fundo, mas já tem uma ambulância la, com médico, enfermeiros.
Rodrigo já estava quase tendo um ataque e no mesmo instante pegou as chaves do carro.
Antônio – Estamos indo pra lá mãe, fique calma.
Maria – Tudo bem, eu vou ficar esperando, mas me liguem quando chegar lá.
Rodrigo – Vamos Antônio.
Rodrigo ligou o carro e saiu disparando. Mesmo não sendo a intenção, ele relembrou a época que disputava racha com outros playboys na cidade e foi cortando todos os carros que vim pela frente, chegando em tempo recorde no condomínio que Sidney morava.
Antônio – Meu Deus, o que é isso?
Antônio apertou a mão do irmão, tentando ajuda-lo com seu nervosismo. A entrada da casa estava fechada com vários carros da polícia, viatura dos bombeiros, ambulância e policiais andando de um lado para o outro.
O coração dos dois estava prestes a sair pela boca quando Rafael surgiu ainda no jardim correndo de encontro a eles.
Rafael – Papai!!! Tio Tonio!!!
Rafael grudou na mão deles, tentando puxa-los para dentro da casa.
Rafael – Anda, está cheio de polícia e de bombeiro, está maior legal.
Antônio pegou o sobrinho no colo, mas o garoto estava esbanjando saúde e felicidade.
Rodrigo – Cadê seu irmão?
Os três entraram na casa e ficaram ainda mais chocados, tinha médicos e enfermeiros andando de um lado para outro e mais bombeiros.
Telma – Calma Rodrigo, calma. Está tudo sobre controle.
Rodrigo entrou na mansão espumando.
Rodrigo – Cadê o Arthur??
Rodrigo olhou para a escada e viu o filho na parte de cima deitado no chão, com vários bombeiros a sua volta.
Antônio – Minha nossa!!!
Rodrigo correu até eles e sem entender nada viu o filho no chão, com um bombeiro segurando sua cabeça.
Antônio – Mas afinal o que houve?
Telma – Já íamos jantar quando fui chamar os garotos. O Arthur enfiou o cabeça na grade do guarda corpo e não conseguiu tirar.
Telma – Tentamos puxa-lo mas estava machucando a orelhinha dele e não tivemos outra opção senão chamar os bombeiros.
Rodrigo – Filho!!!
Arthur sorriu para o pai, achando graça de toda aquela confusão.
Arthur – Papai, estou com fome.
Rodrigo – Como você foi enfiar a cabeça ai?
Arthur – Eu estava brincando.
Rodrigo – E você sua múmia? Não é você que disse que eles precisam de atenção em tempo integral, e onde você estava que não viu isso?
Sidney – Você está falando que a culpa é minha?
- Por favor, não é hora de brigar. Disse um bombeiro.
Enquanto isso outro bombeiro tentava serrar a grade do guarda corpo para poder tirar o garoto.
Rafael escorregou do colo de Antônio e saiu correndo pela casa. O garoto parecia um pinto no lixo, correndo de um lado para o outro.
Achando tudo um máximo, Rafael foi até o jardim e subiu no banco de um carro de polícia.
Rafael – Oh moço, você pode ligar a luzinha?
O policial ligou a sirene e o garoto botou a cabeça para fora, vibrando.
Rafael – Oh moço, você pode ligar o barulho?
- Rapazinho, não vai dar se não os vizinhos vão reclamar.
Rafael – O irmão ele fez arte, ele está la em cima preso porque a cabeça dele é grande.
Rafael – Ele é muito cabeçudo.
Rafael – Eu não sei o que a gente vai fazer com ele agora.
O garoto ficou passando seus dedinhos nos botões do painel, olhando para a cara séria do policial, louco para apertar.
Rafael – Oh moço, você vai prender a gente?
Rafael de realmente ser “preso” Antônio apareceu e voltou a pega-lo no colo, voltando para dentro da casa.
Utilizando uma máquina especial, os bombeiros finalmente conseguiram serrar a grade e soltar Arthur, que foi pego no colo pelo pai.
Rodrigo abraçou o filho, beijando seu rosto, apertando seu corpo.
Arthur olhou tudo assustado mas ao ver aquele pessoal todo comemorando, começou a dar risada.
Sidney – Deixe o médico examina-lo.
Os garotos só tinham feito uma travessura, mas Sidney sempre exagerado quando se tratava dos netos, mandou chamar o pediatra deles, enfermeiros e por pouco também não chamou uma equipe da S.W.A.T.
Passado o susto, os garotos tiraram fotos com os bombeiros e os policiais e com o problema resolvido aquele circo foi sendo desmontado.
Antônio deu banho nos sobrinhos colocou eles na cama, enquanto Rodrigo conversava com os ex sogros.
Antônio – A gente precisa ter uma conversa séria.
Antônio – Foi você que colocou a cabeça do seu irmão no buraco?
Rafael – Não foi eu tio, eu juro. A Cabeça do irmão ficou presa porque ela é grande, ela parece uma melancia.
Arthur – Minha cabeça não é uma melancia.
Antônio – Sem brigar os dois, e já dormir. Vocês dois já ultrapassaram todas as cotas possíveis hoje.
Rodrigo se despediu dos filhos e sentiu que um peso tinha saído de cima de suas costas.
Ao chegarem em casa, Antônio tranquilizou a mãe.
Antônio – Foi o Sidney, exagerado que chamou até uma equipe medica. Por pouco ele não chamou o exército.
Maria – Mas esses dois hein, dão cada susto na gente.
Rodrigo – Eu não sei mais o que eu faço com eles. Eles não tem limites e pior que acham graça ainda, eles não tem noção de perigo nenhum.
Maria – É só fase, já eles crescem. Daqui a pouquinho os dois vão estar dois homens lindos.
Maria – Mas tadinho do Arthur, com a cabeça presa na grade.
Maria deu risada e tentou conter o riso, mas foi mais forte que ela.
Antônio – O que foi mãe?
Maria – Nada, só estou imaginando a cena. Imagina a cara do Sidney.
Antônio também começou a dar risada, enquanto Rodrigo permanecia sério.
Maria – Aquelas duas tripinhas...
Maria começou a gargalhar, fazendo Antônio começar a rir sem parar. Rodrigo não achava graça mas aos poucos também começou a dar risada.
Antônio – O mais engraçado foi a cara de pamonha do Sidney.
Os três começaram a dar tanta risada, que chegava a doer a barriga.
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Stela – Onde você estava? Liguei no escritório e disseram que você saiu bem antes do expediente.
Alice – Estava resolvendo problemas da nossa família. Problemas que você e o seu marido já deveriam ter resolvido a muito tempo.
Stela – Problemas? Que tipo de problemas? Do que está falando?
Alice achou que tinha falado de mais e recuou.
Alice – Nada mamãe, foi só força de expressão.
Stela – Quero conversar com você sobre o Rodrigo.
Alice – Ah não, me poupe, estou cansada demais.
Alice deixou a mãe falando na sala e sozinha no quarto começou a dar risada.
Alice – Esta tudo dando certo, só preciso agora encontrar um melhor momento pra dar essa cartada.
Alice – Ai ai ai, idiotas, vocês não perdem por esperar.
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Maria já estava deitada quando Rodrigo entrou em seu quarto.
Rodrigo – Achei que já estava dormindo.
Maria – Estava fazendo minhas orações.
Rodrigo – Mãe, aquele dia la no orfanato você ficou chateada por me ver conversando com a Stela?
Maria – Claro que não meu filho.
Rodrigo – Se você quiser eu...
Maria – Rodrigo, eu sei o quanto a Stela é importante pra você, ela, o Carlos...
Rodrigo – Eu só não queria te magoar.
Maria – Mas você não me magoa, já superei essa fase a muito tempo.
Maria – Eu fiquei mais de um ano internada por causa das facadas que levei e quando sai do hospital achei que o Antônio estava morto e fui atrás de vocês.
Maria – Naquela época eu sentia sim ódio do Carlos e da Stela, por estarem fazendo um papel que era meu, pois eu era sua mãe.
Maria – Mas o tempo foi passando, eu entrei em um acordo com o Carlos e de uma maneira meio torta eu consegui ser sua mãe sim, te criar, ensinar coisas.
Maria – Quantas vezes você não ia para o meu quarto com medo de algo? Ou pra pedir algo? Ou apenas pra ficar de chamego.
Rodrigo deu um sorriso de satisfação.
Rodrigo – Eu me lembro disso tudo.
Maria – Eu nunca podia esperar por isso, mas Deus me deu a chance de ter minha família reunida novamente.
Maria – E você amar o Carlos e a Stela não irá me magoar.
Maria – A Única coisa que eu quero é ver você feliz. Você e seu irmão.
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Antônio estava muito apreensivo por conta do novo tratamento que Maria iria iniciar. Antônio e Rodrigo ficaram o tempo todo ao lado da mãe no hospital.
Rodrigo deveria ter ido pegar os filhos na casa dos sogros mas pediu para Telma ficar mais alguns dias com eles.
Antônio – Como ela está doutor?
Dr. Alexandre – Vamos até minha sala.
Rodrigo – Podemos ver ela?
Dr. Alexandre – Eu expliquei pra vocês que esse tratamento era um pouco mais agressivo. A Maria ela não tem idade avançada, mas a doença debilitou um pouco o organismo dela.
Dr. Alexandre – Ela passou um pouco mal durante a sessão e tivemos que transferi-la para a UTI.
Antônio ficou nervoso e Rodrigo apertou sua mão, tentando passar segurança ao irmão.
Antônio – Como assim? Eu quer ver ela.
Dr. Alexandre – Ela está consciente, mas foi necessário essa internação pois ela apresentou um quadro de anemia.
Dr. Alexandre – Acredito que até amanhã ela vá para o quarto.
Nesses momentos Antônio perdia um pouco a razão e cabia a Rodrigo agir mais com a razão e tomar conta da situação.
Os dois visitaram Maria, mas como o tempo de visitas era regrado não puderam permanecer por muito tempo.
Antônio voltou para a casa arrasado, por dentro ele estava destruído mas manteve a pose.
Rodrigo – Eu não vou voltar para o trabalho, vou ficar aqui contigo.
Antônio – Eu estou bem. Melhor ir, podem estar precisando de você.
Antônio foi para o quarto e deitou de roupa e tudo, olhando para o teto, sem esboçar reação.
Rodrigo ficou na porta olhando o irmão por alguns minutos até ir até ele e deitar ao seu lado, puxando o corpo dele para seu peito.
Antônio abraço Rodrigo, ficando com sua cabeça deitada em seu peito.
Antônio – A Mãe vai ficar bem né Rodrigo?
Rodrigo – Claro que vai, ela é forte.
Rodrigo – E outra, ela tem dois netos pra cuidar e eu e você não damos conta, admita.
Antônio conseguiu soltar um sorriso discreto, embora sem deixar de lado sua preocupação.
Conforme o médico tinha dito, no dia seguinte Maria foi para o quarto. Rodrigo não pode ir com o irmão, mas Cris fez companhia a ele.
Maria – Mas o que você está fazendo aqui? Você não pode ficar perdendo serviço filho.
Cris – Eu avisei a ele.
Antônio – Até parece que eu ia deixar você sozinha. Ela está bem mesmo doutor?
Dr. Alexandre – Está se recuperando. Mas alta só amanhã.
Antônio – Não tem problema, eu durmo aqui hoje.
Dr. Alexandre – Com licença.
Cris – Gente, que gato esse doutor, eu super fazia ele.
Cris – Ah Maria, você também está precisando arranjar um namorado.
Antônio – O Cris, quer fazer o favor? Onde já se viu, minha ter um namorado?
Cris – Mas o que é isso Antônio, qual o problema? Sua mãe é maior gata.
Cris – Ahhhh, está com ciúmes da mamãe?
Cris – Você está vendo Maria? Homens são todos iguais, machistas.
Antônio – Não sei porque fui te chamar viu.
Maria ficou dando risada.
Antônio – A anos que eu aguento essa mala do meu lado mãe.
Cris – Mala que você ama de paixão.
Antônio ficou a tarde toda ao lado da mãe mas no fim do dia foi até em casa buscar algumas roupas.
Cris – Vai no meu carro, eu fico aqui cuidando dela.
Antônio – Não vou demorar e o Rodrigo deve estar passando aqui daqui a pouco.
Finalmente sozinha, Maria voltou a receber a visita do médico.
Dr. Alexandre – Podemos bater um papinho Maria?
Maria – Claro doutor, eu imaginei mesmo que você viria.
Dr. Alexandre – Só estava esperando seu filho ir embora, queria conversar a sós com você.
Dr. Alexandre – O tratamento que iniciamos ontem não saiu como esperávamos.
Maria – Doutor...
Dr. Alexandre – Bom...
Maria se adiantou, facilitando a vida do médico.
Maria – Não daremos sequência nesse novo tratamento.
Maria – Não vai a ver mais nenhum tratamento, não é?
Dr. Alexandre – Pois é..
O médico começou a conversar com Maria, que ouvia tudo de maneira atenta e serena. Sem que eles percebessem, Cris ouvia tudo do outro lado da porta.
Já era noite quando Antônio retornou, chegando quase junto com Rodrigo.
Rodrigo beijou a mãe e ficou o tempo todo ao seu lado, enquanto Antônio arrumava algumas coisas no quarto.
Antônio – Está tudo bem Cris?
Cris – Esta.
Antônio – Esta caladona.
Rodrigo – Melhor assim Antônio, deixa ela de boca fechada.
Cris – Bobinha.
Maria – Ela só está cansada de ficar sentada nessa cadeira dura a tarde toda.
Antônio – Amanha você tem alta mãe.
Maria – Acho bom, não quero passar o aniversário do Rodrigo aqui.
Rodrigo – Até eu esqueci disso.
Antônio – Mas nós não, e vai ter uma festinha.
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Maria teve alta no dia seguinte e pelos aparentava mais disposta.
Maria – Cadê meus principezinhos?
Rodrigo – O pai saiu com eles hoje.
Rodrigo nem tinha percebido, mas já se referia a Carlos como pai.
Rodrigo – Mãe, a Stela me ligou e pediu pra eu aceitar fazer meu aniversário la na mansão.
Rodrigo – Eu aceitei porque...
Rodrigo contou todo seu plano, deixando Maria animada.
Rodrigo – Mas o Antônio não pode saber, pelo menos ainda.
Maria – Pode deixar, não vou abrir minha boca pra nada.
Rodrigo aproveitou e ligou para saber dos filhos.
Stela – Oi Rodrigo, que ligação boa.
Stela – Seu pai saiu com os garotos e não chegou ainda. Nem imagino onde eles foram.
Rodrigo – Tudo bem.
Rodrigo – Você fez tudo que eu pedi pra festa?
Stela – Achei meio estranho, pensei fazer um jantar mais íntimo, mas se você quer algo a tarde, vai ser como você pediu.
Rodrigo – Posso levar quem eu quero também né?
Stela não gostou muito mas como queria agradar o filho aceitou tudo que ele pediu, até mesmo a estranha lista do buffet.
Carlos entregou os netos bem tarde, deixando Rodrigo curioso.
Rodrigo – Deram muito trabalho?
Carlos – Que nada, os dois se comportaram muito bem.
Rodrigo – Então esses não são meus filhos.
Arthur – Papai, a gente foi...
Rafael tapou a boca do irmão no mesmo instante, deixando Rodrigo cismado.
Rodrigo – Estão cheio de segredinhos hein.
Carlos deu uma piscada para os garotos.
Carlos – Eu já vou, nos vemos amanhã em casa.
Carlos – Vai ser muito bom você estar com agente amanhã.
Carlos abraçou Rodrigo, que ficou um pouco tímido.
Rodrigo botou os filhos para dormir e foi até o quarto da mãe.
Rodrigo – Acabei de botar os meninos pra dormir, achei que você tinha dormido também.
Rodrigo – O que vocês estão olhando?
Antônio – Essa fotos, da nossa infância.
Maria – Nós éramos muito pobres, mas consegui tirar algumas fotos de vocês.
Rodrigo sentou-se ao lado do irmão e ficou olhando aquelas fotos amareladas, um pouco amassadas, que estavam em um porta retrato simples.
Rodrigo – Nossa, você não mudou nada, até seus cachos são iguais Antônio.
Maria mudou para a próxima, mostrando uma foto dela grávida.
Maria – Nessa foto estou grávida de você Guilherme.
Rodrigo e Antônio notaram a confusão dos nomes mas não corrigiram a mãe.
Rodrigo – Olha sua cara de felicidade abraçando a barriga dela.
Antônio – Eu queria tanto um irmão.
Maria – Se deixasse o Antônio ficava o dia inteiro colocando a mão na minha barriga só pra sentir você chutar.
Na foto seguinte Antônio estava sentado em um sofá, todo risonho, segurando um bebê no colo.
Rodrigo ficou emocionado ao ver a foto, passando a mão nos olhos, limpando uma lagrima que estava prestes a nascer.
Antônio – Eu te peguei no colo.
Antônio – Então trate de respeitar seu irmão mais velho.
Na foto seguinte era um bebe pelado com as pernas arreganhadas exibindo os documentos.
Rodrigo – Só pode ser eu, eu tinha piru grande desde criança mesmo.
Antônio – Ai mãe, ele só fala merda.
Os três começaram a dar risada, enquanto ficavam olhando aquelas lembranças.
Maria – Outra minha gravida.
Maria – E pensar que a quase 33 anos atrás a essa hora eu já estava sentindo dores.
Maria passou mais uma foto.
Rodrigo estava sentado ao lado de Antônio abraçando ele.
Ao ver a foto Antônio enrijeceu o corpo no mesmo instante, chamando a atenção de Rodrigo.
Na foto Rodrigo e Antônio estavam juntos, mas ao contrário do irmão, Antônio não olhava para a câmera.
Antônio olhava para o lado, com o semblante assustado, sendo possível ver que uma mão forte segurava seu braço.
Rodrigo notou o desconforto do irmão e da mãe ao ver a foto. Rapidamente Maria mudou a foto, não fazendo nenhum comentário.
Na última, Maria estava sorrindo ao lado de seus dois filhos.
Antônio – Bom, agora chega de fotos e todo mundo pra cama, porque o dia será cheio amanhã.
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Rodrigo acordou de manhã e achou estranho o silêncio, até porque numa casa onde tinha Rafael e Arthur, isso não combinava.
Ao sair do banheiro e ir para a cozinha levou um susto ao ver a família reunida.
Os filhos o abraçaram, beijando seu rosto e sua careca.
Maria – Parabéns meu filho, muita saúde.
Antônio ficou por último e olhando nos olhos do irmão deu um abraço apertado, seguido de um beijo no rosto.
Antônio – Parabéns. Eu te amo meu irmão.
Rodrigo olhou para Antônio, sorrindo feliz para ele.
Arthur – Mas não vai ter bolo???
Maria – Calma.
Todos seu arrumaram, mas quem ia fazer uma surpresa era Rodrigo.
Antônio – Depois tenho que passar no orfanato, hoje também é aniversário do Douglas.
Rodrigo – Pois é, prometi uma piscina de bolinha pra ele.
Maria – Estão prontos?
Ao sair na porta tinha um ônibus esperando eles.
Antônio – Mas o que é isso?
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Stela andava de um lado para o outro acertando os últimos detalhes da festa.
Alice desceu as escadas e ficou irritadíssima com aquele entra e sai.
Alice – Mas que circo é esse?
Stela – Estava querendo mesmo falar com você.
Stela – Hoje é aniversário do seu irmão e ele vai vir aqui. Eu quero que você saia, para evitar qualquer tipo de aborrecimentos.
Stela – Ou no mínimo que você fique trancada em seu quarto até a festa acabar.
Alice – Você está me expulsando da minha própria casa?
Stela – Eu estou falando sério Alice, não abuse da minha paciência.
Alice – Tudo bem, vou favorecer vocês com minha ausência.
Alice subiu as escadas morrendo de ódio. Se trancando no quarto trocou de roupa e pegou seu celular.
Alice – Sou eu, vai ser hoje.
Alice – Fique de prontidão.
Alice desligou o celular e olhou no espelho.
Alice – Hora do golpe final.
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Stela – O Rodrigo está demorando, será que ele desistiu?
Carlos – Claro que não. Só não entendi aquelas coisas lá no jardim.
Stela – Ele que pediu.
Carlos – E a Alice?
Stela – Se arrumou e saiu de carro. Espero que volte só a noite.
Valdir – Com licença, Dona Stela tem um ônibus no portão, posso deixar entrar?
Carlos – Um ônibus? Ué, deixe entrar.
Carlos e Stela foram para o jardim e Rodrigo foi o primeiro a descer ajudando Maria. Em seguida foi a vez de Antônio e os sobrinhos.
Shirley desceu em seguida e atrás dela todas as crianças do orfanato.
Rodrigo – Você disse que eu poderia convidar meus amigos, trouxe essa molecada.
Stela ficou um pouco chocada enquanto Carlos dava risada.
Rodrigo – Hoje também é aniversário do meu amigão Douglas, vamos comemorar juntos.
Rodrigo ajoelhou-se diante do garoto.
Rodrigo – Você não queria uma piscina de bolinha? Então bora la curtir.
No jardim tinha brinquedos, palhaço e tudo que uma criança poderia querer.
Douglas – Obrigado tio!!!
As crianças correram para o jardim se espalhando no mesmo instante.
Shirley – O Rodrigo pegou todos de surpresa.
Carlos – Sejam todos bem vindos.
Carlos e Stela abraçaram o filho, desejando felicidades.
Cris – Migaaaaaa sua loka, olha aqui em mais uma festinha na sua house.
Stela olhou torto para Cris. Rodrigo fez uma cara para a mãe e Stela no mesmo instante mudou.
Stela – Oi querida, que saudade que estava, não via a hora de você chegar.
Stela pegou Cris pelo braço e saiu andando pelo jardim.
Stela – Você está linda com essa roupa, depois me passe o nome da loja, quero comprar uma igual.
Antônio – Acho melhor ficar bem longe dessas duas, pois na hora que a bomba explodir eu não quero nem ver.
Um tempo depois chegou Simone, Sidney e Telma.
Bruno – Oi Simone, tudo bem? Bom ver você novamente.
Simone – Obrigado. Com licença.
Romeu – Vai com calma cunhado, ela vai acabar lhe perdoando.
Bruno – Será Romeu?
O aniversário era uma típica festa de criança, bolo de chocolate, docinhos, salgadinhos, muitos balões.
Antônio – Eu estou orgulhoso de você.
Antônio – Você tem ideia do que você fez por esse garoto hoje? Olhe a felicidade dele. Não só dele mas das outras crianças também.
Rodrigo – Eu também estou muito feliz. Acho que pela primeira vez estou tendo um aniversário de verdade.
Com muito custo Cris conseguiu fazer a criançada parar as brincadeiras e ir cantar parabéns. Todos cantaram parabéns para Rodrigo e Douglas.
Bruno – Faça um pedido Rodrigo.
Rodrigou olhou para Antônio, dando um sorriso.
Cris – E o primeiro pedaço de bolo?
Para evitar constrangimentos de todos os lados, Rodrigo saiu pela tangente.
Ele deu o primeiro pedaço para Arthur, que era o mais esfomeado e outro para Rafael.
Rodrigo – Vai ser para essas tripas aqui.
A festa ainda bombava, a criançada brincava no jardim enquanto os adultos conversavam.
Cris – E você como está?
Maria – Estou ótima, é estranho voltar pra essa casa, mas hoje é um dia de alegrias, de só felicidade.
Cris – Você merece Maria.
Cris – Pois é, acho que vai ser a primeira festa que eu venho nessa casa e não rola barraco.
Cris estava redondamente enganada, ninguém esperava mas aquele clima de pura harmonia estava prestes a desaparecer.
Alice voltou para a mansão só que acompanhada.
Alice – Vamos entrar.
- Está tendo uma festa aqui?
Alice – A festa vai começar agora.
Alice – Ande, venha comigo.
Alice entrou na mansão e procurou Rodrigo.
Rodrigo conversava com Bruno e fechou a cara ao ver a irmã.
Alice – Feliz aniversário maninho.
Rodrigo – O que você quer Alice? Não me provoque, hoje não vou tolerar suas...
Alice – Calma, calma, eu vim em paz.
Alice – Só vim lhe apresentar uma pessoa.
Só então Rodrigo notou que Alice estava acompanhada.
- Como vai?
A pessoa deu um sorriso, estendendo a mão para Rodrigo.
Meio desconfiado Rodrigo esticou o braço, apertando sua mão.
Antônio estava próximo dali brincando com algumas crianças e ao ver a cena ficou paralisado, sentindo uma onda de medo dominar todo seu corpo.
Rodrigo permanecia com sua mão sendo apertada, começando a ficar sem graça.
Rodrigo – Desculpa, mas nós nos conhecemos?
- Nossa, você está tão diferente Guilherme.
Ele nem teve tempo de ter a sua resposta.
Como uma leoa Maria avançou sobre os dois, empurrando o filho para trás, desfazendo aquele contato físico.
Maria – Saia de perto do meu filho, seu monstro!!!!
Continua...